segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dilma defende doação da UTC para sua campanha



Henry Romero/Reuters
Presidente Dilma Rousseff faz discurso no México
Presidente Dilma Rousseff: apesar de criticar delatores, a presidente afirmou que a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal devem investigar as acusações
 
Cláudia Trevisan e Altamiro Silva Jr., do Estadão Conteúdo


Nova York - A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, 29, que a contribuição de R$ 7,5 milhões da empreiteira UTC para sua campanha foi registrada e realizada de maneira legal.

"Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é que é. Tentaram me transformar em uma delatora", afirmou a presidente em Nova York, em suas primeiras declarações públicas desde a divulgação da delação premiada do dono da empresa, Ricardo Pessoa.

Dilma ressaltou que a empresa também fez doações a seu adversário no segundo turno da eleição presidencial, Aécio Neves, em valores semelhantes aos recebidos por sua campanha. "Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo, se insinuam, alguns têm interesses políticos."
O terceiro motivo apresentado pela presidente para refutar as acusações foi o fato de ser mineira e ter crescido com lições sobre a Inconfidência Mineira. "E há um personagem que a gente não gosta, porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. E ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator. Eu não respeito delator", observou, mencionando o homem que traiu os inconfidentes.

Apesar de criticar delatores, a presidente afirmou que a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal devem investigar as acusações. "Tudo, sem exceção", ressaltou.

A presidente disse que tomará medidas contra Pessoa caso ele faça acusações contra ela. Quanto aos ministros mencionados na delação, Dilma afirmou que cabe a eles decidir o que fazer. Pessoa fez referência ao chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e ao secretário de Comunicação Social, Edinho Silva, que foi Tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição.
 

Petrobras


A Petrobras não tem uma participação muito grande no pré-sal, afirmou a presidente Dilma Rousseff em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira após encerrar um seminário em Nova York onde apresentou projetos de infraestrutura no Brasil.

A presidente Dilma afirmou que a Petrobras é uma boa parceira, porque quando os preços do petróleo estão mais baixos, os investidores e as empresas procuram diminuir o risco.

"Elas reduzem o risco selecionando os melhores projetos e selecionando parceiros que têm conhecimento do que fazem", disse a presidente, citando que a empresa brasileira ganhou o "Oscar do petróleo" na feira OTC, em Huston, este ano, principal encontro do setor de energia do mundo.

"Acredito que a Petrobras em exploração em lâminas d'água de sete mil metros é uma empresa bastante atraente como parceira", ressaltou Dilma. "A companhia conhece a bacia sedimentar brasileira e conhece o pré-sal porque descobriu o pré-sal."

Dilma ressaltou que em um momento de baixo preço do petróleo é importante investir onde se sabe que tem a commodity, onde há um produto de qualidade, o que diminui o risco. "Também é importante investir onde há regras claras, onde se respeita contratos, que não tem risco geopolítico".

O que fazer com o terrorismo de empresas de cobrança?




O advogado Lenio Streck conta como ficou refém da RR Advocacia 

Por Lenio Streck*, Espaço Vital



Quando repito uma frase famosa "hecha le ley, hecha la trampa", não é apenas uma frase de efeito. Conseguimos esgarçar os mínimos laços éticos da sociedade pindoramense. O cidadão é refém de empresas fantasmas e outros quetais. Vamos a um caso bizarro.

Tenho um financiamento pelo Bradesco-Tudo-de-Bra-pra-você referente à compra de um automóvel. Não escolhi o Tudo-de-Bra, é claro. Foi imposição da concessionária.

Pago religiosamente em dia. Tenho todos os recibos. Neste mês, recebi um telefonema de uma empresa de cobrança de São Paulo, chamada RR Advocacia. Quatro ligações me dizendo que eu estava inadimplente, atrasado na prestação e que teria que discutir a “questão”. Disse-lhes, já na primeira ligação, às 9h53, que estava paga e que eles fizessem o que quisessem. E que não mais ligassem.

Continuaram a ligar. Na verdade, não sei quantas vezes. Também recebi no dia 9 um SMS (9h35) de um telefone da Bahia (71-86055861 — que não atende quando você liga de volta), cobrando-me a mesma coisa. Eles atacam de todos os lados.

Dia 10, 9h41: SMS dizendo para entrar em contato URGENTE (sic) para pagar o débito (08000030800). A via crucis não para. Liguei para lá — Débora me atendeu. Falando gerundês. Dizendo que meu nome poderia ficar “sujo” (sic) se eu não pagasse.

