domingo, 10 de novembro de 2013

Emprego em óleo e gás sente crise no grupo X

Derrocada da EBX reforçou clima de cautela gerado por corte de investimentos da Petrobrás
 
 
A crise no Grupo EBX, do empresário Eike Batista, reforçou o momento de ajuste no mercado de óleo e gás no Rio de Janeiro, pois veio na esteira do freio dos investimentos da Petrobrás, que também afetou o emprego no setor. O quadro atual, segundo especialistas, é de um mercado mais equilibrado, com salários mais ou menos estagnados depois das fortes altas recentes.

"A turma da OGX vai sobrar um pouco no mercado e os salários subirão menos", diz Joseph Teperman, sócio da consultoria Flow Executive Finders, especializada em recrutamento. A consultoria não registra queda de salários. Na média, um diretor de negócios do setor ganha entre R$ 35 mil e R$ 45 mil mensais, segundo a Flow.

Outro efeito é uma pressa menor em contratar. Segundo a consultoria Michael Page, o tempo médio dos processos seletivos do setor passou de 45 a 50 dias para 100 dias.

Apesar da estagnação, Bruno Stefani, gerente da divisão de óleo e gás da Michael Page, não credita o cenário de ajuste à crise da empresa de Eike. A restrição nos investimentos da Petrobrás tem um efeito bem maior. A derrocada do Grupo EBX seria mais simbólica.

"No início, quando a gente recrutava muito para o grupo, quando se falava de uma empresa do Eike, o cara levantava logo a mão e dizia que queria trabalhar. Tinha uma imagem de empreendedorismo. Ele mexeu muito, porque pagava bem e vendia bem. Hoje é o inverso", diz Stefani.

Médio prazo. Esse cenário tende a ser pontual. Para Stefani, o mercado de petróleo e gás vai se recuperar no médio prazo, principalmente a partir de 2015. O impulso virá da consolidação dos investimentos na Petrobrás no pré-sal.

Ex-funcionários lamentam o insucesso de Eike. "Se ele conseguisse desenvolver (os projetos), seria excelente para o País. As empresas dele geraram muitos empregos. O projeto do Porto do Açu, na visão de engenharia, é muito bonito", avalia o engenheiro Alexandre Gerszt, que deixou a OSX e foi contratado por outro estaleiro.

Outro engenheiro, que entrou na OSX como estagiário, quando a empresa foi criada, em março de 2010, e trabalhou lá até junho último, demonstra sentimento semelhante. Segundo ele, no auge da empresa, quando diversos projetos eram tocados, "todo mundo vestia a camisa".

"Todo mundo tinha o desejo que todos os planos se concretizassem. Todo mundo era muito motivado, porque eram projetos enormes, que iam melhorar a infraestrutura do País, gerar desenvolvimento, empregar milhares de pessoas", diz o engenheiro, sob condição do anonimato. / COLABOROU VINÍCIUS NEDER

Embraer surge como líder global do mercado de jato regional

A liderança da brasileira se dá porque o mercado está encolhendo à medida que as companhias aéreas optam por aviões maiores

Christiana Sciaudone, da
Divulgação
E190-E2

E190-E2, da Embraer: a Embraer se beneficia de ser capaz de financiar atualizações para a linha E2 com fluxo de caixa de sua unidade de defesa e de suas divisões de jatos comerciais

São Paulo - A Embraer SA, pioneira na construção de jatos regionais, está surgindo como líder global de um mercado que está encolhendo à medida que as companhias aéreas optam por aviões maiores.

A Bombardier Inc., concorrente da Embraer que começou a vender os aviões duas décadas atrás, está focando no desenvolvimento de um modelo maior para as operações principais com jato das transportadoras e não chegou a um acordo regional nos EUA neste ano. O novo lançamento da Mitsubishi Aircraft Corp. enfrenta um segundo atraso e não estará pronto até 2017.

O resultado é um cenário mais claro para a Embraer em meio a uma desaceleração dos pedidos por jatos regionais no setor para menos da metade do pico de 408, em 2007.

A Embraer, com sede em São José dos Campos, deve começar a embarcar modelos E2 atualizados em 2018, com uma tecnologia mais nova que a da Bombardier e uma herança que a Mitsubishi não pode igualar.

“Com o E2 proposto, a Embraer está mais próxima de ser a principal -- ou melhor, a dominante -- produtora de jatos regionais, porque a Mitsubishi está atrasada, atrasada, atrasada”, disse Cai Von Rumohr, analista da Cowen Securities LLC em Boston, por telefone.

Ele classifica os recibos de depósitos americanos da Embraer como “neutro” e não cobre a Mitsubishi ou a Bombardier.

