terça-feira, 7 de junho de 2016

STF envia inquérito contra Mercadante para a Justiça de SP





REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, durante conferência em Brasília
Aloizio Mercadante: segundo a decisão, como Mercadante não é mais ministro, o processo não é de competência da Corte
 
 


São Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello determinou o envio dos autos de um inquérito contra o ex-ministro Aloizio Mercadante para a Justiça Eleitoral de São Paulo.

Segundo a decisão, como Mercadante não é mais ministro, o processo não é de competência da Corte.

“Tendo em vista que cessou a investidura funcional do ora investigado em cargo que lhe assegurava prerrogativa de foro perante esta Corte, reconheço não mais subsistir, no caso, a competência originária do Supremo Tribunal Federal para prosseguir na apreciação deste procedimento de natureza penal”, diz a decisão, que tem a data de ontem (6).

No dia 12 de maio, a edição do Diário Oficial da União (DOU) publicou a exoneração de todos os ministros do governo da presidenta afastada Dilma Rousseff, entre eles, o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

Na decisão, o ministro Celso de Mello diz ainda que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou sobre “a questão ora em exame” e pediu o envio dos autos do inquérito para a Justiça Eleitoral Paulista para “as providências cabíveis no que diz respeito à suposta prática, pelo ex-Ministro de Estado Aloizio Mercadante, dos crimes previstos no art. 350 do Código Eleitoral e no art. 1º, § 1º, I, da Lei 9.613/98”, traz a decisão.

Na decisão o ministro diz que o seu entendimento leva em consideração outras decisões já tomadas pela Corte sobre o mesmo tema.

Em setembro do ano passado, Celso de Mello abriu inquérito para investigar suposto crime eleitoral envolvendo o então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

A abertura foi solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na mesma ocasião, foi aberto, separadamente, um inquérito contra o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

O pedido de Janot se baseou em depoimentos de delação premiada do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, investigado na Operação Lava Jato.

Segundo a delação, o ex-ministro e o senador receberam doações em dinheiro para campanhas e não declararam tal recebimento.

Na época da abertura do inquérito, Mercadante divulgou nota na qual reiterou que recebeu R$ 500 mil, sendo R$ 250 mil da UTC e R$ 250 mil da Constan Construções, e declarou o valor à Justiça Eleitoral.


Como será o profissional da indústria 4.0?





iStockphoto
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Um novo perfil: para atuar na indústria 4.0, profissional precisa desenvolver visão multidisciplinar
 
A união da chamada internet das coisas com a rápida automatização desenha um novo cenário dentro das fábricas de todo o mundo. A indústria 4.0, ou manufatura avançada, deve revolucionar as linhas de montagem e gerar produtos inovadores e customizados em um futuro próximo. Com robôs cada vez mais participativos no processo, mudará também o perfil do profissional que as indústrias procuram. 

Uma pesquisa da consultoria Roland Berger estimou a escassez de mais de 200 milhões de trabalhadores qualificados no mundo, nos próximos 20 anos. Um dos motivos que contribuem para esse cenário é a necessidade de cada vez mais mão de obra qualificada. Técnicos deixarão de exercer funções repetitivas, como o encaixe de uma peça em um smartphone, por exemplo. Isso não significa, porém, que os funcionários serão eliminados das linhas de produção. Eles ficarão concentrados em tarefas estratégicas e no controle de projetos. 

Mas qual será o impacto dessa mudança na vida dos profissionais? Para responder a essa questão, é preciso analisar o mercado alemão, onde a quarta revolução industrial está mais avançada. Estimativa do Boston Consulting Group (BCG) indica que o número de empregos deve aumentar 6% nos próximos dez anos. A demanda por funcionários no setor de engenharia mecânica deve subir ainda mais, cerca de 10%. A expectativa geral é que sejam criados 960 mil postos de trabalho, principalmente nas áreas de TI e de desenvolvimento de software. 

A tendência é que o número de pessoas com alta qualificação aumente no mercado. “O papel do líder, por exemplo, passa a ser ainda mais importante. Em vez de controlar as horas de produção, ele alinhará as tarefas e fará a equipe trabalhar unida”, afirma Eduardo de Senzi Zancul, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). 

Apesar de o Brasil ainda caminhar a passos lentos rumo à indústria 4.0, o tema já desperta muito interesse por aqui. “A manufatura avançada representa um renascimento da indústria. Os jovens em formação gostam de novidades, e as fábricas voltarão a ter um ambiente desafiador. O que vejo nos alunos é um interesse crescente em entender essa convergência entre informação, TI, eletrônica e hardware”, diz o professor Zancul. 

