terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mobilidade urbana é um problema global, diz Fábio Barbosa


No EXAME Fórum Sustentabilidade, o presidente executivo da Abril destacou o papel do poder público, das empresas e da sociedade na solução da crise de mobilidade urbana

Vanessa Barbosa
Fábio Barbosa, presidente executivo da Abril
Fábio Barbosa, presidente executivo da Abril, durante o EXAME Fórum Sustentabilidade

São Paulo - Os esforços para sanar os grandes problemas do transporte público e dar um basta nos congestionamentos passa por um trio de protagonistas, segundo Fábio Barbosa, presidente executivo da Abril. "Poder público, empresas e a própria população, cada um tem seu papel", afirmou em discurso de abertura do EXAME Fórum Sustentabilidade, que acontece nesta terça-feira, em São Paulo.

Fábio Barbosa destacou a quase onipresença da questão da mobilidade urbana - tema central do evento promovido por EXAME - na vida da pessoas. "É um problema que afeta grandes cidades, ricas e pobres, é um problema global", disse, lembrando, em seguida, do congestionamento recorde que São Paulo registrou no último dia 14, na saída para o feriado.

Por ser um problema que afeta a todos, a responsabilidade pela solução também recai sobre todos. Segundo o presidente da Abril, cabe ao poder público investir em obras adequadas de infraestrutura rodoviária e de transportes.

Já as empresas podem estimular programas de carona coletivas para funcionários, ou o home office e horários mais flexíveis. As empresas podem ainda colaborar com inovação, destacou Fábio, através, por exemplo, da criação de aplicativos que indicam ruas mais congestionadas.

"Por fim, a responsabilidade na solução da mobilidade também recai sobre a sociedade. Os indivíduos podem estudar as melhores alternativas para deslocamento e cobrar isso do poder público", finalizou.

Exportações sulistas cresceram 56,39% em outubro


 
Em outubro de 2013, as exportações da Região Sul cresceram no comparativo com o mesmo mês de 2012, com expansão de 56,39%. A região exportou US$ 6,264 bilhões, o que representou 27,45% das vendas totais do país no período (US$ 22,821 bilhões). Em valores absolutos, a Região Sudeste foi a que mais exportou no mês (US$ 11,157 bilhões), com queda de 0,02% na comparação com as vendas de outubro de 2012 e com participação de 48,89% sobre os embarques nacionais.

A Região Centro-Oeste vendeu US$ 2,021 bilhões em outubro, com redução de 16,80% sobre o mesmo mês do ano passado e com participação de 8,86% nas exportações brasileiras. Na Região Norte, houve crescimento de 0,27% no comparativo das vendas ao mercado externo, que somaram US$ 1,779 bilhão e tiveram participação de 7,80% no acumulado mensal. Os embarques da Região Nordeste (US$ 1,278 bilhão) corresponderam a 5,60% do total exportado pelo país e tiveram retração de 40,53% na comparação com outubro passado.

Quanto às importações, a Região Sudeste foi a que registrou a maior expansão em comparação com outubro de 2012 (24,05%), com compras no valor de US$ 12,696 bilhões. Em seguida, aparece a Região Norte, com aumento de 17,35% e aquisições no valor de US$ 1,695 bilhão. No Sul (US$ 4,904 bilhões), o crescimento foi de 11,55%. A Região Nordeste teve baixa de 2,33% nas importações e registrou compras de US$ 2,758 bilhões no mês. A Região Centro-Oeste adquiriu US$ 973 milhões no mercado externo, com queda de 18,39% em relação a outubro de 2012.

No mês, a Região Sul teve o maior superávit, com US$ 1,360 bilhão, seguida pelas regiões Centro-Oeste (US$ 1,048 milhões) e Norte (US$ 84 milhões). Já as regiões Sudeste (US$ 1,538 bilhão) e Nordeste (US$ 1,479 bilhão) contabilizaram déficits nas transações comerciais mensais.

Estados

O estado brasileiro que registrou o maior superávit na balança comercial, em outubro, foi o Rio Grande do Sul, com saldo de US$ 2,301 bilhões. Na sequência, aparecem os estados de Minas Gerais (US$ 2,213 bilhões), Pará (US$ 1,422 bilhão), Mato Grosso (US$ 933 milhões), e Goiás (US$ 224 milhões). Os estados mais deficitários, no mês, foram: São Paulo (US$ 4,132 bilhões), Amazonas (US$ 1,399 bilhão), Santa Catarina (US$ 874 milhões) e Pernambuco (US$ 501 milhões).

