quarta-feira, 3 de março de 2021

Quatro conselheiros da Petrobras pedem para deixar o cargo após troca de comando da estatal


Proposta do governo era que integrantes do conselho continuassem no cargo em uma nova gestão sob comando do general Joaquim Silva e Luna.

Por G1


4 conselheiros da Petrobras pedem pra deixar os cargos após interferência de Bolsonaro

4 conselheiros da Petrobras pedem pra deixar os cargos após interferência de Bolsonaro

Quatro membros do conselho de administração da Petrobras informaram na noite desta terça-feira (2) que não aceitarão a recondução ao cargo na próxima assembleia geral extraordinária da estatal. São eles: João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha.

A decisão ocorre após o presidente Jair Bolsonaro indicar o general Joaquim Silva e Luna no comando da petroleira para o lugar de Roberto Castello Branco por críticas à política de preços da companhia. O mandato de Castello Branco acaba em 20 de março. 

 

https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/02/quatro-conselheiros-da-petrobras-pedem-para-deixar-o-cargo-apos-troca-de-comando-da-estatal.ghtml

Magazine Luiza compra VipCommerce, plataforma de e-commerce de supermercados

Magazine Luiza: como a empresa se valorizou 1000% em 4 anos?

O Magazine Luiza acaba de anunciar a aquisição da VipCommerce, plataforma de e-commerce com foco no varejo de alimentos. A ferramenta cria lojas digitais para desktop, celular e aplicativos para supermercados, e oferece ainda tecnologia de gestão de estoques. Ao todo, a empresa oferece tecnologia para mais de 100 redes de supermercados, com 400 lojas localizadas em 18 Estados do País. O valor da transação não foi divulgado.

Com a aquisição, o Magalu coloca todos essas parcerias para dentro de sua carteira. O plano agora é trazê-los também para dentro do aplicativo do Magazine Luiza, além de oferecer nos aplicativos de cada supermercado os serviços de antecipação de recebíveis e logística da companhia. Esse é o primeiro passo significativo do Magazine Luiza na direção da venda de alimentos frescos, como produtos de hortifruti.

“Quando alguém faz compras de mercado, com cesta grande de produtos, a experiência é melhor quando se faz essa compra dentro de uma loja específica perto da casa do cliente”, diz o diretor executivo de e-commerce do Magazine, Luiza Eduardo Galanternick.

Ele conta que, hoje, para fazer essa compra completa no aplicativo da companhia o cliente acaba selecionando determinados produtos de estoque próprio do Magalu e outros de lojas do marketplace, assim, a experiência fica prejudicada, já que são necessárias várias entregas, até em dias diferentes para finalizar a compra.

 

Magalu Anuncia Aquisição - Varejista Avança na Venda de Produtos de Mercado

Magalu Anunci


Magalu Anuncia Aquisição
  Com 1.237 lojas pelo país, o varejista Magalu anuncia a aquisição da VipCommerce, plataforma de e-commerce white label focada no varejo de alimentos. Segundo a empresa, a ferramenta funciona como um atalho para que varejistas se conectem ao marketplace do Magalu e oferece a gestão do ciclo do pedido, da compra à entrega final, e o controle de estoque em tempo real. A VipCommerce permite que varejistas criem lojas digitais para desktop, celular e aplicativos. Com a compra, o Magazine Luiza avança na venda de produtos de supermercado. A categoria representa cerca de 40% dos itens vendidos no e-commerce. Atualmente, a base da VipCommerce conta com mais de 100 redes de supermercados, com 400 lojas em 18 estados.

 

Mint Capital, controladora da Bahema Educação, compra unidade da Rede Decisão

Em breve na B3: primeiro fundo de imóvel escolar com alvos de R$ 800 mi | Exame

A gestora Mint Capital, controladora da Bahema Educação, concluiu nesta terça-feira, 2, a aquisição do imóvel do Colégio Pop, unidade da Rede Decisão localizada no bairro São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. O acordo, no valor de R$ 10 milhões, prevê a utilização pela grupo vendedor por dez anos.

