segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Falta o OK do governo: os riscos que a Embraer corre se ficar só

Embraer e Boeing começaram a discutir uma possível combinação de seus negócios um mês depois do anúncio da união das concorrentes Bombardier e Airbus 

 

 Por Redação Exame




A fusão entre Embraer e Boeing, anunciada nesta segunda-feira, evita que a fabricante brasileira de aviões inicie 2019 sozinha num mercado em forte consolidação. Para analistas e especialistas ouvidos por EXAME, a joint venture fechada entre as duas empresas (na qual a Boeing terá 80% das ações), levanta uma série de debates, mas precisa ser feito. O negócio depende agora do aval da presidência, garantido pelo poder de veto que tem sobre a venda da companhia.

O principal argumento em defesa do negócio é uma outra fusão, anunciada em 16 de outubro de 2017. Naquela data, a gigante francesa Airbus, concorrente da Boeing, anunciou a compra do controle da divisão de aeronaves comerciais da canadense Bombardier, concorrente da Embraer. A transação criou uma empresa definida no mercado como “pacote completo”, capaz de fornecer aviões que vão de 100 a 525 assentos. É o que acontece agora com a nova empresa nascida da união de Boeing, que fabrica aviões a partir de 150 assentos, e Embraer, que lidera o segmento de aeronaves para 37 a 130 pessoas.

Embraer e Boeing começaram a discutir uma possível combinação de seus negócios um mês depois do anúncio da união das concorrentes. A Embraer é a maior exportadora de produtos manufaturados do Brasil, com mais de 6 bilhões de dólares anuais em vendas e 18 000 funcionários. A Boeing é a maior fabricante de aviões do mundo, com 95 bilhões de dólares em receitas, 140 000 funcionários.

“Com a fusão com Bombardier, a Airbus poderia adotar uma estratégia comercial de vender aviões menores a preço de custo. Ou seja: a própria concorrente definiria quanto tempo a Embraer sobreviveria”, diz Oscar Malvessi, professor de finanças da FGV-EAESP. Outro risco seria a própria Boeing entrar de cabeça no mercado de aeronaves menores, o que, segundo o Bradesco, tiraria até 30% do valor de mercado da Embraer.

Para a Boeing, juntar-se à Embraer é um contra-ataque aos avanços da Airbus. A empresa americana tem um projeto para uma aeronave média, chamada de 797, que ganha velocidade com a engenharia e a tecnologia da Embraer. A empresa entende que ser mais verticalizada será uma vantagem — a Embraer fabrica, por exemplo, trem de pouso, o que não faz parte da produção da Boeing.

O negócio fechado deixou de fora as áreas de aviação executiva e de defesa e segurança, consideradas estratégicas pelo governo de Michel Temer. Ao mesmo tempo, no Gabinete de Segurança Institucional, a avaliação era de que uma aversão a grupos internacionais pode fazer a Embraer “perder o bonde da história”.

Segundo o advogado Marcelo Godke, especialista em fusões e aquisições, o negócio foi fechado com a preocupação de manter a segurança nacional, mas poderia ter sido ainda mais ambicioso. “A Boeing não tem projetos de aviões de defesa, mas a Embraer tem bons projetos. Eu não tenho dúvida que o negócio vai potencializar o nível de conhecimento”, diz. “O padrão de contratação de equipamento militar já inclui restrição de informações. Vender a Embraer não vai afetar a segurança nacional – deixá-la sozinha, e sob risco, é que poderia afetar”.

Para Malvessi e Godke, o negócio fechado poderia ser uma deixa para o governo repensar o poder de veto para outras estatais (golden share), como de energia e mineração. “O país precisa de contratos bem feitos. Nos Estados Unidos não tem golden share, mas o governo tem a prerrogativa de vetar negócios que considere estratégicos. Mas a regra não pode impedir que nos juntemos aos melhores”, diz Godke.

Malvessi calcula que a golden share tire até 30% do valor de mercado potencial de empresas como a Eletrobrás. Com a anunciada onda de privatizações no próximo governo, a discussão sobre o valor estratégico e o valor financeiro das estatais deve voltar à tona.

Senior anuncia aquisição da Mega Sistemas


Mais de 12 mil empresas passam a ser atendidas pela companhia de SC

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Funcionários da catarinense Senior Sistemas Seguindo o planejamento robusto de dobrar de tamanho nos próximos três anos, a catarinense Senior (foto), referência nacional em soluções para gestão empresarial, anuncia mais uma aquisição. A companhia acaba de adquirir a Mega Sistemas, com sede em Itu (SP), unidades em Curitiba (PR), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), e Natal (RN). O valor do negócio não foi divulgado pela Senior.  


A nova composição visa um fortalecimento no mercado nacional de ERP, além da expansão geográfica da Senior, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Além disso, a aquisição é estratégica, porque apoia na ampliação dos negócios em diversos segmentos. Juntas, as marcas devem alcançar faturamento superior a R$ 400 milhões em 2019. De janeiro a novembro deste ano, a Senior já superou a marca dos R$ 300 milhões de faturamento, número inédito para a companhia.

“Esta é a 12ª aquisição realizada pela Senior nos últimos anos e segue o planejamento de crescimento sustentável da companhia. A Mega é uma empresa consolidada e com grande representatividade, que irá agregar qualidade de produtos e serviços ofertados. Temos agora mais de 12 mil empresas sob nosso portfólio, além de uma representatividade importante em relação à oferta brasileira de ERP e soluções de gestão, já que ambas as marcas possuem soluções bem avaliadas e reconhecidas no mercado”, conta Carlênio Castelo Branco, CEO da Senior. 

