A Louis Dreyfus Company (LDC), uma das principais tradings agrícolas
do mundo, e um grupo de bancos concluíram o primeiro negócio com
commodity agrícola usando a base de dados compartilhados blockchain, em
mais um sinal de como a tecnologia digital encaminha-se para transformar
a maneira como as matérias-primas são compradas e vendidas.
O blockchain, originalmente idealizado para processar negócios com
bitcoins, é uma espécie de livro contábil eletrônico que armazena o
registro das operações em blocos digitais. Os negociantes de commodities
esperam que a tecnologia leve a formas mais seguras, rápidas e baratas
de compensar as transações. Comercializadoras de petróleo e petrolíferas
vêm testando ativamente plataformas baseadas no blockchain.
A LDC e a Shandong Bohi Industry, uma processadora agrícola chinesa,
junto com os grupos financeiros ING, Société Générale e ABN Amro
testaram uma plataforma digital baseada no blockchain para vender 60 mil
toneladas de soja dos Estados Unidos à China em dezembro.
As tradings esperam que a tecnologia simplifique o trabalhoso
processo de troca de contratos, letras de crédito, inspeções e outras
burocracias por e-mail ou fax que existem atualmente. "Nossas
expectativas eram grandes, mas os resultados foram ainda melhores",
disse Robert Serpollet, chefe de operações comerciais da LDC, destacando
que o processamento dos documentos levou cerca de 20% do tempo que
levaria para fazer o mesmo em papel.
Outros benefícios são a possibilidade de monitorar o progresso da
operação em tempo real, a verificação dos dados e a redução do risco de
fraude. "Os benefícios de custo são significativos", disse o chefe
mundial de financiamento de negócios de commodities do ING, Anthony van
Vliet, acrescentando que um teste com uma trading de petróleo permitiu
economias de 25% a 30%.
Para que o uso de blockchain realmente decole é crucial que seja
adotada de forma generalizada por tradings, bancos financiadores e
outros participantes da cadeia de fornecimento, segundo o LDC e o ING.
A plataforma baseada em blockchain da transação de soja já havia sido
usada anteriormente para vender um carregamento de petróleo, um negócio
envolvendo a trading Mercuria e os bancos ING e Société Générale.
Posteriormente, petrolíferas como a BP e a Shell, comercializadoras como
a Gunvor e a Mercuria, e os bancos financiadores formaram um consórcio
para desenvolver ainda mais a plataforma baseada em blockchain.
Paralelamente, a BP vem testando uma plataforma de blockchain com a
petrolífera italiana Eni e a Wien Energie, da Áustria; e a Cargill opera
uma tecnologia piloto de blockchain para acompanhar a procedência de
perus, o que permite informar o consumidor sobre onde as aves foram
criadas.
No negócio de venda de soja americana, participaram ainda duas
empresas de navegação, que emitiram os certificados necessários, e o
Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que mostrou como incluir
certificados fitossanitários
(Assessoria de Comunicação, 24/1/18)
http://www.brasilagro.com.br/conteudo/louis-dreyfus-adere-ao-blockchain-.html
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