Por meio do fundo imobiliário Mint Educacional, a gestora adquire imóveis de empresas do setor e aluga a prazos longos, geralmente para a própria companhia que era proprietária. “Essas instituições já são os melhores operadores (do setor), e acreditamos que serão os maiores destaques educacionais no futuro. Com isso, o investidor tem uma previsibilidade de receita e rendimento muito grande”, afirma Marcelo Walton, sócio da Mint Capital.

O colégio é a terceira aquisição imobiliária para o portfólio do fundo. Atualmente, o Mint Educacional possui a unidade da Faculdade Una Aimorés, operada pela Ânima Educação em Belo Horizonte (MG), e da Escola Parque Barra, operada pela Bahema na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Juntos, os ativos equivalem a aproximadamente R$ 100 milhões em patrimônio.

Segundo Walton, o fundo continua buscando oportunidades de aquisições em diferentes cidades. O objetivo é entrar para o mercado do varejo, já que o fundo atualmente é aberto somente para investidores qualificados (que têm mais de R$ 1 milhão investidos no mercado financeiro). “Para chegar ao varejo, o fundo precisa estar com um porte maior. Pretendemos nos próximos meses concluir novas operações, no mesmo nível de qualidade, para chegar a um fundo ao final do ano de pelo menos R$ 500 milhões de patrimônio”, afirma.

O sócio da Mint Capital acredita que, apesar da pandemia, o setor de educação permanece aquecido em transações, e que a demanda das redes educacionais por novas unidades está aumentando.

“É um setor extremamente resiliente, porque educação é um dos grandes investimentos que as famílias fazem por seus filhos. Apesar dessa crise, não tivemos nenhum tipo de ruído no nosso portfólio: todos os aluguéis foram pagos. Isso mostra que soubemos selecionar o que acreditávamos ser o melhor no setor. Em grandes linhas, conseguimos identificar boas oportunidades dentro do setor de educação”, conclui Walton.

A Rede Decisão conta atualmente com doze colégios em São Paulo e Minas Gerais. Para Walton, as aquisições pelo fundo proporcionam liquidez para que as instituições façam novos investimentos, e paguem contratos de aluguel para a Mint.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/mint-capital-controladora-da-bahema-educacao-compra-unidade-da-rede-decisao/

CVM Logo - PNG e Vetor - Download de Logo

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) avalia abrir um processo para investigar operações atípicas com papéis da Petrobras nas últimas semanas, quando eclodiu a crise entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a administração da companhia, que culminou com a troca do comando da petroleira. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a área técnica do órgão regulador do mercado de capitais está analisando informações preliminares antes de formalizar uma investigação sobre uso de informações privilegiadas (insider trading, no jargão do mercado).

Os sinais de que alguém pode ter lucrado com a antecipação de informações sobre o que ocorreria na estatal foram revelados pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo. Segundo a coluna, um investidor pode ter levantado R$ 18 milhões em transações opções de venda de papéis da petroleira ao efetuar operações, na quinta-feira, 18, em um volume que só faria sentido se realmente acreditasse que as ações iriam cair pelo menos 8% na sexta-feira, 19.

Na operação de opção, o investidor adquire o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura, a um preço fixo, para se proteger do movimento contrário do papel ou especular. Dados públicos da B3 verificados pelo Estadão/Broadcast mostram que os detentores dos papéis tinham garantida a venda de ações da Petrobras no vencimento – 22 de fevereiro – a R$ 26,50.

No dia 18, quando a ação fechou a R$ 29,27, antes de o presidente anunciar durante live, à noite, que promoveria mudanças na estatal, duas ordens de compra foram realizadas: uma de 2,6 milhões de opções às 17h35, e outra às 17h44, de 1,4 milhões de papéis, ambas com preço de R$ 0,04, ou seja, a R$ 160 mil no total. O número de negócios com o papel naquela data foi de 238, disparando para 1.097 no dia seguinte, após Bolsonaro sinalizar mudanças.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/cvm-pode-investigar-insider-na-petrobras-2/

Donos de comércio fazem malabarismo para manter as portas abertas com a economia em corda bamba


Enquanto lidam com incertezas para 2021, proprietários de cafeterias e restaurantes tentam se recuperar da crise econômica causada pela pandemia de coronavírus

