terça-feira, 14 de outubro de 2025

Por Que a OpenAI Escolheu a Argentina, e Não o Brasil, para Construir Seu Mega Data Center? O projeto prevê a criação de um data center de grande escala com capacidade de até 500 MW e o investimento total deve chegar a US$ 25 bilhões


Sam Altman, CEO da OpenAI e Milei, presidente da Argentina (Forbes Argentina)

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A OpenAI e a Sur Energy, empresa especializada em desenvolvimento de infraestrutura digital, anunciaram na sexta-feira (10) a assinatura de uma Carta de Intenções (LOI) para a construção do primeiro Stargate da América Latina, localizado na Argentina.

O projeto prevê a criação de um data center de grande escala com capacidade de até 500 MW, preparado para hospedar a próxima geração de inteligência artificial. O investimento total deve chegar a US$ 25 bilhões, realizado pela Sur Energy em parceria com uma empresa líder em infraestrutura de nuvem. Segundo as empresas, “o Stargate Argentina posicionará o país como um ator relevante no cenário digital e energético global, promovendo crescimento econômico, benefícios sociais e acesso equitativo a tecnologias avançadas”.

A Sur Energy será responsável pela implementação do projeto e pela gestão de todo o ecossistema do data center, garantindo que ele seja alimentado por fontes de energia seguras, eficientes e sustentáveis. A OpenAI atuará como comprador principal da capacidade do centro, assumindo o papel de “offtaker”.

A parceria também visa expandir a adoção da tecnologia OpenAI em todo o território argentino, começando pelo governo local. Espera-se que a iniciativa auxilie funcionários públicos, pesquisadores e instituições governamentais a agilizar processos, reduzir custos e oferecer serviços mais eficientes à população.


Abaixo 6 motivos que fizeram a OpenAI escolher a Argentina:

 

Regime de incentivos fiscaisRIGI (Regime para Investimentos em Grande Escala)

O projeto Stargate está sendo estruturado sob o “RIGI”, um regime de incentivos que entrou em vigor recentemente no país. Esse regime oferece benefícios fiscais atraentes para grandes investimentos em tecnologia.

Potencial energético renovável e fontes sustentáveis

A Argentina (especialmente a região de Patagônia) tem abundância de recursos naturais para gerar energia limpa — ventos fortes, sol, possibilidade de hidrelétricas ou outras fontes renováveis — que ajudam a alimentar centros de dados de alta demanda de energia.

Custo de eletricidade competitivo

Comparado a outros países da América Latina, a Argentina oferece tarifas industriais de energia relativamente baixas — isso reduz significativamente os custos operacionais (energia + refrigeração são os gastos mais altos num data center desse porte).

Talento local e mercado em expansão em nuvem / computação digital


Argentina já tem um crescimento rápido no uso de serviços em nuvem e computação digital, tanto no setor privado como no governo. Muitas empresas e startups estão migrando cargas de trabalho para nuvem, o que aumenta a demanda e a relevância de infraestruturas locais para reduzir latência, custos de tráfego de dados etc.

Infraestrutura de conectividade


A Argentina possui uma crescente rede de cabos submarinos (submarine cables), o que melhora a conectividade internacional — importante para centros de dados que precisam trocar grandes volumes de dados globalmente. Também há investimento em conectividade entre cidades, e melhora das redes internas de fibra óptica, o que ajuda na dispersão de latência e na expansão de serviços.

Apoio governamental e estratégia de país


O governo argentino está buscando tornar o país um hub de IA, tecnologia e infraestrutura digital. Um projeto desse porte ajuda a atrair investimento estrangeiro, criação de emprego qualificado, inovação, pesquisa & desenvolvimento.