Quem quer conquistar espaço nas fábricas do futuro deverá desenvolver novas habilidades. Será preciso, por exemplo, aprender a trabalhar lado a lado com robôs colaborativos para aumentar a produtividade. Isso gera espaço para exercer funções mais complexas e criativas. O profissional não será responsável apenas por exercer uma parte específica da linha de montagem, mas por todo o processo produtivo. 

É preciso estar aberto a mudanças, ter flexibilidade para se adaptar às novas funções e se habituar a uma aprendizagem multidisciplinar contínua. “É muito importante ter uma visão ampla. E é nesse ponto que os profissionais já estão em falta”, afirma Gabriel Almeida, gerente de engenharia e logística da empresa de recrutamento Talenses. 

Ter uma visão multidisciplinar não significa que o conhecimento técnico perdeu importância no currículo. Uma formação acadêmica em engenharia da computação ou mecatrônica é importante, mas não é o suficiente. “As competências aprendidas em uma graduação valem por cada vez menos tempo. Técnica você aprende, mas atitude é algo intrínseco”, diz Ivar Berntz, sócio-líder do setor automotivo da consultoria Deloitte. Gabriel Almeida, da Talenses, concorda: “É preciso se especializar em diversas frentes e conhecer um pouco de cada coisa. Tem que gostar de tecnologia, de inovação e, principalmente, ter curiosidade para aprender e acompanhar uma indústria que sempre se reinventa”.

Especialistas mapearam ainda a possibilidade de surgimento de duas novas profissões ligadas à indústria digital: a de cientista de dados industriais, responsável por análises avançadas de dados, e a de coordenador de robótica, profissional que deverá interagir com os robôs no chão de fábrica. 
 

Falência de empresa argentina atrasa eólicas no Nordeste






Wikimedia Commons
Torre de energia eólica da Impsa Wind
Impsa: documento da Aneel aponta que pelo menos 300 turbinas eólicas encomendadas não foram entregues
 
André Borges, do Estadão Conteúdo


Brasília - A construção de cinco complexos de energia eólica no Ceará e no Rio Grande do Norte se converteu em uma grande usina de atrasos, reflexo da quebradeira financeira que atingiu uma das maiores fornecedoras de turbinas no Brasil, a empresa argentina Impsa.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a um relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que analisou otamanho do estrago causado pelo processo de recuperação judicial da fornecedora e a consequente paralisação de suas operações.
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O documento aponta que pelo menos 300 turbinas eólicas encomendadas não foram entregues pela Wind Power Energy (WPE), fábrica que a Impsa montou no Brasil para atender o mercado local.

Cinco complexos de geração de energia, que somam 26 parques eólicos espalhados por municípios do Ceará e do Rio Grande do Norte, tinham previsão de entrar em operação entre julho de 2013 e novembro de 2016. Nenhum empreendimento foi entregue até hoje.

Nos cálculos da Aneel, pelo menos 1.580 megawatts (MW) de geração eólica e outros 2.800 MW de geração hidrelétrica devem sofrer impactos em seus cronogramas por conta da falência da empresa e do atraso na entrega dos equipamentos.

É quase o mesmo volume médio de energia que será entregue anualmente pela hidrelétrica de Belo Monte, quando a usina estiver em operação plena.

As empresas Furnas, Comercial Mineira, EBDP, Energimp, Tecneira e o Fundo de Investimento em Participações Caixa Milão (FIP Caixa Milão), donas dos cinco complexos eólicos, entregaram à Aneel pedidos de adiamento dos cronogramas e de perdão pelos atrasos nas obras.

As empresas responsabilizaram a falência da Impsa pelos atrasos e solicitaram o chamado "excludente de responsabilidade", sob alegação de que foram prejudicadas pela situação da companhia.

Os 13 parques eólicos de Furnas e o FIP Caixa Milão tinham previsão de serem entregues em setembro do ano passado.

As empresas pediram que o prazo fosse adiado em 24 meses, prazo que passaria a ser contado somente após a decisão da diretoria colegiada da Aneel sobre o assunto.

Outros projetos que deveriam ser entregues em 2013, 2014 e em novembro de 2016 tiveram seus cronogramas reorganizados para julho de 2021.

A empresa Tecneira, por exemplo, solicitou prorrogação de entrada em operação comercial para janeiro de 2019, além de alegar que seu projeto não será mais viável se não houver mudança no preço da energia já negociada com o mercado.

Mais que a mudança no cronograma, ela pede revisão tarifária de sua energia, saltando de R$136,60 o megawatt-hora (MWh) já negociados para R$ 286 o MWh.

