quarta-feira, 5 de julho de 2023

PMs se esconderam em banheiro do STF no 8/1; Corte teve prejuízos de R$ 11,4 mi


STF tem maioria para tornar réus mais 70 bolsonaristas por atos golpistas do 8 de janeiro

STF tem maioria para tornar réus mais 70 bolsonaristas por atos golpistas do 8 de janeiro (Crédito: Reprodução)

No auge da invasão ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro deste ano, um grupo de policiais militares do Distrito Federal se escondeu no banheiro enquanto agentes da Polícia Judicial tentavam conter a horda golpista que depredava o que via pela frente dentro do plenário da Corte. O custo do quebra-quebra causado pelos vândalos foi estimado em R$ 11,4 milhões, segundo documentos compartilhados pelo STF com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.

O relatório produzido pela Corte detalha o gasto estimado para restaurar por completo todos os bens danificados no 8 de janeiro. A cifra milionária poderia ser ainda maior porque não inclui 112 itens de valor inestimável que foram estragados, roubados ou destruídos, como um dos nove lustres de cristal no estilo Napoleão III, datado de 1870. O item foi quebrado pelos vândalos e não pôde ser restaurado.

Uma parte do tempo que durou o ataque violento contra o patrimônio público foi gravada pelas câmeras do circuito interno do STF, que também se tornaram alvo dos vândalos assim que eles perceberam que estavam sendo filmados. Os dispositivos flagraram o momento em que os agentes de segurança da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) entraram no banheiro para se esconder dos golpistas que depredavam as instalações do edifício-sede, segundo relataram fontes que assistiram ao material.

O Estadão solicitou à Corte via Lei de Acesso à Informação (LAI) o compartilhamento da integra dos vídeos, mas o pedido foi negado sob a alegação de que as imagens gravadas “são de caráter reservado e não poderão ser fornecidas a terceiros”. Fontes relataram à reportagem que a corregedoria da PM instaurou procedimentos internos para apurar a conduta dos policiais flagrados na ação.

No dia 8 de janeiro, 54 policiais judiciais estavam escalados para fazer frente a eventuais ameaças que surgissem nas manifestações. Eles têm a função de proteger o patrimônio da Justiça e podem atuar apenas dentro dos limites da Corte. Após a invasão, 21 agentes de outros tribunais foram deslocados ao STF para reforçar a segurança. Enquanto a polícia judicial protege da porta para dentro, cabe à PMDF impedir que quaisquer manifestantes se aproximem dos prédios públicos.

Por esses e outros motivos, a atuação da PMDF está entre as prioridades da investigação conduzida pela CPMI. Na última semana de junho, o STF encaminhou ao colegiado os relatórios que detalham cada item danificado durante a invasão golpista e que podem guiar as próximas fases da apuração.

Na lista de objetos inestimáveis depredados constam bens históricos, como o jarro em porcelana no estilo Luiz XV, que aguarda até hoje para ser restaurado. Dentre os itens “não localizados”, ou seja, que foram roubados pelos golpistas, constam um prato de madeira de Belarus, uma bandeja de metal da Índia, utensílios de vidro das Filipinas e as togas de quatro ex-ministros da Corte.

Somente a aquisição de novas togas para ministros e advogados custará R$ 9,5 mil. A substituição das cortinas foi estimada em R$ 1,2 milhão. Outros R$ 2,6 milhões foram provisionados para a compra de equipamentos para a TV Justiça, que faz a transmissão ao vivo diretamente do plenário de todas as sessões de julgamento do STF. A mão de obra para reconstruir o edifício ficou avaliada em R$ 339 mil.

Tropa desmobilizada

Em janeiro, o Estadão mostrou que as câmeras externas do STF flagraram o momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) desmontou um bloqueio tático posicionado próximo ao Congresso Nacional, no dia oito de janeiro, que servia para impedir a invasão dos golpistas aos demais prédios públicos localizados na praça dos Três Poderes.

Policiais de alto escalão que depuseram na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF alegaram que a barreira foi desmontada para socorrer o então comandante da corporação, Fabio Augusto Vieira, que se feriu num confronto com golpistas no Congresso.

