sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Família Batista, do JBS, e os Bertin negociam acordo



JOESLEY BATISTA, DO JBS: acordo com os Bertins

A guerra declarada pelo clã Bertin à família Batista está chegando ao fim. Em 2009, o frigorífico JBS, comandado por Joesley Batista, comprou o Bertin. Em troca, a família vendedora ganhou uma participação numa holding que controla o JBS. 

Acontece que, em junho do ano passado, os Bertin foram à Justiça acusando os sócios de surrupiar 66% dessas ações, numa suposta fraude bilionária. Passado o barulho inicial, os dois lados começaram a negociar um acordo. Pelo que vem sendo discutido, os Batista comprarão as ações dos Bertin, que, por sua vez, retiram a ação da Justiça. Procuradas, as empresas não comentam.

Chega de mudanças na cúpula do Grupo Pão de Açúcar


Christophe Hidalgo, diretor de finanças do GPA, afirmou que todas mudanças necessárias já foram feitas

Germano Lüders/EXAME.com
Supermercado da rede Pão de Açúcar
Pão de Açúcar: lucro de R$ 1,8 bilhão em 2013, 20,7% mais que no ano anterior

São Paulo – No último ano, uma série de mudanças de direção no Grupo Pão de Açúcar, incluindo a saída de Abílio Diniz do Conselho e Enéas Pestana da presidência – foram notícias no mercado. Mas, para este ano, a alta cúpula executiva da companhia ficará onde está.

Foi o que assegurou Christophe Hidalgo, diretor de finanças e serviços corporativos, em entrevista com jornalistas por telefone.

“As mudanças que tinham de acontecer nos cargos estratégicos já aconteceram”, disse ele. “Agora, algumas alterações decorreram da vontade de alguns executivos saírem da empresa para buscarem novos desafios. Dessas não temos controle.”

De acordo com Christophe, hoje a companhia conta com um grupo de executivos bem preparados e adaptados à estratégia de encontrar sinergias entre os vários negócios do GPA para reduzir custos e melhorar rentabilidade.

“Houve uma importante participação do Casino na indicação de pessoas e conseguimos reunir um grupo de executivos vindos de diferentes países e setores, o que só nos traz vantagem”, afirmou Hidalgo.

Como exemplo, o diretor citou Líbano Barroso, vindo da TAM, contratado em novembro como diretor vice-presidente de Infraestrutura e Desenvolvimento Estratégico.

O novo presidente da companhia desde janeiro, Ronaldo Inaldi, poderia ser outro exemplo. O executivo já representava o Casino no Brasil e tem em seu currículos anos de comando na Oi (na época chamada Telemar ) e Magnesita. 


Sinergia e lucro 


A companhia explicou hoje pela manhã como atingiu o lucro de R$ 1,8 bilhão no ano passado, resultado 20,7% superior em comparação ao ano anterior. Entre os motivos estão as adequações de todos os formatos de negócios e a busca de sinergias entre todos eles. Ambas as ações tem como base a redução de custos e despesas e consequente aumento de rentabilidade da empresa. 

O mesmo valor, R$ 1,850 bilhão, será investido pela empresa neste ano, número 32,8% superior aos aportes realizados no ano anterior. O foco será a abertura de novas lojas – 128 no total, sendo 87 do GPA Alimentar e 41 da Via Varejo – e aquisições de terrenos.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

‘É preciso reconhecer que o modelo se esgotou’

Pedro Passos critica a política de incentivos ao consumo, as barreiras à importação de carros e cobra abertura comercial


Cleide Silva e Ricardo Grinbaum - O Estado de S. Paulo

Para o presidente do Iedi, Pedro Passos, a política de incentivos do governo não faz mais efeito. O País precisa abandonar o modelo protecionista, deixar de ser refém do Mercosul e partir para acordos comerciais com países do bloco do Pacífico, União Europeia e Estados Unidos.