Vitor Sapolnik reduziu de 12 para sete funcionários na loja principal do Caffè Latte, no centro de São Paulo.
Vitor Sapolnik reduziu de 12 para sete funcionários na loja principal do Caffè Latte, no centro de São Paulo.Toni Pires / EL PAÍS
Diogo Magri


No centro histórico de São Paulo, a Rua do Comércio já não faz jus ao nome. Quem entra nessa ruela não se depara com vitrines chamativas, mas sim com portas fechadas e placas de aluguel. “Ali era uma sapataria que existia há 60 anos. E ali tinha um bar que a fiscalização fechou por desrespeitar as medidas sanitárias”, aponta Vitor Sapolnik, 55, proprietário do Caffè Latte, um dos únicos comércios que sobreviveu na Rua do Comércio. Efeitos de uma pandemia cuja crise causou uma queda de 4,1% no PIB em 2020, a maior em 24 anos, e o desemprego na casa de 14 milhões de pessoas.

 O Caffè Latte surgiu no mesmo lugar onde está até hoje, em 2004, quando Sapolnik decidiu ter uma vida “mais tranquila” e realizar o sonho de montar uma cafeteria, após décadas trabalhando em multinacionais. Nesses 16 anos, o negócio se expandiu para uma unidade na Avenida Paulista (centro), duas em escritórios na Vila Clementino (zona sul) e Lapa (zona oeste) e uma versão pocket, a duas quadras da original, também no centro, inaugurada um mês antes do Governo decretar a quarentena pelo novo coronavírus.

A cafeteria cresceu tendo como público-alvo os executivos que, nos intervalos pré e pós almoço, deixavam seus escritórios no centro para tomar um café e comer um bolo. Exatamente a classe que, desde março de 2020, passou em sua grande maioria a adotar o home office. “O fluxo caiu drasticamente e sofremos em todas as nossas lojas”, conta o dono. O Caffè ficou fechado entre março e junho do ano passado, abriu só para delivery e, hoje, funciona com 60% da capacidade e seguindo os protocolos sanitários da Prefeitura — entre eles, a ausência de mesas na calçada, o que Sapolnik considera “um absurdo de outro mundo, já que é o lugar mais ventilado”.

Quando estava completamente fechado, Vitor publicou um texto nas redes sociais do estabelecimento em que apelava para uma ajuda financeira dos Governos municipal, estadual e federal, e alcançou mais de um milhão de visualizações. “Presidente, Paulo Guedes, Maia, Alcolumbre, Doria, Covas, façam alguma coisa para salvar os negócios, os empregos e a economia”, escreveu. Através da repercussão, Sapolnik conseguiu financiamentos, renegociações de aluguel e readequações na loja física, mas não o suficiente para lidar com todas as dívidas. O proprietário não sabe o que fará com as outras unidades; ele trabalha hoje com 30% do faturamento pré-covid e precisou demitir 16 dos 40 funcionários, cinco deles na loja principal. “E não posso demitir mais pelos períodos de estabilidade que eles têm pelas suspensões de contrato. Se pudesse demitiria, porque não tenho condições de pagar esses salários”, completa.

“O ramo da alimentação sucateou”, resumiu Alexandre Azevedo, 42, proprietário do restaurante self-service Retiro do Caçador, na zona oeste de São Paulo. “Já vínhamos de uns três anos com falta de crescimento antes da pandemia. Não acumulei dívidas [no último ano] porque usei todo o meu dinheiro, mas a maioria [do setor] deve para bancos e distribuidores”, contou. Segundo contas da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), mais de 50.000 estabelecimentos do ramo fecharam no Estado desde o início da pandemia. Azevedo administra há 23 anos o restaurante inaugurado pelo seu pai, em 1978, na Rua Heitor Penteado, que funciona sete dias por semana; e uma filial no bairro de Perdizes, que abre de segunda à sexta, mais voltada ao público executivo.

