quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Por que a melhor construtora da Bolsa pode dobrar de valor nos próximos anos?



A Eztec mostrou que escolher pela regionalização foi a chave do sucesso

Por Infomoney


21-construtora-da-bolsaA Eztec (foto) tem provado que acertou sua estratégia ao concentrar suas operações na região metropolitana de São Paulo entre as classes média e alta. O resultado surpreende: enquanto o setor atingiu, em média, uma margem líquida com vendas de 8% de 2007 até o terceiro trimestre deste ano, a construtora alcançou uma margem de 35%. A alavancagem (medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido) foi de 4% no período contra 74% das concorrentes.

A empresa, que é considerada pelos analistas do setor como a melhor construtora da Bolsa, teve sucesso na sua estratégia de escolher pela regionalização. Hoje, 71% dos seus projetos estão na cidade de São Paulo, 20% na região metropolitana e 1% no litoral. Por conta disso, a Eztec conseguiu ganhar reconhecimento do mercado. Prova disso é que nenhum terreno vai à venda hoje na capital sem passar pela companhia. "Temos sempre a opção de comprar os melhores terrenos", disse Sílvio Zarzur, vice-presidente e diretor de incorporação da Eztec, durante evento realizado na terça-feira (16), quando foi entregue o mais promissor projeto da empresa: a torre A do megaempreendimento comercial EZ Towers, vendida por R$ 564 milhões à São Carlos.

A possibilidade de comprar bons terrenos permite que a companhia mantenha uma satisfatória velocidade de vendas – que ficou em 22,3% no terceiro trimestre – e consiga, principalmente, preservar a rentabilidade. A margem líquida do landback (estoques de terrenos) da companhia é de 40% e dos novos terrenos de 36%. O reflexo disso pode ser observado na Bolsa: atualmente, a ação da Eztec tem o melhor ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) do setor, de 22,3% (contra média de 5,5%).

Com resultados consistentes nos últimos anos, o papel da companhia acumula ganhos de 1.300% do seu menor patamar atingido em 2008 até hoje, embora neste ano ela acumule queda de 29%, em linha com o desempenho do Imob (Índice que acompanha as ações do setor imobiliário e de shopping centers), que recuou 23% até terça-feira (16). A valorização, contudo, não é um sinal de que o preço potencial já foi alcançado. Embora a Eztec seja negociada em Bolsa R$ 5,44 acima do seu patrimônio líquido (um indicador muito utilizado por analistas de mercado para mensurar se uma ação está "cara"), Emílio Fugazza, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, afirma que o papel ainda tem grande potencial.

Quando olha-se apenas para o P/L (Preço/Lucro), por exemplo, para medir em quanto tempo demorará para o investidor ter o retorno do seu capital, a primeira leitura pode ser oposta a essa, com o P/L da Eztec em 6,7 vezes, enquanto a média do setor é 4,9 vezes. No entanto, por trás disso há ainda muita oportunidade. A conta é simples: com resultado do backlog (R$ 604 milhões), estoques (R$ 1,3 bilhão) e landback (R$ 5,4 bilhões) – lembrando que esse último ainda deva ter um incremento de mais de R$ 600 milhões até o final deste ano com a compra de mais um ou dois terrenos –, a companhia tem um potencial adicional de R$ 25,90 por ação em relação a seu patrimônio líquido, que pode chegar a R$ 29,30, incluindo a venda da torre B do EZTowers.

Isto é, considerando que R$ 16,65 do valor da ação da empresa corresponde a seu patrimônio líquido, há ainda mais R$ 29,30 de valor adicional que o papel pode alcançar nos próximos anos, chegando a R$ 45,95. Levando em consideração a cotação do fechamento de segunda-feira (15), a ação tem potencial para subir 130%. Além do que já está "na conta", a companhia tem planos robustos pela frente. A conclusão do EZ Towers, localizado no bairro Morumbi, em São Paulo, colocou a incorporadora em um patamar ainda mais alto. O projeto é o mais importante empreendimento da empresa e sua execução deu a eles competência para replicá-lo em novas oportunidades. "São poucas as construtoras que possuem \'expertise\' para construir um prédio desses no Brasil. Estar entre essas poucas nos coloca muito à frente da concorrência", comenta Flávio Ernesto Zarzur, diretor vice-presidente e diretor de incorporação. O próximo grande projeto que a companhia pretende lançar é o "Chucri Zaidan", também no bairro Morumbi, com VGV (Valor Geral de Vendas) entre R$ 800 e R$ 900 milhões e lançamento previsto para início de 2017.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cade condena 11 empresas e associação ortopédica por fraude