Sigo. E volto dois dias. No mesmo dia 8 de junho recebi um e-mail (eles informam um e-mail: caue.motta@rradvocacia.adv.br), dizendo que estava atrasada a prestação e que se eu quisesse fazer negociação amigável (sic), entrasse em contato com o e-mail, esse acima, ou por telefone. Dizia o email: tens prazo. “O tempo é limitado”.

Caso contrário... Bem, o que acham?

Respirei profundamente e... liguei. Pedi para falar com um advogado. Disseram que os encarregados (que penso serem advogados) ainda não haviam chegado. Só podia ser atendido por funcionários. Liguei de novo e até brinquei com a moça que me atendeu, dizendo que eu não tinha dinheiro e queria “negociar”, só para ver até onde iriam.

Passaram-me para outra moça — técnica em negociação (sic) — que, falando gerundês, ofereceu-me uma “boa” proposta: o Bradesco tomaria meu carro e me devolveria parte do dinheiro. Seria um “bom negócio” para mim (vejam o absurdo: dei 60% de entrada, uma fortuna, já paguei 10 parcelas e eu devolveria ternamente o carro — ah, a mocinha ainda me perguntou: o carro está em bom estado? Senão vai dificultar!).

Disse-lhe: mas só uma prestação (pouco mais de R$ 2 mil) e já vão tomar o carro ou “se propõem a recebê-lo”?

“— Sim, é a norma do banco”.
“— Quem são vocês, perguntei?”
“— Somos a empresa de advocacia que cobra as contas atrasadas dos clientes do Bradesco”.

Vejam: eu pago em dia; informei tudo isso (e não adiantou); e, vejam: o “atraso” era de... 5 dias! E já estava com o “advogado”.

Falei-lhe então a verdade: (repeti) que eu já havia pago e que jamais uma proposta dessas poderia ser aceita.

Ela me disse: “— fazemos isso todos os dias”.

Uau. Coitado desse povo (coitado no sentido estrito da palavra).

Mas quem é a empresa? Quem é RR Cobrança ou RR Advocacia? Não tem telefone no saite. Tentei ligar de novo para o telefone da tal RR. Falei com Armando, Vitor, Micheli, Edileide, Flávia (supervisora) e Arnaldo Aquino (este era o chefe do departamento de cobrança). Todos disseram que não podiam falar sobre quem era o encarregado. Não estavam autorizados.

Quer dizer: eles podem lhe perturbar, ameaçar de cobrança judicial, mas você não tem o direito de saber quem é o advogado responsável. Façam-me o favor! Pedi de novo para falar com o advogado. Coloquei tudo isso no viva voz para que minha equipe ouvisse. Todos (de Armando a Arnaldo) disseram: o encarregado ainda não chegou.

Insisti: sou advogado e queria falar com o advogado que assina pelo escritório. Disse-lhes: indago tudo isso como profissional de advocacia. E eles, burocraticamente, diziam: não podemos dizer quem é o encarregado. Surreal!

Liguei para a OAB de São Paulo para saber quem estava por trás de RR Cobrança ou RR Advocacia. A OAB não soube dizer, porque com esse nome não tinha nenhuma sociedade ou empresa de advocacia. RR é nome de fantasia, como Casas da Banha ou Balão Mágico.

Liguei para o BRADESCO-TUDO-DE-BRA-PRÁ-VOCÊ (fone 40044433) e a atendente Elaine Moura me disse que só podia informar que a empresa de cobrança se chamava RR.

Só.

Insisti: Só RR? E Elaine: Sim, aqui só está escrito RR. Bingo. E me passou o telefone da RR: 08005805002. Binguíssimo. Foi para onde já havia ligado...! Voltei à estaca zero. Pedi para seis pessoas de minha equipe procurarem alguma pista da tal RR, dos sócios que não se sabe quem são, etc. Nada. Tudo fantasma. Fomos atrás do saite e facebook. Nenhum telefone. Nenhuma pista.

Por fim, às 11h30 descobri que RR Advocacia ou RR Cobrança vinha de Rocha e Ruiz Advogados Associados. Então liguei novamente para a OAB-SP e fui informado que o único número registrado da Rocha e Ruiz Advogados era 4083.3867. Liguei imediatamente para lá e tive mais uma decepção, já que a atendente afirmou que eu estava ligando para a... cobrança Itaú (um setor da RR). O Itaú faz a mesma coisa que o Bradesco, só para registrar.

Era o fim de uma longa jornada malsucedida, em que passei horas e horas perdendo o meu precioso tempo sem resolver o grande imbróglio criado por eles.
Pindorama: faroeste caboclo — só não se sabe quem são os mocinhos

Eis o que o Brasil virou. Eis o que virou a advocacia de Pindorama. Se nem eu consigo resolver isso, o que dizer de pessoas que não tem acesso aos mecanismos institucionais? Pindorama virou um país do vale-tudo. 
Da anomia. Um país de fancaria. Você recebe telefonemas e e-mails de uma empresa de cobrança (que tem por trás, segundo o e-mail, uma empresa de advocacia) e não consegue saber com quem você está tratando.

E a ética? E a legislação? Pode um grupo de funcionários ficar ligando e cobrando contas atrasadas (atrasadas — sic — porque não era o caso) e fazendo “negociação” (sic) que envolve direitos fundamentais das pessoas? Não esqueçamos (Pindorama ainda é capitalista): Um bem — no caso, um automóvel — é uma propriedade. E a propriedade tem proteção constitucional. Está no artigo 5º. E quem quer negociá-la (retirá-la) de você é uma mocinha-não-advogada? Uma prestação atrasada (sic) e o Tudo-de-Bra-Prá-Você, através da RR Advocacia, já quer tirar o bem financiado?

Um bem cuja entrada foi de mais de R$ 80 mil seria devolvido por causa de uma prestação e a mocinha diz que “isso seria bom para mim”? Quem vai querer fazer financiamento num banco como esse? Fujam do Tudo-de-Bra (esse banco desconhece o Código do Consumidor e a Constituição que estabelece respeito aos direitos fundamentais). Esse banco não espera nem os dez dias que constam no boleto e já manda para o escritório de advocacia, que passará a aterrorizar o vivente?

Fujam dos escritórios de cobrança (o que é impossível, porque bancos como o Bradesco e Itaú remetem nos primeiros dias para o advogado). Fujam de RR Cobrança. Fujam para as montanhas. Lá está o cume. E só o alto da montanha é um lugar seguro contra a barbárie.

Socorro, OAB-SP. Socorro, OAB nacional. Socorro, Febraban. Socorro Procon. E o Ministério Público, nada faz em relação a isso? O saite da empresa está recheado de queixas. Basta acessar.

Ainda estou impactado: Um funcionário semialfabetizado (é o que apareceu e isso também decorre da avaliação de quem ouviu a conversa) — que atua em nome de um escritório de advocacia (pelo jeito, gigante, porque deve ter sucursais até na Bahia, em face do prefixo 71) — quer “negociar a devolução de seu carro”, porque será um “bom negócio”. E isso depois de perturbarem durante três dias com ligações telefônicas, SMS e e-mail! Não consigo acreditar. Ah: como tenho o comprovante, suponha-se que o banco no qual efetuei o pagamento não tenha remetido o dinheiro para o Tudo-de-Bra; e daí? Só mais uma prova de que nem os bancos se entendem entre si; isto se chama de canibalismo bancário e eu não tenho nada a ver com isso! De todo modo, comuniquei ao meu banco (Banrisul) — protocolo 154507702.

Isso deve acontecer diariamente a — e com — milhões de brasileiros, vítimas de cobranças indevidas, propostas indecorosas lesivas aos clientes, cobranças feitas por pessoas que não são advogados, empresas de cobrança que mandam email informando que se trata de cobrança de escritório de advocacia, para assustar o incauto. Se com seis dias de pretenso atraso já ocorre isso, imagine se o atraso for de trinta dias. 

Neste caso, eles esfolam o cliente, penduram no pau-de-arara e outros quetais.
É evidente que eles põem esse e-mail para assustar o cliente. Respondi o e-mail e não obtive resposta. Perguntei quem eram eles, etc. Nada. Era, pois, fake. Ética? Zero. Afinal, depois de dizerem que você está atrasado e que podem negociar isso, a colocação de um e-mail de escritório de advocacia dá o ar “oficial”.

Espero que seja feita investigação sobre o proceder do banco e das empresas desse jaez. E, por favor, se alguém souber o telefone de alguém da RR Advocacia ou RR Cobrança, passem-me. Quero falar com o Rocha ou o Ruiz. Um dos dois “R”s. Quero perguntar se eles acham ético o proceder da empresa que capitaneiam. E quero perguntar por que tentaram “negociar” comigo condições absolutamente leoninas. E colocarem alguém não-advogado para tratar de um assunto reservado a advogado (contrato envolvendo direito fundamental de propriedade de alto valor). E eles não sabem o que é repetição de indébito? Não sabem o que é perturbação do sossego alheio? Não sabem o que dano moral?

Isso. Curto e grosso. Perco a paciência com Pindorama, pois se tornou uma terra sem lei. E isso está ocorrendo em todas as áreas. Alunos desrespeitam professores; crianças com três ou quatro pais, cinco avôs; usucapião em terras públicas; leis desobedecidas cotidianamente, o que se tornou um tormento para os pindoramenses; você liga para um 0800 para reclamar e fala com uma máquina; ministro da Justiça que diz que, fosse preso, “se mataria”; condenados que são liberados porque não há vagas em presídios; companhias áreas que fazem cárcere privado de seus passageiros (5 horas as pessoas ficaram retidas na aeronave em um voo em Campinas no final de semana); empresas que oferecem internet a R$ 6,90 por semana (experimente para ver o que é possível acessar com isso); companhias telefônicas lesam milhões de pessoas em apenas um dia; nem o futebol está livre da corrupção; segurança pública num estado deprimente, já que o máximo que a polícia diz é que você deve levar o dinheiro do ladrão separado no bolso; Câmara dos Deputados coloca uma emenda de R$ 1 bilhão para construir um shopping; pessoas tomando soro em pé...

Paro por aqui. Tem horas que dá vontade de largar tudo. Perdemos a capacidade de indignação. Fomos vencidos. E tudo sob a égide de um...Código do Consumidor! Viva! Hecha la ley, hecha la trampa.
Pindorama: paraíso da iniquidade!


*Procurador de justiça aposentado e advogado.
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Oferta da Potash pela K+S é inadequada, dizem especialistas




Bloomberg
Cloreto de potássio na K%2BS Kali GmbH, na Alemanha
Cloreto de potássio na K+S: O preço indicado, de 40 euros por ação, é visto por alguns como demasiadamente baixo e não reflete os benefícios da Potash ao adquirir a empresa


São Paulo - Um dia após a proposta da fabricante de fertilizantes canadense Potash Corp. para adquirir a alemã K+S, analistas do mercado tem visões distintas quanto à transação.

O valor indicado, os benefícios com a união das duas companhias e os obstáculos regulatórios ao acordo são os pontos mais comentados no mercado.

O preço indicado, de 40 euros por ação, é visto por alguns como demasiadamente baixo e não reflete os benefícios da Potash ao adquirir a K+S. O banco WGZ, por exemplo, alega que uma oferta no valor de 46 euros por ação da K+S seria mais apropriada.
O Société Générale, em contrapartida, avalia que a oferta é muito atrativa para a K+S. Entretanto, outro analista afirma que, apesar de o valor não ser ruim, um ponto crucial que ainda não foi divulgado é o porcentual que será pago em dinheiro e em ações.

Além de diversificar a área de atuação e a exposição a culturas da Potash, a aquisição da K+S iria fornecer uma fluxo de rendimentos e lucros mais flexível à Potash, avaliou a consultoria Bernstein.

Além disso, a K+S tem uma forte posição no mercado europeu de cloreto de potássio, e uma posição ainda mais ampla no segmento de sulfato de potássio.

Entretanto, para que qualquer acordo possa ser concluído, a Potash provavelmente terá de se comprometer com salários futuros e com o número de funcionários na Alemanha.

As sinergias devem ser limitadas, já que há pouca sobreposição de operações existentes, avalia o Bernstein, que estima uma probabilidade de 75% de conclusão do acordo, alegando que a K+S deve obter maior valor se for adquirida pela Potash.

Muitos analistas, entretanto, apontam que a transação pode enfrentar obstáculos regulatórios. O banco canadense TD lembra que a aquisição fará com que a empresa detenha 30% das negócios mundiais de potássio.

A K+S é a sexta maior produtora de potássio, representando 8% do mercado global, enquanto a Potash detém cerca de 17% das operações mundiais.

O Equinet Bank afirma que o padrão regional de vendas das duas companhias é complementar, o que poderia gerar um controle de mais de 50% nas regiões de origem das duas empresas - América do Norte e Europa.

As operações internacionais da Potash se concentram na Índia e China, enquanto a K+S é mais forte no Brasil.

Enquanto isso, o banco BMO avalia que é improvável que a Potash compre a K+S. Analistas do banco lembram que o órgão regulador de mercado da Alemanha impediu uma fusão similar entre as duas companhias em 1997.

