Brasil só perde para o Equador em porcentagem de habitantes que acreditam que privatizações foram benéficas para o país e que estão satisfeitos com os serviços
São Paulo - 44% dos brasileiros concordam que as privatizações de empresas estatais foram benéficas para o país. É a segunda maior taxa entre todos os países da América Latina, atrás apenas do Equador, onde atinge 57%.
A média total latino-americana é de 30% de aprovação e chega a 18% no
Chile e 20% na Argentina. Os dados são da última pesquisa
Latinobarómetro, realizada em junho deste ano nos 18 países da região,
exceto Cuba.
A porcentagem de brasileiros satisfeitos com os serviços privatizados
também é relativamente alta: 37%, abaixo apenas do Equador.
Menos preocupados
De forma geral, a preocupação com a economia e o desemprego diminuiu
nos últimos anos em toda a região. Atualmente, o Brasil é o
latino-americano com a menor porcentagem de habitantes que acreditam que
problemas econômicos são os mais importantes do país: 19%.
O desemprego é considerado o principal problema por apenas 6% dos
brasileiros, contra uma média de 16% na América Latina como um todo.
18% dos brasileiros consideram justa a distribuição de renda no país,
contra 25% na média da região. O Equador é único país em que uma maioria
da população é a favor da atual divisão da riqueza.
77% dos brasileiros acreditam que o Estado pode resolver o problema da
pobreza, taxa que só perde para os 82% registrados no Paraguai.
A porcentagem de brasileiros que acreditam na economia de mercado como
melhor sistema para o desenvolvimento é de 66%, levemente acima da média
latino-americana de 59%.
Curiosamente, países considerados mais estatizantes como Venezuela tem
taxas altas como 69%, enquanto outros considerados mais abertos tem
taxas menores, como o Chile (43%).
O Latinobarómetro é produzido pela Coporação Latinobarómetro, uma ONG sem fins lucrativos com sede em Santiago, no Chile. A pesquisa começou em 1995 em 8 países e aumentou gradativamente até atingir em 2004 todos os 18 países da região, com exceção de Cuba.
A pesquisa deste ano entrevistou presencialmente 20.204 pessoas em 18 países entre 31 de maio e 30 de junho.