Antonio Cruz/ABr
 
Previdência Social - INSS
INSS: se a ação não tivesse sido identificada ,13 mil segurados teriam sido privados de receber próteses
Alex Rodrigues, da AGÊNCIA BRASIL
 
Brasília - Dez anos depois de instaurar um procedimento para apurar fraudes de fabricantes de órteses e próteses ortopédicas em licitações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou, ontem (10), onze empresas pela prática de cartel.

O conselho também condenou a Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec) por elaborar e divulgar uma tabela de preços mínimos que, posteriormente, as empresas usaram para embasar as propostas apresentadas às gerências regionais do INSS no estado de São Paulo. Somadas, as multas aplicadas chegam a R$ 2,2 milhões.

Segundo o relator do caso, o conselheiro Gilvandro Araújo, durante a fase de cotação de preços, as fabricantes apresentaram propostas de preços estimados diferentes umas das outras. 

Nas fases seguintes da licitação para a escolha da fornecedora dos produtos, as empresas apresentaram novas propostas, nas quais, com base na nova tabela em que a Abotec apontava os custos, margens percentuais de lucro e despesas para a confecção de 130 tipos de produtos ortopédicos, os preços eram maiores.

“Após a elaboração da tabela de preços mínimos pela Abotec, as empresas a ela filiadas tiveram o incentivo de adotar preços similares, quando não idênticos, nas propostas ofertadas nos certames licitatórios”, afirmou o relator, apontando outras inconsistências no processo, como o fato de que empresas desabilitadas por terem combinado preços apresentaram recursos com redação idêntica.

O sobrepreço encontrado nas propostas vencedoras variava entre 18% e 31% e só não chegou a causar prejuízos aos cofres públicos porque as fabricantes foram desclassificadas.

A estimativa do Cade é que se a ação não tivesse sido identificada, 13 mil segurados do INSS teriam sido privados de receber as próteses necessárias à sua reabilitação.

Além de pagar as multas, as empresas estão proibidas de participar de quaisquer licitações realizadas pela administração pública federal, estadual e municipal e por entidades da Administração Pública direta pelos próximos cinco anos. A decisão será informada à Controladoria-Geral da União (CGU).

As empresas condenadas são a Mathias Ltda; Ortopedia Lapa; Kamia; Germânia; Fubelle; Americana; Ortopedia A Especialista; Ortoservice Comércio e Serviços Ortopédicos; Ortolab Órtese e Prótese; Casa Ortopédica Philadélfia e Estar Bem Aparelhos Ortopédicos e Podologia. 

A Agência Brasil entrou em contato com a Abotec, representante do setor, mas não conseguiu falar com seus representantes até o momento da publicação desta reportagem.

Procuradores vão propor pacote de medidas contra corrupção



AFP
Combate à corrupção - 69º lugar de 175 países
Corrupção: para procuradores, país precisa aprovar medidas para que ações não se arrastem até prescrição

Ricardo Brandt, do Estadão Conteúdo
 
Fausto Macedo e Ricardo Chapola, do Estadão Conteúdo
 
São Paulo e Curitiba - A força tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato vai propor um pacote de medidas "para transformar o país". 

Com apoio expresso do procurador geral da República, Rodrigo Janot, os procuradores da força tarefa vão apresentar sugestões de alterações legislativas que darão eficácia ao combate à corrupção e ao enriquecimento ilícito de agentes públicos e políticos.

"Esse caso (escândalo de corrupção e propinas na Petrobras) estarreceu a todos, mas não transformou o Brasil", na avaliação dos procuradores que integram a força tarefa. Eles querem contribuir para a mudança do país.

