Entre as instituições bancárias que mais possuem clientes com conta digital na periferia, três são bancos exclusivamente digitais. (Crédito: Freepik)
De acordo com o levantamento “Persona Favela — Bancarização”, divulgado pelo NÓS – Pesquisas, cerca de 61% dos moradores de favelas e bairros periféricos do Brasil possuem ao menos uma conta digital.
Além disso, 77% dos entrevistados afirmaram utilizar o PIX de forma frequente, enquanto 35% dizem nunca ter utilizado caixa eletrônico para fazer saques.
Entre as cinco instituições bancárias que mais possuem correntistas que são moradores de comunidades, três são bancos exclusivamente digitais. Nubank, Caixa e PicPay lideram a preferência dos clientes nestes espaços. A pesquisa contou com a participação de 2753 moradores de favelas, comunidades e bairros periféricos do País que possuem conta bancária e possui uma margem de erro de 2%.
As facilidades que o uso da tecnologia proporciona ao consumidor para a realização de diferentes tipos de transações bancárias, tendo o aplicativo de seu banco sempre à mão, são a motivação de 57% dos moradores de favelas e bairros periféricos para aderirem às contas digitais.
“As favelas representam um importante canal para o fortalecimento do ambiente de negócios nacional e a democratização financeira é um meio de ampliar a participação na economia formal, permitindo que indivíduos e famílias se beneficiem das oportunidades oferecidas pelo sistema financeiro”, afirma a fundadora e CEO do NÓS, o Novo Outdoor Social, Emilia Rabello.
O cenário de aumento das contas digitais no Brasil é uma realidade para os moradores das mais de 6 mil comunidades distribuídas pelo país, que concentram um número superior a 12 milhões de habitantes e 4 milhões de famílias.
Dentro desse contexto, Emília, CEO do NÓS, ressalta a importância da bancarização das pessoas dentro das favelas e bairros periféricos e como esse comportamento pode movimentar a economia como um todo, por meio da inclusão financeira.
“Os dados levantados pela pesquisa do NÓS confirmam que a bancarização representa muito mais do que ter uma conta bancária – é um caminho para a inclusão financeira dessa grande parcela da população. Isso significa que as pessoas nas favelas e periferias acessam uma série de serviços e tem o poder de escolha de como gerenciar o seu dinheiro, economizar, investir e planejar seu futuro financeiro da melhor maneira possível”, destaca.
Outro dado levantando no estudo diz respeito aos principais fatores para a escolha do banco ao abrir uma conta digital. Para 43% dos respondentes, a facilidade no uso dos serviços online e do aplicativo representam o principal motivo para escolha. Já as taxas e tarifas cobradas foram citadas por 42% dos entrevistados como um dos principais fatores na hora de virar correntista.
Além desses, a facilidade de acessar agências e caixas eletrônicos também foram citados. Para 35% dos moradores das periferias brasileiras, este é um fator preponderante para a escolha do banco.
Cartão de crédito é auxílio para 93% dos moradores de favelas
Outro destaque importante do estudo do NÓS está relacionado ao uso do cartão de crédito. O método é visto como uma ajuda para 93% dos entrevistados. Entre as principais razões citadas pelos respondentes estão: o parcelamento, com 59%, e a possibilidade de comprar, mesmo sem ter dinheiro no momento – ponto citado por 57% das pessoas.
A maioria dos moradores nas comunidades utiliza o cartão de crédito no dia a dia e nas compras online, sendo que 60% têm um limite de até R$ 2 mil, pagando um valor médio da fatura de até R$ 1 mil. A preferência de 88% da população é pelo pagamento total da fatura.
Vale destacar que, apesar desses entrevistados optarem pelo pagamento das contas à vista, 63% disseram ter alguma dívida e o levantamento mostrou que, quanto mais idade, maior a porcentagem de endividados – 70% têm mais de 45 anos.
Entre as regiões brasileiras, a Centro-Oeste possui o maior número de moradores endividados, com 71%; em seguida, temos a região Norte, com 67%; Nordeste, com 63%; Sudeste, com 62%; por fim, Sul, com 60%. Mais de 65% do total de entrevistados já fez alguma negociação de dívida, sendo que 73% têm entre 35 e 44 anos.
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