Leia mais em: https://forbes.com.br/forbes-tech/2025/10/por-que-a-openai-escolheu-a-argentina-e-nao-o-brasil-para-construir-seu-mega-data-center/
Leia mais em: https://forbes.com.br/forbes-tech/2025/10/por-que-a-openai-escolheu-a-argentina-e-nao-o-brasil-para-construir-seu-mega-data-center/

 

Ministro promete lançar leilão de reserva de capacidade de energia na próxima semana

 

O Ministério de Minas e Energia vai lançar o leilão para contratar mais capacidade para o sistema elétrico na próxima semana, disse nesta terça-feira, 14, o ministro Alexandre Silveira.

Em participação no programa “Bom Dia, Ministro”, do CanalGov, Silveira afirmou ainda que o governo tem expectativa de lançar ainda este ano o primeiro certame para contratar baterias e sistemas de armazenamento de energia para o Brasil.

O governo federal está prevendo produtos termoelétricos a gás natural, carvão, óleo, bem como a contração de hidrelétricas, segundo informou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Foi excluído, em relação à previsão inicial, o produto de biocombustível. Nesse modelo de leilão, as usinas são previamente contratadas para disponibilidade de potência nos próximos anos. Daí o nome de “reserva de capacidade”.

O instrumento dá segurança no planejamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) justamente porque as contratadas precisam da chamada flexibilidade operativa. Ou seja, responder o mais rápido possível às necessidades.

Com informações do Estadão Conteúdo

Michelin corta projeção anual após tarifas dos EUA e queda de vendas na América do Norte

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A Michelin cortou sua previsão anual, citando o agravamento das condições de mercado, incluindo o impacto das tarifas dos EUA e uma forte queda nas vendas na América do Norte.

A fabricante francesa de pneus disse na segunda-feira (13) que decidiu reduzir seu guidance antes da publicação dos números de vendas do terceiro trimestre, em 22 de outubro, que não atenderão às suas previsões de julho.

As vendas em seu negócio na América do Norte caíram quase 10% no terceiro trimestre, disse a Michelin. Fora da região, a empresa alcançou crescimento de volume anual no período.

A Michelin agora espera que o lucro operacional do segmento a taxas de câmbio constantes fique entre 2,6 bilhões e 3 bilhões de euros, em comparação com uma estimativa anterior de mais de 3,4 bilhões de euros.

O fluxo de caixa livre antes de fusões e aquisições deve variar entre 1,5 bilhão e 1,8 bilhão de euros para o ano, em comparação com uma previsão anterior de 1,7 bilhão de euros. Fonte: Dow Jones Newswires*.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Citigroup agrada com lucro e receita no 3º trimestre

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O Citigroup teve lucro líquido de US$ 3,75 bilhões no terceiro trimestre de 2025, 16% maior que o ganho de US$ 3,24 bilhões apurado no mesmo período do ano passado, segundo balanço financeiro divulgado nesta terça-feira, 14. O lucro por ação do banco norte-americano no período somou US$ 1,86, superando o consenso de analistas consultados pela FactSet, de US$ 1,73.

A receita do Citigroup teve expansão anual de 9% no trimestre, a US$ 22,09 bilhões, valor que também ficou acima da projeção da FactSet, de US$ 21,09 bilhões.

Às 9h19 (de Brasília), a ação do Citigroup subia 1,20% no pré-mercado de Nova York.

Foz do Amazonas: Ibama pede mais informações da Petrobras em licenciamento e marca reunião

 

O órgão ambiental federal Ibama decidiu pedir mais informações à Petrobras no âmbito do processo de licenciamento para a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, e sugeriu uma reunião para quinta-feira, conforme documentos vistos pela Reuters nesta terça-feira, 14.

A decisão ocorre após um novo parecer técnico do órgão, anexado ao processo na segunda-feira, apontar que ainda há “pendências e incertezas” quanto às informações apresentadas nos planos de Emergência Individual e de Proteção à Fauna pela petroleira estatal.