A Embraer está se posicionando para sobreviver ao abalo com a atualização do E2, anunciada neste ano, que adiciona motores melhorados e um novo desenho de asa para seus E-jets.
Extremamente competitivos


“O plano de negócios do E2 foi baseado em expectativas muito sólidas, conservadoras até”, dos pedidos, disse o CEO da Embraer, Frederico Curado, em teleconferência com analistas, na semana passada. “Os aviões serão extremamente, extremamente competitivos”.

A Bombardier disse que não está abandonando o mercado de jatos regionais e que está trabalhando em seu CSeries, um futuro rival dos modelos menores da Boeing Co. e da Airbus SAS. A Mitsubishi disse que o MRJ se beneficiará do uso 20 por cento reduzido de combustível com seus novos motores em relação aos aviões regionais existentes.

Um aumento de cinco vezes dos preços do combustível de avião desde 1994, para US$ 2,80 o galão, está ajudando a empurrar as companhias aéreas na direção de aviões maiores, com os quais elas possam dividir o custo com mais passageiros, e longe dos modelos regionais, antes adotados por sua combinação de velocidade e habilidade de usar aeroportos menores de uma forma melhor que os modelos da Boeing Co. e da Airbus SAS, as maiores fabricantes de aviões do mundo.

A margem operacional consolidada da Embraer no terceiro trimestre caiu para 5,9 por cento, contra 7,2 por cento um ano antes, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A pressão ocorre por ter uma cesta de pedidos mais inclinada para os modelos E-175, menores e de margens mais baixas, do que para o E-190, além de crescimento lento das vendas, disse Darryl Genovesi, analista da UBS AG em Nova York. A margem operacional da Bombardier caiu para 4,58 por cento no terceiro trimestre, contra 5,15 por cento um ano antes.

Ao mesmo tempo, a Embraer se beneficia de ser capaz de financiar atualizações para a linha E2 com fluxo de caixa de sua unidade de defesa e de suas divisões de jatos comerciais, disse Genovesi. George Ferguson, analista sênior de transporte aéreo da Bloomberg Industries em Skillman, Nova Jersey, disse que as dificuldades da Bombardier para encontrar compradores para um novo modelo como o CSeries, que pode transportar até 160 passageiros, mostram as vantagens da Embraer em lançar os jatos E2 atualizados.

“A Bombardier está aprendendo que só porque você está oferecendo algo em um espaço que tem 8 mil pedidos não quer dizer que as pessoas queiram isso”, disse Ferguson. “Isso dá à Embraer uma vantagem, porque ela já tem um monte de operadores”.

O PERIGO DA INFLAÇÃO ALTA, MESMO ESTABILIZADA


A safra de números nada edificantes sobre a economia brasileira continua, com o índice de inflação de outubro, medida pelo IPCA, de 0,57%, em aceleração diante do 0,35% do mês anterior. Já em base anualizada, nos últimos 12 meses, houve uma estabilização próxima aos 6% — 5,84%, pouco menos que os 5,86% de setembro.


Por trás das inevitáveis declarações de otimismo de autoridades econômicas, há um cenário no mínimo incômodo, pois crescem os temores diante da política fiscal. Não só devido ao déficit primário recorde de setembro — R$ 9,08 bilhões —, mas também pela descrença em que os gastos de custeio deixem de se expandir numa velocidade superior à da receita, influenciada por um ritmo lento de crescimento da produção. Sem considerar as desonerações, corretas em si, mas que, isoladamente, e por serem tópicas, não têm conseguido tirar a economia de uma faixa medíocre de expansão — ao redor dos 2,5%, estima-se. Crescimento baixo, desconfiança no front fiscal e inflação “engessada” na proximidade dos 6% — a meio ponto do teto da meta, cujo centro, 4,5%, é que deve ser perseguido, algo que o governo Dilma deixou de lado — não estimulam otimismo.


Compreende-se que surjam análises negativas na imprensa internacional, como a expectativa, publicada pelo inglês “Financial Times", de analistas do Barclays em São Paulo, de que o Brasil poderá ser o primeiro país dos quatro grandes do grupo Brics a perder o “grau de investimento” das agências de avaliação de risco. Na S&P, o viés do país já é de baixa. Atentas ao mau humor com as perspectivas da economia, autoridades se movimentam para dissipar o clima.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admite que o superávit primário não chegará aos prometidos 2,3% do PIB, mas diz que os números melhorarão até o final do ano. Porém, muito em função de receitas extraordinárias — os R$ 15 bilhões do bônus de assinatura do contrato de exploração de Libra, eventuais dividendos de empresas públicas, etc.


Para complicar o quadro, a maior pressão no crescimento dos gastos em custeio vem da área social — Previdência e seguro-desemprego, este numa alta em contradição com um mercado de trabalho ainda aquecido. É difícil conter estas despesas — por serem compulsórias e também por motivos político-eleitorais.

Cai, então, mais uma vez sobre o Banco Central a responsabilidade de, por meio de novo aperto na política monetária (juros), tentar quebrar o engessamento da inflação na faixa dos 6%, para impedir que os mecanismos de indexação piorem ainda mais as coisas. E, como se aproxima o ano eleitoral, também chega a hora de saber o tamanho da real autonomia do BC.


(Fonte: O Globo)


Governo corta verbas e fiscalização perde força

 

 

 

O impacto das mudanças atingiu atividades de resgate de trabalhadores em situação análoga à de escravos, combate a desmatamento e a fraudes

LEONÊNCIO NOSSA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
 
A máquina de fiscalização do governo freou em áreas sensíveis da administração. Nos primeiros dois anos e dez meses do mandato da presidente Dilma Rousseff, órgãos de controle perderam o fôlego principalmente por cortes no orçamento e trocas de políticas de gestão.

As mudanças atingiram atividades de resgate de trabalhadores em situação análoga à de escravos, combate a desmatamento, a fraudes no mercado financeiro e ações contra irregularidades em energia e telefonia.

Um dos órgãos que ganharam visibilidade no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o grupo móvel de combate ao trabalho escravo diminuiu as visitas às propriedades rurais. Foram 342 inspeções em 2011, 255 no ano passado e 185 neste ano. Os fiscais do trabalho resgataram de janeiro para cá 1.137 pessoas em situações precárias. No ano passado, foram 2.750 resgates. Os números ainda foram maiores em 2011: 2.491 resgates. Em 2010, 2.628 pessoas foram retiradas de propriedades nos grotões.

Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia do Ministério da Fazenda responsável pela fiscalização do mercado de ações, a falta de impressoras ilustra a diminuição das atividades. Dos 90 equipamentos na sede do órgão no Rio, 50 estão sucateados. Lá, a falta de pessoal é outro problema. 

Atualmente, 600 pessoas trabalham no órgão - 20% a menos que em 2010. No primeiro semestre deste ano, a CVM realizou 27 operações, número inferior ao mesmo período do ano passado, quando foram 35 ações. 

Um funcionário da comissão ouvido pelo Estado afirma que o problema não se resume à corte de orçamento, mas também ao planejamento e à falta de pessoal, especialmente de nível médio. Nos últimos quatro anos, a evasão de funcionários chegou a 20,9%.

A diminuição de operações foi acompanhada pela redução de multas. No primeiro semestre deste ano, o órgão aplicou 92 multas. Ainda não há estimativa da soma anual. Nos 12 meses do ano passado, foram aplicadas 438. Dificilmente 2013 terminará como em 2011, quando a comissão efetuou 1.525 multas.

O Ministério do Planejamento contingenciou, neste ano, R$ 26,6 bilhões. No ano passado, o contingenciamento foi de R$ 25,3 bilhões.

Assessores do governo ressaltam que eventuais problemas no conjunto da máquina de fiscalização não podem ser creditados apenas a corte orçamentários. Eles dizem que o problema deve ser dividido com os ministros das pastas, que têm a responsabilidade de distribuir o orçamento em seu dia a dia. 

Em nota, o Planejamento ressalta que "o orçamento de cada ministério é global". "Cabe a cada pasta decidir como aplicar o seu orçamento, não cabendo ao órgão central definir previamente a realização das dotações orçamentárias", destaca.

O freio na fiscalização atingiu ainda agências nacionais reguladoras Aneel (energia elétrica) e Anatel (telecomunicações). Desde 2009, a Aneel não registra mais de mil notificações no setor, o que era constante até aquele ano. Em 2012, a agência fez 951 notificações. De janeiro a julho deste ano, foram 558. 

Nos relatórios semestrais divulgados pelo órgão, não há número de vistorias, mas se sabe que as queixas e denúncias têm aumentado na área. A Anatel também apresentou queda nas atividades de fiscalização nos dois primeiros anos do governo Dilma. 

A atuação dos fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) foi uma das que registraram maior porcentual de queda. O órgão deverá terminar 2013 com o número mais baixo de autos de infração dos últimos 11 anos. De janeiro até agora, foram 10 mil autuações, quase a metade do registrado nos anos anteriores.

