segunda-feira, 26 de março de 2018

“A indústria brasileira está doente de impostos e de juros”


O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, que deixará o banco até o começo de abril para se candidatar à Presidência da República, concedeu entrevista à DINHEIRO

“A indústria brasileira está doente de impostos e de juros”

Por que o BNDES vendeu uma fatia de sua participação na Suzano e na Fibria?
O setor de papel e celulose passa por um momento feliz, de amadurecimento, que começou com investimentos lá na década de 1970. Os esforços com a Aracruz, Votorantim, Klabin, Bahia Sul etc. Agora, percebendo que já estava tudo maduro, o banco colocou esse setor nas suas prioridades em um eventual desinvestimento. Havia, paralelamente, uma visão de mercado de que a Suzano e a Fibria tinham um sonho de ganhar ainda mais sinergia. É um setor em que a sinergia se faz em escalas monumentais. Ocorre que a BNDESPar era sócia da Suzano, em menor proporção (6,86%), e era sócia muito relevante, com a Votorantim, na Fibria (29,08%). Assim, obviamente, essa conversa tinha de passar pelo BNDES.
 
Como foram as negociações?
Foram pelo menos dois meses de idas e vindas, caneladas, negociações altamente aguerridas, em que, naturalmente, o preço embutido foi subindo. Quanto ele ficou fixado em R$ 51,50 por ação sobre a parcela fixa, mais a parcela paga em ações, o banco tecnicamente julgou que estava diante de um grande negócio. Houve outro interessado, que não chegou a ser proponente de coisa nenhuma – é importante que se diga isso –, a Paper Excellence (empresa holandesa comandada por família da indonésia). Eles soltaram um valor de R$ 67,00 por ação para fazer uma compra de porteira fechada, mas a proposta não é exatamente comparável, pois não deixava nenhuma ação da empresa resultante na mão do BNDES. Ora, com as ações que ficamos em mãos, o preço de R$ 51,50 praticamente se igualava, dependendo das contas que se faz das tais sinergias, e até ultrapassava um pouco os tais R$ 67,00. E é essa a razão pela qual a gente recebeu o interesse dos asiáticos com toda a elegância.

Não houve uma segunda proposta ainda maior da Paper Excellence?
Nas últimas horas, meio que farejando que não ia chegar a tempo de fazer coisa nenhuma, ela (Paper Excellence) soltou pelos jornais um valor de R$ 71,00 por ação. Daí, o presidente do banco aqui (se referindo a si mesmo) fez o equivalente a dar um aperto final no tubo de pasta de dente em relação à Suzano. Eu gosto de ficar enrolando a pasta de dente para saber se dá para fazer mais uma escovada. Essa apertada no tubo rendeu uma escovada de mais R$ 1,00 por ação, fechando em R$ 52,50, além da uma troca do IGP-M pelo CDI na atualização do preço a ser pago no período do fechamento. Somando esses dois ganhos, dá um bilhão de reais que a gente conseguiu tirar do tubo de pasta de dente, tanto para a BNDESPar, ou seja, para os contribuintes brasileiros, quanto para os minoritários, que naturalmente inclui a Votorantim. Pergunta lá para o CEO da Suzano [Walter Schalka] se eu não vou buscar o último centavo (risos).
 
A JBS é mais um tubo de pasta de dente que o senhor está apertando?
 
Não, porque a JBS não está na lista de negócios maduros. Com a JBS, num momento futuro, nós sonhamos em fazer uma reorganização societária. Como? Promovendo a profissionalização da gestão. A família Batista, que levou de forma até correta essa expansão, apresenta nítidas dificuldades de permanecer à frente dessa nova quadra. Por mais que fiquem enchendo o saco por causa dessa coisa de campeão nacional, a JBS, enquanto empresa, expandiu-se. É uma operação que, nos livros, está superlucrativa para a BNDESPar. Repito: superlucrativa. E pode ser muito mais. Enquanto não houver uma reestruturação interna, por que o BNDES iria se retirar? Você pode escrever: agora, sem chance. Depois, com a nova governança, tem toda a chance [de vender].

O Tribunal de Contas da União (TCU) costuma dizer que a JBS causa prejuízo.
Um grupo técnico dentro do TCU soltou uma tabela com valores completamente sem senso. O mais difícil de tragar é um cara que se diga técnico dizer que o preço que ele deve adotar é de R$ 6,00 por ação, quando a empresa já bateu em R$ 16,00 e hoje está em R$ 10,00.

O TCU errou?
O técnico escolheu com lupa o menor preço da ação depois da delação [gravação de Joesley Batista com o presidente Michel Temer], no momento crítico da JBS.

Por que o TCU faz isso?
Porque não tem ninguém para verificá-lo. Se colocar uma instância superior ao Tribunal de Contas, alguém para dar uma checada, eles não soltariam as coisas assim.

É verdade que R$ 5 bilhões dos R$ 8,5 bilhões obtidos com a operação entre a Suzano e Fibria são para startups?
Fiz um anúncio provocativo, porque o dinheiro não tem carimbo. Gostaria de dedicar tudo ao programa de busca por campeãs do futuro. São micro, pequenas e médias empresas nas mais diversas áreas de inovação. Na verdade, se forem necessários R$ 10 bilhões, o banco tem. Esse cálculo de R$ 5 bilhões é uma meta realista do BNDES para os próximos três anos. É uma meta em aberto, em homenagem à [ex-presidente] Dilma. Se chegar na meta, a gente dobra a meta.

Qual é a prioridade atual do BNDES?
A prioridade para o banco são as micro, pequenos e médias empresas, que já recebem 63% dos desembolsos. Dá um total de R$ 40 bilhões por ano, o que já é muita coisa. Confesso que a maior parte ainda é de médias empresas, mas o nosso foco agora é a micro e a pequena. Por isso, estou deixando organizada aqui uma diretoria chamada e-BNDES, visando 2035. Quem vai assumi-la é o José Bevilaqua, diretor de informática do IBGE. Apostamos em inovação.
Os pequenos empresários reclamam que é muito difícil acessar as linhas de crédito do BNDES, por culpa dos bancos repassadores. Como mudar isso?
É por isso que o e-BNDES é revolucionário. Vamos fazer um cartão digital sem intermediários. Isso é uma novidade total e completa. O spread pode cair pela metade.

O BNDES abandonou a infraestrutura?
De jeito nenhum. Com a taxa de juros nominal (Selic) mais baixa, há mais opções de se fazer leilão sem o BNDES, no mercado de capitais. Ou, na área de energia eólica, por exemplo, com os fundos constitucionais do Nordeste. Então, a gente admite que o banco já foi mais competitivo.

Como voltar a ser competitivo?
Ele tem de ser equalizado do mesmo jeito que os bancos regionais. Ou, então, ter uma condição de imunidade ao imposto de renda. O BNDES é praticamente o único banco de desenvolvimento do mundo que paga imposto de renda. 

