quarta-feira, 20 de novembro de 2013

'Privatização de tudo' gerou protestos, que vão continuar pelo mundo, prevê marxista


ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO

O projeto neoliberal é privatizar e "commoditizar" tudo. No seu fracasso em realizar promessas de eficiência estão as raízes dos protestos que eclodem pelo mundo e no Brasil. Partidos políticos convencionais, reféns do capital internacional, não conseguem canalizar a raiva que emerge das ruas. Não há ideias novas, e as manifestações vão continuar. 

A análise é do geógrafo marxista britânico David Harvey, 78. Professor da Universidade da Cidade de Nova York, ele ataca os "oligarcas globais" e afirma que os bilionários foram os que mais ganharam com a crise. 

Crítico da realização de megaeventos como Copa e Olimpíada, ele avalia que os governos são muito influenciados pelo capital financeiro. E aponta: "Esses eventos são sobre a acumulação de capital através de desenvolvimento de infraestrutura. Os pobres tendem a sofrer, e os ricos tendem a ficar mais ricos". 

A partir da próxima sexta-feira, Harvey participa de debates no Brasil em torno do lançamento de seu livro "Os Limites do Capital" e da coletânea "Cidades Rebeldes". 

A seguir, trechos da entrevista concedida por telefone de Nova York (EUA) na semana passada. 


Ana Yumi Kajiki
O marxista britânico David Harvey ataca os 'oligarcas globais' e diz que bilionários foram os que mais ganharam com a crise
O marxista britânico David Harvey ataca os 'oligarcas globais' e diz que bilionários foram os que mais ganharam com a crise
*
Folha - Qual sua avaliação sobre a situação mundial?

David Harvey - É muito mutante e volátil. De forma alguma estável. Não sabemos quando novos problemas vão eclodir e por quê. A situação na Europa é preocupante, com taxas muito baixas de crescimento. Nos EUA, há muita instabilidade política. Há questões sobre o modelo de desenvolvimento da China. Isso tudo está conectado e, de repente, há problemas no Brasil em razão de mudança de tom do Fed em relação à liquidez. É uma situação muito complicada e volátil. 

Então o pior não passou?

Não, longe disso. Penso que está tão perigoso quanto sempre foi. O que me surpreende é que não há novas ideias. As receitas apresentadas estão aprofundando o modelo neoliberal ou tentam desenvolver alguma forma de keynesianismo. Ambas opções me parecem muito frágeis nas circunstâncias atuais. 

O sr. disse em entrevista à Folha em 2012 que a crise deveria aprofundar a concentração de capital e as desigualdades. Isso de fato ocorreu?

Sim. Todos os dados mostram que o número de bilionários cresceu no mundo. A riqueza deles cresceu imensamente nos últimos três anos. Foi o grupo que melhor se saiu melhor na crise, enquanto todos os outros ou permaneceram estagnados ou perderam. 

Qual sua visão dos protestos que eclodiram pelo mundo? O sr. defendeu a criação de um "partido da indignação" para lutar contra o "partido de Wall Street". Como essa ideia evoluiu?

Os movimentos não estão indo muito bem. Por várias razões. Primeiro, é interessante notar quão rapidamente o poder político se moveu para tentar reprimir os protestos e prevenir qualquer forma de movimento de massa mais amplo. Segundo, há muitas divisões entre os movimentos. Há divisões teóricas entre marxistas, anarquistas, autonomistas. Há divisões entre políticos. A esquerda está muito dividida, sem sinais de atuar em conjunto. O poder político agiu muito rápido, com ações policiais, para dispersar a oposição. Isso aconteceu com o Occupy Wall Street, na Turquia. Em algum grau está acontecendo também na América Latina. 

Qual o futuro desses movimentos?

É praticamente a mesma resposta sobre o que vai acontecer com o capital. A situação é muito volátil. É muito difícil prever. Ninguém previu a eclosão dos movimentos na Turquia, nem ninguém previu os amplos protestos no Brasil. 

Qual sua visão sobre os protestos no Brasil?

É difícil falar para quem está longe. Não sei se estou qualificado a falar sobre isso. Mas o que posso dizer é que existe uma desilusão generalizada do processo político. As pessoas estão começando a discutir como modificar os piores aspectos da exploração, da extração capitalista do valor. Há também uma alienação, que leva a alguma passividade, que é interrompida ocasionalmente por explosões de raiva frustrada. O nível de frustração por todo o mundo está muito alto agora. Por isso não surpreende que essas manifestações ocorram. O problema é canalizar essa raiva para movimentos políticos existentes que tenham um projeto. Isso não se enxerga. Prevejo mais explosões de raiva nos próximos anos. Há o Egito com seus problemas não resolvidos, a guerra civil na Síria, protestos na Turquia, na Suécia, no Brasil e uma volta dos protestos no Chile. É uma fotografia que está aparecendo globalmente e suspeito que vai continuar assim dentro de um modo muito volátil. 