O que o Iedi defende?
A política de incentivos ao consumo a determinados setores visando o mercado interno dá cada vez menos resultados. Nossas políticas têm sido muito defensivas e não são mais suficientes para suportar a pressão externa de produtos importados e o mercado interno, que tem seus limites. Por aí não vem o crescimento. A produtividade exige mais inovação, tecnologia, investimento, preparação de mão de obra. Mais competição significa o País ter mais compromissos em exportar e importar. Ou seja, uma política voltada para a inserção internacional. Precisamos incluir a indústria num cenário de desenvolvimento. 

Como o sr. vê os incentivos fiscais que o governo deu para ajudar a indústria?
Os incentivos têm uma coisa tópica, de reação de curto prazo, mas não se sustentam. Eu não entendo a proteção adicional dada à indústria automobilística, que já tinha uma proteção de 35% no imposto de importação e se criou um IPI adicional para o veículo que não é produzido no Brasil. Nem os incentivos à linha branca, que vão muito na direção do consumo. Tem um conjunto de incentivos que não tem mais o impacto de quando tínhamos uma classe emergindo com crédito, com vetores outros que hoje não temos mais. Agora, temos de reorientar a política.

O sr. fala em incluir a indústria num cenário de desenvolvimento. Como?
Através de um processo que passa primeiro por um compromisso claro de abertura comercial para que o Brasil se modernize, importe e exporte mais. Segundo, passa por uma política de comércio exterior mais clara, porque hoje ela é frágil. Terceiro, passa obviamente por maior agressividade nos acordos comerciais, que a gente vem perdendo ou não evoluiu nos últimos 20 anos.

O sr. fala em falta de confiança do empresariado. Por quê?
As decisões e as metas de política econômica não são claras. Qual é mesmo a meta de inflação para o Brasil, é 6% ou é 4,5%? Tecnicamente é 4,5%, mas qual é o objetivo efetivo? Qual o superávit fiscal que pretendemos ter? A aceleração do plano de concessões é uma boa direção, mas demorou a acontecer. Qual é a disponibilidade para fazer outras coisas relevantes? Há várias dúvidas na estruturação desses projetos, o que também reduz nossa confiança. Outro exemplo é o tema regulatório ou tributário. Houve um movimento de tributação das empresas em assuntos não claros do ponto de vista da legislação que aumentou enormemente as contingências por questões tributárias, trabalhistas. Isso também gera muita insegurança para o investimento. Adicionalmente, por conta dessa situação instável, existe uma perda patrimonial no valor das empresas, o que também diminui a disposição de investimentos.

O sr. se refere à Bolsa?
Sim, à queda da Bolsa, somada aos problemas que as empresas enfrentam que levam à perda de valor de troca, perda de possibilidade de investimento, de captar, de comprar empresas. Quando a conta bancária diminui, a possibilidade de investir também diminui.

Mas a presidente Dilma deu alguns sinais para o empresariado. Iniciou um programa de privatizações, anunciou que vai buscar novos acordos comerciais e foi a Davos, no encontro da elite econômica mundial. Estes não foram bons sinais?
O discurso foi correto, positivo. Mas os sinais de ação ainda não são claros, como na política macro – meta de superávit das contas públicas, por exemplo – ou, mais especificamente no comércio exterior.

O que a indústria gostaria de ver para tentar salvar o ano?
Para criar um ambiente de confiança, acho que primeiro deveria haver uma definição clara, com iniciativas nítidas do que vai ser feito na política fiscal, no combate à inflação. É preciso que o empresário sinta essa confiança. É muito importante uma iniciativa de diálogo efetivo. Acho que existe neste momento uma retração, então o mais importante é mudar a perspectiva. Não vai ter uma ação objetiva que a gente faça a curto prazo. Mas, qual é a nova direção? Nós vamos continuar investindo nos incentivos ao mercado interno ou vamos mudar a agenda para uma participação internacional com inserção das empresas brasileiras? Que esforço estamos trazendo para as próprias multinacionais instaladas no Brasil usarem suas bases também como plataforma de exportação? 

Seria uma ‘Carta ao Povo Brasileiro’ de Dilma, tendo em vista a possibilidade de ela ser reeleita?
Vamos fazer um retrospecto. Tivemos lá atrás um primeiro momento de estabilização, um segundo momento de trazer um novo poder aquisitivo à população, de distribuição e ascensão da nova classe emergente, o foco no mercado interno. Mas é preciso reconhecer que o modelo se esgotou e que precisamos lançar outro modelo. Acho que cumpre até à plataforma eleitoral dizer isso. Nós não podemos, como brasileiros, aceitar que porque é ano eleitoral a gente deixe de falar de Brasil, que prorrogue decisões. Não tem nenhum decreto lei que vai ser feito amanhã, mas o problema é mudar a direção, o mercado internacional precisa confiar no Brasil. Os empresários precisam confiar. Precisamos trazer mais investimento. As concessões precisam ser feitas mais profundamente. Eu acho que ano eleitoral é adequado para ter essa discussão. É melhor ir mudando de expectativa e não ter de conviver com esse ambiente tumultuado para poder evoluir. Do contrário, o preço de 2015 pode ser mais alto.

O que quer dizer esse preço mais alto? Um ajuste, uma crise?
Um ajuste fiscal mais pesado, um ajuste possivelmente de juros mais pesado, que dificulta todo o investimento. Temos uma inflação que está sempre nos incomodando. Estamos integrados ao mundo e não dá para conviver com uma inflação de 6% por um longo período. Deveríamos tentar manejar essa economia de forma a não perder algumas coisas que conquistamos – uma base de consumo, um mercado interno maior.

Até que ponto o problema da produtividade a que o sr. se refere é reflexo de questões estruturais, do País, e até que ponto é resultado da falta de investimento da própria indústria?
Tem as duas coisas. Tem o custo e a falta de produtividade sistêmica – infraestrutura, qualificação de mão de obra, educação – e tem empresas que não acompanham o desenvolvimento tecnológico e não têm os níveis de produtividade que precisam. O nível de automação do Brasil é baixo, assim como o de tecnologia de informação e de inovação nos processos industriais. Também temos problemas no âmbito da indústria, até pela falta de competição. Uma indústria protegida diminui ao longo do tempo, apesar de ter alívio no curto prazo. Quando você se organiza em pequenos oligopólios, você tem força de barreiras, formação de preços. O investimento em inovação é um investimento de risco, só faz quem tem competição lá fora.

É possível para o País atingir esse nível de competitividade?
Temos de acreditar que o Brasil pode atacar o mercado, se desenvolver e sair da defensiva. O time que joga sempre na defesa perde. Nos falta essa agressividade e a timidez com que o País age é transmitida ao empresário, ao governo, aos formadores de opinião. Alguns pensam só no curto prazo. Não defendemos uma abertura irresponsável, mas um compromisso ao longo do tempo, um processo de integração. Não podemos ser ingênuos de entregar setores inteiros sem saber negociar. O Brasil pode ser um país mais integrado, mas é preciso ter um plano, dar uma direção, como estabelecer metas para reduzir as tarifas de proteção. Isso mobiliza para inovação, consolidação e participação das empresas no mercado internacional.

No ano passado, o Iedi levou carta à presidente Dilma pedindo empenho na busca por acordos comerciais. Isso avançou?
A sinalização que tivemos é de que iria avançar o acordo do Mercosul com a União Europeia, mas, talvez pelo movimento internacional, associado ao problema da Argentina, essa agenda tem dificuldade de progredir. Acho que falta postura mais agressiva no comércio internacional. Um exemplo: há algum tempo o governo concedeu o Reintegra para eliminar um pouco do custo tributário embutido em nossas exportações. Esse incentivo, que na verdade era a devolução de impostos que pagamos, acabou. Então, acho que a política de comércio exterior não é clara. Quais são os acordos que vão determinar um melhor fluxo de mercadorias, redução das diferenças regulatórias, que é fundamental para facilitar o comércio? Em síntese, poderíamos ter um vetor adicional de crescimento no País se saíssemos de uma importação/exportação, que na média é 12% do nosso PIB e mirássemos em 25%. Nós não vamos ser China, nem Coreia, mas podemos ter um pedaço maior nesse comércio internacional.