Um pequeno grupo de PMs chegou a confrontar os golpistas na via de acesso ao STF, mas recuou diante da ofensiva das pessoas que desciam do Congresso. Pessoas que trabalham na Corte disseram à reportagem que policiais judiciais chegaram até a emprestar equipamentos de proteção aos policiais militares, que não estariam com o material adequado para a contenção de manifestantes violentos.

Veja o custo dos estragos no STF:

– Instalação de cortinas – R$ 1,2 milhão

– Aquisição de togas – R$ 9,5 mil

– Reforma de sofás – R$ 61 mil

– Substituição de carpete – R$ 149 mil


– Equipamento da TV Justiça – R$ 2,6 milhões

– Cadeira de mármore – R$ 3,2 mil (cada)

– Mesa de centro em madeira – R$ 6,3 mil (cada)

 

PF realiza operação contra crimes eleitorais que tem o coach Pablo Marçal como alvo


Pablo Marçal - Crédito: Reprodução/Facebook

A Polícia Federal realiza na manhã desta quarta-feira, 5, a operação chamada de Ciclo Fechado, nos municípios paulistas de Barueri e Santana de Parnaíba, que busca investigar falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de capitais, ocorridas durante as eleições de 2022.

Um dos alvos é o coach Pablo Marçal, que foi pré-candidato à Presidência da República pelo Pros em 2022.

Ainda no ano de 2022, Pablo Marçal tentou se candidatar à Presidência da República pelo Pros. Porém o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a sua solicitação por conta de diversas disputas internas do partido.

Operação Ciclo Fechado – Crédito: Divulgação/Polícia Federal


O investigado e seu sócio teriam realizado doações milionárias às campanhas e que parte desses valores possivelmente foi encaminhado posteriormente às próprias empresas.

“Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas sedes das empresas supostamente envolvidas”, confirma a PF.

No início da tarde, o coach fez uma postagem ema resposta à operação. Veja abaixo.

“Agora, oficialmente sou declarado um perseguido político no Brasil. Cancelaram a minha candidatura a presidente em 2022 de forma equivocada e roubaram a minha eleição legítima com quase 250 mil votos para deputado federal por São Paulo”.

E completa: “fizeram busca em apreensão na minha casa com esse documento e não acharam nenhuma irregularidade. Fizeram buscas em 7 endereços (3 empresas, 2 sócios, 1 advogado e levaram apenas celular e notebook como de praxe)”.

Para Marçal, trata-se de uma investigação eleitoral sobre as doações lícitas. “Movimentamos para usar as aeronaves e veículos de propriedade empresarial do grupo societário que faço parte com o escopo eleitoral”.

Ele afirma que trata-se de perseguição política e que todos que apoiaram Bolsonaro estão sofrendo.

“Claramente existe uma tentativa de silenciar as vozes daqueles que defendem a liberdade nessa nação. Coloco tudo a disposição e acredito que a Justiça eleitoral usará da firmeza da lei para cessar essa revolta instaurada sobre mim”.

 

Governo Lula demite presidente do INSS após suspeita de ‘farra de passagens’

Presidente do INSS é exonerado do cargo após suspeita de 'farra de  passagens' - País - Jornal NH


O presidente interino do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Glauco Fonseca Wamburg foi exonerado do cargo nesta quarta-feira, 5, pelo governo Lula. Assume o comando da autarquia federal Alessandro Antonio Stefanutto, então diretor de Orçamento, Finanças e Logística do órgão. A troca foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Wamburg ficou cinco meses à frente do INSS, após ser nomeado pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em fevereiro deste ano. Servidor de carreira, ele é suspeito de promover uma “farra de passagens” na chefia do INSS.

Na semana passada, o site Metrópoles mostrou que Wamburg viajava para compromissos particulares, principalmente para o Rio de Janeiro, onde tem residência fixa, com passagens e diárias custeadas com dinheiro público. Entre as atividades na capital fluminense, o então presidente interino do INSS atuava como professor em uma faculdade particular.

Também nesta quarta, já com Stefanutto no cargo, Carlos Lupi apresentou, em coletiva de imprensa, o projeto do Portal da Transparência Previdenciária para “dar ampla transparência aos dados e números gerenciais do INSS e da perícia médica federal”.

Durante a apresentação do projeto, Lupi chamou Stefanutto de “dileto e fraterno amigo” e afirmou que a publicação da mudança no Diário Oficial nesta quarta foi uma “coincidência”.