Mas o Ministério da Fazenda aceitaria abrir mão de recursos?
Não sei. A Fazenda não pode continuar a ser eternamente uma solene arrecadadora de tributos.

Por que os desembolsos do BNDES despencaram nos últimos anos?
Por dois motivos. O primeiro é que a indústria não tem ânimo para investir. A indústria brasileira está doente de impostos, de juros, de regulação, e da falta de compreensão por parte dos dirigentes de seu real papel. O segundo motivo para a queda dos desembolsos é que a exportação de serviços desabou, por conta desta “bobajada” de ficar dizendo que nós financiamos Cuba, Venezuela e o diabo a quatro.

Mas não financiam?
Não financiamos diretamente nenhum desses países politicamente polêmicos. Financiamos os equipamentos brasileiros, os serviços de engenharia brasileiros, as nossas empresas de engenharia. Todos os países pagam seguro de risco político. Até a Venezuela que anda atrasando, está pagando. O único inadimplente nessa carteira toda chama-se Moçambique. Tem um aeroporto lá. O dinheiro do seguro de crédito vai para o fundo garantidor de exportação, que é altamente superavitário. 

A troca da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que era subsidiada, pela Taxa de Longo Prazo (TLP) também atrapalhou os desembolsos?
Sim. Até hoje os bancos privados não produziram plataforma para lidar com TLP.
É mesmo?
É. Nós alertamos o governo. ‘Não faça isso, pois vai atrapalhar os investimentos.’ Não deu outra. Resultado: agora estão nos cobrando recursos. O fato é que o dinheiro não vai para o investimento e o BNDES não fica feliz com isso. Estou com caixa e não estou satisfeito.

Além do e-BNDES, há outras mudanças na diretoria do BNDES?
Estamos criando uma diretoria de operações, que é o maior charme dessa reestruturação do banco. É um banco conhecido por ser moroso, lento. Não mais. Agora nós nomeamos a Claudia Prates [diretora de Indústria do banco] para colocar o banco para correr. E estamos criando 27 regionais, descentralizando as operações do banco. Hoje, todo mundo pensa que tem de vir na Avenida Chile [endereço da sede do BNDES, no Rio de Janeiro] beijar a mão do cardeal aqui, do presidente. É um erro! O banco tem de estar onde o povo está.

O BNDES tem R$ 130 bilhões para devolver ao Tesouro Nacional neste ano?
Temos. Já fizemos um chequinho de R$ 30 bilhões recentemente. Mais R$ 50 bilhões que eu tinha feito em novembro passado. A Maria Silvia [Bastos Marques] já fez um cheque de R$ 100 bilhões. Todo mundo esquece, mas o Luciano [Coutinho] fez um cheque de R$ 30 bilhões. Lá para agosto vamos assinar mais um mais de R$ 100 bilhões. Soma tudo e dá R$ 310 bilhões.
 
Haverá mais pagamentos em 2019?
Não precisa. Veja só o meu argumento. A conta original do que a gente recebeu do Tesouro foi de R$ 440 bilhões. Até o fim de 2018, já teremos pago R$ 310 bilhões. Então faltariam R$ 130 bilhões. Se somarmos todos os dividendos e os impostos que o banco arrecadou para o governo nos últimos 10 anos, dá um total de quase R$ 123 bilhões. Conta encerrada.

Faltariam ainda R$ 7 bilhões…
É só espremer a pasta de dente (risos). Vale lembrar que esses empréstimos eram para serem devolvidos até o ano de 2060. É bom que o público saiba. Eu peguei o banco valendo menos que do o seu Patrimônio Líquido. Valia menos do que R$ 50 bilhões. Se, hipoteticamente, o banco fosse vendável, valeria mais de R$ 150 bilhões. Portanto, deixo o banco valendo o triplo do que valia antes. O banco já pode postular um investment grade junto às empresas de rating.

O BNDES vai ter alguma participação na privatização da Eletrobrás?
Ele é o modelador e detém participação acionária. Portanto, vai sempre participar.

Mas financiando a privatização ou não?
Precisamos urgentemente é tentar um modelo que, de fato, otimize essa venda tal como fizemos nessa bela reorganização societária de Suzano e Fibria. Existem questões relativas à reavaliação de ativos dentro da Eletrobras que precisam ser muito bem analisadas antes de nós sairmos vendendo.

Mas o governo tem pressa, não?
Pressa do quê? Não sei. Não posso responder pelo governo. Minha função como BNDES é pensar na melhor maneira de organizar essa venda. Quem tem pressa vai comer cru.

Quem vai assumir a sua vaga na presidência do BNDES?
O presidente Temer (risos). O cargo é dele.
 
O sr. será candidato?
Tô pensando, tô pensando (risos). Sim. Está tudo acertado para eu cumprir essa missão. O País precisa de um agente provocador.

Se o presidente Temer for mesmo candidato, o sr. vai concorrer contra ele?
Olha, pode anotar aí. Contra o presidente eu não vou concorrer em hipótese alguma.


https://www.istoedinheiro.com.br/a-industria-brasileira-esta-doente-de-impostos-e-de-juros/

O ataque do conquistador espanhol


Javier Hidalgo, herdeiro de um dos maiores grupos de turismo da Europa, planeja comprar hotéis, arrematar aeroportos e expandir sua empresa aérea no Brasil

Crédito: Claudio Gatti
Javier Hidalgo, CEO do Grupo Globalia: “O Brasil se tornará um novo Caribe no mapa mundial do turismo e nós estaremos muito bem posicionados quando isso acontecer” (Crédito: Claudio Gatti)
O empresário Javier Hidalgo, 45 anos, há mais de uma década é figura recorrente na mídia espanhola. Por suas aventuras amorosas, aparições em festas de gala ou baladas extravagantes em iates no Mediterrâneo, seu rosto estampa com frequência as primeiras páginas dos tablóides e as notas de destaque das colunas sociais. O estilo bon vivant lhe rendeu o título de “Casanova espanhol”, em referência ao lendário sedutor veneziano Giacomo Casanova (1725-1798). Desde outubro de 2016, no entanto, Hidalgo tem sido visto mais nos noticiários de economia e negócios do que nas seções de fofocas. Com razão. Ele é herdeiro de Juan José “Pepe” Hidalgo, dono de uma fortuna pessoal estimada em R$ 3 bilhões.

Com a bênção do pai, Javier recebeu a missão de multiplicar os resultados do Grupo Globalia, um dos maiores conglomerados de turismo da Europa, dono de um faturamento de € 4 bilhões. Sob seu guarda-chuva estão companhias como a aérea Air Europa e a hoteleira Grand Palladium. As duas irmãs, a primogênita Maria José e a caçula Cristina, também ganharam cargos de diretoria no grupo. 

