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China Daily/Reuters
A produção industrial caiu 2% em julho, em mais uma evidência de que a
economia não está conseguindo manter o surpreendente ritmo de
crescimento do segundo trimestre. Os dados foram divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira
(3).
Na comparação com julho de 2012, a produção industrial brasileira
aumentou 2%. No acumulado do ano até julho, o setor teve alta de 2% e,
em 12 meses, houve avanço de 0,6%.
A produção havia subido 1,9% em junho. A melhora na atividade de
fábricas ajudou o Brasil a crescer 1,5% no segundo trimestre, melhor
taxa em mais de três anos.
Protestos abalaram confiança dos consumidores
No entanto, o cenário piorou nos últimos meses. Uma onda de protestos
abalou a confiança dos consumidores, contribuindo para um aumento dos
estoques. A confiança dos empresários também diminuiu após a forte alta
do dólar, que encareceu a importação de máquinas e insumos.
Uma pesquisa de gerentes de compras mostrou nesta segunda-feira (3) que
a contração no setor manufatureiro continuou em agosto. O índice PMI do
instituto Markit subiu para 49,4 em agosto, ante 48,5 em julho, mas
permaneceu pela segunda vez seguida abaixo da marca de 50, que separa
crescimento de contração.
Redução em 15 de 27 ramos pesquisados
Pelos ramos de atividade, 15 dos 27 pesquisados apresentaram queda
mensal, com destaque para veículos automotores (-5,4%) e farmacêutico
(-10,7%). Também tiveram importante contribuição negativa borracha e
plástico (-4,5%), celulose, papel e produtos de papel (-3,6%) e
alimentos (-1,4%).
Na ponta oposta destacam-se refino de petróleo e produção de álcool
(3,3%), bebidas (2,3%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de
comunicações (3,5%) e produtos de metal (2%).
"Vale ressaltar que a queda observada nesse mês para o total da
indústria, além de praticamente eliminar o avanço de 2,1% de junho
último, manteve o padrão que marca a produção industrial em 2013, com
meses de crescimento elevado sendo seguidos por recuos mais intensos",
disse a entidade em nota.
Com o resultado de julho, o total da indústria ficou 3,6% abaixo do
nível recorde alcançado em maio de 2011. E, ainda de acordo o IBGE, "na
série com ajuste sazonal, os sinais de diminuição no dinamismo da
atividade industrial nesse mês também ficaram evidenciados na evolução
do índice de média móvel trimestral, que interrompeu a trajetória
ascendente iniciada em dezembro último".
PIB cresceu 1,5% no 2º tri
A indústria, que vinha patinando nos últimos trimestres, também
registrou um forte crescimento: teve expansão de 2% em relação ao 1º
trimestre, e de 2,8% em relação ao mesmo período de 2012.
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Crescimento em 2013 será cortado de 3% para 2,5%
A previsão de crescimento da economia brasileira neste ano
será cortada de 3% para 2,5%,
disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada (22). O
anúncio oficial, segundo Mantega, seria feito nos próximos dias.
O governo já tinha reduzido suas contas sobre a expansão brasileira em
2013. A primeira previsão era de crescimento de 4,5% e, após inúmeros
estímulos dados --como corte de tributos da folha de pagamento das
empresas e de incentivos ao consumo--, a economia não decolou e a
projeção foi rebaixada para 3,5% em abril.
Em julho, e já enfrentando os efeitos de uma crise de confiança dos
agentes econômicos, a área econômica voltou a piorar a estimativa,
reduzindo-a para 3%.
(Com Reuters)