“Só para dar detalhes, o Glauco, que também é meu chapa, meu amigo, que eu sou muito grato pelos serviços prestados, funcionário de carreira há 16 anos, estava interino. Desde o começo, ele sabia que estava interino. O dr. Stefanutto, 23 anos de INSS, foi procurador, era diretor nosso, comprovou a sua competência. Tenho inteira e total confiança nele. Está assumindo por coincidência, não estava planejado de sair hoje. Mas saiu hoje a nomeação dele”, disse o ministro.

Ministro viajou com avião da FAB

Em fevereiro deste ano, o Estadão revelou outro caso de uso de recurso público para agendas particulares no governo Lula. O Ministério da Defesa calculou em R$ 130.392,87 a despesa com o voo da FAB solicitado pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, para ir e voltar de uma agenda em São Paulo em janeiro majoritariamente destinada a compromissos particulares.

O Estadão mostrou que, dos quatro dias em São Paulo, o ministro dedicou três a eventos privados. Ele foi a leilões de cavalo, inaugurou uma praça em homenagem a um cavalo e foi a uma festa também dedicada aos equinos – tudo pago com dinheiro público.

Outras mudanças no governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, designaram Sergio Luis de Carvalho Xavier para exercer o encargo de coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. Sergio Xavier entra na vaga que era ocupada por Marco Antônio Fujihara, dispensado nesta quarta e que estava na função desde março do ano passado.

O Fórum Brasileiro de Mudança do Clima é uma entidade oficial de aconselhamento científico do presidente da República, criado por lei. O objetivo do órgão é assessorar o chefe do Executivo no tema da emergência climática, por meio do diálogo com a comunidade científica.

O governo também publicou no Diário Oficial mudança na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), subordinada ao Ministério da Saúde. Maria de Lourdes Aguiar Oliveira será vice-presidente da Fiocruz, em substituição a Rodrigo Correa de Oliveira.

terça-feira, 4 de julho de 2023

Brasil, país do futebol: será que sua gente continua feliz ao desnudar a violência contra as mulheres?


A cultura machista e sexista em nosso país só será mitigada com grandes esforços do movimento das mulheres e da sociedade civil.

 

Brasil, país do futebol: será que sua gente continua feliz ao desnudar a violência contra as mulheres?

Brasil, país do futebol: será que sua gente continua feliz ao desnudar a violência contra as mulheres? (Crédito: Pexels)

O que ajuda na manutenção das desigualdades no Brasil? Os estudos de gênero reconhecem a existência não só de uma, mas de múltiplas masculinidades que variam de acordo com o modelo de sociedade na qual os homens estão inseridos. 

A perspectiva dos homens sobre si próprios, sobre outros homens e sobre as mulheres definem os tipos de masculinidades, sendo que esses padrões tratam basicamente de relações de poder entre os gêneros e outros marcadores sociais como classe e raça/etnia, geralmente assimétricas – compondo um tecido que mantém as desigualdades no Brasil.

O gênero é uma prática social que se refere constantemente aos corpos e ao que estes fazem, não é uma prática social que se reduza unicamente ao corpo. Com isso, entendemos que o gênero não se reduz ao sexo, que é biológico, mas aos corpos que interagem nas práticas com outros corpos e com as estruturas sociais – uma vez que o agir desses corpos se estrutura dentro de três dimensões: relações de poder, relações de produção e vínculos emocionais.

Assim, desde a infância meninos e meninas são condicionados inconscientemente pelo machismo a adotarem práticas de ditos papéis de gênero, o que determinaria o “tornar-se homem” e o “tornar-se mulher”, atualmente debatidos nas teorias das masculinidades e feminilidades.

No mundo do trabalho, por exemplo, enquanto a mulher brasileira geralmente é direcionada para atividades/profissões que não produzem riqueza, o homem, pelo contrário, é instigado a atividades altamente rentáveis e que denotam prestígio e poder – uma história que vem se alterando um pouco nas últimas décadas, mas é de fato muito antiga.

O mundo patriarcal desenvolveu-se, em nosso país, a partir do período colonial. As grandes extensões de terra eram administradas por um chefe de família, a quem se subordinavam todos que estivessem nos limites territoriais do seu domínio, escravos e livres.  Os patriarcas, grandes proprietários de terras, lideravam uma família estendida, composta desde parentes consanguíneos até apadrinhados, e cada clã funcionava de forma autossuficiente e independente dos outros. 