Os procuradores consideram que o escândalo na Petrobras "até agora só deixou o Brasil assustado, aterrorizado". Por isso, eles defendem mudanças imediatas na legislação.

Os procuradores entendem que o país precisa aprovar medidas para que as ações não se arrastem até a prescrição. Hoje tudo prescreve, desabafam.

Querem uma reforma geral do sistema recursal que, do jeito que está, empurra indefinidamente as ações contra corruptos.

Eles destacam a importância de medidas como as que vão propor para que "aí sim o Brasil seja transformado". 

Caso contrário, alertam, vão se passar mais 10 anos, 15 anos, e a prescrição "seguirá o seu rumo natural no Brasil". Eles querem mudar esse fluxo.

A força tarefa considera que outros grandes escândalos que abalaram o país nos últimos anos não chegaram a resultados efetivos. 

Como o episódio Banestado, evasão de US$ 30 bilhões nos anos 1990.

No caso Banestado, também desmantelado por uma força tarefa de procuradores da República e pela Polícia Federal, ações penais contra empresários, doleiros e agentes públicos não acabaram. 

Mesmo as que começaram não terminaram. Muitas estão caminhando para a prescrição - quando esgota-se o prazo que o Estado tem para punir um acusado.

Os procuradores acreditam que a Câmara e o Senado irão aprovar o pacote de medidas atendendo ao apelo público da presidente Dilma Rousseff (PT) que, nas últimas semanas, fez declarações enfáticas contra a impunidade e a corrupção.

Os procuradores miram o enriquecimento ilícito de agentes públicos e políticos. Eles querem criação de varas judiciais para ações de improbidade administrativa nas Capitais. 

Também vão sugerir propostas preventivas contra a corrupção "para tentar mudar o paradigma".

Falta de assistência de companhias aéreas lidera reclamações


Marco Antônio Carvalho

Mais de dez reclamações foram registradas diariamente nos juizados de aeroportos paulistas neste ano; queixas tendem a aumentar em período de final de ano

A falta de assistência de companhias aéreas é o principal motivo de reclamações de passageiros nos juizados especiais instalados nos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e em Congonhas, São Paulo, os dois mais movimentados do País. Insatisfações dessa natureza são responsáveis por mais de 40% do total de 3.857 queixas registradas até agora em 2014; a média de queixas é similar à do ano passado.


Juizados especiais em São Paulo tiveram mais de 3 mil reclamações em 2014. Foto: Tiago Queiroz/Estadão.
Juizados especiais em São Paulo tiveram mais de 3 mil reclamações em 2014. Foto: Tiago Queiroz/Estadão.

São mais de 10 reclamações por dia nesse ano nos juizados paulistas que funcionam nos aeroportos e que, caso não atinjam uma conciliação, serão transformadas em processos judiciais. Falta de assistência é o termo utilizado pelo Poder Judiciário e engloba casos de ausência de atendimento diversos das companhias a passageiros que se sentiram prejudicados por problemas no voo e que não receberam pronta resposta.

Reclamações sobre falta de informação e atraso de voos aparecem na sequência dos fatos mais recorrentes registrados nos juizados, com 33% e 10%, respectivamente. Com a aproximação do final do ano e um maior fluxo de viagens, as ocorrências tendem a aumentar, especialmente de consumidores protestando contra voos que não decolam no horário marcado.

Instalados em 2010 em dois aeroportos de São Paulo e em dois do Rio de Janeiro, os juizados têm como principal objetivo auxiliar na conciliação entre passageiros e companhias, evitando a necessidade de processos judiciais para resolução dos conflitos.

Em 24% dos casos neste ano, os juizados em São Paulo conseguiram firmar um acordo entre as partes. O porcentual de acordos obtidos é o maior dos últimos três anos. Em 2012, a conciliação entre passageiros e companhias só foi atingida em 4,6% dos casos; no ano seguinte, a porcentagem foi de 9,2%.

“O que a gente implementou foi uma espécie de facilitação da interlocução entre os funcionários da empresa e os passageiros. As empresas têm interesse que depois a reclamação não vire processo porque haverá um custo”, disse a juíza Mônica Soares Machado Alves Ferreira, coordenadora dos juizados nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas.