 

Pedido negado


Depois de analisar cada um dos argumentos apresentados pelas empresas, a Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração da Aneel rejeitou integralmente os pedidos.

Na maioria dos casos, segundo a área técnica da agência, constatou-se que as obras sequer começaram ou estão paralisadas há anos, situações que não teriam relação direta com a quebradeira da Impsa.

Os técnicos também avaliaram que a decisão de contratar qualquer fornecedor de equipamentos é algo estritamente privado, e que suas consequências não podem onerar o consumidor de energia.

"Todos os agentes alegam que se cercaram de todas as precauções, utilizando as melhores práticas do mercado para a escolha da empresa fornecedora dos equipamentos geradores e que a falência desta era um fato imprevisível", afirma a área técnica da Aneel, em seu relatório.

"Mas, o que se pode inferir é que apesar de terem declarado diligência e tentado diminuir o atraso em seus cronogramas, a decisão de contratar a WPE como fornecedora partiu dos agentes."

Segundo a agência, a aceitação do pedido significaria abrir um "precedente", porque "as empresas poderiam ser estimuladas a relaxar a gestão de governança na celebração de seus contratos com fornecedores de equipamentos".

As empresas seguem com seus processos administrativos em andamento na Aneel, uma vez que a decisão final sobre os pedidos ainda depende de votação pela diretoria colegiada da agência. A reportagem não conseguiu contato com a Impsa.


MercadoLivre compra Axado por R$ 26 mi e avança em logística





Divulgação
Escritório do MercadoLivre, em São Paulo
MercadoLivre: com aquisição, markeplace quer melhorar a experiência de compra do cliente
 
 
 
 
São Paulo - O MercadoLivre acaba de anunciar a compra do parceiro Axado por 26 milhões de reais.

A startup, que precifica, rastreia e faz a gestão de fretes para varejistas, passa a integrar o Mercado Envios, braço de logística da empresa.
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Fundada em 2013, a unidade já entregou mais de 50 milhões de encomendas e é responsável por remeter 70% das compras feitas na plataforma do MercadoLivre.

Basicamente, ela oferece dois tipos de serviços: o de venda de etiquetas que possibilitam o despacho de pedidos em qualquer agência dos Correios (mais voltado para vendedores ocasionais) e o de coleta de produtos para envio junto a pequenos e médios comerciantes.

Firmas de grande porte (como Ricardo Eletro, Brastemp e Decathlon) que também anunciam no MercadoLivre, porém, têm operações de logística próprias que precisam ser integradas ao site. E foi aí que entrou a parceria com a Axado, há cerca de dois anos.

"Juntos, vamos maximizar a presença de lojas oficiais no MercadoLivre e aprimorar nosso sistema interno de gestão de transportes", disse Leandro Bassoi, diretor da Mercado Envios, em teleconferência com jornalistas.

Ele destacou também que, com a associação das duas marcas, os vendedores da vitrine virtual passarão a ter acesso à malha de 580 transportadoras conectadas ao Axado.

Atualmente, a empresa já calcula fretes para 2.500 e-commerces consolidados como Arezzo, Raia Drogasil, Leroy Merlin e Extra.

Ela está no mercado há cinco anos. "Dentro do Mecado Livre, conseguiremos atingir nosso propósito de revolucionar a logística. Chegaremos a pequenas e médias empresas, um segmento em que antes não conseguíamos entrar", disse Guilherme Reitz, sócio-fundador da startup.
 

Como fica


Com a compra, os 50 funcionários do Axado serão absorvidos pelo MercadoLivre, mas a empresa funcionará de forma independente e manterá os clientes que tem atualmente.

Sua sede continua em Florianópolis (SC) e os sócios Guilherme Reitz, Leandro Baptista, Michel Kommers e Eduardo Fraceschett seguem no comando da operação.

"Essa separação faz todo o sentido. Quando você compra uma startup nesse estágio de maturidade, você quer dar fôlego a ela, e não sufocá-la com seu negócio", diz o professor professor Pedro Waengertner, coordenador do núcleo de estudos e negócios em marketing digital da ESPM e CEO da aceleradora Ace, que também é uma das investidoras do Axado.

Segundo o MercadoLivre, a aquisição visa aprimorar a experiência de compra para o cliente, e não ganhos financeiros.

"Essas melhorias naturalmente se traduzem em receita, mas esse não é o foco principal, é secundário", disse Helisson Lemos, presidente da companhia no Brasil.

Para Waengertner, da ESPM, o movimento do MercadoLivre também pode ser visto como uma resposta ao aumento da concorrência no segmento, já que cada vez mais grandes varejistas estão abrindo vitrines para outras firmas eu seus sites.

