quinta-feira, 10 de abril de 2014

Vendas da nova safra de café avançam pouco no Brasil


Vendas da nova safra atingiram ao final de março no máximo 17 por cento da produção esperada

Roberto Samora, da
Mauricio Lima/AFP
Grãos de café são selecionados perto de Varginha, Minas Gerais

Grãos de café são selecionados perto de Varginha, Minas Gerais: vendas avançaram pouco em meio a incertezas sobre as perdas decorrentes do tempo quente e seco

São Paulo - As vendas da nova safra de café (2014/15) do Brasil avançaram pouco no mercado físico desde fevereiro, atingindo ao final de março no máximo 17 por cento da produção esperada, em meio a incertezas sobre as perdas decorrentes do tempo quente e seco nos primeiros meses do ano, segundo avaliação da consultoria Safras & Mercado.

"Desde fevereiro as vendas de café novo não avançaram muito", disse o analista associado da Safras, Gil Barabach, explicando que as dúvidas sobre o tamanho da safra que começa a ser colhida em mais algumas semanas deixam os agentes retraídos nos negócios.

O percentual estimado é com base em uma safra hipotética de 49 milhões de sacas de 60 kg, o que indica que cerca de 9 milhões de sacas já teriam sido negociadas, segundo Barabach.

O índice de comercialização da safra nova, segundo o analista, está dentro da média prevista para esta época.

A propósito da colheita deste ano, o analista disse que os trabalhos ainda são muito incipientes, mesmo no café da variedade robusta, que tradicionalmente começa a colheita antes do arábica. Os volumes colhidos ainda não são significativos o suficiente para se determinar um percentual, acrescentou.

"Tem um pouco mais de café conilon (robusta). No arábica, há uma expectativa de que depois do feriado de Páscoa (20 de abril) tenha colheita. No último terço de abril, começam a retirar café do pé", afirmou o analista.

Ele observou que este ano as elevadas temperaturas aceleraram o ciclo do café, o que deve antecipar a colheita em algumas semanas em relação ao período normal.

Argentina volta a dominar embarque de trigo para o Brasil


Importações de trigo argentino somaram 260 mil toneladas em março, contra cerca de 188 mil toneladas do cereal norte-americano

Diego Giudice/Bloomberg News
Agricultor realiza a colheita do trigo em uma fazenda próxima da cidade de Salto, na Argentina

Agricultor realiza a colheita do trigo em uma fazenda próxima da cidade de Salto, na Argentina: apesar do domínio, há incertezas se país manterá a posição nos próximos meses

São Paulo - O trigo da Argentina voltou a dominar as chegadas do produto importado ao Brasil em março, após perder a liderança para os Estados Unidos em 2013 e nos dois primeiros meses de 2014, de acordo com dados compilados pela indústria.

As importações de trigo argentino somaram 260 mil toneladas em março, contra cerca de 188 mil toneladas do cereal norte-americano.

No acumulado do primeiro trimestre, no entanto, os Estados Unidos mantiveram a liderança com o embarque de quase 700 mil toneladas de trigo para o Brasil, contra pouco mais de 400 mil toneladas da Argentina.

Apesar do domínio no mês passado, há incertezas no mercado se a Argentina manterá a posição nos próximos meses, já que o governo argentino --que controla exportações para combater a inflação-- liberou apenas 1 milhão de toneladas da última safra para vendas externas.

A produção brasileira, que deverá crescer fortemente este ano se o clima colaborar, poderia a aliviar um pouco a situação dos moinhos do país, que importam a maior parte de suas necessidades.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou nesta quinta-feira a produção brasileira de trigo em 2014 em 6,7 milhões de toneladas, aumento de mais de 1 milhão de toneladas na comparação com 2013 --o plantio está em fase inicial no Brasil.

De qualquer forma, por uma questão de qualidade, a indústria local tem limites para trabalhar com o trigo nacional, uma vez que uma parte do cereal não é adequada para a produção de farinha para panificação.

Com uma produção maior no ano safra 2014/15 (agosto a julho), a Conab apontou queda nas importações de trigo para 5,7 milhões de toneladas, contra 6,7 milhões no ano anterior.