Nesse contexto a historiadora Nísia Floresta aponta que as mulheres eram privadas do acesso à educação e à cidadania política. Além disso eram extremamente reprimidas em sua sexualidade, consideradas irracionais e incapazes, controladas em tudo.

 

O processo de urbanização transformou e ressignificou a dominação doméstica:

 

  • até 1827, mulheres não podiam frequentar escolas básicas;
  • até 1879, mulheres não podiam ingressar no Ensino Superior;
  • até 1932, mulheres não podiam votar;
  • até 1962, mulheres casadas precisavam de autorização do marido para viajar, abrir conta bancária, ter estabelecimento comercial, trabalhar e receber herança;
  • até 1983, mulheres eram impedidas de praticar esportes considerados masculinos, como o futebol.

 

A ampliação mais abrangente de direitos das mulheres no Brasil ocorreu somente com a Constituição de 1988. A questão da violência doméstica passou a ser considerada de maneira mais consistente na esfera pública brasileira por meio da criação de conselhos, secretarias de governo, centros de defesa e políticas públicas específicas, já na década de 1980. 

A primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM) foi criada em 1985, em São Paulo, e a principal lei para prevenção e punição da violência doméstica é ainda mais recente, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006.”

Para demonstrar como o problema da violência doméstica contra as mulheres permanece nocivo e preocupante, pesquisa do Atlas da Violência 2020, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), nos relata que em 2018 uma mulher foi assassinada a cada duas horas no Brasil, totalizando 4.519 vítimas no referido ano, sendo 30,4% (1.355 mulheres) desse número foram relativos a casos de feminicídio (IPEA, 2020) – que ocorre “quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.

A estrutura opressora do machismo no Brasil constrói o homem para dominar a mulher, devendo esta se submeter ao poder do macho, o qual se consolida com a violência legitimada por um suposto direito patriarcal.

A cultura machista e sexista em nosso país só será mitigada, portanto, com grandes esforços do movimento das mulheres e da sociedade civil que, por meio de práticas contra hegemônicas, possam contribuir para o processo de equalização dos direitos entre os gêneros, bem como constituir grupos de pressão perante as diversas instâncias de poder, com o objetivo de promover a mudança social, política e econômica.

 

 https://istoe.com.br/mulher/noticia/brasil-pais-do-futebol-sera-que-sua-gente-continua-feliz-ao-desnudar-a-violencia-contra-as-mulheres/

 

 

Volkswagen anuncia investimento de 1 bilhão de euros no Brasil para crescer 40% até 2027

Volkswagen deve apresentar oficialmente novo logo durante o Salão do  Automóvel de Frankfurt • B9


A Volkswagen anunciou nesta terça-feira (4) planos de investir 1 bilhão de euros no Brasil até 2026, como parte de uma estratégia de crescer 40% no país nos próximos anos. Em comunicado, a montadora alemã disse que o investimento incluirá o desenvolvimento local de motores de combustão movidos a etanol e a expansão de seu modelo de negócios de assinatura, voltado para o aluguel de carros.

A empresa também pretende lançar dois modelos totalmente elétricos no Brasil este ano. Até 2025, 15 novos veículos elétricos e híbridos deverão ser lançados no país. A meta da Volkswagen é crescer 40% no Brasil até 2027. Na América do Sul, a montadora espera que sua fatia de mercado expanda 11% anualmente até 2030.

 

Pirelli compra fornecedora brasileira de borracha Hevea-Tec por 21 milhões de euros

Logo Pirelli – Logos PNG

A gigante de pneus Pirelli informou, nesta terça-feira, que assinou acordo para adquirir 100% da empresa brasileira de processamento de borracha Hevea-Tec, pelo valor inicialmente estimado em 21 milhões de euros (cerca de US$ 22,9 milhões), sujeito a ajustes.

A previsão é de que a transação seja concluída ao fim deste ano, após procedimentos como a aprovação das autoridades antitruste, disse a Pirelli.

A empresa italiana afirmou que tem planos de elevar os volumes de produção da Hevea-Tec, e que a compra vai facilitar o lançamento de projetos inovadores de borracha natural que visam aumentar o uso de materiais não fósseis em pneus.

