Alvo é chegar a um volume de R$ 50 bilhões nos próximos três anos
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro (foto), se comprometeu a
aumentar os recursos destinados a projetos de alta tecnologia já neste
ano, para R$ 22 bilhões (cerca de 4% dos desembolsos), e mais que dobrar
o montante até 2020. Ele também reconheceu, durante a abertura do
Congresso Brasileiro de Indústria 4.0 na terça-feira (5) na sede da
Fiesp, que o Brasil está no fim da fila do processo de inovação
industrial em relação aos outros países desenvolvidos. “O valor de R$
22 bilhões é pouco diante da necessidade de entrarmos no jogo”,
argumentou, reiterando que o compromisso do banco é chegar a um volume
de R$ 50 bilhões nos próximos três anos.
O presidente do BNDES
afirmou que a área de tecnologia e inovação é muito afetada pela
descontinuidade do apoio aos projetos, que nascem com algum fôlego
financeiro, mas depois são esquecidos. Outra falha é que programas
bem-sucedidos não são replicados em outras regiões do país. Rabello de
Castro citou, como exemplo, o Porto Digital de Recife (PE). “Esse polo
criou, sozinho, 8 mil empregos. Por que ele não foi levado para outros
lugares?”, questionou Rabello. O economista lembrou ainda a primeira
fábrica de chips em Ribeirão das Neves (MG), que obteve um aporte de
mais de R$ 1 bilhão. A unidade já está pronta, porém até hoje não opera
devido à burocracia.
De
acordo com levantamento do Departamento de Competitividade e Tecnologia
da Fiesp (Decomtec), enquanto em 2015 os brasileiros enfrentavam a pior
crise da história do país, outras nações caminhavam rumo a novas
tecnologias. A China adquiriu nesse mesmo ano 68,6 mil robôs. Na Coreia
do Sul, foram 38,3 mil, e no Japão, pouco mais de 35 mil. O Brasil ficou
em último lugar no ranking, com apenas 1,4 mil aquisições, atrás de
Índia e Tailândia.
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