Esses aeroportos são os dois com maiores fluxo de passageiros em todo o País. Em Cumbica, passaram mais de 35 milhões de pessoas em 2013 e, em Congonhas, mais de 15 milhões. Com um fluxo maior, Cumbica registra até oito vezes mais reclamações e processos do que o aeroporto localizado na capital. Nesse ano, das 3.857 queixas, 3.338 partiram do juizado em Guarulhos.

Outros alvos de protesto por parte dos consumidores são problemas com bagagens, overbooking e cancelamento de voos. Em muitos casos, no entanto, nem sequer é preciso buscar conciliação e a atuação do juizado se resume a orientar o passageiro sobre como proceder diante do problema encontrado; em 2014, foram mais de 11 orientações por dia em São Paulo.

Hoje, essas estruturas estão presentes também nos aeroportos de Confins, em Minas Gerais, em Cuiabá e em Brasília. Juizados temporários foram montados em todas as 12 sedes da Copa do Mundo de futebol, mas tiveram as atividades encerradas após o término da competição em julho. Em São Paulo, os juizados funcionam de forma temporária, com renovações periódicas do Tribunal de Justiça no Estado para continuar em funcionamento.

Para o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça Paulo Teixeira, que autuou nos juizados durante a Copa do Mundo, as estruturas têm muita importância para os consumidores. “Não é interessante você ter de se deslocar para uma estrutura judiciária que não seja no aeroporto para resolver uma demanda relacionada à sua situação no próprio aeroporto. O  objetivo do CNJ é fazer com que essas estruturas possam funcionar sistematicamente”, disse Teixeira.

Impotência. Quando o advogado Arthur Mendes, de 35 anos, decidiu cancelar antecipadamente as passagens aéreas que havia comprado para sua mulher e suas duas filhas, o objetivo era evitar problemas com a companhia aérea e conseguir o reembolso dos valores dos bilhetes. A tentativa de conseguir de volta o dinheiro, no entanto, transformou-se em uma novela que se arrasta há mais de dois meses sem perspectiva de desfecho.

Advogado Arthur Mendes luta para reaver dinheiro gasto em passagem que foi cancelada. Foto: Alex Silva/Estadão
Advogado Arthur Mendes luta para reaver dinheiro gasto em passagem que foi cancelada. Foto: Alex Silva/Estadão

O advogado viajou para os Estados Unidos com a família, mas sua mulher e as filhas decidiram ficar por mais tempo além do previsto, o que o fez cancelar as passagens. “A palavra que pode resumir meu sentimento é impotência. A companhia aérea vai empurrando a gente com a barriga, vai enrolando. Não tive nenhum retorno efetivo e já tem mais de dois meses”, disse.

Mendes, que costuma viajar de avião pelo menos duas vezes por mês, diz também já estar acostumado a outros problemas com as companhias e os aeroportos. “Viajo bastante por conta de trabalho. Já estou acostumado com atraso de voo, problema em avião, troca de aeronave, esse tipo de coisa. A gente estranha quando o voo sai na hora”, disse.

O mesmo sentimento é compartilhado pelo administrador de empresa Carlos Nobre, de 45 anos. Recentemente, Nobre se viu vítima da falta de assistência de uma companhia aérea que o contatou para informar que o voo inicialmente previsto para o período noturno do dia marcado havia sido alterado para às 7h30 da manhã. Após reclamações e dores de cabeça, dois dias antes do voo ele conseguiu ser realocado para o  horário original.

“Sempre vou para o aeroporto com a certeza absoluta que o voo vai atrasar. Já estou predisposto a esperar e raramente isso não acontece. O que era exceção, agora é regra”, disse o administrador de empresas que viaja de avião uma vez por mês.

Meteorologia e infraestrutura. Para a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), menos da metade dos problemas apontados pelos consumidores é de responsabilidade das companhias. Na maioria dos casos de atrasos e cancelamentos de voos, segundo a Abear, estão ligados a fatores como infraestrutura aeroportuária ou meteorologia.