O maior exportador entre os estados brasileiros foi São Paulo (US$ 5,116 bilhões), acompanhado por Rio Grande do Sul (US$ 3,814 bilhões) e Minas Gerais (US$ 3,399 bilhões). Em seguida, aparecem Paraná (US$ 1,706 bilhão) e Rio de Janeiro (US$ 1,690 bilhão).

Nas importações, São Paulo (US$ 9,248 bilhões) foi o estado que mais fez compras no exterior em outubro, seguido de Paraná (US$ 1,773 bilhões), Santa Catarina (US$ 1,617 bilhão), Rio Grande do Sul (US$ 1,513 bilhão) e Amazonas (US$ 1,512 bilhão).

Veja no site os números da balança comercial dos estados e regiões, no endereço: http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1078&refr=1076

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC

Brasil: Acordo do Mercosul com a União Europeia fica mais próximo




Depois de duas horas de reunião em Brasília entre representantes dos governos  argentino e brasileiro, no fim da tarde de ontem, o acordo Mercosul-União  Europeia ficou um pouco mais próximo.
 
Único país do bloco que ainda não havia  preparado sua proposta inicial para a, negociação, a Argentina pediu a reunião  ao Brasil alegando que estava “pronta para conversar”.

Até a última” segunda-feira, o Itamaraty demonstrava preocupação com o que o  país vizinho poderia trazer à mesa. Os argentinos terminaram as consultas  públicas com os empresários do país há menos de um mês – o Brasil já tinha o  resultado das suas pesquisas no início deste ano.

Desde o princípio, a presidente Cristina Kirchner foi a que mais resistiu em  retomar as negociações. Em uma conversa há pouco mais de duas semanas, o  ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, cobrou  duramente seu colega Hector Timerman.

Ontem, Figueiredo disse ao Estado que a conversa com os argentinos evoluiu  bem e que os quatro países terão suas listas para apresentar na reunião técnica  de Caracas, marcada para a próxima sexta-feira, quando serão analisadas pela  primeira vez, em conjunto, as ofertas de todos. “Eles (os argentinos) nos  ligaram e nos disseram que estavam prontos para conversar. Então os convidamos  para esse encontro”, explicou o chefe do Itamaraty.

Viabilidade. O tom otimista, no entanto, não garante que a proposta argentina  seja realmente viável. Em apenas duas horas de reunião, dificilmente todos os  pontos foram debatidos. O mais correto é que a Argentina tenha apresentado ao  governo brasileiro suas dificuldades e, não necessariamente, que houve grandes  avanços. Apesar de terem marcado o encontro, os argentinos pediram “discrição”  sobre a reunião e não quiserem nem mesmo divulgar nota sobre o assunto.

Os negociadores brasileiros esperavam esse passo dos vizinhos. Já se sabe que  a Argentina, em meio a uma briga por reservas e com a economia em crise, será  bem menos ambiciosa do que Brasil, Uruguai e Paraguai. O temor é o tamanho dessa  falta de ambição, que pode terminar tendo que ser compensada pelos demais  sócios. A pressão brasileira – e também de Uruguai e Paraguai – é que em  dezembro os quatro países já tenham uma proposta para que se possa retomar as  negociações com a União Europeia em janeiro.

A proposta brasileira, pronta há um mês, envolve todo os setores da economia,  como foi prometido aos europeus, inclusive o setor automotivo. Uruguai e  Paraguai já declararam que têm propostas “ambiciosas” – o acordo foi, inclusive,  tema da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega uruguaio, José  Mujica, em um encontro no último domingo em Brasília.

Fonte: Clipping – Seleção de Notícias

Folha artificial captura energia solar e gera eletricidade


Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/11/2013
Folha artificial captura energia solar e gera eletricidade

O sistema híbrido concentra os fótons absorvidos em duas etapas, primeiro nos oligômeros de rênio, e depois no centro de reação de rutênio.[Imagem: Yamamoto et al.]





Cientistas japoneses conseguiram pela primeira vez coletar a energia do Sol usando um número excepcionalmente grande de moléculas coletoras de luz, aproximando-se mais da forma como as plantas coletam a luz solar para produzir seu alimento.

Já que a luz é uma onda eletromagnética, Yohei Yamamoto e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Tóquio criaram uma folha artificial que captura a luz usando diversas antenas.

A seguir, a luz é conduzida até um receptor, onde os fótons são efetivamente convertidos em energia, completando o circuito da fotossíntese artificial.

