domingo, 17 de novembro de 2013

Mondial de La Bière quer ensinar cariocas a beber melhor


Festival mundial de cervejas internacionais acontece até domingo na Praça Onze, no centro do Rio de Janeiro

HeadCRasher/Creative Commons
Cerveja-Holandesa

Cerveja: visitantes podem conhecer a cultura de diferentes países através das degustações de 650 rótulos de todo o mundo

Rio de Janeiro - "Beber menos, beber melhor" é um dos lemas do Mondial de La Bière, um festival mundial de cervejas internacionais que teve início nesta quinta-feira e acontece até domingo na Praça Onze, no centro do Rio de Janeiro.

A frase lapidar é de autoria de Sandro Gomes, filho do humorista Mussum e sócio proprietário da brassaria Ampolis, uma das participantes do festival, inaugurado em 1994 em Montreal, no Canadá, e que desde 2009 conta com edições na Europa, onde já passou por duas cidades na França, Estrasburgo e Mulhouse.

Os visitantes da edição carioca podem conhecer a cultura de diferentes países através das degustações de 650 rótulos de todo o mundo. Além disso, o festival conta com workshops sobres variados temas sobre a cultura da cerveja, como harmonização e preparação de pratos.

O visitante Léo Leopoldo é um dos que aderiu à ideia. "Gosto de cozinhar. Abri dois restaurantes e já faço harmonização com vinhos. O próximo passo é usar cerveja como tempero", declarou.

Neste primeiro dia de festival também aconteceu o concurso MBeer Contest Brazil, que elege as melhores cervejas entre as participantes do evento. O concurso é realizado às cegas, com jurados renomados nacionais e internacionais.

O resultado será divulgado na sexta-feira para que o público possa degustar as cervejas vencedoras.

Cervejas artesanais estão cada vez mais presentes no Brasil


Brasil está entre os três maiores fabricantes de cerveja do mundo, com um volume anual de cerca de 13,4 bilhões de litros

Claus Bezerra, da
Dercilio
Cerveja

Brasil está entre os três maiores fabricantes de cerveja do mundo, com um volume anual de cerca de 13,4 bilhões de litros

Rio de Janeiro - O paladar dos brasileiros está cada vez mais aberto às cervejas artesanais, é o que mostra o Mondial de La Bière, festival mundial de cerveja cuja primeira edição na América Latina teve início nesta quinta-feira e acontece até domingo na Praça Onze, no centro do Rio de Janeiro.

Com 650 rótulos à disposição, o público carioca se mostrou cada vez mais envolvido no universo das cervejas especiais. É o caso do visitante Victor Zim, engenheiro de alimentos que abriu sua própria cervejaria.

'As cervejarias estão sempre trazendo produtos novos para os eventos de degustação, e o público está buscando se informar mais sobre o assunto', disse Zim.

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, o Brasil está entre os três maiores fabricantes de cerveja do mundo, com um volume anual de cerca de 13,4 bilhões de litros. As vendas do setor cresceram 54% entre as cervejas comuns e 79% entre as artesanais de 2008 a 2011.

De acordo com a organização do festival, no Brasil existem hoje pelo menos 200 microcervejarias registradas. No ano passado, 31 novos produtores solicitaram registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o maior número dos últimos 30 anos.

Apesar do crescimento expressivo, o objetivo das microcervejarias não é se popularizar e competir com as grandes marcas.

'As grandes cervejarias são como bancos que esperam apenas o retorno financeiro. Para as microcervejarias, o que está em jogo é o trabalho do artista. São cervejas com propósitos diferentes', disse Samuel Cavalcanti, um dos sócios da cervejaria Bodebrown, que teve uma de suas 'criações' premiadas na edição canadense do Mondial de La Bière.