Sindicatos opositores desafiam Kirchner e param Argentina


Mais de um milhão de trabalhadores, segundo CGT, aderiram à paralisação, convocada contra o "ajuste, a inflação e a insegurança"

Agustin Marcarian/Reuters
Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursa ao lado do vice-presidente, Amado Boudou, em frente ao Congresso, em Buenos Aires

Presidente da Argentina: Cristina Kirchner não enfrentou nenhuma greve durante seu 1º mandato, mas em sua 2ª e última etapa à frente da Casa Rosada aumentou sensivelmente o clima de conflito

Buenos Aires - Os sindicatos opositores paralisaram a Argentina nesta quinta-feira com uma greve geral que bloqueou o transporte e constituiu uma demonstração de força contra o governo de Cristina Kirchner, condenado a frear a inflação e imerso em um caminho de ajustes que alimenta o descontentamento social.

Mais de um milhão de trabalhadores, segundo os números divulgados pelo ala opositora da Confederação Geral do Trabalho (CGT), o principal organizador da greve, aderiram à paralisação, convocada contra o "ajuste, a inflação e a insegurança".

Organizada por três centrais sindicais argentinas opositoras, o protesto conseguiu parar aeroportos, portos, ferrovias e transporte urbano e suburbano, assim como os serviços de coleta de lixo e abastecimento de combustível.

Piquetes postados nos principais acessos a Buenos Aires bloquearam a passagem dos automóveis e protagonizaram os únicos incidentes do dia, que terminaram com seis detidos e um levemente ferido em confrontos com a polícia na estrada Pan-Americana.

A segunda greve geral que Cristina enfrenta foi convocada pela ala opositora da CGT, liderada por Hugo Moyano, chefe do poderoso sindicato de caminhoneiros, que deixou de ser um ferrenho aliado do governo para se tornar um de seus maiores críticos.

Os grêmios exigem altas salariais acima de 40% para evitar a perda do poder aquisitivo e um aumento do teto salarial isento do pagamento do imposto que pesa sobre os trabalhadores que ganham mais de 15 mil pesos mensais (cerca de R$ 3.700).

O protesto coincide com uma delicada conjuntura econômica no país, com uma inflação superior a 30% - a segunda mais alta da América Latina, atrás da Venezuela -, e uma estratégia de cortes aos subsídios que na prática constitui uma taxação de serviços básicos como gás e eletricidade, após uma desvalorização de 20% do peso argentino em relação ao dólar.

Juros de financiamentos são os maiores desde agosto de 2012

Custo com financiamentos e empréstimos para a pessoa física aumentou novamente em março

Stock.xchng/playboy
Homem mostra que está com o bolso vazio

Bolso vazio: está mais caro financiar e pegar dinheiro emprestado; apenas o já caro rotativo do cartão não subiu em março

São Paulo – As taxas de juros de empréstimos e financiamentos voltaram a subir em março, constatou a pesquisa de juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
A taxa de juros média para a pessoa física passou de 5,82% ao mês (97,16% ao ano) em fevereiro para 5,86% ao mês (98,05% ao ano) em março, sendo esta a maior taxa de juros desde agosto de 2012.

Isto representa uma elevação de 0,04 ponto percentual no mês (0,89 ponto percentual no ano), o que corresponde a uma elevação de 0,69% no mês e 0,92% em 12 meses.

Das seis linhas crédito para a pessoa física pesquisadas, apenas o rotativo do cartão de crédito teve sua taxa de juros média mantida. Todas as demais foram elevadas.

Veja na tabela como ficaram as taxas de juros de cada linha de crédito:


Linha de crédito Fevereiro (mês) Fevereiro (ano) Março (mês) Março (ano) Variação (%) Pontos percentuais
Juros comércio 4,46% 68,81% 4,56% 70,76% 2,24% 0,10
Cartão de crédito 10,08% 216,59% 10,08% 216,59% 0% 0
Cheque especial 8,08% 154,06% 8,16% 156,33% 0,99% 0,08
CDC - bancos- financiamento de automóveis 1,75% 23,14% 1,77% 23,43% 1,14% 0,02
Empréstimo pessoal-bancos 3,30% 47,64% 3,34% 48,33% 1,21% 0,04
Empréstimo pessoal-financeiras 7,22% 130,84% 7,24% 131,36% 0,28% 0,02
TAXA MÉDIA 5,82% 97,16% 5,86% 98,05% 0,69% 0,04
Fonte: Anefac



Para o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas altas podem ser atribuídas à expectativa de aumentos da taxa básica de juros (Selic), ao cenário econômico com tendência negativa e à expectativa de piora nos índices de inflação e crescimento.