"Essa é uma tendência no mundo todo. Mas, o MercadoLivre está muito bem posicionado, já nasceu como um marketplace e transaciona volumes muito grandes. Ele está se mantendo competitivo nesse jogo de inovação", analisou.

Já faz algum tempo a companhia busca diversificar seu negócio.

Além da Mercado Envios, ela tem também a unidade de pagamentos MercadoPago, que valida as operações feitas em sua plataforma, num sistema parecido com o do PayPal.

Também possui um segmento de publicidade virtual e comprou no ano passado a KPL, que desenvolve sistemas ERP, de gestão de lojas online, num investimento inicial de 50 milhões de reais.

"Nosso propósito é oferecer serviços para pessoas e empresas que atuam no mercado de comércio eletrônico. A MercadoLivre é nossa marca mais conhecida, mas não quer dizer continuará sendo assim no futuro", disse Lemos, presidente da empresa.
 

Números


O MercadoLivre não abre as receitas individuais de suas unidades de negócio, apenas diz que a parte de marketplace ainda responde por cerca de 60% de seu faturamento.

No primeiro trimestre, a receita líquida do grupo foi de 158 milhões de dólares, alta de 6,4% ante os mesmos meses do ano passado.

No período, foram 38,3 milhões de itens vendidos, totalizando 1,78 bilhão de dólares. O lucro líquido ultrapassou os 30 milhões de dólares.

As transações feitas pela MercadoPago chegaram a 27,5 milhões, somando 1,4 bilhão de dólares.

O Axado não abre seus números, mas estima-se que suas receitas girem em torno de 5 milhões de reais por ano – ela foi comprada por 26 milhões de reais e o mercado costuma precificar companhias do setor por um múltiplo de aproximadamente cinco vezes o faturamento.

Brasileiro ganha prêmio científico mais importante da França





Reprodução/ Youtube
Marcelo Viana, ganhador do Grande Prêmio Científico Louis D
Marcelo Viana: o cientista também foi o primeiro matemático do mundo ganhar o prêmio
 
Helô D'Angelo, da Superinteressante


Se você é adepto da frase "todo dia um 7 x 1 diferente", saiba que, dessa vez, foi o Brasil que venceu de goleada. Mas não foi no campo de futebol, não: foi no da matemática.

Pela primeira vez, o Grande Prêmio Científico Louis D. foi entregue a um brasileiro, o diretor geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) Marcelo Viana.
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De quebra, o cientista também foi o primeiro matemático do mundo ganhar o prêmio.

Quem atribui o título é a Academia de Ciências da França, formada pelas cinco academias francesas mais importantes do país.

Com 16 anos de existência, o Grande Prêmio é concedido anualmente a um ou dois projetos de pesquisa em qualquer área da ciência.

Esse ano, foram dois vencedores: Viana e o francês François Labourie, da Universidade de Nice, na França. Os dois dividirão um prêmio de 450 mil euros (ou R$ 1,8 milhão).

O projeto de Viana consistia em estudar os chamados sistemas dinâmicos: equações que servem para prever, entender e até controlar situações da vida real - um bom exemplo de aplicação desses sistemas é a previsão do tempo.

Em agosto de 2014, outro matemático foi o primeiro brasileiro a receber uma honraria científica nessa mesma área: Artur Ávila, que ganhou a Medalha Fields, tido como o Nobel da matemática.

O Grande Prêmio será entregue a Viana no próximo dia 8, em Paris, e o dinheiro será usado para desenvolver um projeto de estudo dos sistemas dinâmicos, no qual trabalharão 12 jovens matemáticos - seis brasileiros e seis franceses.

O diretor do IMPA também pretende abrir espaço para que mais brasileiros proponham pesquisas colaborativas em outras áreas da matemática.

Os 450 mil euros vieram em boa hora para a nossa produção científica: em clima de instabilidade política, a ciência tem sido muito prejudicada.

Em maio, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) foi fundido ao das Comunicações, o que trouxe corte de verbas para as duas pastas.

Nesse contexto, um incentivo à pesquisa no país é indispensável. Valeu, Viana: seu gol foi lindo!


Participação de renováveis na matriz energética do Brasil chega a 41,2%




A energia hidráulica proporciona indicadores de emissões de CO2 bem menores do que a média mundial


Por Agência Brasil


A participação das energias renováveis na matriz energética brasileira passou de 39,4% em 2014 para 41,2% no ano passado. O etanol e o bagaço de cana tiveram a maior participação entre as renováveis, com 41,1%, seguidos da energia gerada por hidrelétricas (27,5%), lenha e carvão vegetal (19,9%), biodiesel (2,5%) e eólica (1,5%). Os dados estão na Resenha Energética Brasileira de 2016, divulgada nesta segunda-feira (6) pelo Ministério de Minas e Energia.

