quarta-feira, 15 de março de 2023

Ibovespa recua com Credit Suisse reavivando preocupações sobre crise bancária

 


Ibovespa recua com Credit Suisse reavivando preocupações sobre crise bancária

Bolsa de Valores B3


Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa trabalhava abaixo dos 102 mil pontos nesta quarta-feira, conforme temores de uma crise bancária nos Estados Unidos e Europa voltaram a minar a confiança de investidores, enquanto as ações do Credit Suisse despencavam, após o maior acionista do banco suíço afirmar que não pode elevar sua participação na instituição por questões regulatórias.

Às 10:43, o Ibovespa caía 1,29%, a 101.608,41 pontos. No pior momento, chegou a 100.959,97 pontos, em sessão também marcada pelo vencimento de opções sobre o índice. O volume financeiro somava 3,2 bilhões de reais.

A ação do Credit Suisse afundava cerca de 30% nesta quarta-feira, renovando mínimas históricas, depois que seu maior investidor afirmou que não poderia fornecer ao banco suíço mais assistência financeira por questões regulatórias. O segundo maior banco da Suíça vem tentando se recuperar de uma série de escândalos que minaram a confiança de investidores e clientes.

O tombo das ações pressionava os mercados de forma geral, uma vez que reacende parte do nervosismo entre os investidores sobre a resiliência do sistema bancário global após o colapso do norte-americano Silicon Valley Bank na semana passada.

Em Wall Street, o S&P 500 recuava 1,2%, com dados de vendas no varejo e preços ao produtos também ocupando a atenção enquanto agentes financeiros ajustam suas apostas para a decisão de juros do banco central norte-americano na próxima semana. A aposta de que o Federal Reserve pudesse acelerar o ritmo de alta enfraqueceu, com alguns já nem esperando qualquer movimento.

“No Brasil, o sentimento do mercado não deve conseguir fugir da piora externa, mas alguns sinais positivos em âmbito local podem limitar as perdas”, avaliou a equipe da Guide Investimentos em nota a clientes, referindo-se particularmente à nova regra fiscal que é esperada para os próximos dias.

Na véspera, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a reunião da Junta Orçamentária deve ocorrer ainda nesta semana para iniciar a análise de proposta do governo para o novo arcabouço fiscal.

DESTAQUES

– BRADESCO PN caía 2,1%, a 13,06 reais, e ITAÚ UNIBANCO PN perdia 1,65%, a 23,31 reais, sofrendo com a aversão a risco nos mercados, enquanto BANCO DO BRASIL ON recuava 1,17%, a 37,07 reais.

– LOCALIZA ON desabava 4,28%, a 50,26 reais, tendo renovado uma mínima intradia desde janeiro de 2022 a 47,6 reais no pior momento. A maior empresa de aluguel de carros e gestão de frotas do país reportou, em termos ajustados, queda de 12,5% no lucro líquido do quarto trimestre, a 637,7 milhões de reais, e também um forte crescimento na alavancagem.

– CVC BRASIL ON perdia 3,98%, a 3,14 reais, distanciando-se da mínima, quando chegou a 2,99 reais, um dia após o balanço do quarto trimestre mostrar prejuízo de 96,8 milhões de reais, embora com alta de 13,5% nas reservas confirmadas e avanço de 7,2% nas reservas consumidas. O resultado financeiro ficou negativo em 111,6 milhões de reais.

– MÉLIUZ ON avançava 4,44%, a 0,94 real, tendo como pano de fundo um prejuízo menor no quarto trimestre, de 5,4 milhões de reais. Na base que desconsidera a fintech Bankly, a empresa teve lucro de 2,8 milhões.

– PETROBRAS PN caía 1,6%, a 23,38 reais, na esteira do forte recuo dos preços do petróleo no exterior, com o Brent, usado como referência pela companhia, caindo 4,18%, a 74,21 dólares o barril.

– VALE ON recuava 2,11%, a 82,21 reais, também afetada pelo ambiente de maior aversão a risco nos mercados, enquanto o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange, na China, terminou as negociações diurnas estável em 926,50 iuans, perto do recorde do contrato de 936 iuans.

– EMBRAER ON valorizava-se 0,31%, a 19,59 reais. Analistas do UBS BB elevaram o preço-alvo dos ADRs da companhia para 18,5 dólares, de 14 dólares anteriormente, bem como reiteraram recomendação de “compra” para os papéis, avaliando que o “momentum” positivo da companhia deve continuar.


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