O Ibama havia aprovado um teste de resposta a emergências realizado pela Petrobras em agosto, mas solicitou ajustes antes de decidir sobre se concederá a licença ou não. A petroleira havia respondido em 26 de setembro.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

A petroleira busca há anos uma licença para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas, em região onde a indústria petroleira acredita ser possível haver grandes reservas capazes de abrir uma nova fronteira exploratória. Entretanto, a área tem enormes desafios socioambientais e sua exploração enfrenta forte resistência de grupos da sociedade e até mesmo de parte do governo federal.

Na véspera, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou em nota que, desde 2022, a Petrobras já aplicou mais de R$1  bilhão somente com atividades relacionadas ao licenciamento ambiental, sendo R$ 543 milhões com aluguel da sonda de perfuração, R$ 327 milhões com embarcações e R$ 142 milhões com serviços aéreos.

Estilo de vida ocidental impulsiona acúmulo de gordura no fígado

 

Cresce no mundo todo casos de esteato-hepatite não alcoólica. Doença silenciosa geralmente é diagnosticada tardiamente, quando já há danos hepáticos graves.Uma pressão incômoda na parte superior direita do abdômen, uma sensação ocasional de inchaço após as refeições, por vezes cansaço, dificuldades de concentração ou simplesmente fadiga em geral. Muitos pacientes atribuem tais sintomas ao estresse ou à alimentação – mas a causa, geralmente, é o fígado, que já se encontra aumentado e inflamado.

A esteato-hepatite não alcoólica ou metabólica (EHNA) pode se tornar uma das doenças mais subestimadas do nosso tempo. A inflamação do fígado com acúmulo de gordura, geralmente um reflexo do estilo de vida, está se espalhando rapidamente – não mais apenas nos EUA e na Europa, mas agora também na Índia e em outros países emergentes.

Os especialistas alertam: o número de afetados está aumentando de forma tão veloz a ponto de colocar os sistemas de saúde em todo o mundo sob pressão.

O que é esteato-hepatite não alcoólica

A esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) é a variante agressiva da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Ela se desenvolve quando a gordura se deposita no tecido hepático, resultando em inflamação crônica.

Quando o fígado é permanentemente danificado, células individuais começam a morrer – os médicos chamam isso de “morte do tecido”. O fígado tenta reparar esse dano, mas substitui cada vez mais células hepáticas funcionais por tecido conjuntivo resistente, um processo conhecido como fibrogênese. Essa formação de cicatrizes inicialmente não causa sintomas, mas quanto mais elas se desenvolvem, pior é o fluxo sanguíneo e menos o fígado é capaz de desempenhar suas funções.

À medida que o processo avança, toda a arquitetura do fígado muda. Ele encolhe, ganha um aspecto nodular e gradualmente perde suas funções – um estágio final que os médicos chamam de cirrose. Isso pode levar a complicações graves, como insuficiência hepática, sangramento, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) e um maior risco de câncer de fígado.

Como diagnosticar a doença hepática gordurosa

O problema da EHNA é que ela costuma passar despercebida por muito tempo, já que inicialmente não apresenta sintomas claros. Fadiga, pressão no abdômen, redução no desempenho de atividades cotidianas ou flutuações de peso sem motivo aparente ​​são frequentemente ignoradas ou atribuídas a outras causas.

Valores hepáticos elevados, que podem ser indício de inflamação hepática, geralmente só são descobertos durante exames de rotina. Técnicas de imagem como ultrassom ou Fibroscan ajudam a avaliar o tamanho e a rigidez do fígado e, assim, detectar sinais precoces de fibrose, ou seja, cicatrizes. O diagnóstico final geralmente é feito por meio de uma biópsia hepática, na qual uma amostra de tecido é coletada.

Como resultado, a EHNA geralmente só é diagnosticada tardiamente, quando já há danos hepáticos graves. A detecção precoce, portanto, é essencial para pacientes em risco.

Causa costuma estar no estilo de vida

Indivíduos com sobrepeso são os principais afetados pela EHNA: cerca de 70 a 80% de todos os pacientes sofrem de obesidade. Comorbidades como diabetes tipo 2 e pressão alta também são comuns.

É na combinação de alguns fatores que residem as causas da EHNA: dieta ruim, falta de exercício e predisposição genética. Um fator particularmente crucial é uma ingestão calórica consistentemente acima das necessidades diárias – muitas vezes independentemente da idade, e agravada pela alta ingestão de açúcar em refrigerantes e gordura saturada. Tal estilo de vida promove resistência à insulina, na qual as células do corpo param de responder adequadamente ao hormônio metabólico, levando ao armazenamento de gordura nas células do fígado.

Mas os afetados não são apenas pessoas com sobrepeso: magros com alto percentual de gordura corporal, fisicamente inativas ou com histórico familiar da doença também podem desenvolver EHNA. Outros fatores que podem favorecer a doença incluem alta ingestão de frutose por meio de refrigerantes, níveis elevados de lipídios no sangue e diabetes mellitus tipo 2.

O risco é maior sobretudo entre homens, pessoas de meia-idade e moradores de áreas urbanas – indivíduos, cujos estilos de vida e hábitos alimentares ocidentais costumam fazer parte do dia a dia.

Esteatose hepática: um desafio global

Nos Estados Unidos, até 6,5% dos adultos sofrem de EHNA – algo entre 9 e 15 milhões de pessoas – e a incidência está aumentando. Na Índia, os números também têm aumentado rapidamente nos últimos anos. Estimativas recentes sugerem que 30 a 38% das pessoas têm esteatose hepática. O fato de obesidade, sedentarismo e diabetes estarem igualmente em ascensão também contribui para a alta de casos de EHNA.

Na Europa, os números variam entre 6% e 18%, dependendo do país e do grupo de risco. A América Latina, Oriente Médio e Norte da África apresentam taxas de incidência semelhantes, com valores acima de 12%. No resto da África, a EHNA ainda é rara, mas os casos estão aumentando nas regiões urbanas.

Qual é o tratamento indicado para a EHNA

A prescrição de medicamentos só costuma acontecer em casos isolados. Para reduzir a inflamação, recomenda-se uma mudança do estilo de vida, com mais exercícios, uma dieta rica em fibras, com menos açúcar e menos gordura, e perda de peso.

Intervenções alimentares, como o jejum intermitente ou a dieta 5:2, também podem ajudar a tratar a doença hepática gordurosa existente e prevenir a EHNA. A dieta 5:2 consiste em comer normalmente cinco dias por semana e reduzir significativamente a ingestão calórica nos dois dias restantes, geralmente para cerca de 500 a 600 calorias diárias.

Se empreender, não case

 

Sob controle

 

Fome de cargos

 

Subo nesse palco

 

Ao lado de Haddad, Renan Calheiros critica rejeição da MP 1.303 pela Câmara

 

O relator do projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), criticou nesta terça-feira, 14, a derrubada da medida provisória alternativa à alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) na Câmara.

“Há, sem dúvida nenhuma, senhor presidente, um inegável rebaixamento da agenda do país que deveríamos expressar como prioritária em uma democracia representativa, geralmente em favor de castas privilegiadas e que são sempre minorias, mas com complexo de maiorias”, disse o parlamentar.

Ele participa de audiência pública sobre o projeto de lei que isenta do imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil por mês, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Brasil crescerá 2,4% em 2025, diz FMI

 

O Brasil crescerá um pouco mais do que o esperado, a 2,4%, em 2025, anunciou, nesta terça-feira (14), o Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu relatório de Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês). A cifra é um pouco menor que a de 2024, quando o país cresceu 3,4%.

A América Latina e o Caribe crescerão 2,4% em 2025, sem alterações em relação ao ano passado, um número “estável” apesar da ameaça das tarifas americanas.

A economia da região “cairá ligeiramente para 2,3% em 2026”, explicou o WEO.