A partir de agora a Senior também passa a investir na Zero One, startup de soluções para construção, que até então era investida por acionistas da Mega. A marca conta com dois sistemas 100% cloud: Obra Prima, solução de ERP para construtores de pequeno porte, e Portal de Repasses, para gestão do processo de crédito imobiliário. Wilson Pacheco, fundador da Zero One, também reforça que o investimento pela Senior cria uma nova perspectiva para a marca. “Temos a certeza de que será uma oportunidade de alavancar os negócios e nos tornarmos uma importante opção para o mercado quando o assunto é soluções para transformação digital”, conclui.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/6792

Fiesc lança programa para ampliar a internacionalização da indústria de SC


Objetivo é tornar as empresas mais competitivas e prepará-las para as possibilidades que o mercado internacional oferece

Da Redação

redacao@amanha.com.br

 Maria Teresa Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc

A Federação das Indústrias (Fiesc) lançou o Programa de Internacionalização da Indústria de Santa Catarina, na reunião de diretoria da entidade, nesta sexta-feira (14), em Florianópolis. A iniciativa tem o objetivo de tornar as empresas mais competitivas e prepará-las para as diversas possibilidades que o mercado internacional oferece, seja exportação, importação ou alianças para fazer frente aos concorrentes internacionais presentes no Brasil e no exterior. Por meio do programa, a Federação mapeou 60 iniciativas, programas e serviços nacionais e catarinenses, dos quais boa parte são gratuitos, e estão disponíveis às empresas que desejam melhorar o desempenho nessa área. Ao longo do próximo ano, pelo menos 570 indústrias de todas as regiões catarinenses de micro, pequeno, médio e grande portes serão convidadas a participar de encontros e realizar um diagnóstico que vai medir o grau de maturidade da companhia em relação à internacionalização.

“A internacionalização é um dos quatro pilares da nossa gestão ao lado de infraestrutura, inovação e inclusão de pessoas e empresas. A indústria de Santa Catarina tem setores reconhecidos no mercado internacional, mas há um contingente de empresas, principalmente de pequeno e médio portes, que têm grande potencial para avançar nessa área, mas ainda precisam se preparar para isso. Sabemos que a concorrência não é mais local, mas sim, global. Ainda que muitas indústrias não atuem propriamente no comércio internacional, seus produtos e serviços enfrentam a concorrência de empresas do exterior que atuam no mercado brasileiro. Por isso, é essencial ter competitividade”, afirmou Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc. Ele lembra que o plano será apresentado nas 16 vice-presidências da entidade e vai mobilizar lideranças dos mais diversos segmentos.

“Precisamos mudar a chave da compreensão do que é internacionalização”, declarou Maria Teresa Bustamante (foto), presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, lembrando que internacionalização vai muito além da exportação e da importação. “É decisão estratégica da empresa se ela vai exportar, importar ou fazer alianças estratégicas internacionais. O que temos por obrigação, como defensores da indústria, é que as empresas têm de ser competitivas e estar preparadas para enfrentar o concorrente externo, seja em nosso país ou no exterior”, completou. Em sua apresentação, Maria Teresa explicou que a partir da aplicação do diagnóstico individual, a empresa saberá o seu grau de maturidade em relação ao comércio exterior e, com isso, poderá criar um plano de ação. “A partir das respostas, é possível identificar se a empresa está madura para o comércio internacional ou quais os requisitos ela precisa preencher para isso. Há ferramentas que envolvem benefícios fiscais, como o Drawback, por exemplo, que são desconhecidas. Se o diagnóstico mostrar que a empresa precisa avançar em contratos internacionais, vamos qualificá-la para que ela domine isso”, explicou.

A presidente da Câmara recordou que o Brasil tem sua economia aberta e o novo governo tem anunciado a intenção de reduzir alíquotas de importação, o que reforça a importância de a indústria brasileira ampliar sua competitividade para poder fazer frente a essa nova realidade. Dados levantados pela Fiesc mostram que cerca de 6,5 mil indústrias catarinenses exportaram de 2012 a 2017. Dos 50 mil estabelecimentos industriais presentes no estado, 13% atuam em comércio internacional.

s ações já realizadas no âmbito do programa podem ser divididas em quatro fases: mapeamento e análise de programas existentes, estudo e identificação de empresas potenciais, proposta de sensibilização e indicadores de medição. Em 2019 serão realizados 26 eventos regionais de sensibilização, nas 16 vice-presidências da Fiesc, com foco nas micro e pequenas empresas. Os encontros terão dois formatos. Um é o Diálogo Empresarial, focado na alta direção das empresas, e o outro é um workshop que reunirá lideranças das empresas e profissionais de comércio exterior. No segundo semestre está prevista ainda a realização do “Diálogo Empresarial Transfronteiriço para Internacionalização”, no extremo-oeste, e também um encontro em Florianópolis com a participação das empresas sensibilizadas e entidades que integram o ecossistema industrial ligado à internacionalização. No final do próximo ano deve ser lançada uma plataforma on-line que vai permitir maior conexão entre as empresas que atuam na área, vai oferecer inteligência competitiva, capacitação, entre outras ações.

http://www.amanha.com.br/posts/view/6791

Embraer e Boeing aprovam parceria que dá 80% de joint venture à americana


A liberação para assinar o contrato de parceira entre as duas empresas ainda precisa da aprovação do governo brasileiro

 




A fabricante brasileira de aeronaves Embraer e a americana Boeing anunciaram nesta segunda-feira (17) a aprovação dos termos de criação de uma joint-venture.

A americana vai pagar 4,2 bilhões de dólares para ter uma participação de 80% na nova empresa, a qual contemplará a unidade de produção de aviões comerciais da Embraer.

A brasileira ficará com 20% da companhia, segundo comunicado da Embraer à imprensa.

A parceria ainda precisa ser aprovada pelo governo brasileiro. Somente depois desse aval o acordo entre a Embraer e a Boeing será assinado.
 
A expectativa é que o negócio seja concluído até o final de 2019. A joint-venture deve gerar sinergias anuais de cerca de 150 milhões de dólares até o terceiro ano de operação.

Essa nova joint-venture da aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil. A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente a Dennis Muilenburg, presidente da Boeing.

A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil.

KC-390

As companhias também chegaram a um acordo de uma segunda joint-venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390.

De acordo com a parceria proposta, a Embraer deterá 51% de participação na joint-venture e a Boeing, os 49% restantes.

A transação também está sujeita à aprovação do governo brasileiro, ratificação pelo conselho de administração da Embraer e autorização deste para assinatura dos documentos definitivos da transação.

Na sequência, a parceria estratégica ainda deve ser submetida à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo. 

