A FS Bioenergia, a primeira usina de etanol 100% do milho do Brasil,
anuncia a duplicação da planta de Lucas do Rio Verde. Com obras já
iniciadas, a companhia realizará um investimento de R$350 milhões,
gerando 720 empregos diretos e indiretos na ampliação. A planta,
inaugurada em agosto de 2017, vem apresentando bons resultados e
desenvolvimento, e vem surpreendendo positivamente tanto nas vendas de
DDGS e etanol quanto na distribuição dos mesmos.
“Somos pioneiros na produção de etanol 100% do milho no Brasil e
estamos extremamente satisfeitos com os resultados que obtivemos desde a
inauguração da planta, em agosto de 2017. Com a ampliação da usina
poderemos acompanhar a crescente demanda por nossos produtos, além de
colaborar ainda mais com o desenvolvimento econômico e social do estado
do Mato Grosso e do País”, afirma Henrique Ubrig, presidente da FS
Bioenergia.
Com a ampliação da planta, a previsão é que sejam moídas 1 milhão e
300 mil toneladas de milho por ano, levando a uma produção anual, após o
término das obras, de 530 milhões de litros de etanol, 400 mil
toneladas de farelo de milho, 15 mil toneladas de óleo de milho e
capacidade de cogeração de energia de 132MW/h, suficiente para abastecer
uma cidade de cerca de 55 mil habitantes.
Com a produção do farelo de milho, o chamado DDG (grãos secos por
destilação, na sigla em inglês), há um aproveitamento de 100% da matéria
prima utilizada na planta, tornando-a sustentável, além de rentável em
diversas frentes de mercado. Ainda com foco em sustentabilidade e meio
ambiente, a FS Bioenegia participará da formação de uma floresta de 30
mil hectares de eucaliptos plantados a fim de assegurar o fornecimento
de biomasssa, principal fonte de energia das instalações da companhia.
A planta conta com equipamentos de última geração, que opera por meio
de um circuito fechado. Para trabalhar com essa tecnologia, a FS
Bioenergia capacitou todos os funcionários da planta, investindo no
desenvolvimento do seu capital humano e agregando valor à mão de obra
local.
O crescimento da demanda de etanol no Brasil tende a continuar forte
neste ano, com uma expectativa de crescimento de 30%, segundo o Banco
Pine. Um reflexo desse cenário é a aprovação do programa RenovaBio, em
dezembro do ano passado. Por meio dessa movimentação de mercado, a FS
Bioenergia reforça seu compromisso de ajudar a atender à crescente
demanda pelo combustível no País e se aproximar ainda mais do principal
estado produtor de milho do Brasil (Setor Energético, 30/1/18)
Etanol de milho avança no Centro-Oeste
O Centro-Oeste encontrou no etanol um caminho para verticalizar parte
de sua crescente produção de milho, que em sua maior parte vai para
exportação. Agricultores, usinas de cana e investidores estrangeiros
estão tirando do papel projetos de usinas do biocombustível à base do
cereal que deverão acrescentar mais de 1 bilhão de litros de capacidade
até 2019, volume equivalente a quase um mês de consumo de etanol
hidratado (usado diretamente nos tanques dos veículos) no país.
Ao menos seis usinas do gênero deverão ser construídas ou ampliadas
em 2018 na região, a partir de cerca de R$ 2 bilhões em investimentos.
Quando todas estiverem operando a pleno vapor, sua demanda por milho
deverá superar 3 milhões de toneladas por ano, ou cerca de 6% da safra
do Centro-Oeste. Hoje, as usinas que usam milho para fabricar etanol
demandam aproximadamente 1 milhão de toneladas – 2% da oferta da região.
O número de projetos deverá aumentar, já que há três usinas de cana
(duas em Mato Grosso e uma em Goiás) realizando estudos para apostar no
etanol de milho e um grupo de produtores goianos com a mesma intenção.
"Para os próximos cinco anos, acredito que deveremos estar com 3
bilhões de litros de etanol de milho por ano, pelo que temos levantado
com os empresários. As usinas estão em implantação ou com projetos
‘flex’, que já usam a cana e incluirão o milho como matéria-prima",
afirma Ricardo Tomczick, presidente-executivo da União Nacional do
Etanol de Milho (Unem).
Essa onda é impulsionada pela abundância de milho, pela queda dos
juros e pelas boas perspectivas para o consumo de etanol combustível no
país. Nos últimos meses, a demanda tem crescido porque os motoristas
estão trocando a gasolina, mais cara, pelo etanol hidratado. Mas as
perspectivas são de que a retomada do crescimento, aliada ao incentivo
oferecido pelo programa RenovaBio, alavanquem o consumo de combustíveis
como um todo.
"A queda dos juros é importante porque o setor é de capital
intensivo", diz Paulo Motta Júnior, CEO da CerradinhoBio. A empresa vai
erguer, ao lado de sua usina de cana em Chapadão do Céu (GO), uma
unidade de etanol de milho com capacidade para até 230 milhões de litros
por safra a partir de 550 mil toneladas de milho, além de 150 mil
toneladas de DDG (subproduto do processamento do milho que é utilizado
como ração).