“A ordem é investir em todas as oportunidades que forem atraentes”, disse Javier Hidalgo, em entrevista à DINHEIRO, em São Paulo. “Vamos comprar hotéis, disputar a concorrência na administração de aeroportos e fortalecer a operação da nossa companhia aérea, a Air Europa.”
Império ibérico: no detalhe, o patriarca Juan José “Pepe” Hidalgo, que passou a gestão do grupo para seu filho. À direita, Javier Hidalgo com o CEO da parceira Ryanair, Michael O’Leary (Crédito:Divulgação | Efe/ Emilio Naranjo)
A agressiva estratégia do bilionário espanhol explica sua turnê pelo Brasil, na semana passada. Como parte de um investimento de US$ 3,5 bilhões, em dois anos, para a aquisição de 26 novas aeronaves, modernização dos atuais 50 aviões da frota e a abertura de novas rotas, a Air Europa quer abocanhar parte do crescente mercado aéreo entre o Brasil e a Europa. A rota já é fortemente disputada pela Latam, pela portuguesa TAP, pela alemã Lufthansa e pela franco-holandesa Air France-KLM. 

“Sabemos como competir porque já disputamos espaço com gigantes no mercado aéreo mais ‘sangrento’ do mundo, o europeu”, afirmou Hidalgo, que destacou a recente parceria de codeshare firmada com a irlandesa Ryanair, a maior companhia de baixo custo do mundo, como um diferencial competitivo em relação às rivais que operam no Brasil. “Só o Nordeste brasileiro, com mais de 50 milhões de pessoas, possui população maior do que a da Espanha”, diz.
No ano passado, a Air Europa transportou 260 mil passageiros no Brasil, um aumento de 4% sobre 2016, com uma ocupação média de 90%. Esse percentual, nos 50 destinos da empresa no mundo, é de 78%. Em 2017, o País também se tornou o maior mercado global da Air Europa, fora da Espanha, embora apenas 6 milhões de turistas estrangeiros tenham desembarcado por aqui. Como comparação, o Chile recebeu 6,5 milhões de visitantes, e a Espanha 83 milhões. “Pode apostar, o Brasil se tornará um novo Caribe no mapa mundial do turismo e nós estaremos muito bem posicionados quando isso acontecer”, afirma Hidalgo. Essa confiança endossa parte do plano brasileiro do empresário espanhol.

A Air Europa estuda inaugurar, ao longo desse ano, as rotas diretas para Madri a partir de várias capitais brasileiras: Porto Alegre e Rio de Janeiro, por exemplo. Além de abrir novos trajetos, vai ampliar a frequência de voos partindo de São Paulo, Recife e Salvador, principal hub no Brasil e cidade onde opera desde 2003. Detalhe: a rota Cumbica-Barajas, a partir do domingo 25, será realizada com a aeronave Boeing 787-800 Dreamliner. O avião reduzirá em 40 minutos o tempo de viagem, e diminuirá em 20% as despesas com combustível. “A aposta da Air Europa no Brasil acontece em um bom momento, já que as perspectivas de aumento do fluxo de turistas entre os dois continentes e a possibilidade de um acordo de livre comércio deverão multiplicar exponencialmente a demanda por voos”, diz Mauro Reis, especialista em aviação, da Universidade Estácio de Sá.


Fora das disputas nos ares, Hidalgo afirma que espera vencer algumas das 13 privatizações de aeroportos previstas para este ano. O governo deverá passar para a iniciativa privada terminais de capitais importantes, como Vitória, Recife, Aracaju e Maceió. “Com recursos próprios, faremos os investimentos necessários para nos consolidar como um dos maiores operadores turísticos no Brasil e da América Latina”, afirma o CEO. Já no mercado hoteleiro, algumas negociações estão em andamento, segundo ele. A rede de resorts Palladium, que opera uma unidade na Praia de Imbassaí, na Bahia, faz parte do Grupo Globalia e poderá ser um pilar do plano de expansão da área de hotéis. “Não posso revelar detalhes, mas posso garantir que estamos de olho em hotéis urbanos, com foco corporativo, e em locais de grande potencial turístico no Nordeste”, diz Hidalgo.

Cade aprova venda de centrais hidrelétricas da Gerdau para mineradora Kinross



 Redação Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) - A superintendência geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de duas centrais hidrelétricas da Gerdau para a mineradora canadense Kinross Gold. 

No mês passado, a siderúrgica brasileira informou o acordo para venda, por 835 milhões de reais, dos complexos hidrelétricos de Caçu e Barra dos Coqueiros, em Goiás. As usinas foram inauguradas em 2010 e têm capacidade instalada total de 155 megawatts. 

Em seu parecer, o Cade informou que após a conclusão da operação, a capacidade de geração de energia elétrica da Kinross subirá para 211,3 megawatts, ante os atuais 56,3 megawatts. 

“Apesar dessa elevação, a participação da Kinross não alcançará 1 por cento da capacidade de geração nacional”, diz o documento, acrescentado que, portanto, a operação não resulta em sobreposição horizontal significativa. 



Por Flavia Bohone

Syngenta anuncia acordo para aquisição da brasileira Strider




 Redação Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) - A gigante Syngenta anunciou nesta segunda-feira um contrato para adquirir a companhia brasileira de tecnologia agrícola Strider, informou a multinacional suíça em nota. 

Conforme a Syngenta, que não divulgou os valores do negócio, a aquisição está condicionada à aprovação de órgãos reguladores.

“A Strider é um importante player no mercado latino-americano de agricultura digital, e a transação aumentará a capacidade da Syngenta de agregar maior valor aos seus clientes, fornecendo soluções digitais inovadoras para o gerenciamento de informações agrícolas”, disse a companhia no comunicado. 

A Strider é uma empresa relativamente nova. Surgiu em 2013 e, entre suas atividades, estão o monitoramento de máquinas e controle de pragas, além de imagens via satélite das culturas agrícolas.



Por José Roberto Gomes, em São Paulo

BC vê mercado de crédito no Brasil crescendo mais em 2018, a 3,5%


Reuter
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BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central aumentou sua estimativa de crescimento para o mercado de crédito no país em 2018 a 3,5 por cento, acima da expectativa anterior de 3 por cento, afirmou nesta segunda-feira o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha. 

“A razão para este aumento é o desempenho do crédito livre, que tem sido bastante mais dinâmico nos últimos períodos”, disse Rocha, em coletiva de imprensa. 

Agora, a expectativa é que o avanço nesse segmento, em que as taxas de juros são livremente fixadas pelos bancos, seja de 6 por cento em 2018, sobre patamar de 4 por cento visto na última divulgação das expectativas, em dezembro. 

Segundo Rocha, colaboram para o maior otimismo as perspectivas de expansão da atividade econômica e também o ciclo de redução da política monetária. Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual, para a mínima histórica de 6,5 por cento ao ano, indicando claramente que deverá repetir a dose em maio. 

Para o crédito direcionado, a perspectiva segue de crescimento de 1 por cento neste ano. 

Refletindo o baixo apetite por crédito que ainda perdura no país, o estoque total de crédito caiu 0,2 por cento em fevereiro sobre o mês anterior, a 3,062 trilhões reais. Com isso, passou a responder por 46,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o BC nesta tarde. 

