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Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Gigantes da hotelaria global Hyatt, Hilton, Windsor e Iberoamerica miram o Glória, de Eike Batista
China mantém mercado de soja aquecido com compra recorde em julho
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Gigante brasileira exportadora de alimentos BRF reestrutrura-se
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PIB dos países de lingua portuguesa equivale à 6ª economia mundial; Brasil lidera
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Petrobras e a ilusão cognitiva do curto prazo
Petrobras
anunciou, na última semana, mudanças contábeis que tendem a elevar seu
lucro e a distribuição de dividendos. As ações preferenciais (PETR4) e
ordinárias (PETR3) reagiram positivamente no pregão posterior ao
anúncio. Mas o ponto que interessa é: o valor da companhia se alterou
por causa da mudança? Como a análise fundamentalista vê a questão?
Como a Petrobras também possui receita em dólar, a administração resolveu alterar a contabilização da variação cambial. Esta parcela da receita funciona como uma espécie de proteção, um “hedge” econômico. Enquanto a dívida aumenta devido à apreciação da moeda americana, o faturamento em moeda estrangeira também se eleva. Segundo a reportagem, 20% das exportações previstas para os próximos sete anos servem para proteger a variação cambial de 70% da dívida líquida em dólar. Com isso, a atualização da dívida, a partir de agora, passará a ser lançada no patrimônio líquido e não imediatamente na demonstração de resultados. O impacto da variação cambial da dívida só irá a resultado quando as exportações que a suportam também forem contabilizadas. Dessa forma, a variação cambial do faturamento da exportação tende a compensar a da dívida.
Como a despesa de variação cambial do último trimestre não será levada a resultado, o lucro da companhia aumentará. De acordo com analistas consultados pela reportagem, as perdas financeiras de R$ 10 bilhões devem se reduzir para R$ 3 bilhões. As ações, tanto preferenciais quanto ordinárias, reagiram bem ao anúncio, subindo 3,88% e 7,25%, respectivamente, no pregão da última quinta.
Mas o valor intrínseco da companhia se alterou por causa da mudança da prática contábil? A resposta é não. Como dito anteriormente, essas remarcações da dívida possuem apenas efeito contábil, logo sem reflexo no caixa. Assim, um analista que utiliza o fluxo de caixa descontado para avaliar o valor da companhia não deveria alterar sua percepção sobre a mesma.
É verdade que o aumento dos dividendos no curto prazo pode animar o investidor de acordo com a teoria do ‘pássaro na mão’. Segundo essa corrente, os acionistas são céticos em relação ao bom uso do dinheiro pelos gestores das empresas, logo preferem receber os recursos excedentes a deixá-los ao poder discricionário da administração. Mas isso justifica uma apreciação de mais de 7% das ações ON em apenas um dia? E mais, há uma preocupação sobre a capacidade financeira da companhia de suportar os pesados investimentos nos próximos anos. Alguns analistas não descartam uma oferta de ações no médio prazo, o que diluiria os atuais acionistas. Logo, um aumento dos dividendos sem geração de caixa adicional deve ser considerado negativo — e não positivo.
O maior beneficiado com essa distribuição maior de dividendos são os acionistas votantes, entre eles a União, o acionista controlador, pois tais ações não possuem a garantia dos dividendos mínimos como ocorre com as preferenciais. Expliquei em detalhes como funciona o cálculo do dividendo mínimo da Petrobras no post “Dividendos da Petrobras: corte poderia ter sido pior”, de 19/02/2013. Para parte do mercado, esta alteração teve como principal propósito aumentar o superávit fiscal do governo.
Como o argumento para a valorização das ações da Petrobras era tão consistente como uma manteiga ao sol, os papéis entregaram parte dos ganhos no pregão da última sexta. As ações votantes caíram 1,68% e as preferenciais, 2,34%.
Embora haja incertezas (como a necessidade ou não de uma
nova capitalização), as ações da Petrobras estão atrativas levando em
conta a análise por múltiplos. Além disso, a aceleração da produção do
pré-sal deve gerar um impacto positivo sobre o resultado com aumento
relevante do retorno sobre o patrimônio líquido. Contudo, isso não
significa que o investidor deva se entusiasmar por análises
superficiais, com foco no curto prazo. A aposta em Petrobras deve ter em
vista um horizonte mais largo. Vai uma dica para separar notícias
relevantes de quimeras como esta da Petrobras: sempre se pergunte se a
nova informação irá alterar o valor da companhia.
Por André Rocha
André Rocha é analista credenciado pela Apimec e atua há 20 anos como especialista na avaliação de companhias listadas na bolsa.Título de OGX em dólar cai por medo de maior calote privado da AL
NOVA YORK - A
venda pela BlackRock de 70% de sua carteira de títulos da OGX,
companhia de petróleo e gás de Eike Batista, antes da queda recorde de
valores dos papéis pode ter evitado que a gestora sofra com perdas
multimilionárias como outros fundos, entre os quais a Pimco. Isso
porque, enquanto a BlackRock vendia, a Pimco, uma das maiores gestoras
de fundos de renda fixa do mundo, instensificava a compra de títulos da OGX.
Relatório mais recente da BlackRock enviado a autoridades
regulatórias mostra uma exposição atual de US$ 69 milhões em bônus da
petroleira, posição que já chegou a mais de US$ 220 milhões.
Os preços dos títulos da OGX com vencimento em 2018, que têm valor de face total de
US$ 2,56 bilhões, afundaram para um recorde negativo de 16 centavos de
dólar. Os papéis valiam 77,6 centavos no fim de março e 89,7 centavos em
setembro de 2012, o que faz a petroleira ganhar a posição de pior
performance de ativos do gênero em mercados emergentes.