B2W vai operar loja online da Ambev


O braço de comércio eletrônico da Lojas Americanas vai operar toda a infraestrutura da loja online da Ambev, incluindo as plataformas tecnológica e logística

Dayanne Sousa, do
Fabio Nutti/Exame
Funcionário descarrega caixas de cerveja em armazém da Ambev
Funcionário descarrega caixas de cerveja em armazém da Ambev: o foco serão as vendas para bares e restaurantes, supermercados e consumidor final
São Paulo - A B2W, braço de comércio eletrônico da Lojas Americanas, irá operar a loja virtual da fabricante de bebidas Ambev. A informação foi dada pela B2W em seu relatório de divulgação de resultados do terceiro trimestre.

A B2W informou que vai operar toda a infraestrutura da loja online, incluindo as plataformas tecnológica e logística. O foco serão as vendas para três segmentos: bares e restaurantes, supermercados e consumidor final.

A B2W administra os sites Americanas.com, Submarino, Shoptime e Ingresso.com. A companhia ainda informou que estreou no Submarino o modelo de vendas marketplace. A estratégia consiste na criação de uma espécie de "shopping virtual", com a integração de diferentes lojas de segmentos diversos.

A empresa ainda destacou que, em outubro, fez duas aquisições, a Ideais Tecnologia Ltda, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas para o comércio eletrônico; e Tarkena Consultoria, Licenciamento e Desenvolvimento de Sistemas de Informática Ltda, empresa especializada em algoritmos de busca, gestão de dados de clientes e em sistemas de previsão de vendas e balanceamento de estoques entre centros de distribuição. As duas aquisições, informou a B2W, fazem parte do Plano de Investimento para os próximos 3 anos (2013, 2014 e 2015), no qual serão investidos pouco mais de R$ 1 bilhão em logística, tecnologia e inovação.

Setor aéreo brasileiro deve crescer acima da média mundial


Conteúdo patrocinado por  
Divulgação / GE
No Brasil, tráfego aéreo deve crescer 6,9% por ano nas próximas duas décadas
Apesar de as previsões apontarem um crescimento pífio este ano, ou mesmo uma pequena retração, o setor aéreo brasileiro deverá evoluir significativamente nas próximas duas décadas. Estimativas feitas pela Airbus apontam que o tráfego aéreo no país deve expandir 6,9% por ano até 2033, num ritmo maior do que a média mundial, com previsão de crescimento de 4,7% ao ano no mesmo período.

O estudo, divulgado recentemente pela Airbus, aponta que o Brasil deverá liderar o crescimento do setor aéreo na América Latina. A previsão é que o número de voos domésticos na América do Sul cresça, anualmente, 5,8% nos próximos 20 anos, enquanto na América Central, a expansão não deve ser superior a 5,6%. O índice de crescimento no México, importante mercado regional, ficará em torno de 5%.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número total de passageiros nos aeroportos brasileiros em voos nacionais e internacionais alcançou 101,3 milhões em 2012: 9,1 milhões em voos internacionais e 92,2 milhões em viagens domésticas. O resultado, um recorde histórico, representou um aumento de 9,5% sobre o ano anterior.

Neste ano, a previsão é de que o cenário se repita. De janeiro a junho, o movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros foi de 52,1 milhões, o que representa 0,4% a mais em relação ao mesmo período de 2012.

Concessões – Para suportar o crescimento do setor nos próximos anos, alguns dos principais aeroportos do país estão sendo ampliados. O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, privatizado no início de 2012, vai ganhar, até o próximo ano, um novo terminal com capacidade para 12 milhões de viajantes. O aeroporto paulista é o maior do país, com uma estimativa de 35 milhões de passageiros em 2013.

Outros dois terminais que estão sofrendo melhorias são o do Galeão, no Rio de Janeiro, com capacidade para 17,4 milhões de passageiros, e o de Confins, em Minas Gerais, preparado para receber 10,2 milhões de passageiros por ano. Os dois aeroportos farão parte da próxima rodada de concessões do governo federal para a iniciativa privada, em 22 de novembro.