Há conexão entre esses movimentos?

Sim, cada um tem suas demandas específicas, mas há problemas de base provocados pela natureza autocrática do neoliberalismo, que virou um modelo padrão para o comportamento político. Isso não é satisfatório para a massa da população. Há uma crise na governança democrática. Ao mesmo tempo, há o fracasso do neoliberalismo, que não entregou um mínimo de padrão de vida para a massa da população. Há uma raiva contra as formas tomadas pelo capitalismo. No Norte da África, na Tunísia, no Cairo os protestos foram parcialmente sobre alta nos preços da comida. A segurança alimentar se tornou um tema muito importante. Isso diz respeito ao poder do agronegócio e à especulação com as commodities, que provocaram a alta dos preços. Há inflação nos preços de comida em muitas partes do mundo. 

No Brasil, os protestos estouraram por causa da alta nas tarifas de ônibus. Como especialista em questões urbanas, como o sr. avalia esse problema?

O projeto neoliberal é privatizar e "commoditizar" tudo. Então tudo vira objeto das forças do mercado. Dizem que essa é a forma mais eficiente de prover bens e serviços para uma população. Mas, na verdade, é uma maneira muito eficiente de um grupo da população reunir uma grande soma de riqueza às custas de outro grupo da população --sem entregar, de fato, bens e serviços (transporte, comida, casas etc). Essa é uma das razões do descontentamento da população. Por isso explodem manifestações de raiva, insatisfações em diferentes lugares e em diferentes direções políticas. Turquia, Brasil, Suécia. Há uma situação de fundo que dá uma visão comum às batalhas, embora cada uma delas seja especifica e diferente. No Brasil, foi o custo do transporte. Em outros lugares, é preço da comida, da habitação, ou apenas se trata de fazer um ataque a essa "commodização" do espaço público. 

Então a privatização é demasiada?

Há muita "commodização". FMI e Banco Mundial dizem que com o mercado tudo será resolvido. Estamos fazendo isso há 30 anos e não está sendo ok. 

Aqui se discute a violência nas manifestações. O que o sr. pensa sobre os black blocs e a violência policial?

Uma das dificuldades de falar sobre isso é que, se o poder político responde com violência a qualquer protesto legítimo, em determinado ponto, alguns que estejam nos protestos também vão responder com violência. Há muita divisão no movimento popular. Mas, em algum ponto, não há mais nada a fazer do que responder à violência com violência. Isso significa que a situação ficou fora de controle. Uma das responsabilidades do poder político é, na medida do possível, limitar a violência policial. Pessoalmente não gosto do que fazem os black blocs e acho que em muitas casos eles não ajudam. Sempre ouvimos que deveríamos tolerar o que faz o poder político, o que muitas vezes significa tolerar o intolerável. Em algum ponto, as pessoas começam a dizer: não vou tolerar o intolerável; vou fazer o intolerável para o intolerável. Não estou advogando de forma alguma a violência, mas estou dizendo que é muito difícil em muitas situações --como vimos nas lutas anticoloniais-- sair do problema sem usar algum tipo de força. Lembro aqui do filme de Costa Gavras "A Batalha de Argel", que é um bom exemplo de como as coisas funcionam. 

Alguns dizem que há interesse dos EUA nesses movimentos, como forma de desestabilizar governos. O sr. acha que é possível?

Há muitos exemplos históricos mostrando que isso acontece. Seria muito surpreendente identificar que hoje isso não é o caso. É muito difícil controlar isso. Apontar somente os EUA seria errado. 

Partidos tradicionais foram pegos de surpresa no Brasil. De outro lado, os movimentos não têm uma organização própria. Como tudo isso pode se transformar em forças políticas organizadas?

Se eu tivesse essa resposta, não estaria falando com você agora. Estaria lá fora fazendo. Não sei a resposta. A situação agora reflete a alienação das pessoas em relação a praticamente todos os partidos políticos e a sua desilusão com o processo político. Nos EUA, o Congresso tem uma taxa de aprovação de 10%. Nessa circunstância, as pessoas não vão canalizar o seu descontentamento para o processo político, pois não enxergam esperança nisso. Por isso, há essa raiva. E assim as coisas vão continuar. 

O sr. concorda com a visão de que partidos de todos os matizes caminharam para a direita e que a esquerda se diluiu em ONGs e estruturas voláteis?

Há internacionalmente uma ortodoxia econômica, que é reforçada pelos movimentos do capital internacional. Os partidos políticos convencionais se tornaram reféns desse poder. 

Isso acontece com o PT no Brasil?

Isso é para o julgamento de seus leitores. Noto que há uma desilusão sobre o PT entre seus próprios integrantes. 

O sr. está escrevendo um livro sobre as contradições do capitalismo. Qual é a principal hoje?