(Com Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Recrusul anuncia aquisição da MaxxiBrasil


O valor do negócio não foi revelado pelas empresas

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Recrusul anuncia aquisição da MaxxiBrasil


A Recrusul, que atua no segmento de implementos rodoviários e tem sede em Sapucaia do Sul (RS), anunciou nesta segunda-feira (10) que vai adquirir a MaxxiBrasil Indústria de Tratores, de Caxias do Sul (RS). “O objetivo é complementar a linha de implementos rodoviários e industrial da Recrusul, aproveitando o ciclo de crescimento do mercado de agribussiness brasileiro. O setor de tratores, da mesma forma que o de implementos rodoviários, é altamente competitivo, mas esta aquisição contempla também a participação do ex-diretor industrial da Mahindra Brasil – com mais de 20 anos de experiência no segmento de tratores, que foi o responsável pela instalação desta multinacional indiana no Brasil no ano de 2011”, destaca a companhia em Fato Relevante não informando o nome do executivo. O valor do negócio é mantido em sigilo pelas companhias. 

A MaxxiBrasil já produziu mais de 84 tratores com potências entre 50 HP e 100 HP. Começou suas operações no ano 2014 com distribuição de produtos importados e ao mesmo tempo nacionalização de diversos componentes até chegar ao produto integralmente produzido no Brasil. A empresa caxiense possui todas as licenças para fabricação de tratores com códigos tanto de FINAME quanto de MDA (financiamento para pequenos produtores agrícolas). O patrimônio líquido de dezembro de 2017 totalizava R$ 987 mil, sem contar com todo o ferramental avaliado em aproximadamente em R$ 2,2 milhões. A MaxxiBrasil também possui  passivos da ordem de R$ 2,2 milhões. “A aquisição está sendo feita via troca de ações, aproveitando o aumento de capital da Recrusul em curso, e totalizará aproximadamente R$ 1 milhão. Serão iniciadas, a partir de janeiro de 2019, diligências de auditoria para confirmação de tais valores e inclusão desta empresa como nova controlada direita ou indireta da Recrusul. A planta industrial da MaxxiBrasil será transferida para Sapucaia do Sul onde ocupará prédio exclusivo dentro da atual área industrial da Recrusul”, informa o documento assinado por Davi Souza da Rosa, diretor vice-presidente e de relações com investidores da Recrusul.  

O Fato Relevante informa ainda que o plano de negócios da MaxxiBrasil contempla a produção de equipamentos entre 50 HP e 100 HP com preços médios entre R$ 70 mil e R$ 105 mil. A capacidade fabril anual será de até 350 tratores dependendo da disponibilidade de capital de giro. 

 http://www.amanha.com.br/posts/view/6748
 

Neurociência: um caminho para elevar a produtividade


Marcopolo sediou a segunda edição do LIDERARH

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Marcopolo sediou a segunda edição do LIDERARH. Palestra de Carlos Alexandre Netto, da Ufrgs


No dia 22 de novembro, a Marcopolo – referência internacional na fabricação de ônibus sediou a segunda edição do LIDERARH, um encontro para debater as práticas de gestão de recursos humanos. O evento reuniu empresários e profissionais da Serra Gaúcha em Caxias do Sul. O projeto é uma iniciativa do Instituto AMANHÃ com o apoio da IMED e da Localiza – Gestão de Frotas. Acompanhe, a seguir, um resumo de como foi o encontro. 


Edição: Allan Pochmann



http://www.amanha.com.br/posts/view/6770


Temos vagas


Confiantes na expansão da economia, montadoras, redes de restaurantes, empresas de tecnologia e grupos varejistas voltam a contratar

 

Crédito: Claudio Gatti
A FESTA DO EMPREGO: o presidente da Dimension Data, Jefferson Anselmo (ao centro), está acompanhando de perto a seleção para contratar 200 pessoas (Crédito: Claudio Gatti)

 

As últimas semanas do ano estão movimentadas além do normal na sede da empresa sul-africana de tecnologia Dimension Data no Brasil, no bairro paulistano do Morumbi. Enquanto o time operacional acelera a entrega dos projetos de 2018 para seus 350 clientes no País – entre eles BR Distribuidora, Riachuelo, Hospital Oswaldo Cruz e Neoenergia –, o presidente Jefferson Anselmo acompanha in loco a contratação de 200 novos funcionários. Eles serão incorporados, com salário médio inicial de R$ 6 mil, ao quadro de empregados da companhia, hoje com 410 pessoas. 

O processo seletivo, focado em candidatos com experiência nas áreas de tecnologia, marketing e comercial, é o pilar do maior plano de expansão da subsidiária brasileira, uma das que apresenta o melhor desempenho global do grupo, dono de um faturamento de US$ 8 bilhões. Durante o ano, as contratações estavam congeladas até que as turbulências políticas e econômicas se dissipassem. 

“Recebemos da matriz a missão de dobrar o tamanho da nossa operação até 2020, algo que só é possível com o recrutamento de novas mentes brilhantes”, disse Anselmo à DINHEIRO, durante uma pausa entre uma entrevista e outra. “Como uma empresa de tecnologia, nossa maior riqueza é o conhecimento, a propriedade intelectual que está nas pessoas.”


A missão do executivo, no entanto, não tem sido fácil. Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em outubro 12,3 milhões de desempregados buscavam um lugar ao sol no mercado de trabalho. Mesmo assim, para conseguir preencher as vagas, a Dimension Data teve de fazer parceria com ONGs dedicadas à recolocação profissional de refugiados, com universidades e escolas técnicas, além de algumas empresas caça-talentos. “O desemprego encheu o mercado de novos candidatos, mas não solucionou o endêmico desafio da baixa qualificação da mão-de-obra brasileira”, afirmou Anselmo, que comemorou a contratação de engenheiros sírios e venezuelanos nesta semana. “Por isso, cada vez mais, compor uma equipe competente e bem-treinada exige paciência e investimento para reter talentos.”
Taco Bell Fast Food                                                                                                                                                    Fundador: Carlos Wizard
CONTRATAÇÕES: a rede integra o plano da holding Sforza, que prevê abrir 45 mil vagas nos próximos cinco anos (Crédito:Divulgação)
A retomada do emprego, de fato, está promovendo um rali entre as grandes empresas. Para alcançar o objetivo de dobrar de tamanho nos próximos 12 meses, a empresa de TI Topmind decidiu pulverizar seu processo de contratação de 126 funcionários nas próximas semanas, na cidade paranaense de Londrina e na capital paulista. Outras 80 vagas serão preenchidas nas unidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro, algo ousado para uma empresa de 360 funcionários. “Definimos um projeto para contratar e, principalmente, fidelizar esses novos colaboradores”, disse a CEO da empresa, Sandra Maura. A estratégia, segundo ela, consiste em oferecer uma remuneração atrativa e um ambiente de trabalho agradável. “Mesmo com tanta gente desempregada no mercado, temos de escolher os melhores, treinar os profissionais e buscar um índice baixo de rotatividade. A nossa está na casa de 2%, abaixo da média geral de 5%.”
Mercedes-Benz Montadora
Presidente: Philipp Schiemer
CONTRATAÇÕES: mais de 600 vagas para as fábricas de caminhões e implementos (Crédito:Claudio Gatti)
TECNOLOGIA O segmento que promete ser um dos principais palcos da disputa por bons currículos nesse novo cenário é o tecnológico. “O setor é o que mais vem demandando vagas”, diz Fernando Morette, diretor de operações do site de empregos da Catho. Dos 30 cargos com maior oferta de vagas disponíveis atualmente na plataforma, 12 são diretamente relacionados a essa atividade. A indiana TCS, de serviços de TI, é uma das empresas cuja área de RH tem cumprido uma agenda bem movimentada nos últimos meses. Desde março, a companhia ampliou sua equipe em mais de 500 pessoas. E agora vai contratar mil profissionais no Brasil até julho de 2019. O plano é preencher metade dessas vagas até o fim do ano. As oportunidades se dividem entre o centro de desenvolvimento, instalado em Londrina (PR), e os escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro.

