segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Comissão de Ética da Presidência adverte presidente do Cade

Comissão deverá também investigar Ideli Salvatti pelo uso de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal durante viagens à Santa Catarina

Cristiano Mariz/EXAME.com
Vinicius Carvalho, presidente do Cade

Vinicius Carvalho, presidente do Cade: deverá ser investigado por sua ligação com o PT no momento em que assumiu o cargo

Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência vai investigar a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pelo uso de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal durante viagens à Santa Catarina e também fez uma advertência ao presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinicius Carvalho, por estar filiado ao PT quando assumiu o cargo.

"Ele (Carvalho) não tomou providências necessárias para cancelar o registro dele do partido. Ele pediu, mas não foi atrás, não foi à Justiça Eleitoral. Tanto que algum tempo depois, depois de ele já ter se desligado do partido, numa relação do partido aparece o nome dele como integrante", disse nesta segunda-feira o presidente da Comissão de Ética, Américo Lacombe, a jornalistas.

"Ele já não era mais integrante, mas não tomou esses cuidados. Não basta entrar com requerimento e dizer 'eu quero o cancelamento do partido'. É preciso que você, principalmente se você tem cargo público... Ele não teve essa cautela." Carvalho também é alvo de um pedido feito pelo PSDB junto à Mesa Diretora do Senado que quer que seja aberto processo para retirá-lo do comando do Cade.

Além da filiação ao PT, os tucanos afirmam que Carvalho teve atuação política na divulgação de um cartel que teria atuado nas licitações do metrô de São Paulo, Estado governado pelo PSDB, após a Siemens, empresa alemã que teria participado do esquema, fazer um acordo de leniência com a autoridade de defesa da concorrência.

Já no caso de Ideli, a comissão decidiu abrir uma investigação sobre a utilização pela ministra de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal durante viagens a Santa Catarina, reduto eleitoral da ministra.

"Abrimos o processo contra ela. Abrimos procedimento, pedimos informações a ela. Não está designado o relator", disse Lacombe.

Segundo ele, a ministra terá dez dias para se explicar ao colegiado. "Se ela quiser pedir mais (dias), a gente normalmente dá, porque acho que o problema de ampla defesa é sagrado. Se não, não temos democracia neste país", disse.

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