Uma das contradições do capitalismo agora é que o capital precisa crescer. Mas as condições nas quais isso pode ocorrer são cada vez mais restritas. É muito difícil achar novos lugares para ir e novas formas de atividades produtivas que possam absorver a enorme quantidade de capital que está buscando por atividades lucrativas. Como consequência, muito capital agora vai para atividades especulativas, para patrimônio, compra de terras, commodities, criam-se bolhas. Esse é o problema real: como o capital pode continuar crescendo nos próximos anos. Está ficando cada vez mais difícil para o capital achar formas de fazer isso. O crescimento está colocando muito estresse sobre o ambiente. 

Quais seriam as principais contradições para o Brasil?

A contradição ambiental, a desigualdade social no Brasil --que é uma contradição muito perigosa no Brasil. E a especulação sobre terras e recursos naturais. 

O sr. escreveu em "Os Limites do Capital" que é cada vez mais difícil hoje encontrar o inimigo e identificar quem ele é. Quem é o inimigo e onde ele está?

O inimigo é um processo, não uma pessoa. É um processo de circulação de capital. O capital entra e sai de países. Quando decide entrar, há um "boom"; quando decide sair, há uma depressão. Por isso, é necessário controlar esse processo de circulação. Se algo que é feito desagrada esse processo, ele desaparece. De certa forma, o Brasil tem possibilidades limitadas, porque o capital pode simplesmente desaparecer. 

Algo mudou após o inicio da crise ou é só mais do mesmo?

É realmente mais do mesmo. Estados que costumavam pagar muito para instituições financeiras não fizeram nada para proteger o bem estar da sua população. Foi o que aconteceu no México nos anos 1980. E a mesma história se repete, com os ricos ficando mais ricos enquanto falamos. 

O sr. escreveu que as políticas que não agem sobre as contradições principais ficam apenas nos sintomas da crise. Por exemplo?

Crescimento talvez não seja possível e talvez não seja mais o objetivo. Falam apenas que temos baixo crescimento, alto desemprego e que precisamos ter o crescimento de volta. Mas há limites. 

Isso é dizer para um país como o Brasil que a festa acabou?

Não. O crescimento principal agora ocorre para o 1% mais rico da população mundial. É para esse grupo que todo o crescimento é canalizado. É um problema global, verdadeiro nos EUA, no Brasil. É preciso haver uma redistribuição de renda globalmente e entre classes. Por isso é quase impossível começar a falar disso sem falar de uma luta global. Há muitos bilionários no Brasil, no México, na Índia, na Rússia. O clube dos bilionários é que é o problema. Estamos vendo oligarcas globais controlando potencialmente ¾ da economia global, sugando uma enorme parte da riqueza mundial. O crescimento está sendo canalizado para eles. Meu ponto é: vamos para crescimento zero, sem canalizar o crescimento para eles, e, ao mesmo tempo, devemos fazer uma redistribuição. Por trás de seu argumento está a ideia que se pode redistribuir o crescimento. Mas tivemos muito crescimento que nunca foi redistribuído. Por que precisamos ouvir esse argumento agora, de que o crescimento é necessário para a redistribuição? 

Então redistribuição de riqueza é mais importante do que crescimento propriamente dito?

Sim, claro. 

Nesse cenário haveria uma guerra e tanto, não?

Olhando para o que está acontecendo nas ruas, se pode pensar que isso esse tipo de coisa não está tão longe assim. 

Em São Paulo, há também a discussão sobre o aumento do imposto sobre propriedade urbana. Há protesto dos mais ricos. Isso também evidencia uma luta social?

Vamos chamar de luta de classes. Ela está mais evidente, mas muitas pessoas não gostam de falar sobre isso.
No início, o Brasil parecia estar indo bem na crise. Agora estamos travados. O que deu errado?

Houve mudanças modestas no Brasil no sentido de redistribuir renda, como o Bolsa Família. Mas é necessário fazer muito mais. Muito dos gastos em enormes projetos de infraestrutura ligados à Copa do Mundo e à Olimpíada são uma perda de dinheiro e de recursos. As pessoas se perguntam por que o país está fazendo todos esses investimentos para a FIFA ter um grande lucro. Para o resto do mundo é surpreendente ver os brasileiros se revoltando contra construções de novos estádios de futebol. Mas as pessoas perceberam a diferença entre ter o futebol e colocar todo esse dinheiro nos bolsos de outras pessoas. Além disso, esses projetos de infraestrutura levam a desapropriações, desalojamentos, reengenharia de cidades. 

Copa e Olimpíada não fazem bem para o país?

Economicamente, muito poucos projetos. A Grécia está em dificuldades em parte por causa do que foi feito em razão da Olimpíada de Atenas. Muitas cidades olímpicas nos EUA entraram em dificuldades financeiras. 

Como o sr. explica o poder da FIFA e do COI e o apoio que obtêm dos governos?