Caffè Latte, no centro de São Paulo, antes (em cima) e durante (embaixo) a pandemia.
Caffè Latte, no centro de São Paulo, antes (em cima) e durante (embaixo) a pandemia.Toni Pires / arquivo pessoal

O restaurante original fechou apenas no início da pandemia, enquanto o secundário ficou parado por nove meses em 2020. Em Perdizes, onde seu estabelecimento atendeu oito pessoas nesta terça-feira (2), trabalham três funcionários onde antes eram 14. No outro, a mão de obra caiu de 19 para 13. Ao longo dos 30 minutos em que conversou com a reportagem, no estabelecimento da Heitor Penteado, no fim da hora de almoço desta terça, o dono do restaurante parou sete vezes para pesar pratos ou receber os pagamentos de seus clientes. “Desculpa, preciso ficar de olho no caixa”, justificou. A ANR (Associação Nacional de Restaurantes) estima que 84.000 pessoas perderam o emprego no setor em São Paulo. Azevedo viu o faturamento cair pela metade no início da crise, mas hoje chegou a 80% do que tinha em janeiro do ano passado. Em comparação com a situação de Sapolnik, ele tem uma vantagem: o delivery consolidado desde antes da covid-19. “Antes, 30% do nosso faturamento já era com delivery. Agora foi para 70% e compensou o que eu perdi no salão. A diferença é que tenho o iFood como sócio”, explicou.

Sobre as posturas dos Governos estadual e federal, Sapolnik e Azevedo convergem ao não tomar lado na briga entre Jair Bolsonaro e João Doria, que tiveram posturas conflitantes na forma como lidaram com a pandemia. “Eu achei que se precipitaram ao fechar o comércio no começo. Mas temos que levar em consideração que o mundo não sabia o que fazer”, opinou Alexandre. “Todos erraram. Faltou capacidade de se planejar e mudar conforme a necessidade”, completou Vitor. Os empresários admitem que é mais seguro confirar aos cientistas a tomada de decisão acerca das medidas restritivas para o comércio. “Sou do time que acha que precisa resolver a saúde para resolver a economia. A culpa da crise é da pandemia, não da quarentena”, conclui Sapolnik.

 

 https://brasil.elpais.com/economia/2021-03-03/donos-de-comercio-fazem-malabarismo-para-manter-as-portas-abertas-com-a-economia-em-corda-bamba.html

PIB de 2020 no Brasil cai 4,1% com pandemia, o pior resultado em 24 anos


Resultado do quarto trimestre apontava recuperação da atividade econômica, mas segunda onda do coronavírus faz país bater recordes de morte, o que pode afetar outra vez a economia neste trimestre

 

São Paulo - 03 mar 2021 - 09:24

 

Jovem sem máscara caminha em uma movimentada rua comercial em São Paulo, no momento em que o Brasil vive uma aceleração da pandemia.
Jovem sem máscara caminha em uma movimentada rua comercial em São Paulo, no momento em que o Brasil vive uma aceleração da pandemia.Sebastiao Moreira / EFE

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A pandemia da covid-19 no Brasil derrubou o Produto Interno Bruto (PIB), que registrou uma queda de 4,1% no ano passado, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração causada pelo confinamento social e a redução da atividade econômica foi atenuada pelas 9 parcelas de auxílio emergencial entre 300 e 600 reais no ano passado, mas o país não fugiu das consequências vividas no mundo inteiro com o coronavírus. O caos provocado pelo vírus gerou uma queda significativa no PIB, o pior resultado desde 1996. No quarto trimestre, no entanto, a soma das riquezas produzidas no país apontou uma recuperação das perdas anteriores, com o resultado positivo de 3,2% em comparação aos três meses anteriores, numa melhora que já tinha sido observada no trimestre anterior, quando a economia subiu 7,7%, em comparação ao período de abril a junho do ano passado. O PIB totalizou 7,4 trilhões de reais em 2020. O PIB de 2019 registrou um minguado crescimento de 1,1%.

O quadro econômico do Brasil foi desestruturado pela pandemia, que chegou a um desemprego de 14,6% entre julho e setembro, quando o isolamento social e a retração da economia com a pandemia da covid-19 reduziu a oferta de postos de trabalho. Um dos setores mais impactados foi o de construção, com uma queda de 7% da atividade. Também a indústria de transformação, que engloba o setor automotivo, metalúrgico e de vestuário, registrou queda de 4,3% no ano. A economia na corda bamba no mundo todo afetou também o setor externo. O país registrou queda das exportações e importações – 1,8% e 10%, respectivamente. A agricultura, por sua vez, registrou uma queda de 0,4% no último trimestre em contraste com o mesmo período de 2019. Na comparação anual, os agronegócios avançaram 2% sobre 2019.