O abismo em que caíram os títulos, deflagrado pelo fracasso da
companhia em entregar a produção de óleo prometida, mostrou que a
decisão da BlackRock foi acertada em meio ao que poderia se tornar o
maior default privado da história do mercado latino-americano. O Credit
Suisse estima que a OGX vai terminar o ano com apenas US$ 13 milhões em
caixa.
"Sem receita, os acionistas não têm muito com o que contar e estou
certo de que no fim da história os detentores de títulos também não",
disse Arthur Byrnes, que administra cerca de US$ 1 bilhão em ativos,
como diretor sênior da Deltec Asset Management. Deltec vendeu todos os
bônus que detinha da OGX, afirmou. "A grande lição dessa história é que
não se deve comprar promessas", concluiu.
Os relatórios da BlackRock mostram que a maior gestora do mundo
vendeu US$ 160 milhões em títulos da OGX nos últimos seis meses. No
movimento contrário, a Pimco aumentou a posição em bônus da OGX com
vencimentos em 2018 e 2022, de junho de 2012 a março, saindo de US$ 170
milhões para US$ 576 milhões.
Tanto Pimco quanto BlackRock declinaram em comentar as posições e
estratégias dos fundos em relação aos títulos de OGX. A companhia de
Eike Batista também não quis responder sobre a situação de sua dívida e
negou que esteja reestruturando o débito em dólar.
O fundo de alto retorno da BlackRock (High Yield Portfolio), que tem
sob administração US$ 10 bilhões e gerou retorno de 91% em cinco anos,
vendeu toda a carteira de US$ 114 milhões de títulos da OGX entre junho
de 2012 e março de 2013, quando os papéis eram negociados a 88,2
centavos de dólar, conforme relatórios entregues às autoridades
reguladoras.
Se a OGX não pagar a dívida, será o maior default privado da história
da América Latina, segundo dados compilados pela agência Moody's, quase
o dobro da moratória do argentino Banco de Galicia y Buenos Aires, em
2002.
"Uma reestruturação da dívida parece ser iminente", disse Jack Deino,
gestor da Invesco, que administra US$ 1,8 bilhão em títulos de mercados
emergentes.
(Bloomberg News)
Confiança da indústria cai ao menor nível desde abril de 2009, diz CNI
Por Lucas Marchesini | Valor
BRASÍLIA - O
Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu 4,9 pontos e
chegou a 49,9 pontos em julho, menor patamar desde abril de 2009, quando
o Brasil enfrentava os efeitos da crise financeira internacional
pós-quebra do banco americano Lehman Brothers, apontou a Confederação
Nacional da Indústria (CNI).
O indicador varia de zero a cem pontos e leituras abaixo de 50 indicam pessimismo. Em junho, o indicador era de 54,8 pontos, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira. Em julho do ano passado, estava em 54,5 pontos. Sua média histórica é de 58,8 pontos. O índice de julho, portanto, está bem abaixo desse patamar.
“Há dois motivos para a queda da confiança em julho. O primeiro é a retomada da elevação dos juros e, o segundo, os protestos da população”, avaliou, em nota, o gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Apesar de os três setores que compõe a pesquisa terem registrado queda de confiança, apenas o de transformação está abaixo da linha dos 50 pontos. Esse ramo saiu de 54,1 pontos em junho para 49,2 pontos em julho.
Já o da indústria da construção passou de 55,2 pontos para 51,2 pontos entre este mês e o passado. A indústria extrativa por sua vez indicava 57,5 pontos em junho e agora aponta 52,3 pontos.
A pesquisa aponta também que os empresários do setor estão pessimistas quanto à economia brasileira nos próximos seis meses. O indicador saiu de 52,5 pontos em junho para 46,8 pontos em julho.
Quando a pergunta é sobre a situação atual da economia brasileira, o indicador atinge 34,1 pontos, ante 41,6 pontos em junho.
A série histórica do Icei vai até 2007, mas o levantamento passou a ser mensal a partir de 2010. De 2007 a 2009, a pesquisa era trimestral.
O levantamento foi feito entre 1º e 12 de julho com 2.475 empresas, das quais 874 são pequenas, 973 são médias e 628 são grandes.
O indicador varia de zero a cem pontos e leituras abaixo de 50 indicam pessimismo. Em junho, o indicador era de 54,8 pontos, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira. Em julho do ano passado, estava em 54,5 pontos. Sua média histórica é de 58,8 pontos. O índice de julho, portanto, está bem abaixo desse patamar.
“Há dois motivos para a queda da confiança em julho. O primeiro é a retomada da elevação dos juros e, o segundo, os protestos da população”, avaliou, em nota, o gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Apesar de os três setores que compõe a pesquisa terem registrado queda de confiança, apenas o de transformação está abaixo da linha dos 50 pontos. Esse ramo saiu de 54,1 pontos em junho para 49,2 pontos em julho.
Já o da indústria da construção passou de 55,2 pontos para 51,2 pontos entre este mês e o passado. A indústria extrativa por sua vez indicava 57,5 pontos em junho e agora aponta 52,3 pontos.
A pesquisa aponta também que os empresários do setor estão pessimistas quanto à economia brasileira nos próximos seis meses. O indicador saiu de 52,5 pontos em junho para 46,8 pontos em julho.
Quando a pergunta é sobre a situação atual da economia brasileira, o indicador atinge 34,1 pontos, ante 41,6 pontos em junho.
A série histórica do Icei vai até 2007, mas o levantamento passou a ser mensal a partir de 2010. De 2007 a 2009, a pesquisa era trimestral.
O levantamento foi feito entre 1º e 12 de julho com 2.475 empresas, das quais 874 são pequenas, 973 são médias e 628 são grandes.
(Lucas Marchesini | Valor)
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