É como qualquer poder monopolista: extrai o máximo do que se tem a oferecer. Os governos são muito influenciados pelo capital financeiro. Esses eventos são sobre a acumulação de capital através de desenvolvimento de infraestrutura, de urbanização. Envolvem também despossuir pessoas, removendo-as de suas residências, como forma de abrir espaço para todos esses megaprojetos. Os pobres tendem a sofrer, e os ricos tendem a ficar mais ricos. 

No Brasil, manifestantes pediram o "padrão FIFA" para educação e saúde.

É que precisa ser dito. O dinheiro precisa ir para educação, centros de saúde. 

Como o sr. analisa a situação política na America Latina?

Politicamente houve, na superfície, um tipo de política antineoliberal. Mas não houve nenhum verdadeiro grande desafio para o grande capital. Há um discursos anti-FMI. Mas, de outro lado, o Brasil está ofertando a exploração de seu petróleo para empresas estrangeiras, por exemplo. Não é profunda a tentativa de ir realmente contra as fundações do capitalismo neoliberal. É uma política antiliberal só na superfície. Mas há alguns elementos, como o Bolsa Família, que não fazem parte da lógica neoliberal. 

A política antineoliberal é retórica no continente?

Muito disso é retórico. Mesmo a Venezuela não vai muito longe em realmente desafiar os interesses do capital. 

Os EUA não perderam posições na região?

Os EUA estão mais fracos na América Latina, em parte porque o crescimento da região foi mais orientado para a o comércio com a China, que ampliou o seu papel imensamente. De muitas formas, a economia na América Latina é muito mais sensível ao que ocorre na economia chinesa do que na norte-americana. 

E a China para onde vai?

Se tivesse a resposta para isso...estaria especulando e fazendo milhões... [risos] A situação na China é muito volátil. Há muitos problemas: superprodução, superacumulação, especulação com propriedades, superinvestimento em infraestrutura. Não se sabe muito sobre a condição dos bancos. 

O sr. diria que o socialismo é objetivo no futuro?

Não sei como chamar. Diria que o objetivo é uma política anticapitalista. Chamar de comunismo, socialismo, anarquismo --não sei se podemos colocar um nome nisso. Mas alguma coisa precisa emergir que não é o capitalismo. Infelizmente, o mundo está indo cada vez mais fundo no capitalismo em vez de sair dele. E o capitalismo não está funcionando bem de nenhuma maneira. O capitalismo não está muito saudável. Quantas crises tivemos nos últimos anos? Se olharmos para o longo prazo, há uma longa crise em cascata: a crise do Sudeste Asiático nos anos 1990, a falência da Rússia, do Brasil, da Argentina. Depois, EUA, Espanha, Europa. É uma longa crise sendo construída gradualmente. 

Mas o capitalismo não opera na base de crises?

Sim, mas geralmente nas crises capitalistas aparecia uma coisa diferente. O capitalismo ia se reformando a si mesmo no curso das crises. Foi o aconteceu nos anos 1930 e, de alguma forma, em 1970. Mas agora ele parece não saber como se revolucionar a si próprio no meio da turbulência. Não há nenhuma ideia nova por aí, Ninguém tem novas e boas ideias para sair da crise. 

Qual foi o fato mais surpreendente para o sr. neste século 21?

A falta de uma massiva oposição política organizada ao que está acontecendo. 

E por que isso ocorre?

Se tivesse uma boa resposta já tinha feito a revolução.

Mensalão tucano fica para início de 2014


THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO

O mensalão tucano poderá ser julgado ainda no primeiro semestre de 2014. Segundo apurou a Folha, essa é a expectativa no gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, o relator do processo no STF (Supremo Tribunal Federal). 

Diretamente consultado, Barroso evitou comprometer-se com prazo. "Vou julgar o mais rápido que o devido processo legal permitir", disse.

O mensalão tucano, segundo a descrição do Ministério Público Federal, foi um esquema de desvio de dinheiro de empresas públicas de Minas Gerais para financiar a reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) na eleição de 1998. 

Apesar de os fatos descritos terem ocorrido antes, o caso só veio a tona depois da denúncia do mensalão petista (2005). Foi quando o nome do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza começou a ser citado como um dos operadores do esquema petista. Valério também seria um dos personagens centrais do suposto esquema mineiro. 

Segundo a acusação, duas estatais (Copasa e Comig) e um banco público (Bemge) repassaram, com aval de Azeredo, R$ 3,5 milhões em patrocínio a três eventos esportivos promovidos pela SMPB, uma das agências de Valério. 

Para disfarçar o uso desse dinheiro na campanha do PSDB, Valério teria feito empréstimos fraudulentos de R$ 11 milhões no Banco Rural, o mesmo que apareceria depois no mensalão petista. 

Para alguns, o mensalão tucano teria servido de modelo para o esquema petista. Azeredo, hoje deputado federal, acabou perdendo a disputa de 1998 pelo governo mineiro para o ex-presidente Itamar Franco (PMDB). 