Neste cenário, o risco de crédito aumenta, o que leva as instituições financeiras a elevarem o juro acima da elevação da Selic.

A taxa básica de juros subiu 3,50 pontos percentuais, ou 48,28%, de março de 2013 a março de 2014, passando de 7,25% ao ano para 10,75%.

No mesmo período, a taxa de juros média para a pessoa física subiu 10,08 pontos percentuais, ou 8,98%, passando de 87,97% ao ano para 98,05% ao ano.

A Anefac espera que a taxa Selic aumente novamente na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o que pode elevar ainda mais as taxas de juros das linhas de crédito.



A GE fez sua parte para empurrar o Brasil. Mas o país...


Poucas empresas apostaram tanto no crescimento do Brasil quanto a americana General Electric. O problema é que o país não colaborou — e a empresa teve problemas em suas principais áreas de negócio

Germano Lüders/EXAME
Fábrica de turbinas da GE
Fábrica de turbinas da GE: a empresa perdeu um contrato com a Embraer

São Paulo - Jeff Immelt, presidente mundial do conglomerado americano General Electric­ (GE), sempre foi um otimista convicto com o Brasil. Sua primeira visita, em 2005, encerrou um período de 25 anos sem que um presidente da empresa viesse ao país — seu antecessor, o mítico ­Jack Welch, basicamente ignorava o Brasil.

Desde então, Immelt sempre disse que o país era um de seus mercados mais promissores. Em 2011, o otimismo chegou ao ápice. Immelt foi o primeiro empresário a ser recebido por Dilma Rousseff após sua eleição. Anunciou que investiria 500 milhões de reais em um centro tecnológico a ser construído no Rio de Janeiro — um dos seis em todo o mundo.

O Brasil tinha se tornado o terceiro maior mercado para a GE — atrás de Estados Unidos e China. A economia do país havia crescido 7,5% em 2010, e o governo prometia investir 1,6 trilhão de dólares em infraestrutura até o fim de 2014.

Um dos maiores conglomerados do mundo, com receita de 140 bilhões de dólares em áreas que vão de petróleo a transportes, a GE parecia ser a empresa certa, no lugar certo. Mas, três anos depois, quase nada saiu como o previsto. A GE até fez sua parte para empurrar o Brasil. Já o Brasil...

A última visita de Immelt ao país, no fim de março, é simbólica. O plano inicial era que ele viesse cortar a fita do centro de pesquisas, cuja inauguração já havia sido adiada duas vezes. O convite chegou a ser enviado à presidente Dilma.

O centro teria até 250 pessoas, grande parte delas cientistas pesquisando novas tecnologias, principalmente para a exploração de petróleo. Mas a abertura foi adiada novamente. Em vez de fazer bonito com a presidente, Immelt foi a Brasília dizer que o Brasil ainda é prioridade.

Além do centro de inovação, a empresa enfrenta dificuldades em áreas como petróleo, transporte e aviação, que respondem por metade da receita no país. A GE não concedeu entrevista.

Em grande medida, a empresa foi vítima de um Brasil que não aconteceu. Como se sabe, de 2011 a 2013, o crescimento do país foi pífio. E alguns dos setores prioritários para a GE sofreram ainda mais. No setor de petróleo, todas as fornecedoras da Petrobras penam para atender às exigências de conteúdo nacional que o governo impôs. E a estatal é a maior cliente da GE no Brasil.

“Havia uma euforia generalizada com o pré-sal. Agora muita gente diminuiu o ritmo”, diz Maurício Guedes, gestor do parque tecnológico do Rio de Janeiro, onde fica o centro de inovação da GE. Diante do baixo-astral generalizado no setor de óleo e gás, a GE parece não ter pressa para inaugurar o centro de inovação.

Durante os tempos do Brasil maravilha, a GE também apostou alto nas empresas de Eike Batista. Em maio de 2012, anunciou um investimento de 300 milhões de dólares na compra de participação de 0,8% do capital do grupo EBX. Um bom relacionamento com o grupo poderia beneficiar a GE em projetos de petróleo e gás e geração de energia.

Isso, claro, se tudo desse certo com Eike, e não foi esse o caso. No segundo trimestre de 2013, a GE reconheceu em seu balanço que perdeu 108 milhões de dólares com a queda no valor das empresas de Eike.

