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Trabalhadores reparam torre de eletricidade: Luiz Eduardo Barata
garantiu que as distribuidoras de energia terão o dinheiro até o dia 28
deste mês
Brasília - O custo financeiro do
empréstimo de R$ 11,2 bilhões que 13
bancos
farão à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) será
fechado na semana que vem, e o superintendente da CCEE, Luiz Eduardo
Barata, afirmou que o empenho da instituição e do governo Dilma Rousseff
é "total" para que as taxas de juros e condições gerais sejam as
melhores possíveis.
Em sua primeira entrevista exclusiva após o início das negociações,
Barata garantiu que as distribuidoras de energia terão o dinheiro até o
dia 28 deste mês.
"Como esse custo do empréstimo será repassado, depois, para a conta de
luz de todos os consumidores, há um empenho geral para que essa taxa
seja reduzida ao mínimo", afirmou Barata.
A operação envolverá os seguintes bancos: Bradesco, Itaú Unibanco,
Santander, BTG Pactual, Citibank, J.P. Morgan, HSBC, Votorantim, Credit
Suisse, Bank of America, Goldman Sachs, Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal. "São vários bancos, de vários tamanhos, então
acreditamos que a taxa de juros possa ser boa."
Barata afirmou que há uma "força-tarefa" no governo para que tudo saia
do papel até 28 de abril, quando as distribuidoras devem pagar suas
obrigações referentes a fevereiro - a liquidação financeira da energia
comercializada em fevereiro e o custo com combustíveis usados pelas
geradoras naquele mês. O preço da energia neste ano tem sido mais alto
pelo uso de combustíveis fósseis nas termoelétricas.
Esse pagamento já deveria ter sido feito, mas foi excepcionalmente
prorrogado pelo governo para evitar uma crise financeira nas
distribuidoras. Diante da estiagem verificada no País desde o fim do ano
passado, o preço da energia no mercado livre disparou.
As distribuidoras, então, ficaram com exposição involuntária às
condições mais adversas, e o governo federal esquematizou uma saída para
evitar tanto uma crise nas distribuidoras quanto um gasto elevado do
Tesouro Nacional - assim nasceu a ideia do empréstimo bancário à CCEE.
A CCEE fechará a operação com os bancos na semana que vem, e então
remeterá as condições aos seus associados em assembleia no dia 22.
"A aprovação será quase unânime, tenho certeza", disse ele. Depois, a
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai homologar o empréstimo,
e os bancos vão efetivamente depositar o dinheiro na conta das
distribuidoras, que pagarão no dia 28 os custos com geradoras e a
liquidação referente a fevereiro.
Fluxo
"Não vamos tomar de imediato os R$ 11,2 bilhões junto aos bancos",
explicou Barata. "Esse valor representa o teto, e a cada mês vamos
cruzar a exposição involuntária das distribuidoras com aquilo que já
está contemplado pela tarifa, que é uma informação da Aneel, e a
diferença será coberta com o dinheiro do empréstimo, que sairá mês a
mês."
Segundo o superintendente da CCEE, somente após a realização do leilão
de energia existente, previsto para o dia 30 de abril, é que a Aneel e a
CCEE saberão se o empréstimo dos 13 bancos "será suficiente, ou acima
das necessidades, ou se faltará dinheiro".
As distribuidoras estão, hoje, com uma descontratação de 3,3 mil
megawatts por hora (MWh), e o objetivo do leilão emergencial é suprir as
companhias com energia mais barata do que aquela que vigora no mercado
livre. Há dois meses, o preço está no teto permitido para o ano, de R$
822 por Mwh.
Segundo Barata, a sinalização de interesse dos bancos, de diferentes
tamanhos, públicos e privados, em participar da operação demonstra "que o
negócio foi bem feito, é robusto, e isso nos deixa muito seguros". (As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo)