segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Bancos apontam o que consideram verdadeiros vilões do juro alto no Brasil


Febraban alega que a rentabilidade dos bancos se situa em torno de 15%

 

Por Agência Brasil

 

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Moedas de 1 Real

Visados por praticamente todos os candidatos na campanha presidencial sob a acusação de lucrarem excessivamente no Brasil por operar com pouca concorrência, os bancos saíram em defesa de sua imagem – e contra-atacando. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou o livro gratuito “Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil”. A publicação discute temas como a concentração bancária, spread bancário e cheque especial, entre outros, além de trazer comparativos entre o setor bancário brasileiro e de outros países e propõe medidas para reduzir os juros no país. O diretor de Regulação Prudencial, Riscos e Economia da entidade, Rubens Sardenberg, explicou que um dos objetivos da federação é debater o tema com a sociedade e o governo e desconstruir ideias equivocadas que fazem parte do senso comum, como a de que a razão de os juros serem altos no país é o fato de a concentração bancária ser responsável pela formação da margem de lucro dos bancos.

“Muitos acham que os bancos têm um lucro muito grande porque são concentrados, ou que o crédito é caro porque tem poucos bancos que lucram muito alto. O livro é uma tentativa de mostrar que a questão é mais complexa que isso”, resumiu. “A ideia toda da campanha é mostrar que o Brasil tem custos muito altos de intermediação financeira. Assim como carros, celulares e energia elétrica são mais caros no país, o juro, que é o custo do dinheiro, também é mais alto”, explicou. Um dos pontos debatidos no livro é o spread bancário, que consiste na diferença entre o custo de captação do dinheiro emprestado e o valor cobrado de quem toma o empréstimo. Segundo a Febraban, 85% do spread no Brasil se deve aos custos da atividade de intermediação financeira, como os custos associados à inadimplência (37%), às despesas tributárias, regulatórias e fundo garantidor de créditos (23%) e aos gastos administrativos (25%). A entidade afirma que apenas 15% representam o lucro dos bancos.

De acordo com Sardenberg, quando se compara o Brasil com outros países, percebe-se que mesmo em outros países que têm poucos bancos e mercados concentrados, como a Austrália e o Chile, os spreads são mais baixos. Entre as medidas para reduzir os custos da atividade de intermediação financeira, e assim os juros para o consumidor final, o livro propões a aprovação do cadastro positivo e da nova lei de falências, maior facilidade para que os bancos recuperem os bens dados em garantia por empréstimos em caso de não pagamento e a eliminação da tributação indireta, que onera o crédito, e não o lucro.

O livro é gratuito. O download pode ser feito clicando aqui. A obra também está sendo distribuída de graça em 14 lojas das redes das livrarias Cultura e Saraiva em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.


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