Bom dia, tristeza


 
Demetrio Magnoli no Imil na sala de aula

Acordei anteontem sob o impacto da notícia da expedição de mandados de prisão para os condenados do “mensalão”. Uma tristeza, inicialmente indefinível, tomou conta de mim. Sim: eles devem ser presos, em nome da democracia e da justiça. Sim: a prisão deles é um sinal de que a igualdade perante a lei ainda tem uma chance na nossa pobre república habitada por tantas figuras “mais iguais” que as demais. Por que, então, a tristeza?

Os integrantes do núcleo político do “mensalão” foram condenados sem provas, por um recurso à teoria do domínio do fato, alegam ali (no PT, em sites chapa-branca financiados com dinheiro público) e aqui (neste espaço, por comentaristas que não se preocupam com a duplicidade de critérios morais), numa tentativa canhestra de confundir o público. A teoria do domínio do fato, amplamente utilizada nos tribunais brasileiros, não equivale a uma noção arbitrária de “responsabilidade objetiva”, que é coisa de tiranias, e não dispensa provas. Ela é uma ferramenta analítica destinada a identificar responsabilidades em crimes cometidos pelo concurso de agentes: no julgamento de uma quadrilha de assaltantes de banco, serão imputadas penas não só aos que empunharam armas, mas também aos planejadores da ação. Sobram provas nos autos do processo do “mensalão”. Não: a lenda do “julgamento político” não me comove nem um pouco.

A Ação Penal 470 é “um ponto fora da curva”, dizem alguns cínicos e incontáveis porta-vozes informais do governo. O diagnóstico é compartilhado por não poucos advogados de boa-fé que se habituaram às transações internas de nossa elite de fidalgos a ponto de confundirem impunidade com justiça. Talvez seja mesmo: o STF nem mesmo abriu processo contra Antonio Palocci, apesar dos indícios clamorosos de que o então ministro cometeu um crime de Estado, violando o sigilo bancário de uma testemunha sem posses ou poder. Mas, se assim for, que o “ponto” inaugure uma nova “curva”, traçada por um compasso que não reconheça privilégios derivados do convívio nos palácios. Não: o ineditismo real ou suposto da prisão de gente de “sangue azul” não é o que me entristece.

Na hora em que li a notícia da prisão iminente dos cérebros do “mensalão” veio-me à mente uma frase de Leon Trotsky, pronunciada perante uma maioria stalinista hostil que o isolava no Partido Comunista: “Em última análise, o Partido está sempre certo, porque é o único instrumento histórico que a classe trabalhadora tem para a solução de suas tarefas fundamentais. Só podemos ter razão com o Partido e através do Partido, porque a História não criou nenhuma outra forma para a realização do nosso direito. Os ingleses têm um lema: Meu país, certo ou errado’. Com muito maior justificação, podemos dizer: meu Partido, certo ou errado.” Dirceu, Genoino e Delúbio não são revolucionários, nem de longe, mas herdaram da tradição comunista a convicção de que o Partido possui direitos extraordinários, oriundos de uma aliança especial com a História. Por pensarem isso, agora se declaram “presospolíticos”. Sim, estou triste e sei por quê: eles não aprenderam nada, depois de um quarto de século de democracia.

Dirceu et caterva aparentemente não desviaram dinheiro público para formar patrimônios privados próprios, mas para estabilizar e reproduzir um sistema de poder. Eles fizeram o que fizeram em nome dessa ideia: a Verdade do Partido. É bom, muito bom, que a Corte diga-lhes que nossa República não reconhece nenhuma verdade transcendental. Não estou triste, mas feliz, com o triunfo da mensagem de que a corrupção em nome de uma causa, de um Partido ou da História, escrita assim com maiúscula, é um crime tão grave quanto a corrupção em nome do vil metal. Entristece-me, isso sim, a constatação inevitável de que nossa democracia, imperfeita mas real, não conseguiu civilizá-los.
Fonte: Folha de S. Paulo

sábado, 16 de novembro de 2013

Decisão de prender os réus do mensalão tem efeito pedagógico


Em termos jurídicos, a ordem de prisão de réus do esquema do mensalão não traduz qualquer novidade, pois trata-se de mera consequência da sentença penal condenatória, ou seja, ordens de prisão são cumpridas diariamente no Brasil. A novidade do caso é outra e não está no fato da prisão em si, mas no efeito pedagógico da decisão da colenda Suprema Corte sobre a classe política.