O Brasil fez um casamento com o Mercosul, mas nos últimos anos sofreu com a queda das exportações para a Argentina e com a dificuldade em negociar acordos com outras regiões. Como o governo deve lidar com o Mercosul e com a Argentina?
Precisamos ajudar a Argentina porque é um parceiro comercial importante. Mas precisamos quebrar a agenda, partir para acordos bilaterais mais amplos. Não podemos ficar reféns de uma situação pontual que nos atrasa muito no processo de integração. Por outro lado, temos de reconhecer que a integração com o Mercosul foi importante e nos trouxe uma atividade de comércio muito mais ampla. Devemos fazer o que for possível para ajudar os outros países, mas sem comprometer nossa determinação de evoluir. É um assunto delicado, mas do jeito que está é insuportável.

Em termos práticos, qual a solução? Abandonar a sociedade com a Argentina?
Fazer acordos e, se for o caso, ver quais salvaguardas e ajustes podemos fazer para levar essa agenda adiante, independente do Mercosul. O Brasil tem de liderar um movimento de integração. É muito relevante a integração regional, como o movimento que ocorre no Pacífico. O Brasil não pode ficar de fora. Acho importante se integrar ao bloco do Pacífico porque é mais próximo, podemos ter mais competitividade, seja pelas questões logísticas, seja pelo potencial que temos nesses países. Eu não abandonaria uma integração maior com a América Latina, mas não dá para ficar só nessa agenda.

Seria melhor retomar a negociação com os EUA?
Sim. Precisamos buscar integração com a União Europeia e com os Estados Unidos, pois à medida que os EUA façam um acordo com a União Europeia ou com a Ásia, eles vão determinar o padrão de comércio mundial. Todo assunto – regulatório, fitossanitário, de legislação, aduana, questões ambientais, tarifas – vai estar dentro desse grande ator. E nós vamos acabar ficando subordinados, sem poder participar da discussão. É melhor enfrentar, porque essa integração vem, pode demorar um pouco mais ou um pouco menos. Prefiro estar dentro dessa negociação, tendo algum protagonismo, do que ser excluído e depois ter de aceitar as regras do jogo.

Petrobrás é acusada de usar plataformas inacabadas para ajudar governo

De acordo com o sindicato, empresa inaugurou em 2013 plataformas que precisaram ser finalizadas em alto-mar, o que é mais caro e lento, além de menos seguro aos trabalhadores

13 de fevereiro de 2014 | 19h 53

Sabrina Valle, da Agência Estado
 
RIO - Última plataforma da Petrobrás a ser entregue, em cerimônia em dezembro com a presença da presidente Dilma Rousseff, a P-62 saiu do estaleiro incompleta. Não foi a primeira, segundo sindicalistas. Por pressão política, para melhorar o saldo da balança comercial e para dar satisfação ao mercado, as plataformas são inauguradas inacabadas e depois finalizadas em mar - o que é mais caro e lento para a empresa, além de menos seguro para trabalhadores.
"Precisam justificar ao mercado que a empresa vai ter capacidade de produção nos próximos meses, tem muita pressão", diz o representante dos trabalhadores no conselho de administração da Petrobrás, José Maria Rangel, que levará o assunto a discussão na reunião do órgão no próximo dia 25.

O diretor de segurança e saúde do Sindipetro-NF, Norton Almeida, credita o lançamento ao mar de plataformas ainda não operacionais a pressão política. No início do mês, ele embarcou na P-62 e conferiu pessoalmente os problemas. O sindicato diz que o sistema náutico saiu do estaleiro sem um cabo de ré, sem uma das amarras do sistema de ancoragem de bombordo (lado esquerdo) e sem o sistema elétrico pronto, entre outros itens. 