“A previsão para 2025 foi revisada para cima em 0,4 ponto percentual em relação a abril devido às tarifas mais baixas do que o esperado para a maioria dos países e a dados mais robustos do que o esperado”, indicou o texto, referindo-se ao dado regional.

A revisão para cima “se deve em grande parte ao México, que deve crescer 1% em 2025, 1,3 ponto percentual a mais” do que o projetado em abril.

A nível global, o Fundo também eleva suas perspectivas para 3,2%, em vez dos 3% esperados em julho.

Os temores de uma grande incerteza global devido às tarifas anunciadas pelo republicano Donald Trump no início de sua presidência foram se dissipando, embora não completamente.

O Fundo elevou sua previsão de crescimento para os Estados Unidos em 0,1 ponto percentual este ano e no próximo, para 2% em 2025 e 2,1% em 2026.

– Impacto “modesto” –

“O impacto no crescimento devido ao choque comercial é modesto até agora”, disse aos jornalistas o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, antes da publicação do relatório.

Para a região, o crescimento mais destacado é o da Argentina, apesar de suas atuais dificuldades financeiras, com impressionantes +4,5% em relação à contração de -1,3% registrada em 2024.

A Colômbia crescerá 2,5%, o Chile 2,5% e o Peru 2,9%; o Equador registrará 3,2%, a Bolívia 0,6%, o Uruguai 2,5%, o Paraguai 4,2% e a Venezuela 0,5%.

“O ano de 2025 foi fluido e volátil, com grande parte da dinâmica impulsionada por uma reorganização das prioridades políticas nos Estados Unidos e a adaptação de políticas nas demais economias às novas realidades”, explicou o relatório.

“O comércio dominou as manchetes e, junto com ele, as perspectivas percebidas para a economia global flutuaram”, acrescentou.

– A sombra da inflação –

O Fundo e a grande maioria dos especialistas ficaram alarmados quando Trump anunciou, ao assumir a presidência, que usaria as tarifas aduaneiras como arma de negociação, para enfrentar o grande déficit comercial que os Estados Unidos tinham com praticamente todos os seus parceiros.

Mas a imposição dessas tarifas a partir de abril foi acompanhada por uma negociação de tratados bilaterais comerciais e um contínuo investimento tecnológico nos países avançados, mantendo o motor econômico em funcionamento.

De qualquer forma, há nuvens, como a inflação, cujos registros “surpreenderam para cima no México e no Reino Unido”.

“Além da China, os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento em geral mostraram força, às vezes devido a razões internas particulares, mas os sinais recentes também apontam para uma perspectiva frágil”, explicou o texto.

“As condições externas se tornam mais desafiadoras e, em alguns casos, o impulso interno está desacelerando. Por exemplo, no Brasil, estão surgindo sinais de moderação em meio a políticas monetárias e fiscais rigorosas”, explicou.

O impacto das políticas de combate à imigração irregular também será perceptível, garante o Fundo.

“Nos Estados Unidos, as novas políticas de imigração poderiam reduzir o PIB do país entre 0,3% e 0,7% ao ano”, explica o Fundo, sem mais detalhes.

O departamento para América Latina e o Caribe do FMI oferecerá uma perspectiva mais detalhada sobre a região ao final da reunião anual em Washington.

Pré-COP da CNI

 

FMI eleva crescimento global para 2025 graças ao ‘modesto’ impacto comercial nos EUA

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou sua projeção para o crescimento global deste ano nesta terça-feira (14), reconhecendo um impacto econômico mais brando do que o esperado da política tarifária do presidente americano, Donald Trump.

O Fundo aumentou sua projeção de crescimento global para 2025 para 3,2%, ante 3% em julho, mantendo sua projeção para 2026 inalterada em 3,1%, segundo seu relatório de Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês).

“A boa notícia é que o impacto do choque comercial sobre o crescimento tem sido moderado até agora”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, a repórteres antes da divulgação do relatório.

