A agência de risco tem até julho para apresentar uma revisão da nota do Brasil, o que não significa que terá mudança da nota
São Paulo - O crescimento baixo é um problema "sério" para o Brasil, diz o diretor da Fitch Rafael Guedes. Segundo ele, esse é um dos pontos para se observar à frente.
A agência de risco tem até julho para apresentar uma revisão da nota do
Brasil, o que não significa que terá mudança da nota. "A perspectiva
estável indica que a probabilidade de o Brasil ter alteração é menor do
que 70%", explica Guedes.
"Mas o comitê que define as notas precisa se reunir pelo menos uma vez por ano, até julho", diz.
Segundo ele, quando o rating do Brasil foi afirmado no ano passado, já
havia uma deterioração na economia, mas ele diz contar, de outro lado,
com uma série de passos para a melhora do ambiente.
Entre os pontos positivos, ele citou a comunicação do BC, que era
errática, mas "melhorou significativamente"; o câmbio, que mostra uma
movimentação mais próxima das condições de mercado; e as intervenções do
BC, via swap.
Apesar de dizer que um dos pontos fracos na classificação são as
finanças públicas - o setor externo é positivo -, o superávit fiscal
anunciado, que ele ressalta que "talvez seja mais baixo" do que seria
necessário, é suficiente "para manter a trajetória da dívida estável ou
levemente em queda", diz.
Ele citou ainda como positivo os benefícios fiscais não estendidos para 2014 e que alguns deles estão sendo retirados.
Entre os pontos negativos, ele citou o nível de investimento baixo. "O
Brasil tem problemas de investimentos muito grave", disse. E isso se
reflete, entre outras coisas, no baixo crescimento.
Segundo ele, por conta disso, o balanço para a questão macroeconômica é
levemente negativo no Brasil, mas ainda "não o suficiente para que haja
alteração na nota", completa. Ele falou durante evento do EMTA, na sede
do HSBC, em são Paulo.