Os painéis solares são formados por milhares de células solares individuais.
No caso da fotossíntese artificial, porém, as "células solares" são muito menores, elas são na verdade "moléculas solares".

Até agora os pesquisadores vinham utilizando sistemas de colheita de luz de uma única etapa, o que limita bastante o número de absorvedores de luz capazes de alimentar um único centro de reação e conversão.

Imitando os sistemas fotossintéticos naturais, Yamamoto coletou a luz de forma muito mais eficiente usando o maior número de "folhas artificiais" registrado até hoje.

São 440 tubos de organossilicato mesoporoso (PMO) ligados por grupos absorvedores de luz bifenila (Bp) com cinco pentâmeros rênio conectados a um complexo trisdiimina de rutênio (Ru-Re5).

Este sistema híbrido - PMO-Bp-Ru-Re5 - concentra os fótons absorvidos em duas etapas, primeiro nos oligômeros de rênio, e depois no centro de reação de rutênio.

Embora represente um avanço histórico no projeto "bioinspirado" da fotossíntese artificial, o uso do rutênio ainda é um entrave à utilização prática do sistema.

Mesmo sendo utilizada apenas uma unidade de rutênio por folha artificial, o elemento é caro demais, e terá que ser substituído para que a abordagem possa produzir os primeiros painéis solares fotossintéticos.


Bibliografia:

Efficient Light Harvesting via Sequential Two-Step Energy Accumulation Using a Ru-Re5 Multinuclear Complex Incorporated into Periodic Mesoporous Organosilica
Yohei Yamamoto, Hiroyuki Takeda, Tatsuto Yui, Kotaro Ueda, Kazuhide Koike, Shinji Inagaki, Osamu Ishitani
Chemical Science
Vol.: Accepted Manuscript
DOI: 10.1039/C3SC51959G

Clima causou prejuízo de US$ 200 bi por ano na última década, diz relatório

Perdas econômicas globais causadas por situações extremas no clima aumentaram para quase US$ 200 bilhões (R$ 453,6 bilhões) por ano na última década, e parece certo que vão subir ainda mais, já que as mudanças climáticas estão piorando, segundo um relatório do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira (18).

Em setembro, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), feito por cientistas da ONU, alertou que inundações, secas e tempestades provavelmente vão se tornar mais severas no próximo século, à medida que as emissões de gases causadores do efeito estufa aquecem as temperaturas na Terra.

“As perdas econômicas estão aumentando, de US$ 50 bilhões (R$ 113,4 bilhões) por ano na década de 1980 para quase US$ 200 bilhões (R$ 453,6 bilhões) na década passada. E cerca de três quartos dessas perdas são resultado de condições meteorológicas extremas”, disse a vice-presidente do Banco Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, Rachel Kyte.

“Embora não se possa relacionar uma só condição meteorológica com as mudanças climáticas, os cientistas vêm alertando que situações extremas no clima vão aumentar de intensidade se o problema não for controlado”, acrescentou Rachel.

A companhia de resseguros Munich Re estimou que as perdas totais de desastres foram de US$ 3,8 trilhões (R$ 8,2 bilhões) entre 1980 e 2012, e atribuiu 74% delas a condições meteorológicas extremas.
Este mês, quase 4 mil pessoas morreram nas Filipinas com a passagem do tufão Haiyan, uma das tempestades mais poderosas registradas até hoje.

O tufão atraiu a atenção para o impacto das mudanças climáticas e coincidiu com o início das conversações sobre o clima promovidas pela 19ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 19), entre os dias 11 e 22 de novembro, em Varsóvia, na Polônia, onde mais de 9 mil delegados de quase 200 países estão tentando traçar planos para minimizar esses efeitos em todo o mundo.

A diplomata Christiana Figueres, que chefia a 19ª Convenção do Clima, pediu nesta segunda que a indústria de carvão diversifique suas fontes de energia, por opções mais limpas, e deixe o restante das reservas no solo. Dezenas de CEOs de companhias de carvão devem se reunir com o Ministério da Economia da Polônia para discutir uma eventual mudança radical, na tentativa de reduzir as emissões de gases-estufa.


Risco para emergentes 


Representantes de vários países disseram que o tufão Haiyan se encaixa nas tendências de condições meteorológicas extremas e é um exemplo para motivar a adoção de medidas nessa reunião de Varsóvia. O objetivo da ONU é traçar o esboço de um acordo mundial em 2015, em Paris, para entrar em vigor a partir de 2020.