No segmento de recursos livres, houve retração de 0,1 por cento no último mês, ao passo que no segmento de recursos direcionados o recuo foi de 0,3 por cento. 



Por Marcela Ayres; Edição de Patrícia Duarte


quinta-feira, 22 de março de 2018

Estamos a um passo de fechar acordo comercial Mercosul-UE, diz Temer


Estamos a um passo de fechar acordo comercial Mercosul-UE, diz Temer


Mercosul e União Europeia estão a um passo de fecharem um acordo comercial, disse nesta quarta-feira o presidente Michel Temer, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão.

Ele disse ainda que o bloco sul-americano está em negociações comerciais com a aliança para o Pacífico, assim como Canadá, Marrocos, Líbia, Tunísia e Coreia do Sul.

 (Reuters, 21/3/18)

Bayer recebe aval da UE para compra da Monsanto por US$62,5 bi



Bayer recebe aval da UE para compra da Monsanto por US$62,5 bi
A gigante alemã Bayer obteve nesta quarta-feira aprovação antitruste da União Europeia para a aquisição da Monsanto por 62,5 bilhões de dólares, a última de três megafusões que vai reformular a indústria agroquímica.


O acordo deve criar uma empresa com o controle de mais de um quarto do mercado mundial de sementes e pesticidas.

Impulsionada por mudança nos padrões climáticos, competição na exportação de grãos e uma economia rural global vacilante, a Dow e Dupont, e ChemChina e a Syngenta lideraram inicialmente a onda de consolidação no setor.

Grupos ambientalistas e de agricultura se opuseram aos três acordos, preocupados com seu poder e sua vantagem em dados de agricultura digital, que podem dizer aos agricultores como e quando plantar, semear, pulverizar, fertilizar e colher culturas com base em algoritmos.

    A Comissão Europeia disse que a Bayer mitigou as preocupações ao ofertar uma série de ativos para impulsionar a rival Basf, confirmando uma notícia da Reuters de 28 de fevereiro.

“Nossa decisão garante que haverá competição efetiva e inovação nos mercados de sementes, pesticidas e agricultura digital também após essa fusão”, disse Margrethe Vestager, comissária europeia da Competição, em comunicado.

A China já deu aprovação condicional ao acordo da Bayer e da Monsanto, que também ganhou luz verde no Brasil. Atualmente, o negócio está sendo revisado pelas autoridades antitruste dos Estados Unidos e da Rússia 

(Reuters, 21/3/18)






Pirelli vai investir 250 mi de euros na América Latina até 2020

Redação Reuters


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SÃO PAULO (Reuters) - A fabricante de pneus Pirelli anunciou nesta quinta-feira plano de investimento de cerca de 250 milhões de euros até 2020 na América Latina, em recursos que serão usados para modernizar instalações produtivas e ampliar a atuação da empresa em produtos de alto valor agregado. 

A Pirelli considera América Latina como a região formada por Brasil, Argentina e Venezuela e o valor do investimento é o mesmo aplicado pela companhia no plano anterior que envolveu os anos de 2013 a 2017. 

“Os investimentos permitirão satisfazer a demanda por pneus de alta gama, tanto dos mercados locais quanto, em particular, da área Nafta da qual o Brasil representa uma das fontes integradas de fornecimento”, afirmou a Pirelli em comunicado à imprensa. 

A companhia tem no Brasil mais de 2 mil pontos de venda de um total de 2.300 na América Latina e a expectativa é alcançar 3.300 totais até 2020. 

A empresa não divulga o valor a ser investido especificamente no Brasil. 




Por Alberto Alerigi Jr.


 https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1GY2IK-OBRBS

Trump libera Brasil, UE e mais cinco países de tarifas de importação de aço, diz representante comercial




“A ideia que o presidente tem é baseada em um certo critério, de que alguns países devem ser excluídos”, disse Lighthizer durante uma audiência em comitê no Senado norte-americano. 

“Há países com os quais estamos negociando... O que ele decidiu é pausar a imposição das tarifas com relação a estes países.” 

Lighthizer então citou Canadá e México, “Europa... Austrália... Argentina... Brasil e... Coreia (do Sul)”. 


Por Philip Blenkinsop


 https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1GY2A1-OBRBS

terça-feira, 20 de março de 2018

Brasil consolida liderança global com fusão entre Fibria e Suzano


União cria gigante mundial e 5ª maior empresa brasileira em valor de mercado, avaliada em R$ 83 bi
A fusão entre as duas maiores produtoras de celulose do País, Fibria e Suzano, consolida o papel da indústria brasileira como o maior player mundial do segmento. 

“Trata-se de uma transação equilibrada, que olha para todas as partes do processo: pela ótica dos acionistas das duas empresas e também do Brasil”, declarou o presidente da Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, em coletiva à imprensa na sexta-feira (16). “Estaremos preparados para fazer frente a inúmeros competidores estrangeiros”, garantiu.

Quando concretizado, o negócio resultará na maior produtora de celulose do mundo, somando 11 fábricas e capacidade para produzir 11 milhões de toneladas de celulose por ano e 1,4 milhão de toneladas de papel, com volumes anuais de exportação de R$ 18 bilhões e previsão de investimentos de R$ 6,4 bilhões em 2018. Será a quinta maior empresa brasileira em valor de mercado, avaliada em R$ 83 bilhões.

A operação foi aprovada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é acionista de ambas, por meio da subsidiária BNDESPar. “Até o último minuto, procuramos o melhor retorno ao contribuinte”, diz o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. “Esse negócio não torna ninguém campeão nacional, isso é muito pouco. Cria um gigante mundial”, destacou. O banco informou em nota que “o pagamento ao BNDES concilia recebimento de parte significativa em dinheiro, cerca de R$ 8,5 bilhões, e de ações da companhia resultante, com a perspectiva de valorização a partir de ganhos sinérgicos e de produtividade com transação.”

O Conselho da Fibria tem até 15 dias, a partir de sexta, para deliberar sobre os termos do acordo. O presidente da Suzano afirmou que, devido ao aumento da dívida causada pela transação, a nova companhia não fará grandes investimentos no curto prazo. “Vamos exercer responsabilidade financeira de desalavancagem, a disciplina financeira é fundamental”, acrescenta. A transação vai elevar a dívida de R$ 21 bilhões para cerca de R$ 50 bi.

O acordo ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de órgãos antitruste para ser concretizado. Caso não seja concluída, a Suzano terá de pagar à Fibria multa de R$ 750 milhões. “Temos alternativas de remédios antitruste. Caso seja acima desse valor, não fará sentido”, disse Schalka. Ele não acredita em grandes restrições ou necessidade de venda de ativos.
 
 
Repercussão


A participação da nova empresa no mercado mundial de celulose de eucalipto chegaria a 49%, segundo estimativas. Com anúncio, as ações da Suzano dispararam 21,79% na bolsa, movimentando o maior volume da sexta, de R$ 1,25 bilhão. Já a Fibria caiu 10,22% e movimentou R$ 942 milhões.

