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Cloreto de potássio na K+S: O preço indicado, de 40 euros por ação, é
visto por alguns como demasiadamente baixo e não reflete os benefícios
da Potash ao adquirir a empresa
São Paulo - Um dia após a proposta da fabricante de fertilizantes
canadense Potash Corp. para adquirir a alemã K+S, analistas do mercado
tem visões distintas quanto à transação.
O valor indicado, os benefícios com a união das duas companhias e os
obstáculos regulatórios ao acordo são os pontos mais comentados no
mercado.
O preço indicado, de 40 euros por ação,
é visto por alguns como demasiadamente baixo e não reflete os
benefícios da Potash ao adquirir a K+S. O banco WGZ, por exemplo, alega
que uma oferta no valor de 46 euros por ação da K+S seria mais
apropriada.
O Société Générale, em contrapartida, avalia que a oferta é muito
atrativa para a K+S. Entretanto, outro analista afirma que, apesar de o
valor não ser ruim, um ponto crucial que ainda não foi divulgado é o
porcentual que será pago em dinheiro e em ações.
Além de diversificar a área de atuação e a exposição a culturas da
Potash, a aquisição da K+S iria fornecer uma fluxo de rendimentos e
lucros mais flexível à Potash, avaliou a consultoria Bernstein.
Além disso, a K+S tem uma forte posição no mercado europeu de cloreto
de potássio, e uma posição ainda mais ampla no segmento de sulfato de
potássio.
Entretanto, para que qualquer acordo possa ser concluído, a Potash
provavelmente terá de se comprometer com salários futuros e com o número
de funcionários na Alemanha.
As sinergias devem ser limitadas, já que há pouca sobreposição de
operações existentes, avalia o Bernstein, que estima uma probabilidade
de 75% de conclusão do acordo, alegando que a K+S deve obter maior valor
se for adquirida pela Potash.
Muitos analistas, entretanto, apontam que a transação pode enfrentar
obstáculos regulatórios. O banco canadense TD lembra que a aquisição
fará com que a empresa detenha 30% das negócios mundiais de potássio.
A K+S é a sexta maior produtora de potássio, representando 8% do
mercado global, enquanto a Potash detém cerca de 17% das operações
mundiais.
O Equinet Bank afirma que o padrão regional de vendas das duas
companhias é complementar, o que poderia gerar um controle de mais de
50% nas regiões de origem das duas empresas - América do Norte e Europa.
As operações internacionais da Potash se concentram na Índia e China, enquanto a K+S é mais forte no Brasil.
Enquanto isso, o banco BMO avalia que é improvável que a Potash compre a
K+S. Analistas do banco lembram que o órgão regulador de mercado da
Alemanha impediu uma fusão similar entre as duas companhias em 1997.
O banco diz, ainda, que "não está convencido de que o acordo faz
sentido, estrategicamente, para a Potash", uma vez que a K+S opera minas
de potássio de alto custo e rendimentos pequenos.
No entanto, ao obter o controle da mina canadense da K+S, a Potash
poderia ganhar novamente alguma influência na formação internacional de
preços. Fonte: Dow Jones Newswires.
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