“Temos percebido que os nossos clientes estão mais otimistas”, afirma Tushar Parikh, CEO local da TCS. O grupo atende grandes empresas em segmentos como finanças, mineração, bens de consumo, e óleo e gás. “Nosso objetivo é chegar a 4 mil profissionais no prazo de dois a quatro anos.”

Especializada em transformação digital, a brasileira CI&T também está à caça de programadores, desenvolvedores e afins. A empresa abriu 480 vagas neste ano, das quais 100 ainda estão disponíveis nas operações em Campinas, São Paulo e Belo Horizonte. “Crescemos a uma taxa média de 30% nos últimos anos”, diz Marcelo Trevisani, executivo-chefe de marketing da CI&T, dona de uma receita de R$ 498 milhões em 2017. “Se conseguimos navegar bem em um ambiente que não era favorável, a expectativa é que a demanda aumente ainda mais com a economia em crescimento.” As contratações acompanham investimentos recentes da companhia, entre eles, a transformação de seu centro de tecnologias digitais, em Belo Horizonte, em um hub de exportação para projetos internacionais. Hoje, 40% do faturamento já vem do exterior, por meio de clientes como Coca-Cola, McDonald’s e Johnson & Johnson.
Wyndham Hotelaria
Presidente: Alejandro Moreno
CONTRATAÇÕES: para suprir a demanda de 34 novos hotéis no País, mais de 2,8 mil pessoas serão recrutadas (Crédito:Divulgação)
A expectativa pela retomada não está restrita às empresas de tecnologia. A consultoria americana de recrutamento Robert Half antecipou à DINHEIRO dados da 6ª edição do Índice de Confiança, realizada em novembro e que será divulgada na próxima semana. Foram realizadas 1.161 entrevistas com profissionais empregados, desempregados e responsáveis pelo RH em companhias de diversos setores. O índice, que mede a percepção quanto ao mercado de trabalho, foi de 55,3, o maior da série histórica, iniciada em julho de 2017. Entre os recrutadores, 70% acreditam que 2019 será melhor que 2018 em relação à criação de vagas. No âmbito geral, outros 70% apontaram a definição do cenário eleitoral como o fator preponderante para esse reaquecimento. “Com maior previsibilidade, as empresas estão mais dispostas a assumir riscos e a desengavetar projetos que estavam suspensos”, diz Mário Custódio, diretor associado da Robert Half.


Um dos mais afetados pela crise dos últimos anos, o varejo vem reforçando esse sentimento de maior confiança. “Estou percebendo um clima mais positivo entre os empresários”, diz Carlos Wizard, fundador da Sforza, holding que reúne negócios como as redes de fast food KFC, Pizza Hut e Taco Bell. “Se o novo governo obtiver sucesso na reforma da Previdência, nas privatizações e na redução do tamanho do Estado, acredito que o Brasil entrará em um ciclo virtuoso de crescimento sustentável.” Sob essa perspectiva, a Sforza anunciou, em novembro, um plano de investimento de R$ 1,6 bilhão para os próximos cinco anos. No período, a projeção é gerar 45 mil empregos nos restaurantes, a partir da expansão do número atual de 250 lojas para 1.250 unidades, uma alta de 400%. Os aportes incluem ainda o Mundo Verde, rede de produtos naturais e orgânicos, e a Hub Fintech, de meios de pagamento.


FARMÁCIAS 


Dono das redes Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco, o grupo DPSP também segue essa toada de expansão. A empresa planeja manter um ritmo de abertura de cem lojas por ano. 

Hoje, são mais de 1,3 mil. Nessa trilha, além dos programas de estágio e de trainees, que contabilizam cerca de 170 vagas, a companhia tem mais de mil oportunidades disponíveis, a maioria delas voltadas a atendentes e farmacêuticos. “Estamos seguindo as perspectivas do setor, que tem previsão de crescimento entre 8% e 9% para 2019”, afirma Liliane Cammarano, gerente-executiva de recursos humanos da DPSP. Na avaliação de Nilson Pereira, CEO da consultoria Manpower, esse início de recuperação em segmentos como o varejo vem sendo guiado pela oferta de vagas operacionais, em detrimento de posições mais estratégicas. “Com a flexibilização do crédito e a perspectiva de aumento do consumo, as empresas estão reativando postos de trabalho para ampliar sua capacidade de atendimento e de vendas”, afirma o executivo. A Heineken é mais uma que aposta na volta dos consumidores às prateleiras. O grupo tem 600 contratações para fazer. “Neste ano, tivemos um crescimento de 12% em relação ao número de vagas no ano passado”, observa Raquel Guarinon Zagui, vice-presidente de Recursos Humanos da Heineken no Brasil.