Até a finalização, as duas empresas permanecerão operando de forma independente.

A retomada da economia global vinha elevando a demanda pela celulose, o que elevava a pressão pela consolidação, na avaliação do analista da Tendências, Marcelo Domingues. “Com isso, as empresas vinham avaliando novos investimentos, mas ao se unir elas se tornaram um player mais forte”, explica. 

A tendência de consolidação, inclusive, já vinha se desenhando há alguns anos, na opinião do especialista da empresa de análise Levante, Eduardo Guimarães. “Consolidação é um movimento natural nesse negócio, pela necessidade de escala. A união das brasileiras é uma questão de defesa.

 Além disso, havia uma forte vontade da Suzano de crescer nesse negócio, uma vez que, ao contrário da Fibria que só faz celulose, ela também converte o produto em papel.”

Para o especialista em comércio exterior e sócio da Barral MJorge Consultoria, Welber Barral, o mais importante será o ganho de competitividade do Brasil no mercado internacional com a enorme sinergia obtida com a fusão.

“A fusão entre duas empresas brasileiras, mantém o País no comando da produção e na posição de liderança desse negócio, mesmo que isso não represente uma grande mudança na balança comercial brasileira”, explica Barral.


 http://www.dci.com.br/industria/brasil-consolida-lideranca-global-com-fus-o-entre-fibria-e-suzano-1.691574

Petrobras hiberna fábricas de fertilizantes no Nordeste à espera de comprador


As duas unidades registraram prejuízo conjunto de cerca de 800 milhões de reais no ano passado, e o cenário de longo prazo continua indicando resultados negativos para ambas
 



SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras anunciou nesta terça-feira a "hibernação" de duas deficitárias fábricas de fertilizantes no Sergipe e na Bahia, em uma medida que visa reduzir perdas nas operações enquanto a companhia busca um comprador para os ativos.

A hibernação das unidades, que consiste na parada progressiva da produção, com conservação dos equipamentos e prevenção de impactos ambientais, deve ser iniciada até o fim do primeiro semestre, e representa mais um passo na estratégia da petroleira estatal de deixar o setor de fertilizantes. 

"Quando você olha essas plantas, a melhor alternativa para a Petrobras no momento é hiberná-las enquanto o processo de desinvestimento caminha. A gente precisa agora é parar de gerar prejuízos", disse o diretor-executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, em teleconferência com jornalistas.

As duas fábricas registraram prejuízo conjunto de cerca de 800 milhões de reais no ano passado, e o cenário de longo prazo continua indicando resultados negativos para as unidades, segundo a estatal.

No quarto trimestre de 2017, a Petrobras realizou provisão de 1,3 bilhão de reais para perdas com as fábricas de fertilizantes.

Celestino disse que as unidades na Bahia e no Sergipe enfrentaram problemas de competitividade por sua localização, distante tanto do acesso à matéria-prima quanto dos mercados demandantes.

Em comunicado mais cedo na terça-feira, a Petrobras disse que preparou um plano de transição para fornecedores e clientes das unidades, bem como ações de responsabilidade social com o objetivo de mitigar impactos que venham a ocorrer nas comunidades com a hibernação.


OUTRAS UNIDADES


Em paralelo, a Petrobras já havia anunciado planos de vender seus ativos restantes no setor de fertilizantes, a subsidiária integral Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, e a Unidade de Fertilizantes-III (UFN-III), no Mato Grosso do Sul, que teve obras iniciadas em 2011 mas não chegou a ser concluída.

"Nós estamos perto de achar compradores para a Ansa e a UFN III", afirmou Celestino. "Nós recebemos, sim, ofertas por elas... Recebemos não-vinculantes e agora vinculantes", adicionou.

A Petrobras anunciou ainda em setembro passado a abertura de processo para a venda da Ansa e da UFN-III.

Já as unidades de fertilizantes na Bahia e em Sergipe não receberam nenhuma proposta até o momento da decisão de hiberná-las, segundo o diretor da Petrobras, embora um processo oficial de venda ainda não tenha sido aberto.

A fábrica em Sergipe entrou em operação em 1982. Com uma área de 1 km², ela produz amônia, uréia fertilizante, uréia pecuária, uréia industrial, ácido nítrico, hidrogênio e gás carbônico. 

A unidade da Bahia, no complexo petroquímico de Camaçari, iniciou atividades em 1971 e produz amônia, uréia fertilizante, uréia pecuária, uréia industrial, ácido nítrico, hidrogênio, gás carbônico e Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32).

(Por Luciano Costa)

 http://www.dci.com.br/industria/petrobras-hiberna-fabricas-de-fertilizantes-no-nordeste-a-espera-de-comprador-1.692039

Governo espanhol diz que últimos obstáculos para acordo UE-Mercosul podem ser superados


"A Espanha está muito claramente comprometida em levar esse projeto, que temos negociado há muitos anos, a um fim nas próximas semanas ou nos próximos meses", disse ministro da economia 
 As exportações na América Latina se mantêm em um nível
Governo espanhol diz que últimos obstáculos para acordo UE-Mercosul podem ser superados
 
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BUENOS AIRES - Os obstáculos finais para um longamente aguardado acordo entre o Mercosul e a União Europeia podem ser superados, disse o ministro da Economia espanhol, Roman Escolano, a repórteres nesta terça-feira.

"A Espanha está muito claramente comprometida em levar esse projeto, que temos negociado há muitos anos, a um fim nas próximas semanas ou nos próximos meses", disse Escolano nos bastidores de um encontro de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 em Buenos Aires, acrescentando que discutiu o acordo com os ministros da UE, da Argentina e do Brasil.


(Reportagem de Luc Cohen e Francesco Canepa)

 http://www.dci.com.br/mundo/governo-espanhol-diz-que-ultimos-obstaculos-para-acordo-ue-mercosul-podem-ser-superados-1.692089

É preciso mais diálogo sobre comércio global, dizem líderes financeiros do G20

g20 cúpula dilma rousseff




Reportagem de Jan Strupczewski

https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1GW2KG-OBRBS


Uma saída para a dívida da Biosev


Uma saída para a dívida da Biosev

 

A francesa Louis Dreyfus Company deverá capitalizar a Biosev em US$ 1 bilhão para destravar as negociações da controlada brasileira com os bancos credores para rolar sua dívida, segundo informações da agência Bloomberg confirmadas pelo Valor.

A companhia sucroalcooleira tenta repactuar dívidas de R$ 3,66 bilhões com bancos antes do fechamento da atual período fiscal, em 31 de março, referente à safra sucroalcooleira 2017/18.

A injeção foi uma exigência dos bancos, que queriam que a Biosev apresentasse garantias para negociar novas condições, de acordo com uma fonte.

