- Presidente da estatal prevê queda na produção e diz que reajuste dos combustíveis ainda não foi suficiente
Ramona Ordoñez
Bruno Rosa
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RIO - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, reconheceu
que a Petrobras vai ter um 2013 difícil. Segundo ela, além dos reajustes
dos preços de combustíveis ainda não terem sido suficientes para
recuperar as perdas com a defasagem internacional, a produção de
petróleo terá queda neste ano. A estatal também não incluiu projetos
novos entre os investimentos previstos. No mercado acionário, as ações despencavam.
—
Será um ano mais difícil que 2012, que já foi extremamente difícil. É
um desafio muito grande. Não vamos abrir mão das necessárias manutenções
das plataformas — disse.
A
presidente da estatal afirmou ainda que a empresa vai manter o mesmo
patamar de produção em 2013, com a variação de 2% para cima e para
baixo.
— Se vocês me perguntarem, eu diria que é 2% negativo. Não
tem condição de fazer produção adicional porque não tem condição física
para isso. A produção só cresce no segundo semestre.
A presidente
da Petrobras disse ainda que os reajustes nos preços de gasolina e
diesel ainda não foram suficientes para eliminar a diferença entre o
mercado interno e externo em apresentação. Segundo Graça, o diesel
registrou reajuste de 16% e a gasolina, de 14,9%. De acordo com a
Petrobras, a diferença dos preços dos derivados no Brasil e no exterior é
de 17%.
— Os reajustes não foram suficientes para eliminar a
diferença entre os preços. Esses repasses trarão melhoria no caixa, mas
não o suficiente para recompor essa diferença.
A área de
abastecimento, com a alta de 102% das importações de gasolina e de 16%
do diesel em 2012, registrou perdas de R$ 22,9 bilhões em 2012.
Segundo
a presidente da estatal, Graça lembrou ainda que a estatal perdeu R$ 7
bilhões em poços secos em 2012. Para 2013, a previsão é de R$ 6 bilhões.
A
executiva disse ainda que o pré-sal respondeu por 10,5% da produção da
estatal em dezembro, com 231 mil barris por dia. Ao todo, a companhia
produziu 2,032 milhões e barris por dia. No ano passado, o pré-sal
respondeu por 7% do total.
Com o programa de eficiência em Campos,
Graça lembrou que conseguiu recuperar 25 mil barris por dia entre abril
e dezembro do ano passado.
Em conferência com analistas, Graça afirmou ainda que a demanda de gás no Brasil foi acima do esperado no quarto trimestre.
A
estatal teve um lucro de R$ 20,1 bilhões no ano passado, o que
representou uma queda de 36% em relação ao ano anterior. O resultado
que, apesar de significativo, é o menor dos últimos oito anos, se deveu
principalmente à defasagem dos preços dos combustíveis, à forte alta das
importações principalmente de gasolina, à queda de 2% na produção de
petróleo, a grande número de poços secos ou não econômicos e à forte
valorização do dólar frente o real.
Graça pontuou ainda que a
empresa vai buscar convergência de preços, essencial para a companhia
atingir seus objetivos, defendeu Graça.
Termelétricas consumiram mais gás que indústria
A
companhia informou ainda que, no quarto trimestre do ano passado, as
termelétricas consumiram mais gás que o o setor industrial. As térmicas
demandaram 38,6 milhões de metros cúbicos por dia, contra 38,3 milhões
de metros cúbicos por dia.
— Do terceiro trimestre para o quarto trimestre, a demanda das térmicas mais que dobrou — disse a presidente da Petrobras.
Já entre o terceiro e quatro trimestre de 2012, a demanda da indústria por gás caiu 5%.