As notícias de que um “voluntário” apresentou pedido de Habeas Corpus
em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criaram uma onda de
acessos ao portal da Justiça Federal e prejudicaram o sistema
processual eletrônico. Para barrar o excesso de consultas, o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região decretou segredo de Justiça do processo
por 48 horas.
O desembargador federal João Pedro Gebran Neto
rejeitou o pedido nesta quinta-feira (25/6). Segundo ele, “não existe
qualquer fundamento legal para a pretensão”, pois o “autor popular não
traz qualquer informação concreta sobre aquilo que imagina ser uma
ameaça ao direito de ir e vir do paciente”.
A decisão atende a pedido dos próprios advogados de Lula, do escritório Teixeira, Martins Advogados, que afirmaram à revista Consultor Jurídico terem pedido para a Justiça rejeitar o HC.
“Cuida-se
apenas de aventura jurídica que em nada contribui para o presente
momento, talvez prejudicando e expondo o próprio ex-presidente, vez que o
remédio constitucional (Habeas Corpus preventivo) foi proposto à sua
revelia”, escreveu Gebran. O desembargador disse que o autor usou em sua
petição notícias de jornais, revistas e portais de informação, que “não
servem como fundamento”.
Ele afirmou ainda que a petição será
enviada ao Ministério Público Federal “para adoção de providências
cabíveis”, tendo em vista que o autor usou linguagem “imprópria, vulgar e
chula, inclusive ofendendo a honra de várias pessoas nominadas na
inicial”.
O desembargador também julgou prejudicado o pedido
apresentado pela defesa de Lula para que Habeas Corpus não fosse
conhecido. Gebran disse que o pedido formulado por Ramos Thomaz já foi
negado liminarmente, não cabendo análise da solicitação feita pela
defesa do ex-presidente.
Voluntarismo
O autor refere-se ao juiz Sergio Moro como “hitleriano” e “moralmente
deficiente”, além de dizer que o responsável pela operação “lava jato” —
que investiga um esquema de corrupção na Petrobras — teria fraudado uma
sentença contra o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Maurício
Ramos Thomaz já ingressou com 145 HCs no Supremo Tribunal Federal em
favor de terceiros, normalmente à revelia — sem que os "beneficiados"
pelas peças tenham feito qualquer pedido.
Segundo o juiz federal
Sergio Fernando Moro, responsável pelas ações decorrentes da operação
"lava jato" em Curitiba, não há na 13ª Vara Federal de Curitiba nenhuma
investigação em curso relacionada a Lula.
Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-4.
*Notícia atualizadas às 21h do dia 25/6 para acréscimo de informações.
HC 5023661-46.2015.404.0000
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