A LDC deverá se comprometer a converter uma parte dos créditos que tem a receber da Biosev em ações, na forma de adiantamento para futuro aumento de capital, segundo a fonte. O valor seria em torno de US$ 750 milhões. A outra parcela da capitalização, de US$ 250 milhões, deverá vir por meio de aporte direto de capital, segundo a Bloomberg.

No fim do último trimestre (encerrado em 31 de dezembro), a Biosev registrava em seu balanço que devia R$ 617,4 milhões em mútuo a sua controladora. Considerando todos os valores devidos à LDC, que incluem contratos de fornecimento e adiantamentos, a Biosev tinha um passivo com a LDC de R$ 1,1 bilhão. O montante representa cerca de 10% de todo o passivo da Biosev no fim do último trimestre, de R$ 10,08 bilhões.

As transações da companhia com a LDC têm crescido nos últimos trimestres e passaram a ganhar ênfase dos auditores de seus balanços a partir do quarto trimestre da safra 2016/17. Com a garantia da LDC, a Biosev deverá destravar a renegociação junto a dois sindicatos de bancos.

A necessidade de renegociar as dívidas já era admitida pela própria companhia em seu último balanço, quando escreveu, nas notas explicativas, que "a capacidade de a companhia continuar com a normalidade das suas operações depende da obtenção de capital adicional, da renovação de linhas de crédito e da geração de operações lucrativas". A Biosev também indicava que, se sua atividade operacional não gerasse caixa suficiente, seria preciso "buscar financiamento adicional da dívida".

As saídas avaliadas nos últimos tempos iam da captação de novos recursos via pré-pagamento de exportações até a oferta pública de ações no Brasil e no exterior, como chegou a informar a Biosev em fatos relevantes no ano passado.

Nesta safra, a Biosev acumulou prejuízo de R$ 823,1 milhões e, no fim de dezembro, a dívida líquida era 3,4 vezes maior que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) (Assessoria de Comunicação, 19/3/18)


 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/uma-saida-para-a-divida-da-biosev-.html

quarta-feira, 14 de março de 2018

Inpi planeja "análise expressa" de pedidos de patentes para zerar acervo




Com cerca de 225 mil pedidos de patentes aguardando análise, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial planeja iniciar um exame simplificado dos requerimentos. A ideia é que servidores façam apenas uma análise formal, sem entrar no mérito, para conceder os registros.

Luiz Otávio Pimentel afirma que, pelo ritmo atual, seria necessário 14 anos
para acabar com a fila atual de pedidos.
Reprodução
Interessados poderiam optar se preferem o caminho mais curto ou se vão aguardar o procedimento formal.

A proposta, que aguarda aval da Casa Civil, foi detalhada pelo presidente do Inpi, Luiz Otávio Pimentel, nesta segunda-feira (12/3). Em almoço promovido pela Associação Brasileira da Propriedade Industrial (ABPI) no Rio de Janeiro, Pimentel afirmou que essa foi a saída menos pior que o órgão conseguiu encontrar para voltar à normalidade.

O Inpi conseguiu reduzir o acervo em 20 mil processos desde 2015, informou o presidente. Se continuasse nesse ritmo, porém, ainda seriam necessários outros 14 anos para zerar o estoque de pedidos de patentes, ressaltou. Após conversas com profissionais do setor, ele propôs ao governo a simplificação das análises para acabar com as pendências.

Pimentel também defendeu outras medidas para agilizar a tramitação dos requerimentos. Entre elas, a contratação de mais servidores e digitalização de todos os procedimentos.


Patentes “fracas”

 
Um problema dessa proposta é que, em caso de disputa pela titularidade de registros, as patentes aprovadas de forma simplificada podem ser mais fracas do que as que recebem aval após um procedimento regular. Tanto que as grandes empresas não irão aderir à análise acelerada – opção que será garantida aos requerentes de patentes, declarou Pimentel.

Para o presidente da ABPI, Luiz Edgard Montaury Pimenta, quem obtiver uma patente por meio do processo simplificado dificilmente atacará o dono de um registro aprovado via procedimento regular, pois a tendência é que perca a disputa.

Pimenta avaliou à ConJur que a solução “não é a ideal, mas é a que existe”. “Deixar como está é a pior opção, pois afeta brasileiros e estrangeiros”.

Ele defende a autonomia financeira da autarquia, cujo superávit anual de R$ 500 milhões é contingenciado pelo Ministério do Desenvolvimento Industria e Comércio. Para ele, isso permitiria a modernização do órgão, o que aceleraria a análise dos pedidos.

Além disso, Pimenta diz ser favorável que o Inpi possa ajustar as reivindicações às provações que já ocorreram em outros países.

 https://www.conjur.com.br/2018-mar-12/inpi-planeja-analise-expressa-patentes-zerar-acervo

OAB não pode cobrar anuidade de escritórios de advocacia, decide juiz federal



É o advogado quem tem de pagar anuidade à Ordem dos Advogados do Brasil, e não o escritório.

Esse foi o entendimento do juiz José Carlos Motta, da 19ª Vara Federal Cível de São Paulo, que suspendeu a cobrança de anuidade pela seccional paulista da OAB a uma sociedade de advogados.


Só advogados e estagiários devem pagar anuidade à OAB, e não seus escritórios, decide juiz federal de São Paulo.
Reprodução
O escritório contou no processo que começou a receber boletos de cobrança da anuidade, instituída pela OAB-SP com a Instrução Normativa 06/2014. De acordo com a banca, a cobrança é ilegal: o Estatuto da Advocacia obriga o pagamento da tarifa apenas por advogados ou estagiários, pessoa física inscrita na OAB.

Para o juiz, apesar de ser de competência da OAB fixar e cobrar taxas de seus inscritos, o Estatuto da Ordem trata, no artigo 46, do registro das sociedades de advogados como ato que confere personalidade jurídica a ela. Não pode, portanto, ser confundido com o registro de advogados e estagiários, que possuem fundamento e finalidade diversa — e a lei não prevê a cobrança de contribuições de escritórios.

“As sociedades de advogados não possuem legitimidade para a prática de atos privativos de advogados e estagiários. Assim, a exigência de pagamento de anuidade pela sociedade de advogados se configura ilegal”, afirmou José Motta.

A OAB-SP não retornou o pedido de entrevista feito pela ConJur. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-3. 


Clique aqui para ler a decisão
MS 5027813-32.2017.403.6100

Revista Consultor Jurídico, 12 de março de 2018, 15h32

3 fatores que tornam as eleições de 2018 as mais imprevisíveis da história

Por Luan Sperandio, publicado pelo Instituto Liberal


A regra da política brasileira é a imprevisibilidade. Historicamente foi assim, seja pelos vários golpes e tentativa de golpes, seja pelos acordos políticos, ou ainda “derrapadas” de candidatos outrora favoritos e que, ao final, acabaram por perder as eleições. Apesar da ansiedade por grande parcela do eleitorado, não é possível afirmar quem sentará na cadeira presidencial em 2019.

Inicialmente, ainda não sabemos os candidatos, o que dificulta qualquer exercício de prognóstico mais apurado. O ex-presidente Lula, que liderava as pesquisas, não deve concorrer em virtude da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; assim, ainda não se sabe quem será o candidato do Partido dos Trabalhadores, a maior força eleitoral da esquerda .

Além disso, ao que tudo indica, teremos uma eleição pulverizada. É possível que nas próximas semanas alguns nomes retirem a candidatura, mas, como nenhum nome disparou nas pesquisas ainda, tem sido comum novos nomes serem cogitados a cada semana. Até mesmo Michel Temer, campeão de impopularidade, tem analisado a possibilidade de concorrer para defender seu legado.

Além dessas questões, separamos outros 3 fatores que influenciam especificamente esta eleição e que a tornam a mais imprevisível desde a Redemocratização Brasileira.


1) Novas regras de financiamento


Após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar a inconstitucionalidade do financiamento empresarial de campanha, esta será a primeira eleição presidencial com novas regras de financiamento.

A ideia de restringir as doações empresariais nas campanhas é, supostamentegarantir o nivelamento da competição eleitoral e a integridade dos representantes eleitos. A medida tende a dificultar a ascensão de nomes dos pequenos partidos. João Amoedo e Jair Bolsonaro, nomes que estão sendo cogitados como “candidatos do mercado” e que estão em pequenos partidos, propendem a ser os principais prejudicados com a medida.  

O candidato escolhido pelo governo – que ainda não se sabe quem será –  terá a máquina governamental a seu favor e deve se beneficiar ainda mais a partir dessa restrição, mas as consequências deste financiamento diferente, no entanto, ainda são difíceis de medir.


2) O impacto da Lava Jato


A Operação Lava Jato abalou reputações das principais figuras políticas do Brasil em seus 4 anos de atividade e deve continuar exercendo enorme influência nessas eleições. A maioria dos eleitores declara não votar em um candidato que esteja sendo investigado por corrupção, além de preferirem um próximo presidente que não seja nem do PT, tampouco do PSDB.

Há ainda o fator de imprevisibilidade da Operação. É possível que haja vazamento de investigações em momentos derradeiros da campanha e que afete a ascensão de algum nome, ou mesmo faça um favorito perder o pleito em função dele.


3) O poder da internet, fake news e robôs


O eleitor está cada vez mais conectado e informado pela internet. As redes sociais, contudo, também são acervo de fake news. Há estudos que indicam que elas possuem 70% a mais de chance de viralizarem. Enquanto no Facebook ainda há algum nível de contraditório às publicações, o Whatsapp, utilizado por 9 em cada 10 internautas brasileiros, é privado e deve ser grande fonte de notícias falsas sem haver no envio de mala direta alguém mais bem informado e que possa desmentir boatos.

Há, também, um fator que foi novidade em 2010 e se proliferou em 2014: perfis falsos, que já fazem parte da campanha de candidatos, além dos robôs. Eles ajudam a criar tendências e a vencer guerra de narrativas. O Tribunal Superior Eleitoral entende ser seu papel combater fake news. Nesta semana, todavia, ao consultar o FBI, teve como resposta que o governo americano não considera seu papel combatê-las.

Embora seja preferível conviver com o risco de notícias falsas que viver sob influência do controle do governo sobre a mídia, elas terão seu papel nessa campanha e ainda não se sabe o nível de influência que possam vir a ter na escolha de quem estará no Palácio do Planalto em 2019.

 
http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/3-fatores-que-tornam-eleicoes-de-2018-mais-imprevisiveis-da-historia/?utm_medium=feed&utm_source=feedpress.me&utm_campaign=Feed%3A+rconstantino

Governo está acelerando negociações com UE para tratado de livre comércio, diz Meirelles

Resultado de imagem para foto do Henrique Meirelles


BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu nesta quarta-feira que é necessário abrir a economia brasileira e que o governo está acelerando negociações com União Europeia para um tratado de livre comércio.

Respondendo a perguntas de usuários do Twitter por meio de vídeos, o ministro afirmou que o Brasil também está se aproximando de acordo Transpacífico e iniciando conversas com o Reino Unido para firmar um tratado após a saída do país da UE.

As declarações vêm após a imposição pelos Estados Unidos de tarifas de 25 por cento sobre importações de aço e de 10 por cento sobre importações de alumínio, anunciada na semana passada.

Nesta quarta-feira, o presidente Michel Temer afirmou que a sobretaxa sobre o aço “preocupa muito” o Brasil.

No Twitter, Meirelles voltou a dizer que ainda não decidiu se será ou não candidato à Presidência da República, o que resolverá até o início de abril. No entanto, não se furtou a responder questões sobre eventual plataforma política. 

Questionado sobre qual seria a prioridade do seu governo, caso eleito, o ministro deu foco à geração de empregos, mas também falou sobre outros pontos, ecoando a postura de candidato que vem adotando em diversas entrevistas dadas nos últimos tempos.

“A primeira prioridade é garantir emprego para os brasileiros. Para isso é necessário economia crescendo, com política econômica bem sucedida. Em segundo lugar, inflação baixa, para que o salário não seja corroído ao longo do tempo”, afirmou.

“Depois, um uso competente dos recursos públicos, garantindo melhor saúde, melhor educação e mais segurança para a população. E, finalmente, transporte, infraestrutura, energia mais barata e mais disponível. Em resumo, um país que forneça cada vez melhores condições de vida para seus cidadãos”, completou.

A respeito da continuidade na queda dos juros básicos da economia, Meirelles disse que o movimento vai depender do comportamento da inflação e que o Banco Central é autônomo para tomar essa decisão.

Economistas de instituições financeiras passaram a ver novo corte de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião do BC na próxima semana, segundo pesquisa Focus, diante da persistente fraqueza da inflação. Se confirmado, o passo levará a taxa básica de juros para a nova mínima histórica de 6,5 por cento.

Meirelles destacou ainda que intervenções no câmbio para controle da cotação da moeda não funcionam e disse que o BC pode agir no mercado cambial com duas finalidades apenas: para intervir em processos de falta de liquidez ou para acumular reservas. 

Por Marcela Ayres

 https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN1GQ2GU-OBRBS

Paraguai é a receita mais simples para driblar Custo Brasil


Paraguai é a receita mais simples para driblar Custo Brasil

A exemplo de Portugal, onde foi constituída mais de uma centena de firmas “facilitadoras” de negócios e obtenção da cidadania europeia, o Paraguai está se tornando a Suíça da América do Sul. Um festival de consultings vai abrindo caminho para empresas brasileiras tendo ao fundo a trilha sonora das guarânias.

Estima-se que, em 2017, mais de 300 firmas surgiram em Assunção com origem em capitais brasileiros. Dando boas vindas a legiões de executivos estão auditoras, advisers e consultoras que podem ser encontradas a granel na internet. A abertura de uma fileira de empresas não está relacionada a serviços bancários de lavação de dinheiro - indústria financeira em decadência no Paraguai.