Receita Federal suspende fiscalizações por falta de dinheiro, diz jornal


Receita Federal suspende fiscalizações por falta de dinheiro, diz jornal
 
 
O governo cortou verbas que comprometem o funcionamento da própria máquina de arrecadação, a Receita Federal, de acordo com reportagem do Estado. Trocas de e-mails entre integrantes da cúpula do Fisco e documentos internos do órgão obtidos pelo jornal mostram que, nas últimas semanas, operações de repressão foram canceladas e programas de modernização da arrecadação, desacelerados. 
 
As atividades de repressão foram suspensas na seção da 1.ª Região, que compreende o Centro-Oeste e Tocantins. Em mensagem de 15 de outubro ao subsecretário de Aduana e Relações Internacionais, Ernani Checcucci, o superintendente adjunto, Onassis Luz, adverte que "as atividades de repressão na 1.ª RF já se encontram suspensas há 15 dias". O corte afetou a operação Fronteira Blindada, de combate ao contrabando e pirataria. 
 
Além de não ter dinheiro para custear o deslocamento dos fiscais, a Receita também precisou limitar o desenvolvimento de novos programas de informática, de acordo com a reportagem. Até para pagar os Correios faltariam recursos. Um e-mail da unidade de Cuiabá (MT) informa que o contrato para envio de correspondências foi suspenso. De acordo com documento da Receita, o órgão tinha este ano R$ 2 bilhões. Os gastos foram reduzidos a R$ 1,3 bilhão, com a maioria dos cortes na área de sistemas. 
 
Questionada, a Receita informou que opera "dentro dos padrões de normalidade" e afirmou que "cortes nas Regiões Fiscais podem ser explicados pela necessidade de se priorizar gastos, no âmbito das providências para que não haja impacto no desempenho das atividades".

No Brasil, pais sonham que filhos sejam médicos ou empresários


Por Folhapress


SÃO PAULO  -  Para os pais brasileiros, as profissões ideais para os seus filhos são as de médico ou empreendedor. É o que mostra uma pesquisa realizada pela rede social corporativa LinkedIn.

Na lista de profissões dos sonhos de pais e mães, as de médico e empreendedor aparecem em primeiro lugar, empatadas com 35%. Em seguida, estão funções no ramo financeiro (23%), desenvolvimento de tecnologia e advocacia (19%). O levantamento ouviu 1.001 pessoas.

Pilotos, profissionais de marketing e relações públicas, professores, veterinários e esportistas também estão entre as dez carreiras preferidas.

Para os pais, o mais importante é que seus filhos tenham um trabalho que os façam felizes — a opção foi indicada por 46% deles. Em segundo lugar, aparecem as boas oportunidades de carreira, com 42%, e um salário que permita uma vida confortável (39%).

Em contrapartida, para os filhos, um bom salário é o mais desejável em uma profissão (39%). Felicidade e oportunidades de carreira estão em seguida, com 36% e 33%, respectivamente.

Segundo a pesquisa, tanto para os pais (63%), quanto para os filhos (54%), o principal indicador de sucesso na carreira é estar satisfeito com o trabalho.

"São Paulo merece um governo do PT", diz ex-presidente Lula


Por Talita Moreira
Ana Paula Paiva/Valor 
 
Lula: Desafio dos próximos dirigentes do PT é renovar o partido
 
 
SÃO PAULO  -  Acompanhado por Alexandre Padilha, ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo em 2014, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo que o Estado “merece” um governo do PT. Para Lula, a próxima eleição será histórica para o partido.

“Acho que São Paulo merece um governo do PT, para a gente provar que pode fazer mais e melhor. E acho que essa é a razão da importância dessa eleição, ou seja, consolidar o partido nacionalmente, nos municípios. Estou convencido de que a eleição de 2014 vai ser uma eleição histórica para o PT”, afirmou Lula, que participou no início da tarde do Processo de Eleições Diretas do PT, denominado PED, que escolherá os novos dirigentes da sigla.

“A eleição é importante para demonstrar força do PT e garantir que o partido tem direção consolidada, comprometida com o governo da presidente Dilma e com a vontade política de eleger próximo governador de São Paulo”, disse o ex-presidente.

Sobre as chances do partido em 2014, Lula procurou se mostrar otimista. “Temos chance disputar a eleição em muitos Estados importantes. E eu diria que o mais importante de todos, depois da [eleição da] presidente Dilma [Rousseff], é São Paulo. É por isso que estamos com vontade de ganhar a eleição de São Paulo”.

Para Lula, que outrora cobrou do PT engajamento nos protestos populares de junho, o principal desafio da legenda é falar aos jovens. “O desafio dos próximos dirigentes do PT é, além de reorganizar o partido, renovar o partido. Porque eu acho que o partido precisa voltar a fazer um discurso mais para a juventude”, avaliou.

(Talita Moreira)