Um movimento semelhante é registrado pela maior rede hoteleira do mundo com 9 mil hotéis, a Wyndham. O presidente da operação na América Latina, o mexicano Alejandro Moreno, está capitanenando a abertura de 34 hoteis no País entre 2018 e 2019, e a contratação de 5 mil funcionários operacionais na região, cerca de 2,8 mil deles no Brasil. “Estamos em uma fase sensacional de expansão das operações no Brasil”, afirma Moreno, que somente em novembro assinou a carteira de trabalho de 200 novos funcionários com a abertura do Wyndham Gramado Termas Spa, no Rio Grande do Sul. “Vamos acelerar no nosso mais ambicioso plano de crescimento.”
Em outra frente, Pereira, da Manpower, aponta outras indústrias que investiram fortemente até 2014 e que, com a chegada da crise, passaram a operar com grande capacidade ociosa. “Pouco a pouco, essas companhias estão abrindo novos turnos e reativando linhas de produção.” Esse é o caso de grandes montadoras, como Volkswagen e Mercedes-Benz. No caso da VW, a retomada das vendas de veículos motivou o anúncio de contratação de 800 pessoas nesta semana. Cerca de 500, muitos deles que tiveram seus contratos suspensos nos últimos anos, em razão da queda dos mercados, serão reincorporados para a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, onde será produzido o T-Cross, primeiro SUV da Volkswagen a ser fabricado no País. “A Volkswagen vive um excelente momento, com a maior ofensiva de produtos da nossa história e uma forte retomada das vendas”, disse Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina. “Crescemos em 2018 mais do que o dobro da indústria e fechamos o ano com uma sólida segunda posição. Anunciamos a contratação de 250 empregados na nossa fábrica de motores, em São Carlos, no interior de São Paulo, em razão do aquecimento do mercado interno e da ampliação do contrato de exportação.”

Já a Mercedes-Benz está contratando 600 novos colaboradores para aumentar os seus volumes de produção de caminhões para a crescente demanda no mercado brasileiro em 2019. “As empresas de transporte estão olhando com mais otimismo para o cenário econômico em função do controle de índices como a inflação, taxa de juros e câmbio, além da expectativa pelo crescimento do PIB”, disse Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz América Latina. “Isso traz a desejada previsibilidade nos negócios, gerando segurança para que clientes invistam na renovação de frota. Estamos novamente ao lado deles nesse momento de retomada”.

Brinks recebe aval para comprar brasileira Rodoban por US$ 130 milhões


A aquisição deve ser concluída até o final do ano

 





São Paulo – A companhia norte-americana de logística de valores Brinks anunciou nesta terça-feira, 11, que recebeu aval de autoridades de defesa da concorrência para comprar a brasileira Rodoban por cerca de 130 milhões de dólares em dinheiro.

A aquisição deve ser concluída até o final do ano. Baseada em Minas Gerais, a Rodoban é especializada em transporte de valores e serviços para caixas eletrônicos.

Em 12 meses, a Rodoban teve receita de cerca de 78 milhões de dólares e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de cerca de 17 milhões de dólares, informou a Brinks em comunicado à imprensa.


 https://exame.abril.com.br/negocios/brinks-recebe-aval-para-comprar-brasileira-rodoban-por-us-130-milhoes/

Mais de 80% dos industriais paranaenses estão otimistas para 2019

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Recrusul anuncia aquisição da MaxxiBrasil


O valor do negócio não foi revelado pelas empresas

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Recrusul anuncia aquisição da MaxxiBrasil


A Recrusul, que atua no segmento de implementos rodoviários e tem sede em Sapucaia do Sul (RS), anunciou nesta segunda-feira (10) que vai adquirir a MaxxiBrasil Indústria de Tratores, de Caxias do Sul (RS). “O objetivo é complementar a linha de implementos rodoviários e industrial da Recrusul, aproveitando o ciclo de crescimento do mercado de agribussiness brasileiro. O setor de tratores, da mesma forma que o de implementos rodoviários, é altamente competitivo, mas esta aquisição contempla também a participação do ex-diretor industrial da Mahindra Brasil – com mais de 20 anos de experiência no segmento de tratores, que foi o responsável pela instalação desta multinacional indiana no Brasil no ano de 2011”, destaca a companhia em Fato Relevante não informando o nome do executivo. O valor do negócio é mantido em sigilo pelas companhias. 

A MaxxiBrasil já produziu mais de 84 tratores com potências entre 50 HP e 100 HP. Começou suas operações no ano 2014 com distribuição de produtos importados e ao mesmo tempo nacionalização de diversos componentes até chegar ao produto integralmente produzido no Brasil. A empresa caxiense possui todas as licenças para fabricação de tratores com códigos tanto de FINAME quanto de MDA (financiamento para pequenos produtores agrícolas). O patrimônio líquido de dezembro de 2017 totalizava R$ 987 mil, sem contar com todo o ferramental avaliado em aproximadamente em R$ 2,2 milhões. A MaxxiBrasil também possui  passivos da ordem de R$ 2,2 milhões. “A aquisição está sendo feita via troca de ações, aproveitando o aumento de capital da Recrusul em curso, e totalizará aproximadamente R$ 1 milhão. Serão iniciadas, a partir de janeiro de 2019, diligências de auditoria para confirmação de tais valores e inclusão desta empresa como nova controlada direita ou indireta da Recrusul. A planta industrial da MaxxiBrasil será transferida para Sapucaia do Sul onde ocupará prédio exclusivo dentro da atual área industrial da Recrusul”, informa o documento assinado por Davi Souza da Rosa, diretor vice-presidente e de relações com investidores da Recrusul.  

O Fato Relevante informa ainda que o plano de negócios da MaxxiBrasil contempla a produção de equipamentos entre 50 HP e 100 HP com preços médios entre R$ 70 mil e R$ 105 mil. A capacidade fabril anual será de até 350 tratores dependendo da disponibilidade de capital de giro. 

http://www.amanha.com.br/posts/view/6748

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Yes, nós queremos investir no Brasil



James Hirschmann, da Western Asset, gerencia R$ 1,63 trilhão e acha que aplicar dinheiro aqui é um bom negócio

 

Crédito: Bruno Mooca
Hirschmann: rentabilidade dos títulos brasileiros é atraente, ainda mais se os juros americanos subirem pouco (Crédito: Bruno Mooca)

Western Asset. No País, a gestora de recursos de origem americana não é uma das líderes de mercado. Segundo dados da Anbima, associação que representa as empresas que administram dinheiro, ela cuida de um patrimônio de R$ 28,3 bilhões, o que a coloca em 17º lugar na lista. No entanto, se a empresa presidida por James Hirschmann fosse brasileira, ela administraria mais recursos do que Banco do Brasil e Itaú Unibanco – somados. Com US$ 421 bilhões (R$ 1,63 trilhão) de dólares sob administração e escritórios em nove países, é uma das maiores do setor nos Estados Unidos. Dedicando-se quase que totalmente a fundos de renda fixa, a companhia avalia investimentos em todas as latitudes, tanto geográficas quanto de risco. Os 851 funcionários liderados por Hirschmann dedicam boa parte de seu tempo a avaliar as possibilidades de títulos de dívida públicos e privados. Em uma entrevista à DINHEIRO, Hirschmann falou das perspectivas para o Brasil. E diz, com todas as letras: o País permanece atraente. “Vale a pena deixar dinheiro aqui”, diz.