 

Generais russos desaparecem de vista após motim


Comandante e vice das operações de guerra na Ucrânia não foram mais vistos em público após rebelião do Grupo Wagner. Site diz que um deles, Serguei Surovikin, teria sido preso. Kremlin não comentaDois dos mais proeminentes generais russos no comando das operações de guerra na Ucrânia não aparecem em público desde o fim da rebelião do Grupo Wagner, no final da semana passada.

O site russo Moscow Times afirmou nesta quarta-feira (28/06) que um deles, o vice-comandante das operações, general Sergei Surovikin, foi detido sob a suspeita de estar vinculado à rebelião.

Uma pessoa ligada ao Ministério russo da Defesa declarou ao site: “Parece que ele [Surovikin] escolheu o lado [do Grupo Wagner] e não havia mais escolha”.

O primeiro a dar o alarme sobre a suposta detenção de Surovikin foi o blogueiro militar russo Vladimir Romanov, que afirmou que o general está preso desde domingo, o dia seguinte ao fracasso da rebelião.

De acordo com o jornalista russo Alexei Venediktov, da rádio independente Eco de Moscou, Surovikin não se comunica com sua família há três dias.

Surovikin foi visto pela última vez no sábado, quando apareceu em um vídeo apelando para que o Grupo Wagner interrompesse seu motim. No vídeo, Surovikin parecia exausto e não ficou claro se ele estava sendo coagido a falar – alguns analistas compararam as imagem a um vídeo de apelo de um refém.

“Especulações”

Já o Kremlin chamou de especulação o relato no jornal The New York Times de que Surovikin teria conhecimento dos planos de rebelião do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.

Porém, o porta-voz do Kremlin não saiu em defesa de Prigozhin nem claramente o eximiu de qualquer envolvimento na rebelião.

Motivos para isso ele teria, pois, na sexta-feira passada, pouco depois do início do levante, Surovikin apelou aos combatentes do Grupo Wagner que interrompessem a rebelião. “É necessário obedecer à vontade e às ordens do presidente eleito da Rússia”, afirmou num vídeo difundido no Telegram por um jornalista da televisão estatal russa.

Nesta quinta-feira, o porta-voz do Kremlin também não respondeu se Surovikin teria sido detido. “Não, lamentavelmente não posso comentar. Recomendo-lhe que se dirija ao Ministério da Defesa, isso é prerrogativa dele.”

Apoio entre militares?

Prigozhin trabalhou com Surovikin durante a intervenção militar russa na Síria e já descreveu o general como o mais capaz das Forças Armadas da Rússia. Ao mesmo tempo, o líder do Grupo Wagner é um forte crítico do comandante das operações de guerra na Ucrânia e chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Valery Gerasimov, e do ministro da Defesa, Sergei Shoigu.

Os funcionários do governo americano avaliam que Prigozhin não teria iniciado sua rebelião se não esperasse contar com o apoio de outras pessoas em cargos de poder, escreveu o New York Times.

Os serviços secretos americanos ainda tentam determinar que grau de apoio Prigozhin tinha dentro da liderança militar russa. Analistas observam que o Grupo Wagner tomou facilmente o QG da campanha militar em Rostov.

Gerasimov “sumiu”, Shoigu não

Gerasimov também está sem aparecer em público. Ele não é mais visto desde sábado passado, segundo e último dia da rebelião. Gerasimov também não é mais mencionado em comunicados à imprensa dos militares russos desde 9 de junho.

Nas suas mensagens após a rebelião, Prigozhin disse que a revolta não procurava derrubar o governo do presidente Vladimir Putin, mas destituir Gerasimov e Shoigu, a quem acusou reiteradamente de incompetência na liderança da invasão da Ucrânia.

Depois do fim do levante, Shoigu foi o único dos dois generais a aparecer em público. Na segunda-feira, a televisão estatal russa transmitiu imagens dele inspecionando tropas na Ucrânia.

No mesmo dia ele participou de uma reunião com Putin, a qual, segundo as palavras do presidente, iria “discutir a situação” e na qual o líder russo agradeceu “pelo trabalho feito nos últimos dias”. Gerasimov, mesmo sendo o comandante das operações de guerra, não participou do encontro.

as (Reuters, Efe, Lusa)