segunda-feira, 11 de novembro de 2013

China autoriza investidor privado a adquirir até 15% de participação na estatal

Bandeiras da China e do Banco Industrial e Comercial da Chinas (Bobby Yip/Reuters)


 
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS


A China permitirá que investidores privados adquiram até 15% de participação em empresas estatais, informou o jornal estatal "China Daily", em meio a expectativa acerca da reunião do Partido Comunista sobre reformas no país. 

Líderes chineses estão reunidos em Pequim esta semana para estabelecer um plano para os próximos dez anos. A entidade encarregada pela administração de mais de cem das maiores estatais do país, Sasac na sigla em inglês, tem afirmado que a reforma das companhias controladas pelo Estado é um importante foco do governo. 

O jornal cita Bai Yingzi, diretor da divisão de reforma de empresas da Sasac, que afirmou que investidores privados poderão criar consórcios próprios de investimento para comprarem participações diretas nas estatais equivalentes a 10% a 15% dos ativos. 

A mudança poderia significar maior poder de decisão na mão dos investidores.

Investidores privados atualmente podem comprar ações de grandes estatais listadas em bolsas de valores da China, mas as entidades controladas pelo Estado normalmente mantêm uma participação de controle. Casos como o do conglomerado Fosun Group, que detém 49% da China National Medicine, contudo, são uma exceção, como citou o próprio "China Daily". 

Em junho, a agência oficial de notícias Xinhua publicou que empresas de serviços públicos seriam abertas ao investimento privado. 

No mês passado, um importante centro de análise, o Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Conselho de Estado, recomendou o fim de monopólios controlados pelo governo nos setores de ferrovia, óleo e gás e eletricidade.

Programas sociais brasileiros serão compartilhados com Peru


A cooperação na área de saúde será voltada para a produção de medicamentos contra a malária e a tuberculose

Roberto Stuckert Filho/Presidência da República
A presidente Dilma Rousseff durante reunião com o presidente do Peru, Ollanta Humala, no Palácio de Governo

Dilma Rousseff com o presidente do Peru, Ollanta Humala: em discurso, Dilma destacou um conjunto de projetos bilaterais entre o Brasil e o Peru na área social

Brasília – O Brasil levará a experiência com o Programa Farmácia Popular para o Peru, disse hoje (11) a presidente Dilma Rousseff, durante visita oficial de um dia ao país.

A cooperação na área de saúde será voltada para a produção de medicamentos contra a malária e a tuberculose. A medida oferecerá remédios a preços acessíveis para doenças crônicas.

Em discurso, a presidente destacou um conjunto de projetos bilaterais entre o Brasil e o Peru na área social. Entre elas, está a medida relacionada ao combate de tráfico de pessoas. 

“Chegamos a um acordo de cooperação para combater a rede de tráfico de pessoas, como os haitianos, eles são bem-vindos e não queremos que sejam vítimas de coiotes [pessoas que cobram para a travessia fronteiras ilegalmente]. Abrimos a nossa embaixada para que eles possam entrar”, destacou.

Em 2012, municípios acrianos como Assis Brasil e Brasileia tiveram problemas com a imigração em massa de haitianos. Brasileia, fronteira com a Bolívia, recebeu até 4 mil pessoas que se abrigaram pelas praças da cidade. Assis Brasil, fronteira com Iñapari (Peru), foi o primeiro portão de entrada de haitianos que buscam, no país, melhor oportunidade de vida. A grande maioria foi vítima de coiotes, geralmente compatriotas.

Na agenda da presidente também está a relação comercial entre os dois países. Segundo Dilma, nos últimos dez anos o investimento brasileiro no Peru cresceu quatro vezes e atualmente soma US$ 6 bilhões, por meio de mais de 70 empresas. “Com o comércio eletrônico, de janeiro a setembro deste ano, as exportações do Peru ao Brasil cresceram mais de 50%”, disse. Segundo a presidente, o Brasil terminará o ano como o terceiro maior parceiro comercial do Peru.

Também foram assinados acordos de compartilhamento de dados da rede de telecomunicações na região de fronteira para possibilitar que não seja cobrado roaming internacional nas ligações de celular entre cidades na fronteira dos dois países.

A visita oficial da presidente Dilma Rousseff marca os dez anos da Aliança Estratégica Brasil-Peru. Na ocasião, também será realizado o Foro Empresarial Brasil-Peru, que reunirá 400 empresários dos dois países, debaterá o comércio bilateral que alcançou US$ 2,9 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, um aumento de 8,8% em relação ao mesmo período de 2012.

Entre os países da América do Sul, o Peru é o terceiro maior destino dos investimentos brasileiros, com estoque de US$ 1,9 bilhão. Em Acordo de Complementação Econômica, entre o Mercosul e o Peru, o Brasil já concede ao país 100% de preferências tarifárias para mais de 6,5 mil produtos.

Em 2013, o Peru deverá conceder o mesmo benefício ao Brasil para 687 produtos. Já em 2014, serão concedidos para outros 5.464 produtos, alcançando a totalidade em 2019, quando 100% dos mais de 6,5 mil produtos do acordo estarão livres de imposto de importação.

CEOs têm a palavra final em processos de inovação


Por Edson Valente
 
Yagi Studio/Getty Images


DE SÃO PAULO  -  A autonomia de áreas de comitês de inovação das empresas consideradas mais inovadoras no Brasil é restrita no que diz respeito à aprovação de novos projetos. Essa é uma das conclusões da pesquisa Gestão da Inovação no Brasil, realizada pela IAE Business School da Argentina e pela consultoria Symnetics e apresentada hoje em evento em São Paulo.

A tomada de decisão sobre aprovar ou rejeitar projetos de inovação cabe ao CEO da empresa em 34% das ocasiões nas companhias consideradas as mais inovadoras das que responderam à pesquisa – 12 de um total de 29, sendo 17 de menor destaque nesse quesito. A amostra abarca setores diversos – indústria, bancos, hospitais, serviços de internet e de TI, energia, agroquímicos, siderurgia, educação e materiais de construção. 

Em 21% das vezes, a palavra final sobre um projeto de inovação é dada pelo CEO acompanhado de outro diretor. Outros 10% correspondem a decisões do CEO com a participação de um comitê de inovação. O comitê decide com um diretor em 7% dos casos, e em 10% estabelece o veredito final sobre o destino do projeto sozinho.

Além da centralização das decisões, o estudo mostrou que as empresas em geral não possuem indicadores e processos específicos para medir os resultados da inovação. Outro problema é o desalinhamento entre recompensas monetárias e os objetivos alcançados pelos projetos.

A pressão por resultados de curto prazo, por sua vez, foi apontada como um fator limitante para descobrir oportunidades e dedicar um tempo maior às atividades de pesquisa.
(Edson Valente)

Corte não deve mudar penas do mensalão


DE BRASÍLIA



Às vésperas da sessão que realizará no Brasil, o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Diego Garcia-Sayán, disse que o órgão não modifica sentenças, uma das estratégias anunciadas por réus do mensalão para tentar reverter a condenação. 

Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal retoma também mais uma fase recursos no processo do mensalão. Com o julgamento de parte deles marcado para quarta-feira, existe a possibilidade de concluir o processo para alguns dos réus --entre eles Roberto Jefferson e os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). 


O presidente da corte evita falar sobre o caso, mas ressalta que não cabe à corte modificar sentenças. "A corte não pode modificar uma sentença. Se houve pena de prisão, ela não pode aumentá-la ou reduzi-la." 

A Corte Interamericana de Direitos Humanos tem por tradição nunca tratar de assuntos do mesmo país em que realiza sessões. "Qualquer coisa que aconteça no Brasil será em paralelo", disse Diego Garcia-Sayán. "Não temos elementos sobre o mensalão. Não queremos insinuar respostas", completou. 


Pedro Ladeira-22.out.13/Folhapress
Joaquim Barbosa durante encontro com o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Diego García Sayán
Joaquim Barbosa durante encontro com o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Diego García Sayán  

Diego Garcia-Sayán explica que a corte costuma tomar dois caminhos quando é questionada sobre violações de garantias judiciais, como é o caso dos réus do mensalão, que reclamam não ter direito a uma revisão do processo. 

"Na hipótese de que se afetou algum direito processual ou uma garantia judicial, a corte às vezes estabelece uma reparação econômica e em outras determina que se retifiquem as partes em que os direitos processuais foram afetados". 

