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Ocepar recebeu, na quarta-feira (21), em Curitiba, representantes do
Lactec e do Grupo Ambiensys para debater a viabilização de um projeto de
produção de hidrogênio renovável, a partir do biogás. A intenção é
firmar uma parceria entre as três organizações para participar do edital
do programa de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), que prevê a implantação de uma planta piloto
para produção de hidrogênio, com capacidade de produção entre 1 MW e 10
MW. Além disso, a parceria busca também a captação de recursos para o
mesmo fim junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
"O hidrogênio é uma aposta mundial na busca pela descarbonização", destacou William Padilha, diretor do Grupo Ambiensys, que atua na área de consultoria em ESG e em gestão de resíduos. "O biogás é gerado no agronegócio com os resíduos das atividades rurais, como a suinocultura, por exemplo", acrescenta ele, enfatizando que o foco do projeto que será apresentado à Aneel é a produção de energia limpa e descarbonizada. A proposta do projeto prevê a produção do hidrogênio turquesa. Enquanto o hidrogênio verde é produzido por meio da eletrólise da água, o hidrogênio turquesa é produzido via pirólise do biogás. O processo não emite CO2 na atmosfera e gera como subproduto o carbono sólido, que pode ser usado pelo setor industrial, na produção de borracha, plástico, tinta e revestimentos. Já o hidrogênio resultante do processo será utilizado na produção de fertilizante, o que interessa ao setor agropecuário, hoje dependente da importação do insumo. "O projeto se encaixa perfeitamente no edital que a Aneel lançou para a implantação da planta piloto de produção de hidrogênio e se adequa à realidade do Paraná pela grande disponibilidade de matéria-prima para a produção do biogás", reforçou Padilha.
"A participação da Ocepar traz um reforço importante para o projeto porque o biogás é gerado no agro e podemos aproveitar a estrutura das cooperativas para captar o produto", destacou José Roberto Borghetti, consultor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e ex-diretor do Lactec, que articulou a reunião. "O foco do agro é o carbono turquesa porque a atividade gera o biogás, o que vai representar a geração de um produto de grande valor agregado na agropecuária", observou. Durante a reunião, o coordenador de desenvolvimento técnico e econômico do Sistema Ocepar, Silvio Krinski, informou que já existe na instituição um grupo técnico que estuda o biogás. "Nosso grupo tem dois focos principais: melhorar a eficiência dos biodigestores já implantados para melhorar a produção do biogás e a agregação de valor para que tenha uma viabilidade econômica melhor. Um projeto como este entra na linha de agregação de valor", ressaltou.
Ele sugeriu que o projeto seja apresentado ao grupo técnico para buscar viabilizar os arranjos de coleta de biogás. "Já há algumas iniciativas próprias das cooperativas e há muito potencial em novos projetos a serem implantados. Se o projeto já está instalado pode haver uma limitação. Se olharmos os novos, podemos trabalhar em conjunto", observou. Ao final da reunião, Robson Mafioletti, superintendentes da Ocepar, e Nelson Costa, da Fecoopar, propuseram a elaboração de um documento para formalizar a parceria entre as três organizações. "Temos potencial, no oeste e no centro-sul do Paraná, onde há uma concentração de suinocultura e pecuária leiteira [nos Campos Gerais], que são atividades grandes geradoras de biogás", pontuou Costa.
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