TRÂMITE

 
No Supremo, o julgamento do suposto desvio de recursos públicos em Minas está dividido em duas ações penais e um inquérito, que corre em segredo de Justiça. 

A primeira ação penal é contra Azeredo. A segunda é contra o hoje senador Clésio Andrade (PMDB-MG), então candidato a vice na chapa tucana de 1998. A defesa de Azeredo tem até a próxima sexta-feira (22) para pedir diligências (providências do relator). Barroso poderá aceitá-las ou não. 

Depois, o relator abrirá prazo para as alegações finais da defesa de Azeredo e do Ministério Público Federal. Caso ele não requeira novas provas, poderá então elaborar o relatório e enviá-lo ao revisor, Celso de Mello. 

Com o voto feito, o revisor encaminha o caso ao presidente do Supremo, que definirá a data em que a ação será posta na pauta do plenário. O mandato de Joaquim Barbosa na presidência do Supremo termina em novembro de 2014. O próximo presidente será Ricardo Lewandowski. 

A ação contra Andrade está pendente no Ministério Público, por conta de uma testemunha que ainda não foi ouvida. Será preciso que o órgão defina se a substituirá ou se desistirá para que Barroso dê continuidade à ação. 

Outros processos sobre o caso correm em instâncias inferiores da Justiça mineira, onde são processados Marcos Valério e Walfrido dos Mares Guia, que coordenou a campanha de Azeredo em 1998. 


Editoria de Arte/Folhapress

Projetos militares lideram investimentos do governo federal


GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA
IGOR GIELOW
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


Enquanto as Forças Armadas reclamam publicamente da falta de verbas para atividades cotidianas, dois projetos militares recebem os maiores investimentos do governo Dilma Rousseff neste ano.
Juntos, o Prosub, para o desenvolvimento de submarinos, e o KC-390, um avião de transporte e reabastecimento aéreo encomendado à Embraer, obtiveram R$ 2,5 bilhões do Tesouro Nacional até outubro, segundo levantamento feito pela Folha

Os montantes destinados a cada uma das iniciativas superam os desembolsos com as principais obras de infraestrutura tocadas pelo governo, casos das ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste e da transposição do rio São Francisco. 

Os dois projetos militares foram incluídos este ano no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que reúne os investimentos considerados prioritários e livres de bloqueios de despesas.

KC-390 da Embraer

 Ver em tamanho maior »
Ilustrações artísticas do KC-390 da Embraer, que servirá para transporte tático e reabastecimento aéreo. Inicialmente uma adaptação do modelo civil, foi redesenhado com ajuda da FAB, que se comprometeu a comprar 28 unidades em acordo assinado em 2009
Se não chega a emular a famosa frase do líder paquistanês Zulfiqar Ali Bhutto de que "mesmo que tenhamos de comer grama, faremos a bomba atômica", a situação indica o privilégio aos dois projetos considerados mais estratégicos para o país. 

Graças ao impulso da Defesa, a área econômica evitou um fiasco maior no desempenho dos investimentos do Tesouro Nacional no ano, de R$ 46,5 bilhões de janeiro a setembro, segundo os dados oficiais mais atualizados. 

Essa modalidade de gasto, que reúne a construção civil e a compra de equipamentos, acumulou alta de apenas 2,9%, abaixo da inflação, enquanto as despesas totais do governo cresceram 13,5%. 

Editoria de Arte/Folhapress

No mesmo período, a Defesa investiu R$ 6,5 bilhões, uma expansão de 32%. Entre os ministérios que mais investem, a taxa só é superada pela Integração Nacional. 

O número contrasta, contudo, com a queixa dos militares. Os comandantes das três Forças estiveram na semana retrasada no Congresso Nacional para reclamar R$ 7,5 bilhões a mais no Orçamento da União de 2014, mencionando situações como o fato de que 346 das 624 aeronaves da Força Aérea estão no chão por falta de manutenção e de combustível. 

O problema passa pelo fato de que o pagamento de pessoal, inclusive pensionista, come cerca de 70% do orçamento militar, previsto para R$ 72,9 bilhões no ano que vem. O gasto atual no setor está em 1,5% do Produto Interno Bruto, e a Defesa sugere que deveria ser de 2%. 


TECNOLOGIA FRANCESA

 
Segundo a Defesa, além disso, tanto o Prosub quanto o KC-390 estão coincidentemente em momentos de maior desembolso --a construção de submarinos tem previsão orçamentária até 2024, por exemplo. 

O Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) prevê, com tecnologia francesa, construir base, estaleiro, quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear até a próxima década. 

Essa capacidade hoje só é detida pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França). Base e estaleiro estão sendo feitos no Rio de Janeiro, e o primeiro submarino já está em construção. 

O segundo projeto, iniciado também em 2009, visa colocar no ar o primeiro protótipo do maior avião brasileiro no ano que vem. As peças já estão sendo produzidas.