Mas o painel de cientistas afirmou haver apenas “baixa convicção” de que as emissões humanas contribuíram para a intensidade dos ciclones (termo que abrange tufões e furacões) desde 1950.

Como parte das conversações, os governos estão discutindo mecanismos para ajudar os países mais pobres a lidar com os danos e as perdas causados pelas mudanças climáticas.

Embora desastres ligados ao clima possam afetar todos os países, as mais graves perdas humanas e econômicas devem ocorrer em nações em rápido crescimento, como as da Ásia, que erguem suas economias em áreas vulneráveis a inundações, secas e temperaturas extremas, destacou o Banco Mundial.

Segundo a entidade, a média do impacto de desastres nesses países foi equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2001 e 2006 – dez vezes maior que a média nas nações ricas.

Para ajudar a evitar custos futuros inimagináveis, os governos deveriam se concentrar em tornar seus países mais prevenidos contra desastres, mesmo que isso requeira investimentos de início, acrescentou o Banco Mundial.


Sem negociação sobre mercado de carbono 


As negociações internacionais sobre a criação de um novo mercado de créditos de carbono foram interrompidas no fim de semana em Varsóvia, segundo fontes, porque os países em desenvolvimento se recusaram a permitir avanços se as nações ricas não ampliarem os esforços para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

Fontes informaram que os negociadores técnicos foram incapazes de chegar a um acordo antes do início das conversas de alto escalão, previstas para esta segunda-feira, sobre propostas para desenvolver novos mercados de créditos de carbono e vinculá-los por meio de uma contabilidade conjunta e de regras de transparência.

As discussões sobre essa questão foram arquivadas até junho de 2014, embora muitos esperassem um acordo já em Varsóvia.

Um porta-voz da Comissão Europeia disse que as negociações se revelaram muito difíceis, e que o bloco lamenta a ausência de progressos.

“Continuamos interessados em uma discussão política aqui em Varsóvia sobre o papel dos mercados no acordo de 2015″, acrescentou o porta-voz.

A reação ao colapso das negociações foi ambígua.

“A profunda falta de progresso é obviamente frustrante. Esperamos que as partes se reagrupem e encontrem uma forma de progredir assim que possível”, disse Miles Austin, do grupo setorial Associação de Mercados e Investimentos Climáticos.

Já Meena Raman, da aliança ambiental Rede do Terceiro Mundo, comemorou a notícia, “dada a grave falta de ambição dos países desenvolvidos em reduzir as emissões”.

Os países mais pobres – que são também os mais atingidos pelas mudanças climáticas – querem que os governos ricos adotem metas mais ambiciosas e obrigatórias para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases responsáveis pelo efeito estufa.

Já os países ricos, como EUA, Japão e os membros da União Europeia, defendem a criação de novos mecanismos de mercado para reduzir as emissões da forma mais barata possível.

Mas os países em desenvolvimento relutam em criar novos mercados enquanto os atuais não estiverem funcionando. Eles dizem que os países ricos apoiam os mercados como forma de terceirizar os esforços de redução das emissões no exterior, de modo a garantir que eles não precisem fazer reduções internamente.

Pelo mecanismo dos créditos comercializáveis, cada país ou empresa tem um limite de emissões permitido, mas pode comprar créditos de terceiros para exceder esse teto, ou então vender sua capacidade ociosa.

“Precisamos rever os fracassos dos mercados de carbono existentes para avaliar se eles têm algum papel a desempenhar numa mitigação equitativa e ambiciosa”, disse Meena.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, um mercado nascido do Protocolo de Kyoto, acordo climático criado em 1997 no Japão, já canalizou mais de US$ 315 bilhões (R$ 714,4 bilhões) para nações em desenvolvimento, mas enfrenta uma crise em decorrência da escassez de demanda por créditos por parte de países que estão relutantes em elevar suas metas de redução de emissões.

Ministros do Meio Ambiente de todo o mundo irão discutir nesta terça-feira (19) a questão dos créditos, mas observadores afirmam que dificilmente haverá negociações sobre novos mercados.

“Não é um enorme prejuízo”, disse um negociador de um país em desenvolvimento que pediu anonimato. “Queremos ver um novo mecanismo de mercado, mas um que seja concebido para gerar reduções líquidas substanciais, que a atmosfera realmente veja, em vez de uma ferramenta que realoque o esforço em um jogo de soma zero. Desse ponto de vista, o resultado é frustrante.”
 (Fonte: G1)

Para ministro do STF, Lula sabia do mensalão

Josias de Souza



O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse acreditar que Lula sabia da existência do mensalão. “Eu não posso imaginar que alguém atilado como é o ex-presidente Lula, safo como eu disse, não tivesse conhecimento do que estava ocorrendo na República”. Na versão do delator Roberto Jefferson, Lula teria vertido lágrimas ao ser comunicado por ele da existência do esquema. Em entrevista ao blog, Marco Aurélio levou o pé atrás: “Será que durante os oito anos [de mandato] ele delegou tanto a chefia do governo?”

