Febraban alega que a rentabilidade dos bancos se situa em torno de 15%
Visados por praticamente todos os candidatos na campanha
presidencial sob a acusação de lucrarem excessivamente no Brasil por
operar com pouca concorrência, os bancos saíram em defesa de sua imagem –
e contra-atacando. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou o
livro gratuito “Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil”. A
publicação discute temas como a concentração bancária, spread bancário e
cheque especial, entre outros, além de trazer comparativos entre o
setor bancário brasileiro e de outros países e propõe medidas para
reduzir os juros no país. O diretor de Regulação Prudencial, Riscos e
Economia da entidade, Rubens Sardenberg, explicou que um dos objetivos
da federação é debater o tema com a sociedade e o governo e desconstruir
ideias equivocadas que fazem parte do senso comum, como a de que a
razão de os juros serem altos no país é o fato de a concentração
bancária ser responsável pela formação da margem de lucro dos bancos.
“Muitos
acham que os bancos têm um lucro muito grande porque são concentrados,
ou que o crédito é caro porque tem poucos bancos que lucram muito alto. O
livro é uma tentativa de mostrar que a questão é mais complexa que
isso”, resumiu. “A ideia toda da campanha é mostrar que o Brasil tem
custos muito altos de intermediação financeira. Assim como carros,
celulares e energia elétrica são mais caros no país, o juro, que é o
custo do dinheiro, também é mais alto”, explicou. Um dos pontos
debatidos no livro é o spread bancário, que consiste na diferença entre o
custo de captação do dinheiro emprestado e o valor cobrado de quem toma
o empréstimo. Segundo a Febraban, 85% do spread no Brasil se deve aos
custos da atividade de intermediação financeira, como os custos
associados à inadimplência (37%), às despesas tributárias, regulatórias e
fundo garantidor de créditos (23%) e aos gastos administrativos (25%). A
entidade afirma que apenas 15% representam o lucro dos bancos.
De
acordo com Sardenberg, quando se compara o Brasil com outros países,
percebe-se que mesmo em outros países que têm poucos bancos e mercados
concentrados, como a Austrália e o Chile, os spreads são mais baixos.
Entre as medidas para reduzir os custos da atividade de intermediação
financeira, e assim os juros para o consumidor final, o livro propões a
aprovação do cadastro positivo e da nova lei de falências, maior
facilidade para que os bancos recuperem os bens dados em garantia por
empréstimos em caso de não pagamento e a eliminação da tributação
indireta, que onera o crédito, e não o lucro.
O livro é gratuito. O download pode ser feito clicando aqui.
A obra também está sendo distribuída de graça em 14 lojas das redes das
livrarias Cultura e Saraiva em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
http://www.amanha.com.br/posts/view/6723
Nenhum comentário:
Postar um comentário