Além da perda contábil, a GE se tornou um dos principais credores da OGX por causa de equipamentos não pagos. Conseguiu receber uma parte em março, quando a petroleira OGX pagou cerca de 75 milhões de reais a um grupo de fornecedores encabeçado pela GE.

Em outros mercados, houve uma combinação de crescimento abaixo do esperado e concorrência maior — afinal, a GE não foi a única multinacional a mergulhar em países emergentes na última década. Na divisão de transportes, a produção anual de locomotivas na fábrica de Contagem, no interior de Minas Gerais, caiu de 116 em 2011 para 50 unidades em 2013.

Em 2008, com a produção no limite, a empresa investiu 35 milhões de dólares para ampliar a capacidade da unidade. Desde então, sofre com a concorrência da americana Caterpillar, que há dois anos produz locomotivas na cidade vizinha de Sete Lagoas — perto o suficiente para se beneficiar da cadeia de fornecedores que a GE construiu ao longo de 50 anos na região.

“O mercado não cresceu e as encomendas foram divididas”, diz Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária. Mas talvez o pior baque tenha acontecido no mercado de aviação. Em 2013, a empresa perdeu para a americana Pratt Whitney a concorrência para ser a fornecedora de turbinas da nova família de jatos da Embraer, num contrato de 600 milhões de dólares anuais.

Desde 1999, a GE forneceu turbinas para mais de 1 000 aeronaves da Embraer. Somando todas as dificuldades, a GE não cresceu no país em 2013 — o faturamento repetiu 2012, na casa dos 3,3 bilhões de dólares. A meta era crescer mais de 10%. 

Não é, claro, um pesadelo. Muitos dos principais negócios da GE têm maturação longa. Mas a pressão por redução de custos é imediata. Segundo executivos da empresa, em algumas áreas a meta é cortar mais de 25% os custos administrativos em 2014.

Em julho de 2013, a GE transferiu a maior parte de seus funcionários administrativos para um novo edifício, em São Paulo, com o objetivo de economizar 30 milhões de reais em dez anos. A oferta de carros para os executivos foi reduzida e até o plano de saúde piorou.

É bem verdade que, em momentos de aperto em alguns negócios, a diversificação da GE vira um trunfo. A Celma, especializada na manutenção de turbinas de avião, já fatura mais de 1 bilhão de dólares. A divisão de equipamentos médicos fez duas aquisições desde 2012.

A empresa também ampliou sua fábrica de equipamentos para energia eólica em Campinas e anunciou a construção de outra para o Nordeste. Mas, passada a euforia com o Brasil, a GE já tem um novo mercado favorito: a África. Aos acionistas, Immelt disse que a meta é crescer 30% ao ano no continente. O Brasil não ajudou a GE — é natural que, daqui para a frente, a GE nos ajude um pouco menos também.

Jatos maiores da Embraer abocanham espaço de Boeing e Airbus


A quantidade de assentos do E-195 impulsiona o jato para um segmento que inclui fabricantes de aviões da Rússia, da China e do Japão

Christiana Sciaudone e Julie Johnsson, da
Divulgação/Embraer
Nova família de jatos E2, da Embraer
Nova família de jatos E2, da Embraer: o maior avião da família E2 terá 144 assentos, frente a 124 no atual modelo E-195

São Paulo - A Embraer SA está expandindo seus maiores e mais novos jatos regionais, apostando que pode abrir caminho para o mercado de aviões de fuselagem estreita dominado pela Boeing Co. e pelo Airbus Group NV.

O maior avião da família E2 terá 144 assentos, frente a 124 no atual modelo E-195, disse o vice-presidente Cláudio Camelier em uma entrevista. A meta de entrega é 2019, quando Boeing e Airbus estejam oferecendo versões atualizadas dos seus modelos mais vendidos de corredor único.

Como Boeing e Airbus estão obtendo poucos pedidos para suas ofertas de menor porte, os modelos Max e Neo, as fabricantes de aviões estão se focando em jatos de corredor único com cerca de 175 assentos, o que abre uma oportunidade para a Embraer e para a CSeries da Bombardier Inc.

O maior espaço na cabina do novo E-195 ajudará a Embraer enquanto seus maiores rivais recuam, disse Nick Heymann, analista da William Blair Co.