Negócios também precisam ser amados, diz professor


Dois livros do indiano Raj Sisodia mostram a importância de construir negócios que tenham uma razão de existir para que sejam amados por consumidores, fornecedores e clientes

Mariana Segala, da
Fabiano Accorsi
Abilio Diniz no curso Exame PME

Abilio Diniz no curso Exame PME: "Leitura fundamental para todo empreendedor"

São Paulo - Em 1970, o americano Milton Friedman, um dos mais infuentes economistas do século 20, cunhou uma frase sobre o mundo dos negócios repetida à exaustão nos últimos 40 anos: "As empresas têm uma, e apenas uma, responsabilidade social: usar seus recursos e envolver-se em atividades destinadas a aumentar seu lucro, desde que seguindo as regras do jogo".

O indiano Rajendra Sisodia, professor de marketing da Universidade Bentley, nos arredores de Boston, publicou dois livros para mostrar o que considerou uma lacuna no pensamendo de Fried man. Um é Os Segredos das Empresas Mais Queridas, escrito em parceria com os consultores David Wolfe e Jagdish Sheth. O outro é Conscious Capitalism ("Capitalismo consciente"), não lançado no Brasil.

"O impacto de uma empresa pode ser muito mais amplo", diz Sisodia. "A razão de existir deve ir além de gerar lucro e criar valor para os acionistas."

Sisodia afirma que só empresas lucrativas são sustentáveis. Porém, elas devem gerar valor não só para os acionistas mas também para as outras partes da cadeia. "O capitalismo consciente é um modelo de atuação com base na criação de valores para todos os stakeholders", diz um dos livros. (Stakeholders são as partes que se relacionam com a empresa, como clientes, fornecedores e funcionários.)

Um princípio do capitalismo consciente é que todos os stakeholders são importantes. Ao seguir essa filosofia, nenhuma empresa precisaria preocupar-se em criar mecanismos e departamentos específicos para cuidar da responsabilidade social.

"O conceito de ter de desenvolver uma responsabilidade social corporativa se baseia na ideia de que a estrutura por trás das empresas é necessariamente contaminada", diz ele. "Não é assim."

 Tudo começa com dar respostas a uma questão fundamental: por que esta empresa precisa existir? É sobre esse tipo de valor diz Sisodia, que os líderes precisam refetir ao tomar qualquer decisão. 

Conscious Capitalism desenvolve preceitos que Sisodia havia abordado em Os Segredos das Empresas Mais Queridas. O livro trata do que seus autores chamam de empresas humanísticas, que constroem vínculos emocionais com seus stakeholders. Eles acreditam que haja cada vez mais empresas que dão importância a esse tipo de compromisso.

"Os empreendedores começaram a perceber que o mundo vive uma era de transcendência", diz Sisodia. A ideia é que há — dentro e fora das empresas — uma preocupação cada vez maior em ir além dos fatores materiais, como ganhar dinheiro e acumulá-lo, que caracterizaram o século 20. 

O que mudou? A demografia. Hoje, a maioria da população adulta de países como os Estados Unidos tem mais de 40 anos. A prevalência de pessoas mais velhas é uma realidade recente — no século 19, quem passasse dos 30 podia considerar-se longevo. 

"A preocupação de ser, mais do que ter, é uma característica presente principalmente nas pessoas de meia-idade", diz o livro. A busca por um sentido para a existência tem exercido um papel cada vez mais importante na remodelação da cultura empresarial. "Acreditamos que isso esteja mexendo com a alma do capitalismo", afirmam os autores de Os Segredos das Empresas Mais Queridas.

Sisodia e seus colegas dedicaram tempo e várias páginas do livro a identifcar quais eram as empresas mais queridas e a entender o que faziam para se diferenciar. A busca incluiu uma pesquisa que ouviu milhares de profissionais do mundo empresarial,bprofessores universitários, estudantes e consumidores em geral.

Os pesquisadores pediam que as pessoas lhes falassem sobre as empresas que, literalmente, adoravam. Chegou-se a centenas de nomes. A amostra foi submetida a fltros quantitativos e qualitativos. Desse trabalho surgiram 28 empresas.

Uma delas é a JetBlue, companhia aérea criada nos Estados Unidos por David Neeleman, que depois fundou a Azul no Brasil. Entre outras conhecidas dos brasileiros estão Amazon, BMW, eBay, GoogleHarley-Davidson e Starbucks.

Em geral, as empresas mais queridas pagam a seus executivos salários relativamente modestos e remuneram os profissionais da parte de baixo da pirâmide acima do padrão de seu setor.

Também facilitam o acesso dos funcionários a seus superiores e dão autonomia para que os empregados resolvam os problemas dos clientes o  mais rapidamente possível. Como resultado, registram níveis de rotatividade significativamente mais baixos do que os da concorrência, e seus produtos e serviços são divulgados pelos próprios clientes, que os recomendam a amigos.