O cabeamento de energia incompleto forçou, por exemplo, a instalação de um gerador de energia que pegou fogo em janeiro, quando a plataforma navegava em direção ao campo de Roncador, na Bacia de Campos. Foram 40 minutos para controlar o incêndio, ao lado de um tanque de diesel, segundo Almeida. A unidade chegou à locação com duas semanas de atraso. 

O sindicato diz que se a plataforma ficasse mais alguns dias no Estaleiro Atlântico Sul (EAS, Pernambuco) muitos dos problemas poderiam ter sido resolvidos, já que em terra milhares de operários podem trabalhar simultaneamente, enquanto em mar a legislação internacional limita a tripulação. A P-62 está com 160 homens embarcados e 20 em barco de apoio. Além disso, a instabilidade marítima traz riscos para manipulação de itens pesados e a distância torna toda a logística mais cara e lenta. Hoje, qualquer parafuso precisa viajar 125 km da costa para chegar ao destino final

"Não é um cálculo nada matemático, mas um serviço em mar pode levar dez vezes mais tempo do que em terra, e custar dez, quinze vezes mais. Tudo fica mais difícil", disse Almeida. O lançamento ao mar no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em 30 de dezembro, fez cumprir, em calendário, o compromisso da Petrobrás de pôr na água nove plataformas em 2013. 

Em 31 de dezembro, foi lançada ao mar também a P-61, que saiu do estaleiro BrasFels, na baía de Angra dos Reis (RJ), para o campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos. Também no último dia do ano a P-55 entrou em produção, às 22h30m, depois de ter sofrido reparos em mar. 

Depois de concluída, a plataforma se enquadra num benefício tributário (Repetro). As embarcações passam ao guarda-chuva de uma subsidiária da Petrobrás na Europa e podem ser contabilizadas pelo País como exportação, mesmo sem sair do país. Só no quarto trimestre, quatro plataformas tiveram impacto de US$ 5,3 bilhões na balança comercial, maior valor já contabilizado num trimestre. 

As nove plataformas têm potencial para adicionar capacidade de até 1 milhão de barris/dia e são apresentadas pela Petrobrás como a promessa da empresa para tirar a produção de petróleo da estagnação. Mesmo com o pré-sal, há quatro anos a produção não descola dos 2 milhões de barris/dia. 

O Sindipetro lembra que o problema não acontece com plataformas construídas por terceiros e afretadas (alugadas) pela Petrobrás. Estas só vão ao mar prontas, mesmo quando construídas em estaleiros brasileiros. 

"Em maior ou menor grau, isso (ir ao mar inacabada) aconteceu com as últimas 12 plataformas próprias da Petrobrás", disse Almeida, citando a P-43, P-48, P-50, P-51, P-52, P-53, P-54, P-55, P-56, P-57, P-58 e P-63.

Procurada, a Petrobrás não se manifestou até o fechamento dessa matéria.

Movimento Endireita Brasil lança campanha de arrecadação de recursos para ajudar médicos cubanos em busca da liberdade


Rodrigo Constantino

Análises de um liberal sem medo da polêmica


Eis aí uma iniciativa louvável. O Movimento Endireita Brasil (MEB) lançou uma campanha de arrecadação de recursos para ajudar todos aqueles médicos cubanos que queiram seguir os passos de Ramona e pedir exílio em nosso país. O Brasil não pode compactuar com uma tirania que trata seus cidadãos como escravos. O governo adota esta postura abjeta, mas vamos mostrar que boa parte da população não aceita isso.

Aqui está o link para quem quiser fazer doações. O objetivo é levantar R$ 100 mil que servirão de auxílio a esses cubanos. A mensagem divulgada pelo MEB para justificar a campanha foi esta:

Apoiar a busca pela liberdade de dissidentes Cubanos em regime de exceção no Brasil, participantes do Programa Mais Médicos, que espontaneamente decidam buscar sua alforria, dando suporte financeiro para o pagamento de passagens aéreas que tenham como objetivo a busca de asilo político nos EUA ou em outros países em que obtenha abrigo. Dissidentes, entrar em contato via mensagem privada na página do Facebook do Movimento Endireita Brasil.


