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Dos 22 setores da indústria no Estado, 18 demitiram, só 2 contrataram e outros 2 permaneceram estáveis ante abril
Gustavo Porto, do Estadão Conteúdo
Ribeirão Preto - A indústria
paulista demitiu 17 mil trabalhadores em maio, acumula saldo negativo
de 35 mil cortes em 2015 e de 181 mil demissões em 12 meses, informou
nesta quinta-feira, 18, a Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp).
Com os dados, a entidade estima que as demissões somem 150 mil este
ano, uma queda de 6% no nível de emprego na comparação anual, recorde
desde que a série histórica de dados foi iniciada, em 2005.
"É a maior perda de empregos absolutos, superando até mesmo a queda
ocorrida no ano da crise (2009)", informou o diretor do Departamento de
Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, se
referindo ao saldo negativo de empregos de 110 mil, registrado em 2009.
Dos 22 setores da indústria no Estado, 18 demitiram, só 2 contrataram e outros 2 permaneceram estáveis ante abril.
Com as demissões em maio, o nível de emprego da indústria paulista caiu
0,86% ante abril de 2015, na série com ajuste sazonal. Na mesma base de
comparação, o Índice de Nível de Emprego recuou 0,70% na série sem
ajuste sazonal.
Ao comparar maio de 2015 com o mesmo mês do ano passado, o nível de
emprego recuou 6,86% na indústria paulista. Segundo Francini, o
resultado é "muito ruim, e no segundo semestre há de aprofundar a crise
na indústria de transformação e na economia brasileira".
O Depecon estima que a economia deve encolher 1,7% no País em 2015, com
viés de baixa. Ainda segundo o economista, o ajuste fiscal, como está
sendo conduzido pelo governo, não consegue conviver com taxa de
crescimento econômico.
Setores
Em crise, a indústria automotiva (veículos automotores, reboques e
carrocerias) continuou como a que mais cortou empregos no mês passado no
Estado, com 4.307 demissões, seguida pela de produtos de metal, exceto
máquinas e equipamentos, com 3.202 cortes, e pela indústria de máquinas e
equipamentos, com 1.789.
Assim como em abril, a indústria de produtos alimentícios foi a que a
mais contratou, com 2.276 empregados, seguida pela de coque, derivados
de petróleo e biocombustíveis, com 259 empregos.
Os setores que mais contrataram puxaram o nível de emprego em regiões produtoras de alimentos e biocombustíveis.
A liderança ficou com a indústria de Santa Bárbara d'Oeste, com aumento
de 2,65% no nível de emprego em maio ante abril, impulsionado pelos
segmentos de produtos alimentícios (48,36%) e de produtos têxteis
(1,80%).
Matão e Sertãozinho, puxados pela indústria alimentícia (processadora
de laranja e cana), avançaram, 1,35% e 1,33%, respectivamente, em maio
ante abril.
Em contrapartida, a região de Osasco, registrou queda 2% no nível de
emprego em maio, puxada pelos cortes na indústria automotiva e de
autopeças; a de Bauru recuou 1,93%; e a de Santo André, 1,85%.
Ao todo, das 36 regiões apuradas pela Fiesp 26 sofreram queda no emprego, 8 anotaram alta e duas ficaram estáveis.
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