“Atrasos e cancelamentos somaram cerca de 40% das manifestações [a Procons dos estados] e, quando não estavam relacionadas a questões meteorológicas, estavam ligadas às obras de reforma dos aeroportos para a Copa do Mundo”, informou em nota ao Estado. A entidade representa as cinco maiores companhias aéreas brasileiras: Tam, Gol, Avianca, Azul e Trip.

O número de mais de oito mil reclamações a Procons brasileiros representa, de acordo com a Associação, apenas uma manifestação a cada 10 mil passageiros embarcados. A Abear reforçou que “a relação com o consumidor é uma das premissas do setor aéreo, tanto que vem aprimorando seus indicadores no atendimento a reclamações.” A Associação acrescentou ainda que está se preparando para o período de final de ano com remanejamento de escalas de pessoal e manutenção programada das aeronaves “para garantir que tripulações, agentes em solo e também a frota estejam totalmente a postos durante o período.”

Dona da Rhodia compra empresa e entra no setor de skin care


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Expansão: com negócio, Solvay venderá para as indústrias de cosméticos da AL
São Paulo – Seguindo a estratégia de expansão nos mercados emergentes, o Grupo Solvay, dono da Rhodia, anunciou hoje a compra da fabricante brasileira Dhaymers, de ésteres especiais.

Com essa aquisição, a companhia entra a partir do Brasil no mercado de skin care (cuidados com a pele) e inicia o fornecimento de emolientes e emulsificantes usados pelas gigantes do setor na produção de cosméticos no país.

O insumo é usado para a fabricação de produtos diversos, como filtros solares e cremes para o corpo, mãos e rosto.

O negócio inclui a planta industrial da companhia que fica em Taboão da Serra, São Paulo, de onde a Solvay deve começar a exportar produção para toda a América Latina.

O valor pago pela companhia brasileira não foi relevado, mas a empresa afirma que faz parte do investimento de 76 milhões de euros (em torno de 240 milhões de reais) destinado ao crescimento na região neste ano.

Além do intuito de apostar em mercados com grande potencial de crescimento (o Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do Brasil), a Solvay quer reforçar suas operações químicas para lubrificantes e indústrias de mineração na região.

Banco Pine negocia venda para o Original, do JBS


Reprodução da web
 
Banco Pine
Banco Pine: o valor do mercado do banco está em cerca de R$ 700 milhões
 
Cynthia Decloedt e Aline Bronzati, do Estadão Conteúdo

São Paulo - O banco Pine está negociando a venda de seu controle e, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, um acordo já estaria sendo costurado com o Original, do grupo J&F. 

O valor do negócio ainda não foi fechado. Neste momento, as duas instituições avaliam o impacto das provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, no preço a ser pago pelo ativo. Ao final de setembro, o saldo estava em R$ 132 milhões.

Pelo preço de fechamento na quarta-feira, 10, de suas ações, de R$ 6, o valor do mercado do banco está em cerca de R$ 700 milhões. Há pouco mais de um ano, estava em cerca de R$ 1 bilhão. 

Além disso, o montante representa um desconto de quase 50% em relação ao valor de seu capital social, segundo fontes. No entanto, por se tratar de venda de controle, de acordo com um profissional, é natural que seja somado um prêmio ao valor de mercado da instituição.

As provisões são fator decisivo para Pine e Original chegarem a um consenso sobre o valor do negócio, conforme analistas. O saldo em setembro era 30,5% inferior ao do mesmo período de 2013, quando estava em R$ 190 milhões. 

No terceiro trimestre, o banco vendeu uma carteira de crédito duvidoso que gerou resultado positivo nos gastos com calotes. 

Nela, constavam créditos que ainda não estavam classificados como inadimplentes e que o banco optou por rebaixar antecipadamente para a classificação H, a mais baixa na escala de risco do Banco Central.

A venda de tais créditos gerou uma reversão de R$ 35,9 milhões nas provisões, enquanto o rebaixamento de carteiras elevou em R$ 13,8 milhões as PDDs.

Se não tivesse conseguido vender o crédito podre, o índice de inadimplência do Pine, considerando os atrasos acima de 90 dias, em 0,3%, estaria em 1%, de acordo com analistas do Grupo Bursátil Mexicano (GBM). 