Tem meu apoio. Fujam, cubanos!

**Tem todo o meu apoio e estarei divulgando nos meus blogs, pois não podemos compactuar que em pleno século XXI aceitarmos trabalho escravo no Brasil !  
São seres humanos e nossos irmãos  e totalmente desrespeitados em seu país de origem  pelos assassinos dos irmãos Castro e aqui no Brasil pela Dilma, Padilha e o PT !

Esilda  Alciprete

Uma Carreira Global

 



Marcos Troyjo - Brasil Econômico

Um dos principais obstáculos ao crescimento sustentado da economia brasileira é a falta de recursos humanos especializados. É conhecida nossa defasagem de engenheiros, químicos, matemáticos. São deficiências agudas ante as potencialidades do pré-sal, biocombustíveis, da hidroeletricidade.

Precisamos deles no fortalecimento de nossa infraestrutura.

O fato é que o Brasil está tão na moda; é tamanho o interesse pelo nosso país, que se evidenciam carências numa área intermediária - porém essencial: o profissional de relações internacionais (RI).

Ele é aquele que cuidará da expansão e defesa não apenas dos assuntos diplomáticos do Brasil, mas também dos objetivos de nossas empresas e da sociedade civil.

Há um tempo a formação desse profissional refletia a tímida inserção externa do País. Os cursos de comércio exterior concentravam-se em aspectos aduaneiros. Era interpretar as hamurábicas regras da Cacex, que contribuíam para o Brasil como uma das economias mais insulares do planeta.

Em 500 anos de história, nosso fluxo comercial com o exterior foi marcado pelos ciclos de commodities (ouro, borracha, cana-de-açúcar, café) ou por uma corrente de comércio que, até o final dos 1990, representou menos de 10% de nosso PIB.

Faz 20 anos, havia apenas 2 bacharelados em RI no Brasil. Eram vistos pelos alunos basicamente como uma "antessala" para se prestar o concurso à carreira diplomática. Hoje, empresas, agremiações empresariais, estados e municípios precisam mais do que nunca de profissionais de RI.

Há mais oportunidades para concretizar o sonho dos que desejam construir uma carreira global. No entanto, trata-se de profissão mais complexa e multifacetada.

Além de meros operadores alfandegários ou intermediários burocráticos entre países, os profissionais terão de ser um "GAS" (Globalization Affairs Specialist).

O GAS tem de comprar e vender de multinacionais. Participar de paineis de organismos multilaterais como a OMC. Tratar a sensibilidade da imprensa e da opinião pública de seus compatriotas e de outros países e sociedades. Relacionar-se com a imensa influência de fundações internacionais (como a Bill & Melinda Gates) e de megaindivíduos (Dalai Lama, Assange, Soros e outros).

E, é claro, lidar com governos dos mais diferentes tipos.

Se os cursos universitários no país, na graduação e na pós, conseguirem moldar profissionais desse tipo, o Brasil estará mais capacitado a expandir a janela de oportunidade que o cenário mundial lhe esta oferecendo.

Em resumo, quais os elementos básicos para a construção de uma carreira global? Comunicar-se bem em inglês (e em português, obviamente) e se possível em outras línguas.

Dominar métodos quantitativos de modo a permitir a formulação e avaliação de business plans. Ser uma craque do marketing internacional. Possuir ao menos noções direito internacional privado, sobretudo contratual e de arbitragem.

E, mais do que tudo: negociar e empreender - ser um profissional voltado para o mundo da ação.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Justiça do ES nega pedido de recuperação judicial da Telexfree


Angelo Pavini | Arena do Pavini
telexfree

A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo negou ontem à tarde o pedido de recuperação judicial, espécie de concordata, feito pela Ympactus Comercial, conhecida como Telexfree. O pedido já havia sido rejeitado em primeira instância pelo juiz da Vara de Recuperação Judicial e Falência de Vitória.