O banco diz, ainda, que "não está convencido de que o acordo faz sentido, estrategicamente, para a Potash", uma vez que a K+S opera minas de potássio de alto custo e rendimentos pequenos.

No entanto, ao obter o controle da mina canadense da K+S, a Potash poderia ganhar novamente alguma influência na formação internacional de preços. Fonte: Dow Jones Newswires.


United compra 5% da Azul por US$ 100 mi



Mario Roberto Duran Ortiz/Wikimedia
Jato Embraer 190 da Azul
Avião da Azul: parceria envolve o direito de a United ter um membro no Conselho de Administração da Azul 

Da REUTERS

São Paulo - A Azul Linhas Aéreas e a United Airlines, do grupo United Continental, anunciaram acordo nesta sexta-feira por meio do qual a companhia aérea norte-americana comprará 5 por cento do capital da empresa brasileira por 100 milhões de dólares.

A parceria dará a United o direito de nomear um membro para o Conselho de Administração da Azul. As duas empresas também fecharam um acordo de compartilhamento de voos.

A participação do presidente-executivo e fundador da Azul, David Neeleman, de cerca de 67 por cento do capital, não terá mudança relevante com a operação, já que a entrada da United será feita por meio de uma injeção de capital. "Queremos tudo", disse Neeleman a jornalistas, ao responder pergunta se o objetivo do acordo é o de aproximar a Azul da rival Gol, que tem parceria com outra companhia aérea norte-americana, a Delta, para atuar no exterior.
"Com a força que temos em aviação regional, isso nos ajuda a fazer mais de tudo e ganhar em capilaridade." Juntas, as empresas poderão oferecer ligações para mais de 450 destinos, com mais de 6 mil vôos diários, segundo as companhias. Apesar disso, a Azul disse que não desistiu de lançar seu próprio voo para Nova York no ano que vem.

Dentro de cerca de 30 dias, a Azul já deve ter opções de venda de passagens dentro da parceria no modelo interline. O acordo de compartilhamento de voos depende de aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O vice-presidente financeiro da United, John Rainey, disse que a opção por investir na Azul em vez de apenas um acordo de compartilhamento de voos ocorreu pelo interesse por uma parceria de longo prazo.

"Estamos focados no 5 por cento, nesse momento é adequado", disse, ao ser questionado sobre a chance de elevar a fatia na Azul.

O acordo da Azul com a United foi anunciado apenas duas semanas após o consórcio liderado por Neeleman vencer a disputa pela compra de 61 por cento da ex-estatal portuguesa TAP por 354 milhões de euros.
 
IPO E VALOR DE MERCADO

O acordo atribui um valor de mercado à Azul de cerca de 2 bilhões de dólares, uma avaliação mais generosa do que a exibida pela rival Gol, cujo valor na bolsa com base no preço de sua ação no fechamento da quinta-feira era próximo de 700 milhões de dólares.

A Gol tem apenas um terço do capital no mercado, todo ele distribuído em ações sem direito a voto.

Há quase um mês, a Azul desistiu pela terceira vez em menos de dois anos o plano de realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bovespa, devido a condições adversas de mercado.

Questionado se mantém interesse na listagem, Neeleman disse que a operação ocorrerá quando o mercado estiver mais propício.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Pedido de HC para Lula é negado e trava sistema eletrônico do TRF-4

Página da Justiça Federal da 4ª Região mostra o pedido de habeas corpus em favor de Lula (Foto: Reprodução/Internet)




As notícias de que um “voluntário” apresentou pedido de Habeas Corpus em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criaram uma onda de acessos ao portal da Justiça Federal e prejudicaram o sistema processual eletrônico. Para barrar o excesso de consultas, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decretou segredo de Justiça do processo por 48 horas.

O desembargador federal João Pedro Gebran Neto rejeitou o pedido nesta quinta-feira (25/6). Segundo ele, “não existe qualquer fundamento legal para a pretensão”, pois o “autor popular não traz qualquer informação concreta sobre aquilo que imagina ser uma ameaça ao direito de ir e vir do paciente”.

A decisão atende a pedido dos próprios advogados de Lula, do escritório Teixeira, Martins Advogados, que afirmaram à revista Consultor Jurídico terem pedido para a Justiça rejeitar o HC.

“Cuida-se apenas de aventura jurídica que em nada contribui para o presente momento, talvez prejudicando e expondo o próprio ex-presidente, vez que o remédio constitucional (Habeas Corpus preventivo) foi proposto à sua revelia”, escreveu Gebran. O desembargador disse que o autor usou em sua petição notícias de jornais, revistas e portais de informação, que “não servem como fundamento”.

