Segundo pesquisa Latinobarómetro, brasileiro acha que sua situação econômica está melhor que a do país, mas não vê melhora no longo prazo
São Paulo - 43% dos brasileiros dizem que sua situação econômica
pessoal atual é boa ou muito boa, mas apenas 26% acreditam que a
economia do país vai bem. A desconexão entre as duas respostas se repete
em todos os países da América Latina.
Esta é uma das conclusões do Latinobarómetro, pesquisa que entrevistou
pessoalmente 20.204 indivíduos em junho deste ano em todos os 18 países
da América Latina (com exceção de Cuba).
De forma geral, 25% dos latino-americanos afirmam que o próprio país está em situação econômica boa ou muito boa.
Com 26% de respostas positivas, o Brasil está empatado com Argentina e Nicarágua e fica atrás de Equador (57%), Uruguai (47%), Panamá (44%) e Chile (34%).
Já 29% dos brasileiros acreditam que a economia vai mal ou muito mal,
abaixo apenas de Honduras (71%), Guatemala (51%), México (46%),
Venezuela (37%) e Argentina (32%). O restante é dos que afirmaram que a
situação do seu país é "regular".
Expectativas
Os brasileiros, no entanto, são alguns dos mais otimistas em relação ao
ano que vem: 65% esperam melhora, abaixo apenas de Paraguai e República
Dominicana.
Ainda assim, alguns dos campeões de avaliação negativa do futuro
próximo acreditam que a situação tende a melhorar no longo prazo: na
Colômbia, são 40%; na Venezuela, 38%.
Já no Brasil, 37% partilham dessa opinião, 11o lugar entre
os países avaliados e acima dos argentinos, bolivianos e mexicanos. De
forma geral, o otimismo da região melhorou: foi de 31% para 40% nos
últimos dois anos.
Situação pessoal
Um terço dos latino-americanos afirmam ter uma boa situação econômica,
um salto em relação aos 19% registrados em 1995. No Brasil, o número
chega a 43%, abaixo apenas do Equador (52%), Uruguai (50%) e Argentina
(44%).
Na hora de se classificar economicamente, 8% dos brasileiros se colocaram na classe alta, 28% na média e 62% na baixa.
62% dos brasileiros afirmam que o salário é suficiente para dar conta
de suas necessidades, número equivalente ao da Venezuela e atrás apenas
de Uruguai, Argentina e Panamá. A média da região é 53%.
Fome e água quente
A pesquisa também perguntou para as pessoas se elas ficaram sem
dinheiro pra comprar comida em algum momento nos últimos 12 meses.
Em 7 países, mais da metade da população respondeu que sim, e a taxa
chega a impressionantes 55% no México. No Brasil, 19% responderam
afirmativamente, só acima do Paraguai (14%).
11% dos brasileiros declararam que faltou dinheiro para a comida
seguidas vezes ou algumas vezes, junto com Uruguai no final da lista.
75% dos brasileiros afirmaram ter água quente, atrás só de Chile e
Argentina. A média da América Central é de 10% e chega a 2% em países
como Nicarágua.
O Latinobarómetro é produzido pela Corporação Latinobarómetro, uma ONG
sem fins lucrativos com sede em Santiago, no Chile. A pesquisa começou
em 8 países em 1995 e aumentou gradativamente até atingir os 18 países,
com exceção de Cuba.
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