O setor privado também sustentou o crescimento ao responder rapidamente às tarifas de Trump.

Outros fatores, incluindo a ascensão da inteligência artificial e das políticas fiscais na Europa e na China, também ajudaram a sustentar a economia global, observou, embora o FMI continue enxergando riscos de queda no crescimento devido à incerteza comercial.

– “Tudo é muito fluido” –

Desde que retornou ao poder, Trump impôs tarifas generalizadas aos produtos de importantes parceiros comerciais, como China e União Europeia, na tentativa de remodelar as relações comerciais dos Estados Unidos e incentivar a produção local.

No fim de semana, o presidente americano ameaçou aplicar novas tarifas de 100% sobre produtos da China, além das atuais taxas elevadas.

Trump criticou a recente decisão de Pequim de reforçar os controles de exportação de minerais de terras raras, cruciais para os setores de defesa e alta tecnologia.

“Tudo é muito fluido”, disse Gourinchas à AFP em entrevista. “Mas acho que é um lembrete muito útil de que vivemos em um mundo onde esse tipo de escalada de tensões comerciais e incerteza política pode surgir a qualquer momento”, acrescentou.

O FMI espera que a taxa de inflação global permaneça elevada, em 4,2% este ano e 3,7% em 2026, impulsionada pela inflação elevada em vários países, incluindo Estados Unidos e México.

– Melhora nos EUA, China sem mudanças –

O FMI aumentou suas perspectivas de crescimento para a maior economia do mundo em 0,1% este ano e no próximo, para 2% em 2025 e 2,1% em 2026. No entanto, isso ainda representa uma desaceleração acentuada em relação a 2024, quando o crescimento dos EUA atingiu 2,8%.

Apesar das tensões comerciais em curso entre as duas maiores economias do mundo, o Fundo ainda espera que a economia chinesa desacelere de 5% em 2024 para 4,8% este ano, antes de desacelerar drasticamente para apenas 4,2% em 2026, em linha com estimativas anteriores.

A desaceleração na China foi impulsionada por uma redução nas exportações líquidas, que foram parcialmente compensadas pela crescente demanda interna impulsionada por “estímulos políticos”, afirmou o Fundo.

A América Latina permanece inalterada em 2,4%.

O México se destaca com 1%, o que representa uma melhora em relação às previsões anteriores (+1,3 ponto percentual). O Brasil crescerá 2,4%.

Para a Índia, a projeção é de 6,6% e para o Japão, 1,1%.

A economia alemã deve se recuperar da recessão e registrar um crescimento de 0,2% este ano.

A França, que se encontra em meio a uma crise política prolongada, deve ver seu crescimento desacelerar para 0,7%.

A única exceção na zona do euro é a Espanha, que apresentou melhora e agora deve manter seu crescimento: 2,9% este ano e 2% em 2026.

Com a continuação da guerra na Ucrânia, a economia russa provavelmente registrará uma desaceleração acentuada no crescimento este ano, para apenas 0,6% (4,3% em 2024).

China pede que EUA corrijam erros e resolvam questões por meio de diálogo

 

Um porta-voz do Ministério do Comércio da China pediu que os EUA corrijam seus erros, cheguem a um acordo com Pequim e resolvam questões de “interesse mútuo” por meio de diálogo e consultas igualitárias, em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 14.

Segundo o representante chinês, as tarifas de Washington não apenas impactarão a estabilidade da cadeia de suprimentos global e aumentarão significativamente os custos do comércio internacional, como também aumentarão a inflação doméstica, prejudicarão a competitividade dos portos e o emprego nos EUA e minarão a segurança e a resiliência da cadeia de suprimentos americana.

O porta-voz também sinalizou que a própria indústria norte-americana tem se oposto amplamente às medidas dos EUA, demonstrando que a abordagem dos EUA prejudica os outros e a si mesmo, e “não é propícia ao desenvolvimento de sua indústria de construção naval”.