Ele afirmou ainda que a petição será enviada ao Ministério Público Federal “para adoção de providências cabíveis”, tendo em vista que o autor usou linguagem “imprópria, vulgar e chula, inclusive ofendendo a honra de várias pessoas nominadas na inicial”.

O desembargador também julgou prejudicado o pedido apresentado pela defesa de Lula para que Habeas Corpus não fosse conhecido. Gebran disse que o pedido formulado por Ramos Thomaz já foi negado liminarmente, não cabendo análise da solicitação feita pela defesa do ex-presidente.


Voluntarismo
 

O autor refere-se ao juiz Sergio Moro como “hitleriano” e “moralmente deficiente”, além de dizer que o responsável pela operação “lava jato” — que investiga um esquema de corrupção na Petrobras — teria fraudado uma sentença contra o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Maurício Ramos Thomaz já ingressou com 145 HCs no Supremo Tribunal Federal em favor de terceiros, normalmente à revelia — sem que os "beneficiados" pelas peças tenham feito qualquer pedido.

Segundo o juiz federal Sergio Fernando Moro, responsável pelas ações decorrentes da operação "lava jato" em Curitiba, não há na 13ª Vara Federal de Curitiba nenhuma investigação em curso relacionada a Lula.  

Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-4.

*Notícia atualizadas às 21h do dia 25/6 para acréscimo de informações.


HC 5023661-46.2015.404.0000

Clique aqui para ler a decisão.
Clique aqui para ler o pedido de HC.
Clique aqui para ler a petição dos advogados de Lula.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Lone Star Funds comprará Home Properties por US$7,6 bilhões


thinkstock
Imóveis
Imóveis: negócio dará à Lone Star 121 condomínios com 41.917 apartamentos
Ankit Ajmera, da REUTERS


A empresa de private equity Lone Star Funds disse que aceitou comprar a companhia de fundos imobiliários Home Properties por cerca de 7,6 bilhões de dólares, incluindo dívida.
A ação da Home Properties, que detém e opera condomínios de apartamentos nos subúrbios das principais áreas metropolitanas na costa leste dos Estados Unidos, subiam mais de 2 por cento nesta segunda-feira.

A Lone Star, que investe no mercado imobiliário, ações, crédito e outros ativos financeiros, ofereceu comprar a Home Properties por 75,23 dólares por ação em dinheiro, um prêmio de 3,4 por cento sobre o fechamento dos papéis na sexta-feira.
O negócio dará à Lone Star 121 condomínios com 41.917 apartamentos. É a segunda maior compra do ramo desde que comprou um portfólio por 1,8 bilhão de dólares em 2014.

A Home Properties também venderá até seis propriedades avaliadas em 908 milhões de dólares para a UDR, numa transação separada.

A oferta da Lone Star vem com uma cláusula, na qual a Home Properties pode pedir propostas alternativas de outras partes nos próximos 30 dias.

A Home Properties será uma companhia de capital fechado, um ano após a conclusão do negócio.

Neeleman quer aposta forte da TAP nos EUA e no Brasil


Stephen Chernin/Getty Images
 
David Neeleman, fundador da Azul
David Neeleman: "vamos expandir muito para os Estados Unidos, há muitas oportunidades lá e no Brasil"
Da REUTERS


A TAP-Portugal vai apostar forte nos mercados dos Estados Unidos e Brasil sob a égide do consórcio dos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman, que querem que a companhia aérea voe para 10 novos destinos em cada um dos locais.

"Vamos expandir muito para os Estados Unidos, há muitas oportunidades lá e no Brasil. Mais 10 destinos nos EUA achamos que podemos voar, mais oito ou 10 no Brasil", disse o empresário na cerimônia de assinatura do acordo de privatização da TAP.

Atualmente, a TAP opera diretamente voos para Newark, em Nova York, e para Miami. No Brasil opera voos para 11 destinos.
David Neeleman, que tem dupla nacionalidade, brasileira e norte-americana, detém a companhia aérea brasileira Azul e fundou a JetBlue Airways, uma linha aérea de baixo custo sediada em Nova York e de cuja liderança ele saiu em 2007.

Em 11 de junho, o governo de Portugal anunciou que o consórcio Gateway, que alia Neeleman a Humberto Pedrosa, presidente do Grupo Barraqueiro, venceu a disputa pela privatização de 61 por cento da TAP.