“Com o tempo, a Boeing e o Airbus cederão esta ponta do mercado à Embraer e à Bombardier”, disse Heymann em entrevista por telefone, de Nova York. “O avião da Embraer com motor novo ainda será mais competitivo do que o Neo e o Max em termos de custos”.

A quantidade de assentos do E-195 impulsiona o jato para um segmento que inclui fabricantes de aviões da Rússia, da China e do Japão, junto com aviões novos e usados da Boeing e do Airbus – ainda que a Embraer, com sede em São José dos Campos, São Paulo, diga que não enfrentará as fabricantes mais estabelecidas.

‘Não diretamente’

“Não estamos concorrendo diretamente com a Boeing e o Airbus”, disse o diretor comercial John Slattery em uma entrevista. “Os nossos amigos da Bombardier estão”.

 Nós vemos os E-Jets como potenciais substitutos” para as companhias aéreas que não podem preencher jatos maiores da Boeing e do Airbus em algumas rotas, disse Camelier da Embraer, responsável pela inteligência de mercado na divisão de aviação comercial da fabricante de aviões. “Pode ser uma grande oportunidade de mercado para nós”.

A Bombardier expressa um argumento similar para a CSeries, um avião totalmente novo. A ênfase da Boeing e do Airbus em jatos maiores de corredor único cria “exatamente a oportunidade que vimos com a CSeries – buscar um segmento do mercado que não era atendido por plataformas otimizadas”, disse Philippe Poutissou, vice-presidente de marketing da unidade de aviação comercial da Bombardier.


Alta das ações


A alta de 34 por cento das ações da Embraer desde o começo de 2013 superou o ganho de 8,6 por cento da Bombardier. As ações operavam ontem a 15 vezes os lucros estimados para 2014, ultrapassando o múltiplo de 9,8 da Bombardier, mostram dados compilados pela Bloomberg.

A Boeing e o Airbus estão atualizando seus modelos de fuselagem estreita para continuarem à frente dos recém-chegados e estão aumentando a ênfase nas versões de maior porte, onde os lucros são maiores, conforme o diretor operacional da Air Lease Corp., John Plueger.

Plueger disse que não se pode desconsiderar a ameaça apresentada à família E2 da Embraer pelos modelos usados 737 da Boeing e A319 do Airbus, porque “estão muito comprovados e agora são aviões usados de corredor único economicamente atraentes”.

Embora analistas como Stephen Trent do Citigroup Inc. tenham dito que a Embraer está em risco pelas demoras que podem afetar qualquer programa de desenvolvimento de aviões, Cai Von Rumohr, da Cowen Securities LLC, disse que enfocar os aviões existentes, ao invés de construir novos, ajuda a minimizar possíveis empecilhos.

Enquanto a reprojeção avança, a Embraer terá uma “boa dose de flexibilidade” para continuar sua expansão dos jatos E2, disse Heymann. “Não me surpreenderia se eles chegassem a 150 ou 160 antes de acabar”.

PT assume defesa incondicional da Petrobras


Partido afirma em resolução que a estatal é no momento "atacada pelos mesmos que, no passado, chegaram a mudar seu nome para Petrobrax e tentaram privatizá-la"

Beatriz Bulla, do
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Luiz Inácio Lula da Silva: carta da legenda vem dois dias depois da cobrança do ex-presidente, que disse que estatal não pode ser medida só por resultado de ações na Bolsa

São Paulo - A Comissão Executiva Nacional do PT saiu em defesa da Petrobras, em nota oficial, na tarde desta quinta-feira, após reunião em São Paulo.

Na resolução, o partido "assume a defesa incondicional da Petrobras" e afirma que a estatal é no momento "atacada pelos mesmos que, no passado, chegaram a mudar seu nome para Petrobrax e tentaram privatizá-la".

A carta da legenda vem dois dias depois da cobrança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que a estatal não pode ser medida apenas pelo resultado das ações na Bolsa e afirmou que o governo deve fazer um debate "ofensivo" para rebater as denúncias contra a Petrobras e defender a empresa com "unhas e dentes".

O comunicado em defesa da Petrobras, aprovado hoje pela Comissão Executiva Nacional da sigla, diz que "a ofensiva da oposição, que se voltou contra o sistema de partilha e contra o pré-sal, tem um único objetivo: fazer prevalecer interesses privados numa empresa que é, acima de tudo, patrimônio do povo brasileiro".