Segundo o comunicado do TJES, o julgamento foi acompanhado por vários investidores da Telexfree, que lotaram a sala de sessões. Em seu voto, o relator do processo, desembargador substituto Lyrio Regis de Souza Lyrio destacou que a Lei de Recuperação Judicial estabelece que a empresa só pode pedir o benefício se estiver exercendo suas atividades há mais de dois anos. O juiz de primeiro grau e o Ministério Público Estadual defenderam que o prazo de dois anos deveria ser contado a partir do exercício regular da atividade empresarial. Já a Telexfree alegou que o prazo deveria contar a partir do registro na Junta Comercial.

O relator lembrou que a empresa foi constituída há dois anos como uma sociedade limitada, cujo objetivo era o ramo de comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal, bem diferente, portanto, do negócio de venda de créditos para ligações telefônicas. Em março de 2012, observou o relator, a Ympactus firmou contrato de cessão de uso da marca com a Telexfree LLC, empresa americana  “cujo objetivo era a prestação de serviços de divulgação da contratada pela contratante e a cessão de uso da marca Telexfree com duração de dois anos”.

A Telexfree só se tornou sociedade anônima a partir de julho de 2013, passando de Ympactos Comercial Ltda para Ympactos Comercial S/A. Os objetivos sociais também foram alterados, passando a ser portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet e processamento de dados; agências de publicidade com prestação de serviços de anúncios, promoção de vendas diretas e portais de divulgação comercial, consultoria em publicidade; pesquisa de mercado e de opinião pública e intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral.

Para o relator, como o pedido de recuperação judicial se refere às novas atividades, o prazo de existência da empresa deveria ser julho de 2013, e não o registro da empresa anterior.

Assim, o pedido de recuperação judicial, que permitiria à Telexfree evitar a falência, foi rejeitado pelo relator, e pelos outros dois desembargadores que analisaram o caso.

Em 18 de julho de 2013, a 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, no Acre, julgou favorável pedido do Ministério Público daquele Estado para suspender as atividades da Telexfree, acusada de montar uma pirâmide financeira. Com a decisão, foram suspensos os pagamentos e as adesões de novos contratos até o julgamento final da ação.


Comissão na Câmara para marketing multinível


Ontem, a Câmara dos Deputados criou uma Comissão Especial da Regulamentação do Marketing Multinível para analisar o projeto de lei 6667/13. A iniciativa dos deputados visa regulamentar o marketing multinível, sistema no qual empresas montam redes de revendedores independentes que ganham comissões sobre as vendas feitas pelos associados que conseguiram trazer para o grupo. O sistema é usado por empresas como Avon, Natura, AmWay e Tupware, mas acabou sendo desvirtuado para empresas que criam pirâmides financeiras.

No caso da Telexfree, a acusação é de que a empresa, que oficialmente vende assinaturas de telefonia via internet (Voip), estaria oferecendo ganhos na montagem de redes de vendedores que, em lugar de oferecer o serviço, receberiam por publicar anúncios na internet. Como, para anunciar, cada interessado tem de pagar um valor inicial, ou comprar um “kit”, que pode ir de US$ 50 a US$ 1.425,00, recebendo uma remuneração proporcional ao investimento, o ganho viria mais da conquista de novos integrantes do que do negócio em si.

Estimativas são de que mais de um milhão de pessoas entraram no esquema da Telexfree.


BBom e rastreadores


Outra empresa, a BBom, de Goiás, também teve seus bens bloqueados pela Justiça, acusada de montar uma pirâmide financeira a partir da venda de rastreadores para carros. Para o Ministério Público de Goiás, o negócio da BBom é uma pirâmide porque se sustentaria mais do pagamento de taxas de adesão pelos clientes/vendedores do que da venda efetiva dos equipamentos.

Como os vendedores recebem pelo número de novas adesões que conseguem – a custos que variam de R$ 600 a R$ 3 mil – os associados novos pagariam a remuneração dos antigos, o que tornaria a arregimentação de vendedores o verdadeiro negócio da empresa, e não os rastreadores.
A estimativa é que 300 mil pessoas teriam aderido ao sistema da BBom.