A pesquisa mostrou que a maioria das empresas mais queridas é mais lucrativa do que as concorrentes em que a disparidade salarial é alta e a autonomia dos funcionários é baixa. E quem comprou ações dessas empresas obteve retornos até oito vezes maiores do que a média do mercado americano num período de dez anos. 

A discussão é retomada em Conscious Capitalism. Os autores constatam que os números melhores das empresas mais queridas têm a mesma lógica que os das empresas não tão queridas — a gestão de fatores fundamentais, como expansão de receitas, controle de custos e aumento de produtividade. 

Os autores sustentam que as empresas adeptas do "capitalismo consciente" — termo que expressa a filosofia de que o lucro não está acima de tudo — são superiores nesses aspectos. No lado das receitas, o dinheiro entra ao atender às necessidades tangíveis e também às intangíveis dos clientes.

Do lado dos custos, evitam- -se despesas que não geram valor, como gastos provocados pela alta rotatividade de funcionários. No fim de tudo, os resultados aparecem, segundo o livro, não porque há pressão por eles, mas porque os funcionários gostam de estar onde estão.


Empreendedorismo é foco de jovens brasileiros, diz pesquisa


Steve Jobs, fundador da Apple, foi o nome mais citado entre os líderes que mais inspiram os entrevistados

Getty Images
Homem falando no celular

São Paulo – Os jovens brasileiros desejam empreender e ter o próprio negócio. É o que revela a quinta pesquisa “Perfil do LIDE Futuro” realizada pela Fundação Getúlio Vargas a pedido do LIDE Futuro, vertente do LIDE - Grupo de Líderes Empresariais. Cerca de 80% dos entrevistados esperam se tornar empreendedores dentro de 10 anos.

Mais da metade dos jovens apontam como prioridade empreender nos próximos dois a quatro anos. Experiência em empresas foi a segunda opção, com 24% dos votos, seguida de vivência no exterior (11%) e formação acadêmica (9%).

O principal obstáculo para aqueles que desejam se tornar empreendedores é ter um ambiente econômico favorável. Experiência, capital, contatos e capacitação foram os outros fatores apontados.

Para 21% dos ouvidos, a atual situação do país é ruim. E, para 51% dos entrevistados o cenário político/econômico irá melhorar. 

Em todas as edições das pesquisas de perfil do LIDE Futuro, a área de educação foi apontada como a área que mais precisa melhorar. Infraestrutura, política, segurança e saúde foram outros tópicos abordados.

Steve Jobs, fundador da Apple, foi o nome mais citado entre os líderes que mais inspiram os entrevistados. Em segundo lugar, aparece o empresário Warren Buffett (15%), seguido por Nelson Mandela (10%), Bill Gates (9%), Jack Welch (8%), Mark Zuckerberg (7%), Barack Obama e Gandhi (5%).

No caso dos brasileiros, o empresário Jorge Paulo Lemann foi apontado como favorito. Fernando Henrique Cardoso, Abílio Diniz e Edson de Godoy Bueno também foram lembrados pelos entrevistados.
A quinta edição da pesquisa foi respondida durante o evento Like the Future de 2013, realizado em 11 de novembro. Veja a pesquisa completa abaixo:

Lá vem o Brasil descendo a ladeira


Desde 2011 a economia brasileira tem apresentado resultados fracos. E não há nenhuma perspectiva de melhora para o próximo ano

Por Laura D'Angelo

Bem que o título desta matéria poderia estar de acordo com o clima de celebração cantado por Moraes Moreira na sua composição “Lá vem o Brasil descendo a ladeira”. Mas, infelizmente, a relação feita aqui está relacionada à trajetória descendente que a economia brasileira vem traçando desde 2011 e que, na visão dos economistas palestrantes do 15º Seminário Econômico, promovido pela Fundação CEEE de Seguridade Social, deve continuar no próximo ano.

Brasil-desendo-350“Não vejo nenhuma perspectivas de melhora a curto prazo”, sentencia o economista Eduardo Giannetti, autor de O Valor do Amanhã. O crescimento do Brasil está abaixo da média mundial e dos países, que como ele, estão em desenvolvimento. “A Rússia está patinando, a Índia está com sérios problemas, mas ninguém está pior do que o Brasil”, dispara Reinaldo Gonçalves, professor de economia internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Enquanto as nações emergentes projetam crescimentos em torno de 6% para o próximo ano, o PIB brasileiro não deve ultrapassar o 2,5%.

Na opinião dos especialistas, o país paga hoje – e vai continuar pagando em 2014 - o preço pelas escolhas feitas no passado. Segundo Gonçalves, o governo fez apostas em setores errados e focou investimentos em apenas um segmento da economia. “Nós pegamos a fronteira de possibilidade de produção e jogamos para o setor primário exportador”, explica. Assim, a economia brasileira fica vulnerável a qualquer desvalorização dos insumos nos quais o país, durante estes anos, apostou todas as suas fichas.