Em setembro, porém, houve uma redução no quadro de mortes por coronavírus - caíram de uma média diária de 1000 para 800 — o que levou a população a enxergar uma luz no fim do túnel e o otimismo aqueceu um pouco a economia. A partir dali, a indústria e serviços tiveram variação positiva de 1,9% e 2,7%, respectivamente, sendo que a indústria de transformação avançou 4,9%. Até o desemprego recuou, caindo de 14,6%, para 13,9%. No final do ano o país contava com 13,4 milhões de desempregados.

Na evolução dos trimestres, os últimos três meses do ano mostravam uma redução do impacto da pandemia. Depois da queda abrupta de 10,9% no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, o terceiro trimestre registrou queda de 3,9% e de outubro a dezembro o recuo foi de 1,1%, o que parecia confirmar a recuperação em V apontada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

A taxa de investimento em 2020 chegou a 16,4% do PIB, melhor do que no ano anterior, quando os recursos investidos na economia foi equivalente a 15,4% do PIB. Entram nessa conta o investimento em maquinários e na expansão de negócios. O consumo das famílias, por sua vez, caiu 5,5% comparado ao ano anterior, como reflexo da pandemia. Também o Governo apertou os cintos e teve um consumo 4,7% menor neste ano. O PIB per capita alcançou 35.172 reais em 2020, um recuo, em termos reais, de 4,8%, a menor marca dede o início da série histórica em 1996.

Na comparação com outros países, a queda do PIB no Brasil foi menor do que em outros países da América Latina, como destaca a nota da Secretaria de Política Econômica: México teve queda de 9,7% e a Colômbia, 6,8%.

A dúvida, a partir de agora, é como o país vai reagir nestes primeiros meses de 2021. Com a guarda baixa para a covid-19, as festas de final de ano se multiplicaram e os números de infectados por covid-19 explodiram outra vez. O número de mortes voltou com força numa segunda onda, e tem batido recordes diariamente. Nesta quarta, foram mais de 1.600 mortes, o pior resultado desde o início da pandemia. Hoje grande parte dos governadores pressionam por restrições mais severas, o que deixa em aberto as consequências para a economia neste primeiro trimestre. Ao mesmo tempo, o auxílio emergencial deve voltar no valor de 250 reais, bem abaixo dos 600 reais pagos no início da pandemia. “As incertezas econômicas continuam elevadas, especialmente, o primeiro trimestre deste ano será desafiador”, destaca a nota da Secretaria de Política Econômica. O Governo aposta ainda numa pauta de reformas como o caminho para o controle das finanças para recuperar a confiança da economia.

Economistas apontam, ainda, o prejuízo da inflação para este ano, cujas projeções sobem há oito semanas, na leitura do mercado financeiro. A alta nos preços deve levar a uma alta de juros que deve inibir a atividade econômica.

A grande esperança é o avanço da vacinação, que ainda é incipiente no Brasil. São 6,7 milhões de vacinados para um país de 211 milhões. O Governo e o Congresso acenam com a aceleração da compra e produção de vacinas, que garantiria ter metade da população vacinada até metade do ano. Com esse resultado, seria mais rápida a retomada de atividades econômicas. Até lá, no entanto, o país se digladia numa guerra entre governadores e o presidente Jair Bolsonaro pela manutenção sem restrições das atividades econômicas em um momento que o Brasil registra pico de mortes por covid-19. Os Estados querem toque de recolher diante da iminência do colapso da saúde num momento em que 19 unidades federais têm mais de 80% dos leitos de UTI comprometidas. Ao mesmo tempo, ainda reverbera a interferência do Governo na Petrobras. O presidente Jair Bolsonaro demitiu no último dia 19 o presidente Roberto Castello Branco, substituído por um militar, o general Joaquim Silva e Luna. Nesta terça, 2, quatro membros do Conselho de administração da Petrobras pediram demissão após a troca de comando. 

 https://brasil.elpais.com/economia/2021-03-03/pib-de-2020-fecha-em-queda-de-41-no-brasil-com-pandemia-de-covid-19.html