Priples e anúncios na internet


Outra empresa na mira da Justiça é a Priples, empresa de anúncios virtuais, mas que faturava com a cobrança de taxas de adesão. Criada em 1º de abril (não é mentira…) do ano passado, a Priples começou a atrasar os pagamentos aos associados já no fim de maio.

O esquema teria movimentado R$ 107 milhões, quase tudo originado das adesões, segundo o delegado Carlos Couto, responsável pelo inquérito, que resultou, em agosto do ano passado, na prisão dos sócios, o estudante de ciências da computação Henrique Maciel Carmo de Lima, de 26 anos, e a enfermeira Mirele Pacheco de Freitas, de 22 anos.

Cerca de 200 mil pessoas teriam sido prejudicadas pelo esquema.  No dia 31 de janeiro, a Justiça de Pernambuco decidiu obrigar a Priples a devolver R$ 11 mil a dois investidores. A Justiça bloqueou cerca de R$ 100 milhões que estavam no caixa da empresa. Segundo o jornal “Diário de Pernambuco”, laudo do Instituto de Criminalística que analisou os livros contábeis da Pribles atesta que 99,9% da movimentação financeira da empresa se relacionam com as novas adesões ao negócio, o que indica falta de sustentação econômica ao da empresa.


Blackdever ou pode chamar de Wishclub


O Ministério Público de Minas Gerais entrou com ação em outubro do ano passado contra a Blackdever, empresa que se apresentava como negócio de marketing multinível a partir de uma rede que ofereceria desde serviços a um clube de compras com descontos para associados (outlet). Criada em março de 2013, a empresa teria arrecadado R$ 72 milhões até agosto, quando a 10ª Vara Cível de Uberlândia determinou o bloqueio de R$ 36 milhões das contas da Blackdever. Para a Justiça mineira, o esquema da empresa se caracterizava como uma pirâmide financeira pois os participantes recebiam comissões por novas adesões, e não apenas pelas vendas dos produtos, que nem sequer eram citados no site.


Bônus de qualificação


O presidente da empresa, Rogério Alves, teria se mudado para a Espanha, onde abriu outro negócio semelhante, o Wishclub, que oferece também bônus de equipe, no qual o associado recebe pela adesão de novos integrantes da rede. O Bônus de Liderança, segundo o site, que tem o mesmo endereço da Blackdever, informa que os interessados podem receber de 2% a 50% do valor do bônus de qualificação da equipe formada por ele. “Exemplo: Isabela se qualifica a Black Diamond, recebendo € 50 mil: 50% do valor fica para Isabela e outros 50% vai para a Rede”, diz a nota no pé da tabela com as categorias.


Produtos selecionados


O texto, porém, não bate com a tabela, que estabelece que o Black Diamond recebe 25% dos bônus. Na tabela, as categorias vão de 2% na classificação Bronze, 3% na Silver, 5% na Gold, 8% na Sapphire, 10% na  Esmeralda, 15% na Diamante, 20% na White Diamont e 25% na Black Diamont. O site não explica que produtos são vendidos nem que serviços são oferecidos, limitando-se a dizer que são “produtos e serviços selecionados e de alta qualidade, sempre alinhados ao conceito de bem-estar e qualidade de vida”.

Em comunicado divulgado no Facebook, Rogério Alves, falando de Madri, disse que fechou uma parceria internacional com a WishClub, até que a situação da Blackdever seja definida no Ministério Público. Enquanto isso, os associados teriam a opção de migrar para a WishClub ou ficar na Blackdever. Os que ficarem receberão a devolução de seus “investimentos” (sic) quando o Ministério Público chegar a uma conclusão sobre a legalidade da Black e liberar o dinheiro bloqueado.


Cartão de banco espanhol


A migração para o Wishclub não terá custo e os consultores receberão um cartão de débito de um banco espanhol. “Como os assinantes do club wish terão um valor mensal de ativação, isso garantirá um ganho mensal aos consultores”, diz o texto.

Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou uma cartilha explicando as diferenças entre marketing multinível e pirâmide financeira.