O indicador brasileiro é superior ao dos países desenvolvidos, que têm 9,4% de renováveis. “A expressiva participação da energia hidráulica e o uso representativo da biomassa na matriz energética brasileira proporcionam indicadores de emissões de CO2 bem menores do que a média mundial e dos países desenvolvidos”, revela o estudo. Entre as fontes usadas especificamente para gerar energia elétrica, 75,5% são renováveis. No Brasil, as emissões de CO2 recuaram 4,6% em 2015, em razão da queda de 7,2% no consumo de derivados de petróleo. Entre as fontes de energia não renováveis usadas no país, a maioria refere-se a óleo (63,4%) e gás (23,3%), além de carvão, energia nuclear e gás industrial.

A oferta interna de energia no ano passado ficou 2,1% menor que a de 2014, informa a resenha. De acordo com o documento, a queda é coerente com o recuo de 3,8% na economia e teve como principais indutores as taxas negativas de 3% no consumo industrial de energia e de 2,6% no consumo de energia em transportes. A resenha mostra ainda que 99,3% dos domicílios particulares do país tinham acesso à eletricidade no fim de 2015. Cerca de 500 mil domicílios ainda não contam com energia elétrica.

A Resenha Energética é um documento oficial elaborado pelo Ministério de Minas e Energia para divulgar os principais indicadores de desempenho do setor energético brasileiro nas áreas de petróleo, gás, bioenergia, energia elétrica, carvão mineral e setores intensivos. O levantamento de dados é feito pela Empresa de Pesquisa Energética, com a participação de agentes do setor e de outros ministérios.


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Dilma diz ao NYT que ainda tem esperanças de voltar





Ueslei Marcelino / Reuters
Presidente afastada Dilma Rousseff durante lançamento de livro "Resistência ao golpe de 2016", dia 30/05/2016
Dilma Rousseff: Dilma negou as duas acusações na entrevista ao jornal, afirmando que fazem parte de uma campanha caluniosa de parte da mídia para ferir sua "honra pessoal"
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo


Nova York - A presidente afastada Dilma Rousseff classificou seus opositores como "parasitas", afirmou ter esperança em sua volta ao comando do Brasil e disse que nunca imaginou que fosse ver um governo tão conservador como o de Michel Temer em uma entrevista ao The New York Times publicada na página do jornal norte-americano na internet nesta terça-feira, 7.

A presidente afastada, destaca a reportagem do Times, espera que os recentes episódios que marcaram o início do governo de Temer, incluindo a saída de dois ministros, possam fazer os senadores mudarem de ideia sobre o voto para afastá-la definitivamente.
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A entrevista foi feita antes de a imprensa noticiar o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) de caciques do PMDB.

Ao mesmo tempo em que o presidente em exercício Michel Temer sofre "tropeços embaraçosos", o jornal destaca que Dilma também vem sendo alvo de acusações pesadas nos últimos dias.

A reportagem cita a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que contou que a presidente afastada mentiu ao falar que não sabia sobre as irregularidades na empresa, além da informação publicada pela revista IstoÉ de que o empresário Marcelo Odebrecht informou o pagamento de R$ 12 milhões para a campanha de reeleição da petista.

Dilma negou as duas acusações na entrevista ao jornal, afirmando que fazem parte de uma campanha caluniosa de parte da mídia para ferir sua "honra pessoal".

O NY Times destaca que Dilma tem passado os dias preparando sua defesa no processo de impeachment. Ela voltou a afirmar ao jornal norte-americano que não vai renunciar.

"Eles sempre quiseram que eu renunciasse, mas eu não vou", disse ela. "Eu realmente perturbo os parasitas e vou continuar a perturbá-los", afirmou.

Sobre a crítica de que suas políticas levaram o Brasil a mergulhar em uma forte recessão, Dilma respondeu ao Times que a situação já estaria melhorando caso o Congresso tivesse aprovado as medidas necessárias para restaurar a confiança de consumidores e investidores.

O correspondente do jornal no Brasil, Simon Romero, descreve o clima como de "indignação" e uma sensação de falta de poder, diferente do que se deveria esperar em um país prestes a sediar as Olimpíadas.

O texto ressalta ainda que a presidente afastada é cercada por luxo, um batalhão de empregados, piscina aquecida em um jardim bem cuidado e obras de Di Cavalcanti e Alfredo Volpi penduradas na parede.