Giannetti acrescenta ainda o descompasso na relação entre o que o governo arrecada com tributos e o que retorna à sociedade em investimentos. A carga tributária chega a 36% do PIB, índice considerado muita acima do considerado razoável para os países de renda média, no máximo 25%. “No Brasil, 40% da renda nacional transita pelo setor público e a capacidade de investimento do estado na média, nos últimos quatro anos, foi de 2,4% do PIB”, afirma Giannetti. O excesso de impostos tem causado a perda de competitividade das empresas nacionais no mercado mundial – cenário que deve se agravar no próximo ano. O resultado do pouco investimento é visível também nos problemas de infraestrutura que tem restringido o crescimento da produção. O tema chegou tardiamente na pauta de realizações do governo. Os modelos de concessões que estão sendo realizados, no entanto, são poucos atrativos para o capital privado, na avaliação de Giannetti. De acordo com o economista, as ações intervencionistas demonstradas nos primeiros planos de concessões geraram desconfiança e incertezas nos investidores, o que compromete o sucesso do modelo.

Influência externa

A iminente mudança na política monetária dos Estados Unidos, com o fim dos incentivos do Federal Reserve (FED) que compra títulos da dívida do governo e investe em outros países, e a recuperação das economias desenvolvidas são dois fatores que também podem trazer dor de cabeça ao Brasil em 2014. O país tem déficit em conta corrente que se aproxima a 4% do PIB, o que o coloca numa situação de dependência do financiamento externo. As alterações no cenário internacional vão impactar não só nas finanças, mas também no câmbio. A recuperação do dólar deve valorizar a moeda e pressionar ainda mais a inflação brasileira.

A situação para o próximo ano se torna ainda mais preocupante por se tratar de período eleitoral quando as ações do governo ficam limitadas e qualquer atitude impopular, mesmo que necessária, acaba por ser adiada. O cenário nebuloso, segundo Giannetti, “paira no horizonte”. “Quem quer que vença as eleições herdará uma situação muito difícil e amargará um primeiro ano de governo de reajustes que serão necessários para que a economia recupere um horizonte de crescimento sustentável acima de 2%”, prevê.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Brasileiro pretende gastar 30% a mais com presente de natal


Previsão para número de presentes subiu 7,3% e gasto total deve ir de R$ 355 para R$ 490, segundo pesquisa da SPC Brasil com a CNDL

Ian Gavan/Getty Images
Compras de Natal
Compras de Natal: perspectiva para o ano é animadora

São Paulo - Se depender das intenções dos consumidores, o natal deste ano deve ser bom para o varejo brasileiro.

A quantidade de itens a serem comprados subiu de 4,1 para 4,4 - aumento de 7,3% - e a intenção de gasto médio pulou 29%, de R$ 86,59 no ano passado para R$ 111, 39 em 2013. Desta forma, o gasto total foi de R$ 355 para R$ 490.

A pesquisa foi encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). 

As entrevistas foram realizadas em 27 capitais brasileiras, entre os dias 23 e 27 de outubro, e a margem de erro é de 3,8 pontos percentuais.

50% dizem que vão comprar mais presentes, 37% vão manter a mesma quantidade do ano passado e 13% pretendem diminuir o número.

No total, 67% dos entrevistados devem presentear alguém (o número é maior entre as mulheres - 76% - do que entre os homens - 58%).

As roupas levaram o primeiro lugar do ranking entre os presentes mais procurados com 73%, seguidas de calçados (38%), perfumes/cosméticos (33%) e jogos/brinquedos em geral (33%).

Filhos aparecem em primeiro lugar na relação dos mais presenteados (70%), seguidos de maridos/esposas (47%), mães (41%) e irmãos (30%). Na relação conjugal, o homem presenteia mais do que a mulher: 59% entre eles e 37% entre elas. 


Renda
A pesquisa foi buscar também a razão para o otimismo. 57% dos entrevistados dizem que sua situação financeira pessoal melhorou de 2012 para cá, puxada principalmente por aumento da renda.

Entre os 41% de entrevistados que vão desembolsar mais com o presente, a resposta mais citada para justificar o aumento foi o recebimento do 13º (29%).

Presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior diz que o dado não surpreende: “A injeção de dinheiro na economia por conta do 13º será de R$ 143 bilhões, número quase 10% maior do que em 2012 [dados do Dieese]."


Meios e locais


A forma de pagamento mais utilizada será o dinheiro (57%), seguida do cartão de crédito parcelado (16%), o cartão de débito (12%) e o cartão de crédito a vista (9%).

Os shoppings lideram com 44% entre os locais preferidos para as compras, seguidos pelo comércio de rua (26%), lojas de departamento (11%) e lojas online (9%).