A justificativa para esse interesse é simples: apesar da baixa dos juros por aqui, e da alta potencial das taxas americanas, os títulos de dívida brasileiros ainda pagam prêmios bastante superiores à média dos demais países emergentes. Isso justifica correr os riscos de um eventual calote. “Mesmo na hipótese de que algum emissor venha a não cumprir com suas obrigações, a remuneração compensa”, diz ele. Isso vale tanto para títulos públicos quanto para papéis privados. “A economia brasileira está saindo da recessão e a situação deve melhorar com o novo governo, por isso permanecemos com uma perspectiva de alta no Brasil.”

Ele afirma estar otimista também com relação às perspectivas do mercado internacional. Para ele, a temida elevação de juros nos Estados Unidos será menos drástica do que parecia há alguns meses. Atualmente entre 2% e 2,25% ao ano, a taxa referencial de juros do país deverá ser elevada em mais 0,25 ponto percentual neste mês. Para o executivo, os prognósticos de alguns analistas que previam juros acima de 3% ao ano não deverão se confirmar. “A inflação não está tão elevada, e os juros não devem subir tanto”, avalia.
Campanha do Brexit na Inglaterra: saída desordenada pode fazer o PIB britânico encolher sete pontos percentuais (Crédito:DANIEL LEAL-OLIVAS)
RISCOS Esse cenário não é isento de riscos, porém. Para o Hirschmann, há duas ameaças à estabilidade dos mercados. Um deles é a situação na Europa. O governo inglês ainda não apresentou uma proposta clara para implantar a saída da União Europeia (UE) o chamado Brexit. Segundo uma pesquisa da Bloomberg Economics, isso poderá representar uma retração de até sete pontos percentuais no Produto Interno Bruto britânico ao longo dos próximos 12 anos. Isso deixará a Inglaterra muito distante dos demais países da Europa em termos econômicos, com um forte impacto sobre as finanças globais. Outro risco é a possibilidade de que o novo governo populista italiano descumpra as normas de responsabilidade fiscal da UE, gerando ainda mais turbulência.

A maior ameaça no curto prazo é a delicada situação das relações comerciais entre Estados Unidos e China, que pode reduzir em até 1,5% o crescimento econômico chinês. O fato de tanto o presidente americano, Donald Trump, quanto seu oponente chinês, Xi Jingping estarem determinados a travar uma guerra comercial não ajuda a acalmar os ânimos. “O presidente Trump é muito imprevisível”, diz Hirschmann.


 https://www.istoedinheiro.com.br/yes-nos-queremos-investir-no-brasil/

Fusões e aquisições crescem 26% e movimentam R$ 121,4 bi até setembro, diz Anbima

Resultado de imagem para fotos de fusão e aquisição de empresas


Os negócios envolvendo fusões e aquisições cresceram 26% até setembro em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, somando R$ 121,4 bilhões, de acordo com as estatísticas da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Em número de operações, entretanto, o panorama é inverso, com 68 transações realizadas este ano, contra 99 de janeiro a setembro de 2017.

“O crescimento do volume reflete as operações de grande porte realizadas no ano, além do avanço no montante gerado pelas aquisições de empresas brasileiras por estrangeiras”, afirma Dimas Megna, coordenador do subcomitê de Fusões e Aquisições da Anbima, em nota distribuída pela associação.

Em 2018, as operações de compra de companhias brasileiras por estrangeiras atingiram R$ 54,6 bilhões, o que representa crescimento de 23% ante o volume levantado em nove meses de 2017. As transações que compreenderam apenas empresas locais totalizaram R$ 60,3 bilhões no período, equivalente a 49,7% do total.
Os setores de papel e celulose (com participação de 39,3% entre todos os negócios), TI e telecomunicações (15,5%) e alimentos e bebidas (12,7%) responderam por 67,5% do volume transacionado até setembro. Juntos, esses segmentos responderam por apenas sete operações no período.

Entre as finalidades dos negócios, as aquisições de controle representaram 52,7% do volume total de 2018, a partir de 52 operações, de acordo com a Anbima. 

Uma incorporação correspondeu a 39,3% do montante do período, enquanto as fusões e aquisições destinadas à compra de participação minoritária e a joint venture responderam por 4,2% e 3,8%, respectivamente.


 https://www.istoedinheiro.com.br/fusoes-e-aquisicoes-crescem-26-e-movimentam-r-1214-bi-ate-setembro-diz-anbima/

Economia da complexidade e ideias para brasileiros que querem entrar no comércio internacional




O comércio internacional é a competição absoluta. Os vencedores são o resultado de todos os fatores geográficos, políticos e econômicos somados. E as posições entre os competidores só mudam com muita dificuldade.

A explicação sobre os motivos do sucesso dos países mais industrializados e ricos é complexa e não cabe nas fórmulas prontas mais corriqueiras, como o liberalismo, o libertarianismo ou o comunismo/progressismo. Cada lado tem suas exceções preferidas e seus lapsos inexplicáveis.

Muito embora a explicação integral não esteja disponível, a linha de estudos chamada Economia da Complexidade tem uma explicação interessante (ainda que parcial) e de bom senso para o fenômeno da concorrência imperfeita no comércio internacional. 