Marco Aurélio recebeu o repórter na tarde desta segunda-feira (18) no seu gabinete no Tribunal Superior Eleitoral. Nesta terça-feira (19), ele assumirá pela terceira vez a presidência da Corte máxima da Justiça Eleitoral. Disse esperar que a Câmara casse os mandatos dos deputados federais condenados no julgamento do mensalão. “Eu não concebo que, em se tratando de um crime contra a administração pública, vindo à tona uma decisão condenatória, o condenado continue exercendo o mandato político.”

O ministro realçou que uma das consequências da execução da pena é “a suspensão dos direitos políticos” do condenado. “Logicamente, quem está com os direitos suspensos não pode exercer o mandato”, enfatizou o entrevistado. Marco Aurélio reconheceu que houve uma “involução” do STF nessa matéria. Ao julgar outro processo, envolvendo o senador Ivo Cassol (PP-RO), o tribunal entendeu, por 6 votos a 5, que não cabe ao Judiciário “declarar a perda do mandato político”. Ainda assim, ele defende a cassação automática.

Para Marco Aurélio, não caberia à Mesa diretora da Câmara senão “constatar o fato, conferir a documentação do fato e, diante de uma decisão do Supremo, simplesmente proclamar a perda” do mandato. “Nós temos o exemplo [de Natan] Donadon que, condenado a 13 anos, continua ainda titular do mandato”, afirmou o ministro antes de manifestar sua expectativa de que a Câmara não irá permitir que se forme uma bancada da Papuda. “A cobrança da sociedade, ante o acompanhamento da imprensa, é muito rígida. E o nosso Congresso está a dever satisfações à sociedade.”

Instado a comentar a nota em que o PT criticou o julgamento do mensalão e as afirmações dos petistas José Dirceu e José Genoíno de que são “presos políticos”, Marco Aurélio afirmou: “É o direito de espernerar. Condenados nunca ficam satisfeitos com condenação.” Segundo ele, o STF chegou às condenações guiando-se exclusivamente pelas provas. “Não houve ficção jurírica.” Lembrou que a maioria dos ministros do Supremo “foi nomeada pelo governo do PT”. E ironizou: “Há alguma coisa que não fecha nesse sistema.”

Quais serão os efeitos do julgamento do mensalão na sociedade e no compartamento dos políticos?, indagou o repórter. E Marco Aurélio: “A percepção de que a lei é linear, vale para todos.” Afasta-se do cenário, na opinião do ministro, “a sensação de impunidade”. Quanto aos “homens públicos, ficarão um pouco mais espertos. Voltarão os olhos para servir a partir do cargo e não para se servirem do cargo, visando vantagens pessoais.”

Recordou-se a Marco Aurélio que, enquanto o STF julgava o mensalão, proliferaram os casos de corrupção —a máfia dos fiscais na prefeitura paulistana, as propinas e a a formação de cartel no metrô de São Paulo, os desvios de verbas nos ministérios, por meio de ONGs… Ele afirmou que “muitos julgamentos” como o do mensalão terão de ocorrer para que a corrupção seja inibida.

“Esses são casos que afloraram”, disse Marco Aurélio. “E os que não afloram, que ficam debaixo do tapete, como se costuma dizer?” Otimista, o ministro disse crer que “um dia nós teremos um contexto bem mais sadio em termos de cultura no Brasil.” Avalia que, para que isso ocorra, são essenciais as atuações da imprensa, do Ministério Público, da Polícia Federal e do próprio Judiciário, que precisa atuar “a tempo e modo, pouco importando o envolvido.”

Tomado pelas palavras, o ministro não parece tão otimista quanto ao julgamento dos embargos infringentes, previsto para o ano que vem. Receia que o STF altere condenações pelo crime de formação de quadrilha ao julgar recursos impetrados por réus como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Deve-se o temor à alteração da composição do tribunal a partir da aposentadoria dos ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto, substituídos por Teori Zavascki e Luíz Roberto Barroso.

A mudança já se materializou no julgamento do processo que envolve o senador rondoniense Ivo Cassol. “Houve uma dispersão de votos quanto à configuração da quadrilha”, admite Marco Aurélio. Caminha-se para um cenário em que a maioria do plenário pode enxergar mera “coautoria” onde antes via formação de quadrilha. Algo que, na opinião de Marco Aurélio, ateará decepção na opinião pública. “Como cidadão, eu ficarei desapontado” se, “depois de a Corte maior do país ter batido o martelo num certo sentido, vir a dar o dito pelo não dito”, permitindo que condenados como Dirceu migrem “do regime fechado para o semiaberto.”

Conforme já antecipado aqui no início da noite passada, Marco Aurélio fez críticas à maneira como o presidente do STF, Joaquim Barbosa, implementou os primeiros pedidos de prisão do mensalão. “Não havia motivo para o açodamento”, declarou. “Eu teria aguardado a segunda-feira, sem dúvida alguma”. Estranhou a transferência dos presos de São Paulo e Belo Horizonte para Brasília. “Para quê? Para depois eles retornarem à origem?”

O ministro desaprovou também a demora no envio à Vara de Execuções Penais do DF das “cartas de sentença”, documentos que detalham a situação de cada preso. E classificou de “impensável” o fato de condenados ao regime semiaberto terem sido presos em regime fechado, ainda que por poucos dias.

Noutro trecho da entrevista, Marco Aurélio reiterou suas críticas ao temperamento mercurial de Joaquim Barbosa. “Nós não podemos permitir que a discussão descambe para o campo pessoal. E foi isso que ocorreu várias vezes. Digo mais: se não houvesse tantos incidentes, nós teríamos terminado esse processo muito antes.” Na sua opinião, falta “urbanidade” a Barbosa. “Hoje, penso que é pacífico que ele não é bom no diálogo”, “não convive bem com a divergência.” Numa autoavaliação, Marco Aurélio disse que aprendeu a lidar a controvérsia na sua própria casa. “Eu sou flamenguista e minha mulher é Fluminense.”

Brasil é um dos países com maior potencial no comércio eletrônico

Brasil é um dos países com maior potencial no comércio eletrônico

Brasil é um dos países com maior potencial no comércio eletrônico

O Brasil é o 8o país do mundo com maior potencial no varejo on-line, segundo o Índice de E-Commerce de Varejo Global criado pela A.T. Kearney e divulgado hoje.

A consultoria avaliou 186 países em nove variáveis separadas em quatro dimensões fundamentais: atratividade do mercado on-line, comportamento do consumidor, infraestrutura e potencial de crescimento.

A partir daí, 30 países receberam notas em uma escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais alto no ranking, maior o potencial de retorno sobre o investimento (ROI) a curto prazo em varejo on-line naquele país.

Com exceção da China, todos que estão na frente do Brasil são países desenvolvidos pertencentes ao G8.

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China, Brasil e Rússia lideram os mercados da próxima geração, onde também estão países como Itália e Chile. Em cada um deles falta alguma dessas capacidades: acesso à Internet, sistemas financeiros ou infraestrutura logística.

No nosso caso, é a última: “As principais deficiências do Brasil continuam sendo relacionadas aos investimentos em infraestrutura logística, que não tem acompanhado o crescimento do mercado online.”, aponta Esteban Bowles, sócio da A.T. Kearney no Brasil e líder da prática de Varejo e Bens de Consumo na América do Sul. 

Ele cita a menor densidade urbana como outra variável ruim para mercado brasileiro de comércio eletrônico, cuja receita é de 11 bilhões de dólares por ano. Já a força das redes sociais no Brasil é vista como vantagem.

O crescimento anual de 27% do varejo on-line na América Latina nos últimos 5 anos supera a média mundial (17%) e da região Ásia-Pacífico (25%).




“Os consumidores nos mercados em desenvolvimento estão adotando rapidamente comportamentos similares àqueles dos países mais desenvolvidos”. nota Mike Moriarty, sócio da A.T. Kearney e co-autor do estudo.

“O número de telefones celulares per capita na Rússia (1,8) e Emirados Árabes Unidos (1,7) é muito maior do que muitos mercados desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos (1,0) e França (1,0), por exemplo”, completa.

Austrália, Canadá, Estados Unidos e países nórdicos e da Europa Ocidental entram na classificação da consultoria como “Mercados estabelecidos e em crescimento”.

Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Nova Zelândia são os “Mercados de DNA digital”, onde o crescimento deve ser mais lento a partir de agora justamente pelo seu já avançado grau de maturidade.

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