Os brasileiros seguem para lá para se livrar do Custo Brasil, especialmente do assassinato fiscal de todo o dia. Abrir uma empresa no Paraguai rende muitos benefícios. Os fatores de produção são amplamente vantajosos, tais como imposto único apenas na saída do bem exportado, custo de energia 70% inferior, tributação no salário 65% menor e ausência de taxação sobre a renda da indústria, contando com ofertas de uma infraestrutura competitiva e completa a apenas 11 km do Brasil.

Isto em um ambiente político estável e favorável ao mercado, com uma economia que cresce 3,5% ao ano. Parece até uma propaganda de resort. O paradoxo é que o país mais ameaçador ao Brasil com o contrabando nas fronteiras é o mesmo invadido por brasileiros ávidos por formalizar seus negócios e se livrar de condições inóspitas ao capital. Vai que há um pouco disso tudo misturado (Relatório Reservado, 13/3/18)

China se prepara para assumir liderança mundial

O economista e engenheiro Klaus Schwab, criador do Fórum Econômico Mundial

Principal divisão hoje é entre quem se prende ao passado e os que visam o futuro.

Klaus Schwab, o homem que criou o Fórum Econômico Mundial em 1971 e fez dele um evento central para as decisões políticas e econômicas globais, antevê um mundo em que a China assumirá a liderança econômica e no qual o conceito de direita e esquerda está superado.

O cenário que o engenheiro e economista alemão descreve se divide entre aqueles que defendem o passado --os populistas, embora ele evite a palavra--e aqueles que se preparam para um futuro no qual educação tecnológica, paridade de gênero e inclusão social são questão de sobrevivência econômica.

Prestes a completar 80 anos, dia 30, Schwab veio ao Brasil para abrir o capítulo latino-americano do Fórum, nesta quarta, dia em que lança no país o livro "Aplicando a Quarta Revolução Industrial", sobre os efeitos da evolução digital no trabalho e na produção.

Folha - A decisão dos EUA de impor novas tarifas sobre o aço e alumínio pode monopolizar o Fórum em São Paulo?
Klaus Schwab - Esta é uma das questões com as quais nos preocupamos, integrada a um contexto mais amplo. Temos hoje uma transição de um mundo com polo único para um mundo multipolar, no qual cada um segue seus interesses. Quando o presidente [DonaldTrump] fala em guerra comercial, é sintoma disso.

A decisão causará nova turbulência no comércio global?
Pode criar um efeito dominó. A chave é manter o compromisso com o sistema de regras para a economia. Podemos até mudá-las se sentirmos que não somos tratados de forma justa, mas tem que ser por meio de negociação.

O que é urgente reformar na América Latina?
Antigamente tínhamos uma divisão política entre esquerda e direita. Mas capitalismo e socialismo são ideologias criadas no contexto da Primeira Revolução Industrial [no século 18].
Hoje estamos na Quarta Revolução Industrial, e as linhas divisórias não são mais entre direita e esquerda, são entre aqueles que querem defender o passado e aqueles que querem se preparar para o futuro.

O Brasil está ficando para trás?
O Brasil está fazendo algumas mudanças necessárias, como tornar as suas leis trabalhistas mais flexíveis, mas todo governo deveria fazer o máximo para estimular a inovação e o empreendedorismo.
Isso significa flexibilizar o processo para que empreendedores montem empresas, criar um sistema tributário que permita ao empreendedor assumir riscos, e transformar a educação --o sistema é antiquado no mundo todo.

Os EUA hoje tendem ao protecionismo, enquanto a China mostra interesses globais. A China pode vir a ter mais poder econômico do que os EUA?
A China já tem um PIB em paridade de poder de compra comparável ao dos EUA, e a China já está de fato se preparando para o futuro. Em Pequim, há uma área que deve chegar a 100 km? para incubadoras. A China também já reconhece que a inteligência artificial deve ser muito bem sucedida. Olhando para o futuro, você vê que a China está se preparando para assumir a dianteira em tecnologia.

Os participantes do encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos pareceram otimistas, mas desde então tivemos turbulências. O sr risco de uma bolha explodir?
Não diria que é bolha, mas a economia opera em ciclos, e estamos em um longo ciclo de recuperação econômica que pode estar no fim. E há a questão da dívida. O total de endividamento de governos, famílias e empresas equivale a 200%-250% do PIB [global]. Não sabemos se haverá outra desaceleração econômica, mas, se houver, não dá para reduzir juros [para estimular a economia], pois isso foi feito na última crise, e as taxas já estão baixas. E se agirmos para evitar a dívida [subindo juros], não sabemos qual será o efeito --a volatilidade voltou às bolsas depois de aumentos modestos nas taxas.

Os países têm preferido acordos bi e plurilaterais aos multilaterais. Precisamos de regras para todos, mas grandes negociações são lentas para captar as mudanças de hoje. Como lidar com o paradoxo?
Discordo em parte, pois temos por exemplo o Acordo de Paris sobre o Clima. Algo, porém, mudou: antes os governos negociavam acordos e podiam garantir seu cumprimento. Hoje os governos são apenas um dos atores globais --se quisermos resolver um problema, precisamos da cooperação entre governos, empresas e sociedade civil. As empresas são atores-chave, mas precisam de diretrizes criadas por governos e de apoio da sociedade civil.

srcitou empregos precários. Há exemplos de como usar a educação para evitar isso?
Há novos modelos de currículos para ensinar programação da mesma forma que se ensina o alfabeto. Há escolas em Cingapura que se propõem a ensinar não necessariamente aquilo que você pode ler na Wikipédia, mas a ser criativo, a fazer a equipe interagir para obter resultados. Os países que mais trabalharem talentos serão os mais bem-sucedidos. E há a questão da inclusão, que se trata não só de responsabilidade social, mas de competitividade. É importante que todos tenham as mesmas oportunidades, pois, se você exclui metade da população por ser pobre, pode excluir um Einstein.

É difícil educar para um mundo que desconhecemos.
Se uma inteligência artificial pode substituir algumas características masculinas, como racionalização e objetividade, e se deixarmos a criatividade de lado, o que nos diferenciará de um robô?
A diferença é nós termos sentimentos, criatividade, intuição, empatia.
Se você olhar para as aptidões de que precisaremos no futuro, são as que chamamos de femininas.
Paridade de gênero, portanto, não é só questão de justiça, mas o melhor jeito de se preparar para o futuro.

RAIO-X

Nascimento: 30.mar.1938, Ravensburg, Alemanha
Formação: doutor em economia pela Universidade de Friburgo e em engenharia pelo Instituto Federal de Tecnologia da Suíça; mestre em administração pública pela Kennedy School, Universidade Harvard
Carreira: fundou em 1971 o Fórum Econômico Mundial, do qual é presidente; criou em 1998 a Fundação Schwab de Empreendedorismo Social e, em 2004, o Fórum de Jovens Líderes Globais  (Folha de S.Paulo, 14/3/18)