O diretor de Relações com Investidores do banco, Norberto Zaiet Junior, disse ontem, durante reunião com analistas e investidores, que a estratégia não é novidade e que o banco vende carteiras com este perfil desde 2011. 

Considerou, inclusive, a hipótese de o banco seguir vendendo carteiras inadimplentes nos próximos trimestres.

Para um analista, dificilmente o Pine será vendido com tal deságio “a não ser que haja algum evento à frente de provisionamento que ainda não está evidente no balanço”.

Antes do Original, segundo a fonte, o Bradesco chegou a olhar o ativo, mas declinou. Outros bancos também avaliaram os números do banco, movimento natural quando há uma oferta na rua.

O banco Original tem fôlego para investir em aquisições. Seu índice de Basileia, que mede quanto pode emprestar sem comprometer o seu capital está em 26,5%, muito acima dos 11% exigidos pelo Banco Central. 

Com patrimônio líquido de R$ 2 bilhões, conforme dados enviados ao regulador até junho, sua carteira de crédito totalizou R$ 1,6 bilhão equivalente a uma alavancagem de 0,8 vez. 

Os bancos trabalham, diz o analista de bancos da Austin Ratings, Luiz Miguel Santacreu com um indicador de 3 vezes o seu patrimônio. O Pine tem alavancagem de 5 vezes sobre o patrimônio, sem considerar a carteira de fianças bancárias.

“O Original possui alavancagem e rentabilidade baixas, portanto, precisa ocupar o caixa elevado com a expansão dos ativos e uma das formas é ampliar a carteira de crédito”, explicou ele, em entrevista ao Broadcast.

No caso do banco Pine, os rumores de venda circulam no mercado, segundo fontes, há mais de um ano. Conforme antecipou o Broadcast, em outubro, a própria contratação de Alexandre Aoude, que veio do Itaú BBA, estaria relacionada a este movimento. 

Ele teria ido para o banco com a missão de prepará-lo para um novo controlador e conseguir o melhor preço possível pelo ativo.

A venda do Pine acontece em um contexto semelhante ao do BicBanco para os chineses. Os bancos médios, conforme uma fonte, estão com problemas de inadimplência.

Tanto é que o BC tem estado nessas instituições com maior frequência do que exige a regulação. Como os ajustes implicam em aportes nas instituições, a venda para outro banco é uma alternativa.

Com patrimônio líquido de R$ 1,3 bilhão, o Pine soma R$ 10,885 bilhões em ativos. A carteira de crédito estava em R$ 9,8 bilhões. No terceiro trimestre, o lucro líquido do banco caiu para menos da metade em um ano, atingindo R$ 19 milhões. Sua Basileia encerrou setembro em 13,8%, acima dos 11% exigidos pelo BC. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quem mais atrapalha reuniões checando e-mails? O brasileiro


John Moore/Getty Images
Smartphone
Smartphone: 45% dos gestores brasileiros só permite a checagem de mensagens urgentes em reuniões
 
 
 
São Paulo - Funcionários brasileiros são os que mais checam e respondem e-mails durante reuniões de trabalho  e seus gestores não estão muito felizes com isso. É o que indica uma pesquisa da Robert Half, que ouviu 1.457 diretores de RH de 10 países.

Dos cem executivos ouvidos por aqui, 57 afirmaram que seus empregados têm esse hábito. No Chile, que aparece em segundo lugar na lista, só 43% disseram o mesmo. No Reino Unido, 30%.

Veja na tabela:

País Percepção do hábito é muito comum
 
Brasil 57%
Chile 42%
Reino Unido 30%
Emirados Árabes 27%
Suíça 20%
França 19%
Bélgica 18%
Alemanha 17%
Áustria 16%
Holanda 15%

Ainda de acordo com o material, a maioria (45%) dos gestores brasileiros só permite a checagem de e-mails durante reuniões em casos de urgência. Outros 30% dizem que a prática é aceitável quando o funcionário não está envolvido diretamente com o tópico da pauta.

Mais radicais, 13% preferem que o empregado se retire da sala e 12% pedem que os dispositivos com acesso a e-mails sejam desligados nos encontros.