Com aporte de R$ 280 milhões – 70% captados com bancos -, a companhia
aproveitará parte da estrutura existente, como a energia gerada do
bagaço de cana. Segundo Luciano Fernandes, sócio e presidente do
conselho, a companhia quer aproveitar a "vocação" para grãos da região,
que registra um dos maiores rendimentos de milho do país.
Mas o principal polo de etanol de milho deverá ser também no maior
produtor nacional do grão: Mato Grosso. O Estado abriga quatro usinas de
etanol, três delas "flex". A única que usa só milho é a da FS
Bioenergia, que começou a operar em julho e acabou de começar a expandir
sua capacidade, segundo Henrique Ubrig, presidente da companhia.
A empresa investirá R$ 350 milhões no novo projeto, para duplicar a
estrutura e retirar gargalos industriais. Segundo Ubrig, surpresas
positivas surgiram no primeiro semestre de operação, como um bom mercado
para a venda de DDG e uma demanda aquecida em Paulínia (SP).
A demanda por DDG foi o chamariz para que o pecuarista Marcos
Cerqueira cogitasse investir na área. Seu projeto, a Santa Clara Álcool
de Cereais, foi elaborado quatro anos atrás, mas houve atrasos no
licenciamento ambiental, e a construção deverá ter início apenas neste
ano.
Cerqueira construirá a usina em Vera (MT), colado a Sorriso, que terá
capacidade menor que a das demais, mas poderá usar outros grãos além do
milho, como sorgo granífero e arroz quebrado – que não vai para consumo
humano. Ele não revelou o valor do aporte, mas disse que 65% dele será
com capital próprio.
O perfil de investidores é tão diversificado que na lista há até
cooperativas de produtores originalmente criadas para comercializar
insumos. Uma delas é a catarinense Coprodia, que já tem uma usina de
cana em Campo Novo do Parecis (MT) e começou a construir ao lado uma
usina de etanol de milho com aporte de R$ 400 milhões.
Outra é a Alcooad, formada por 15 produtores de grãos ligados à
Cooperativa Agroindustrial Deciolândia (Cooad), que está buscando
capital com fundos constitucionais do governo para iniciar as obras este
ano. Eles estimam um investimento de R$ 450 milhões para erguer uma
usina capaz de produzir 200 milhões de etanol a partir de 500 mil
toneladas de milho. "Para os produtores, a usina é uma opção a mais de
cliente", afirma Marcelo Alves, diretor da Alcooad.
Um dos projetos ‘greenfield’ mais adiantados está em Sinop (MT), onde
a paraguaia Inpasa está investindo R$ 500 milhões em uma unidade já
anunciada pelo governador Pedro Taques como a maior usina de etanol de
milho do país.
"Usineiros de cana de Mato Grosso estão fazendo cálculos para ver se
compensa processar milho, já que o retorno do investimento é rápido, de
três anos", diz Glauber Silveira, vice-presidente da Abramilho, que
representa produtores de milho (Assessoria de Comunicação, 30/1/18)
Oferta adicional terá de ser vendida a outros mercados
A expansão da oferta de etanol no Centro-Oeste gerada pelos
investimentos em curso ou projetados não será totalmente absorvida pela
demanda regional, o que forçará as empresas a buscarem novos mercados
para seu produto.
"O problema aqui não é produzir etanol. É como levá-lo a outros
mercados a preços competitivos", diz Jorge dos Santos, diretor executivo
do Sindalcool-MT, que representa as usinas mato-grossenses.
O consumo de etanol hidratado dos três Estados do Centro-Oeste e do
Distrito Federal representa cerca de 13% do total nacional. O auge foi
em 2015, quando alcançou 2,3 bilhões de litros – abaixo da capacidade
instalada prevista para operar em 2019, de mais de 3 bilhões de litros.
Enviar o etanol para o Sudeste, por exemplo, esbarra nos elevados
custos logísticos, enquanto buscar um caminho para o Norte ainda é
difícil pela falta de infraestrutura. Segundo Santos, o frete atualmente
para Paulínia (SP) está em torno de R$ 0,31 por litro, quase 20% do
preço do etanol. "O frete tem que ser no máximo 5%, senão não compensa".
Os investidores em etanol de milho estão buscando formas para lidar
com o problema. A CerradinhoBio já utiliza um terminal próprio de
transbordo ferroviário para escoar o etanol que produz a partir da cana
pela ferrovia entre Rondonópolis e Santos, da Rumo.
Já a FS Bioenergia quer insistir em uma saída para o Norte, apostando
na pavimentação da BR 163 para alcançar o porto de Miritituba (PA), no
Tapajós. "Talvez dê até para chegar ao Nordeste via cabotagem", afirma
Henrique Ubrig, presidente da empresa. Embora tenha escoado parte de sua
produção para Paulínia, Ubrig concorda que o frete ainda é "caro"
http://www.brasilagro.com.br/conteudo/fs-bioenergia-anuncia-duplicacao-da-1-usina-de-etanol-de-milho-do-brasil.html
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