FMI eleva projeção para PIB do Brasil em 2025, mas vê desaceleração maior da economia em 2026

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a projeção de crescimento do Brasil este ano, mas passou a ver uma desaceleração mais intensa em 2026, citando o impacto das tarifas dos Estados Unidos e apontando sinais de moderação da atividade, mostrou relatório divulgado nesta terça-feira, 14.

O relatório Perspectiva Econômica Global mostrou que o FMI prevê agora expansão de 2,4% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) este ano, 0,1 ponto percentual a mais do que na projeção feita em julho. Mas para 2026 a conta foi reduzida em 0,2 ponto, a 1,9%.

“No Brasil, sinais de moderação estão aparecendo em meio às políticas monetária e fiscal apertadas”, ressaltou o FMI.

A projeção do FMI para a economia brasileira este ano é ligeiramente melhor do que a do governo, que prevê uma expansão de 2,3%. Para 2026, entretanto, o Ministério da Fazenda está mais otimista, com uma estimativa de crescimento de 2,4%.

No segundo trimestre, a atividade econômica do Brasil cresceu 0,4% sobre os primeiros três meses do ano, de acordo com dados do IBGE, um resultado que confirmou as expectativas de enfraquecimento em meio à política monetária restritiva. O IBGE divulgará os dados do PIB no terceiro trimestre em 4 de dezembro.

Em agosto, Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, justificando a medida em parte pelo que chamou de “caça às bruxas” do governo brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo por tentativa de golpe de Estado.

Posteriormente, alguns produtos ficaram isentos dessa super tarifa e o governo brasileiro vem buscando negociar com os EUA. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram por telefone no início do mês e a expectativa é de haja um encontro entre os dois.

Vem pesando sobre a atividade econômica brasileira a taxa básica de juros em um nível restritivo de 15%, e o Banco Central disse que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.

No relatório, o FMI calculou uma inflação média anual no Brasil de 5,2% este ano e de 4,0% — o centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O Fundo também inclui o Brasil entre os países que devem apresentar um aumento “significativo” da dívida como proporção do PIB em 2025, ao lado de China, França e Estados Unidos, considerando os resultados dos saldos primários projetados para o ano para essas economias.

O FMI ajustou a perspectiva de crescimento para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, dos quais o Brasil faz parte, passando a ver crescimento de 4,2% este ano, contra 4,1% antes, e mantendo a perspectiva para 2026 em 4,0%.

O Fundo ponderou que a atividade nesse grupo, excluindo a China, foi mais forte do que o esperado no primeiro semestre deste ano, graças em parte a uma produção agrícola recorde no Brasil, forte expansão do setor de serviços na Índia e demanda doméstica resiliente na Turquia.

“No entanto, condições externas estão se tornando mais desafiadoras e, em alguns casos, o ímpeto doméstico está desacelerando”, ponderou o relatório.

“Tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos estão reduzindo a demanda externa, com profundas implicações para várias grandes economias orientadas para a exportação, enquanto a incerteza na política comercial está afetando o apetite das empresas por investimentos”, completou.

“Ao mesmo tempo, o espaço fiscal restrito está reduzindo a capacidade do governo de estimular a demanda doméstica onde necessário.”

Na América Latina e Caribe, o FMI vê crescimento de 2,4% em 2025 e de 2,3% em 2026, ajustes respectivamente de 0,2 ponto percentual para cima e de 0,1 ponto para baixo em relação a julho.

A melhora na projeção deve-se principalmente ao México, cuja estimativa de expansão este ano foi elevada em 0,8 ponto percentual em relação a julho, a 1,0%.

Focus

A melhora na projeção para o crescimento da economia brasileira também vem sendo apontada pelo Boletim Focus, documento semanal do Banco Central do Brasil (BCB) com levantamento de projeções feitas pelos agentes de mercado. Para o Produto Interno Bruto, a mais recente projeção do Focus projeta crescimento de 2,16% em 2025 e de 1,80% em 2026.