Em resumo, ela diz que a concorrência é imperfeita porque os países que saíram na frente trataram de trancar a porta para os de trás, por meio de técnicas que dificultam a competição.
O site do Paulo Gala tem publicado muitos artigos sobe esse assunto:
Por que o desenvolvimento econômico não ocorre naturalmente em todos os países? Monopólios e concorrência monopolística no mercado mundial
Para os autores clássicos do desenvolvimento econômico as atividades produtivas são diferentes em termos de suas habilidades para gerar crescimento e desenvolvimento. Atividades com altos retornos crescentes de escala, alta incidência de inovações tecnológicas e altas sinergias decorrentes de divisão do trabalho dentro das empresas e entre empresas são fortemente indutoras de desenvolvimento econômico (Reinert 2009, pg. 9). São atividades onde em geral predominam competição imperfeita e todas as características desse tipo de estrutura de mercado (importantes curvas de aprendizagem, rápido progresso técnico, alto conteúdo de R&D, grandes possibilidades de economias de escala e escopo, alta concentração industrial, grandes barreiras à entrada, diferenciação por marcas, etc). Esse grupo de atividades de alto valor agregado se contrapõe às atividades de baixo valor agregado, em geral praticadas em países pobres ou de renda média com típica estrutura de competição perfeita (baixo conteúdo de R&D, baixa inovação tecnológica, informação perfeita, ausência de curvas de aprendizado e possibilidades de divisão do trabalho (Reinert e Katel 2010, pg 7.) 
Notem que, numa situação como a descrita no parágrafo acima, não adianta reclamar da injustiça nem aplicar regras ideológicas. Só funciona o que funciona.

Por exemplo:
Estratégia da intervenção do governo

Os Emirados Árabes financiaram uma companhia aérea enorme e um aeroporto caríssimo e se enfiaram no fluxo global da aviação.

Os EUA financiaram diversas indústrias altamente tecnológicas, desde a era do projeto espacial até hoje. E, depois que o governo perdeu o fôlego, os fundos de investimento tomaram o lugar dele e selecionaram, à base de extrema competição, alguns vencedores como Google e Facebook.

Nesta lista podemos incluir grandes indústrias de armamentos financiadas por governos.
Estratégia do estímulo por parte da iniciativa privada

A Apple cavou seu lugar no mercado mundial investindo em alta tecnologia, designs exclusivos, criação de patentes e uso de trabalho chinês barato.

McDonalds, Starbucks e outras franquias de alimentos adotaram a tática de reprodutibilidade de processos, investimento em marca e abertura frenética de lojas ao redor do mundo.
Estratégia do controle governamental completo

Aqui estão a Sinopec, alguns bancos chineses, a Saudi Aramco (petróleo), etc.

Os empreendedores brasileiros que desejam entrar com força no mercado internacional precisam, conforme esta linha de estudos, selecionar uma área em que possam criar um diferencial competitivo.

Mas não é o diferencial competitivo de palestras de autoajuda, que se resume a um preço 5% menor.

Neste sentido, diferencial competitivo é uma verdadeira barreira à competição que faça eventuais concorrentes tremerem e se cansarem só de pensar no risco e na trabalheira. 

Por exemplo:
  • 20 anos de financiamento de pesquisas sobre ervas amazônicas;
  • criação de um novo centro de lançamento de satélites comerciais;
  • desenvolvimento de terapias genéticas;
  • investimento maciço em artistas jovens com o intuito de criar uma nova estrela que faça tanto sucesso quanto Beyonce, Michael Jackson, etc.

Obviamente, eu sei que isso não é fácil. Para indicar dificuldades bem iniciais, temos que qualquer projeto de longo prazo no Brasil está sujeito a todo tipo de instabilidade institucional. Picos de inflação, impeachment, alterações tributárias.

Mas é por isso que o comércio internacional é a competição absoluta. Todos os fatores contam. Quem não se dedicar a dar um drible nos gringos vai ficar para trás.

Alguns setores no Brasil em que as empresas estão se esforçando realmente para atingir escala global e ferocidade de competição são o mercado financeiro, com as fintechs, e, de certa forma, o mercado educacional, com escolas que preparam alunos para a indústria 4.0.

O melhor exemplo que conheço no setor educacional é a EscolaBritânica de Artes Criativas. Mas há também alguns canais de youtube e cursos online avulsos que seguem a mesma linha.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Porque não gosto de trustes no planejamento sucessório - Parte I


Os trustes são um dos produtos mais vendidos por bancos de investimento e empresas de wealth management. 
Mas eu nunca os achei apropriados para famílias que moram no Brasil. O truste é uma solução do direito inglês e não casa bem com o direito romano, nosso pai. 

Tenho a impressão de que ele só é utilizado porque é o produto mais oferecido pelos bancos. Algo assim do tipo "só tem esse". 
Todavia, desde a repatriação a Receita deixou bem claro que, se antes mal tolerava os trustes, ela agora os detesta e persegue. 
Nestes posts vou explicar porque acho os trustes inadequados para a maioria das famílias que vivem no Brasil. 

1. Confusão patrimonial entre o instituidor, o beneficiário e o truste
A Receita Federal não reconhece o truste como entidade separada (especialmente no contexto to RERCT).
Em consequência, temos:
a)   Aplicações financeiras em nome do truste podem ser tributadas como rendimento da pessoa física que reside no Brasil (27,5%);
b)  Os lucros distribuídos pelas offshore para o truste podem ser considerados como entregues diretamente aos beneficiários do truste (tributação de 27,5%);
c)  A variação cambial sobre valores mantidos em conta ou aplicação financeira podem, dependendo do caso, gerar tributação sobre ganho de capital relativo à valorização de moeda estrangeira (alíquota inicial de 15%)

d)  A situação patrimonial do truste deve ser declarada anualmente para a Receita e Banco Central. Implica falta de privacidade quanto ao patrimônio;
e)  A situação patrimonial do truste deve ser declarada anualmente para a Receita. Isso terá impactos em futura sucessão por morte (base de cálculo para o ITCMD);
f)   Há uma corrente minoritária que entende que transferências do truste para os beneficiários podem ser caracterizadas e tributadas como doações, ao invés de rendimentos. No caso da doação, a alíquota varia entre 4% a 8%, dependendo do estado;

  f.1) Estas transferências (doações)afetam a herança legítima (50% do patrimônio) e podem levar a disputas no inventário;
 f.2) Estas transferências geram um ciclo de bitributação: 
(continua)
http://adlerweb.blogspot.com/

"Perícia em arbitragem precisa ser bem conduzida para não levar a nulidades"


Ao contrário da prova pericial convencional, não existe um roteiro único na perícia feita para arbitragem. Cada caso é um caso e não existe roteiro, pois tudo pode ser negociado. É como o engenheiro Flávio Figueiredo, que há mais de 20 anos atua com perícias em arbitragens no Brasil, define sua atividade.

Junto com Francisco Maia Neto, Figueiredo organizou a recém-lançada segunda edição do livro Perícias em Arbitragens. Cada capítulo é escrito por um profissional da área, abordando temas distintos com o objetivo de traçar um panorama geral deste ramo ainda pouco explorado.

