O
governo cortou verbas que comprometem o funcionamento da própria
máquina de arrecadação, a Receita Federal, de acordo com reportagem do
Estado. Trocas de e-mails entre integrantes da cúpula do Fisco e
documentos internos do órgão obtidos pelo jornal mostram que, nas
últimas semanas, operações de repressão foram canceladas e programas de
modernização da arrecadação, desacelerados.
As atividades de repressão
foram suspensas na seção da 1.ª Região, que compreende o Centro-Oeste e
Tocantins. Em mensagem de 15 de outubro ao subsecretário de Aduana e
Relações Internacionais, Ernani Checcucci, o superintendente adjunto,
Onassis Luz, adverte que "as atividades de repressão na 1.ª RF já se
encontram suspensas há 15 dias". O corte afetou a operação Fronteira
Blindada, de combate ao contrabando e pirataria.
Além de não ter
dinheiro para custear o deslocamento dos fiscais, a Receita também
precisou limitar o desenvolvimento de novos programas de informática, de
acordo com a reportagem. Até para pagar os Correios faltariam recursos.
Um e-mail da unidade de Cuiabá (MT) informa que o contrato para envio
de correspondências foi suspenso. De acordo com documento da Receita, o
órgão tinha este ano R$ 2 bilhões. Os gastos foram reduzidos a R$ 1,3
bilhão, com a maioria dos cortes na área de sistemas.
Questionada, a
Receita informou que opera "dentro dos padrões de normalidade" e afirmou
que "cortes nas Regiões Fiscais podem ser explicados pela necessidade
de se priorizar gastos, no âmbito das providências para que não haja
impacto no desempenho das atividades".
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