Mesmo quando a corte entende que parte do processo deve ser corrigido, são os próprios tribunais locais que fazem a nova análise --e não o órgão internacional, afirma o presidente da corte. 

Nesta semana, a Corte Interamericana de Direitos Humanos realiza sua segunda sessão no Brasil -a primeira foi em 2006. A sessão tratará de um caso colombiano de 1985 relativo ao desaparecimento de pessoas durante a retomada pelo Exército do Palácio da Justiça, ocupado pelo então grupo guerrilheiro M-19.

Privatizações devem ser feitas em 'ambiente jurídico estável', diz Aécio


 
MARINA DIAS

ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE




Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) defendeu nesta segunda-feira (11) que as novas privatizações sejam feitas em um "ambiente jurídico e institucional estável". 

Segundo o tucano, principal nome do PSDB para concorrer à Presidência em 2014, o Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores estrangeiros para iniciar um novo ciclo de privatizações e isso não será feito no governo da presidente Dilma Rousseff. 

"O setor privado é um parceiro e precisa ser privilegiado", declarou Aécio durante evento com empresários na Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre. 

O senador mineiro defendeu as privatizações realizadas no Brasil até hoje e disse que "atrair o capital privado para as concessões é muito importante em todas as áreas", pois este é o setor que deve "planejar e executar" junto com o governo federal. 

Para Aécio, porém, o governo do PT não conseguiu criar o cenário de confiança necessário para que o capital privado invista no país. "O governo Dilma fracassou e coloca em risco algumas conquistas importantes", como a estabilidade fiscal e a confiança frente aos investidores estrangeiros. "E o PSDB estará unido para apresentar uma alternativa ao que está aí", disse o tucano.

Trapalhada da Abin quase provocou crise com Estados Unidos

Trapalhada dos espiões do governo brasileiro quase gerou crise internacional
DE SÃO PAULO


Uma trapalhada de agentes de inteligência do Brasil que vigiavam espiões americanos quase gerou uma crise de contornos internacionais. 

O episódio, ocorrido no Rio em 2009, envolveu oficiais da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e da CIA (agência de inteligência dos EUA), e ainda incluiu Polícia Federal.

A confusão, segundo a Folha apurou, foi provocada por um dos mais primários erros em qualquer serviço secreto: deixar que o alvo perceba que está sendo monitorado. 

No caso, os americanos Alejandro Nuñez e Guillermo de las Heras, então lotados no consulado dos EUA no Rio. O primeiro chegou em 2006, como funcionário administrativo. O outro veio um ano depois e, no registro do Ministério das Relações Exteriores, aparece apenas como um dos cônsules do corpo diplomático. 

Na prática, eram oficiais da CIA em atuação no Brasil. Numa ação de contrainteligência, agentes da Abin passaram a monitorar a rotina e os deslocamentos dos dois. 

Em 2009, desconfiados de que eram seguidos por criminosos e temendo sequestro, Nuñez e De las Heras procuraram o Departamento de Inteligência da Polícia Federal, órgão no qual os oficiais mantinham contatos regulares. 

Com a cooperação deles, a polícia armou uma blitz. Na abordagem, a surpresa: a dupla que seguia os americanos em um carro era da Abin. Um policial que participou da operação e pediu para não ser identificado disse que os agentes foram levados para uma delegacia, e logo liberados. 

O caso foi abafado pelo governo brasileiro. Além do temor de crise diplomática, evitava-se acirrar as tensões entre PF e Abin. À época, a relação entre as instituições estava desgastada por causa da Operação Satiagraha -questionada pela participação de agentes de inteligência, considerada irregular. Após o episódio, os agentes americanos da CIA deixaram o Brasil.
 

BUROCRACIA NOS PORTOS


Segundo nota publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, o Brasil encontra-se na 106ª posição, entre 118 países, em um ranking que avalia a burocracia nos portos. Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base em dados do Banco Mundial, o levantamento mostra que os problemas portuários do País estão longe de se limitar aos já conhecidos gargalos logísticos.
O excesso de exigências para desembaraçar mercadorias é tido por empresários e especialistas do setor de comércio exterior como o entrave mais importante, reduzindo a competitividade nacional. "Os impedimentos para o ingresso do Brasil em cadeias de valor são sérios e nos condenam a exportar commodities", alertou José Augusto de Castro, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior.