terça-feira, 19 de novembro de 2013

Brasil: Acordo do Mercosul com a União Europeia fica mais próximo




Depois de duas horas de reunião em Brasília entre representantes dos governos  argentino e brasileiro, no fim da tarde de ontem, o acordo Mercosul-União  Europeia ficou um pouco mais próximo.
 
Único país do bloco que ainda não havia  preparado sua proposta inicial para a, negociação, a Argentina pediu a reunião  ao Brasil alegando que estava “pronta para conversar”.

Até a última” segunda-feira, o Itamaraty demonstrava preocupação com o que o  país vizinho poderia trazer à mesa. Os argentinos terminaram as consultas  públicas com os empresários do país há menos de um mês – o Brasil já tinha o  resultado das suas pesquisas no início deste ano.

Desde o princípio, a presidente Cristina Kirchner foi a que mais resistiu em  retomar as negociações. Em uma conversa há pouco mais de duas semanas, o  ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, cobrou  duramente seu colega Hector Timerman.

Ontem, Figueiredo disse ao Estado que a conversa com os argentinos evoluiu  bem e que os quatro países terão suas listas para apresentar na reunião técnica  de Caracas, marcada para a próxima sexta-feira, quando serão analisadas pela  primeira vez, em conjunto, as ofertas de todos. “Eles (os argentinos) nos  ligaram e nos disseram que estavam prontos para conversar. Então os convidamos  para esse encontro”, explicou o chefe do Itamaraty.

Viabilidade. O tom otimista, no entanto, não garante que a proposta argentina  seja realmente viável. Em apenas duas horas de reunião, dificilmente todos os  pontos foram debatidos. O mais correto é que a Argentina tenha apresentado ao  governo brasileiro suas dificuldades e, não necessariamente, que houve grandes  avanços. Apesar de terem marcado o encontro, os argentinos pediram “discrição”  sobre a reunião e não quiserem nem mesmo divulgar nota sobre o assunto.

Os negociadores brasileiros esperavam esse passo dos vizinhos. Já se sabe que  a Argentina, em meio a uma briga por reservas e com a economia em crise, será  bem menos ambiciosa do que Brasil, Uruguai e Paraguai. O temor é o tamanho dessa  falta de ambição, que pode terminar tendo que ser compensada pelos demais  sócios. A pressão brasileira – e também de Uruguai e Paraguai – é que em  dezembro os quatro países já tenham uma proposta para que se possa retomar as  negociações com a União Europeia em janeiro.

A proposta brasileira, pronta há um mês, envolve todo os setores da economia,  como foi prometido aos europeus, inclusive o setor automotivo. Uruguai e  Paraguai já declararam que têm propostas “ambiciosas” – o acordo foi, inclusive,  tema da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega uruguaio, José  Mujica, em um encontro no último domingo em Brasília.

Fonte: Clipping – Seleção de Notícias

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