Na arbitragem, o perito assume um protagonismo singular, conta Figueiredo. Pode ter que fazer um relatório inicial para explicar o caso ao árbitro, pode produzir prova como seus testemunho técnico, pode questionar o perito da outra parte. Tudo depende de como os procedimentos arbitrais foram combinados pelas partes.

Em entrevista à ConJur, Flávio Figueiredo detalha o papel do perito na arbitragem e ressalta que o profissional deve estar atento com nulidades que podem ser plantadas no processo. "A parte pode fazer isso com o intuito de, se não ganhar, anula o processo".


Leia a entrevista:


ConJur — O que faz um perito na arbitragem?
Flávio Figueiredo —
De início eu destaco que pode ter apresentação prévia dos técnicos. É marcada uma audiência e vão lá os assistentes de cada parte, antes de ter um perito, e fazem uma apresentação técnica. Não fica só aquele frio que está no papel, você pode expor, responder perguntas. Pode haver, por exemplo, dos árbitros pedirem que, em um determinado momento, os assistentes das partes apresentem um laudo técnico sobre a questão. Um laudo aberto. Pode acontecer — as hipóteses são muitas — que já formulem quesitos a serem respondidos por esses laudos técnicos prévios. Pode não acontecer nada disso. Pode ter só o início da fase das provas e os técnicos vão e fazem ali, já como prova, um depoimento, que até pode ser um depoimento especializado, que é o que se chama de testemunha técnica. É uma denominação um pouco diferente para nós, porque não é uma testemunha que viu um fato. É um conhecedor do tema que vai depor sobre o tema.

ConJur — Existe alguma peculiaridade na atuação dos peritos?
Flávio Figueiredo —
Tem uma gama enorme de alternativas para a prova pericial, algumas ainda nem na fase da prova, mas que envolvem os assistentes técnicos de ambas as partes. Então a pessoa que vai fazer uma perícia em arbitragem tem que saber interpretar em que momento está, o que deve ser apresentado neste momento, como deve ser apresentado.

ConJur — Como assim?
Flávio Figueiredo — 
Vou dar um exemplo: estive envolvido em uma arbitragem em que foi determinado, já quando se estabeleceu como o procedimento arbitral iria transcorrer, uma data que iria ter uma apresentação técnica de 20 minutos. Apresentação técnica é mostrar para os árbitros o que eles teriam que saber daquela disputa. Não é defender ferrenhamente uma posição. A outra parte também tinha a mesma oportunidade, porque sempre as oportunidades são iguais. Só que era um pessoal muito preparado tecnicamente, mas que não tinha a menor ideia do que eles estavam fazendo naquela arbitragem, que momento era aquele. Eles levaram uma apresentação com 80 slides de Power Point para apresentar em 20 minutos. Tragédia total, porque eles fizeram imaginando que eles estavam fazendo uma apresentação como prova. E não era isso.

ConJur — Por que o padrão se tornou três árbitros para decidir os casos?
Flávio Figueiredo —
Quando se tem determinado procedimento em que há um laudo técnico, sobre o laudo as partes vão ter oportunidade de falar e trazer o contraditório, pedir esclarecimentos para o perito e assim por diante. Se você tiver um árbitro, ele vai examinar a questão e dar a sentença. E se esse árbitro for o próprio técnico, no momento em que ele trouxer a sentença para as partes, já não tem mais o contraditório. Todas as arbitragens mais recentes das quais participei, foram com três árbitros. Poderiam ser cinco, mas, no geral, são três árbitros, um indicado por uma parte, outro por outra e o presidente do tribunal escolhido pelos dois, indicado pelas partes. Eu não vi mais essa conformação de árbitro único, especialista.

ConJur — O que tem de mais diferente entre um perito arbitral e um perito judicial?
Flávio Figueiredo — Tem um procedimento que é chamado de hot tubbing, que é uma acareação técnica. Os peritos de ambas as partes ficam frente a frente debatendo o caso, com o árbitro podendo intervir para pedir maiores esclarecimentos. Agora, é bom para as partes? Pode ser excelente, pode ser péssimo. Se você tiver uma pessoa que está defendendo seu interesse, que conheça muito o tema, mas que seja tímido, titubeante, você pode ter um problema, pois ele pode se sair mal no debate.

ConJur — Em que parte do processo é comum o perito errar?
Flávio Figueiredo —
Organização de documentos dentro de um processo. Quando você pega um processo judicial comum, a parte, o advogado, junta lá uma petição e depois os anexos. Documento um, documento dois, documento três e documento quatro. Mais para frente, vão ter outros momentos em que ele vai chamar documento um, documento dois, documento três daquela petição, e vai juntar. Quando você pega, por exemplo, uma arbitragem, você organiza de outro jeito os documentos. Eu começo a numerar desde o primeiro documento que eu junto até o último. Eu vou juntando na sequência. Parece bobeira, mas quem não está familiarizado se perde nisso. Então, na arbitragem tem muita coisa que parece muito boba, mas que ganha relevância porque, se não for bem resolvido, atrapalha a vida de todo mundo. Tive uma arbitragem em que, quando apresentei a estimativa de custos, não estou falando de honorários, eu coloquei lá “edição e impressão: cento e pouco mil reais”. Aí o pessoal achou absurdo. Tive que desdobrar o que era aquele custo. A perícia envolvia 30 e tantos imóveis que precisavam ser vistoriados e avaliados. Cada avaliação vai ter mais ou menos tantas folhas. Tantas folhas vezes trinta imóveis, mil folhas vezes sete vias, dá tantas mil folhas.

ConJur — O senhor uma vez disse que os peritos devem tomar cuidado com cascas de banana que são colocadas pelo caminho. Pode citar alguns exemplos?
Flávio Figueiredo —
A gente percebe que, muitas vezes, ficam se plantando nulidadezinhas, sementes de nulidades no decorrer do processo — porque se não for bom para mim, vou tentar anular a sentença por causa daquela sementinha que deixei lá atrás. Muitas vezes, a perícia é usada para plantar essas sementes. Então a perícia precisa ser muito bem conduzida para que não fiquem essas sementes de nulidade. Quer dizer, o perito arbitral precisa estar atento para não dar margem a isso.


 https://www.conjur.com.br/2018-dez-09/entrevista-flavio-figueiredo-engenheiro-perito-arbitral