Objetivamente, muitos políticos pensavam estar acima da lei, pensavam que podiam fazer tudo e qualquer coisa e, ao final, ainda dormir com a noiva promíscua da impunidade desbragada. Algo está mudando no Brasil e, pelo visto, a noiva está ficando mais casta e recatada. Ao invés de corruptos, a noiva política quer pretendentes com um mínimo de moral e decência pública. Se vai dar casamento, eu não sei, mas posso afirmar que, quando os princípios são éticos, as chances de um final feliz são maiores.

Sem a efetiva participação da sociedade, sem exercício pleno da liberdade de expressão e sem respeito irrestrito à legalidade, o poder fica tentado a deixar de ser politico e passar a ser corrupto
 
Agora, canalhas e corruptos sempre existiram e sempre vão existir na política. Não vamos ser ingênuos e pensar que, do dia para noite, os venais passarão a ser probos. Política não se faz nem se aperfeiçoa com pensamentos mágicos, mas com ações concretas de pessoas conscientes que, apesar de todos os males da vida, sabem que só o enfrentamento firme e decidido pode levar a humanidade a dias melhores.

Em frase imortal, Lord Acton asseverou que “power tends to corrupt, and absolute power corrupts absolutely”. Logo, a corrupção é a face odiosa do poder. E só existe uma maneira de conter a corrupção política: uma sociedade civil participativa que não se cale aos desmandos do poder e que exija, diariamente, o cumprimento da lei.

Sem a efetiva participação da sociedade, sem exercício pleno da liberdade de expressão e sem respeito irrestrito à legalidade, o poder fica tentado a deixar de ser politico e passar a ser corrupto. Portanto, o princípio de combate à corrupção nasce nas mãos virtuosas dos indivíduos livres que, através do exercício diário da virtude, passam a estimular melhores hábitos por toda esfera social, vindo, ao final, transformar a política em algo melhor.

Assim, é no renascer de uma sociedade civil mais crítica e participativa que o Brasil encontrará melhores dias políticos. O Supremo Tribunal Federal, na medida do possível, está cumprindo seu papel. Mas e nós, como cidadãos, será que estamos sendo modelares?

Chefe da ANP receberá salário de estatal do pré-sal


Após ser nomeada para o conselho da PPSA, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, vai receber salário de uma empresa cuja atuação está sob sua fiscalização

diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard
Magda Chambriard foi nomeada para o conselho de administração da estatal PPSA (Agência Brasil)

A diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, vai receber salário de uma empresa cuja atuação ela é obrigada a fiscalizar. Magda foi nomeada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff para o conselho de administração da estatal PPSA, criada para representar o interesse da União na exploração de petróleo e gás e que será gestora dos contratos do campo de Libra, na Bacia de Santos.

A lei que criou a empresa estabelece que a PPSA "deve fornecer à ANP as informações necessárias às suas funções regulatórias". Por uma reunião por mês, Magda receberá 5,2 mil reais mensais da Empresa de Participação de Petróleo e Gás Natural S/A (PPSA), o que a ajudará a engordar seus vencimentos de 12.388 reais. O valor equivale a 10% do salário dos diretores, conforme estabelece o decreto de criação. Além da PPSA, Magda também recebe 2.805,93 reais por integrar o conselho da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Como conselheira na PPSA, Magda terá entre suas atribuições avaliar e aprovar contratos e convênios da empresa, autorizar a contratação de empréstimo, fiscalizar a gestão dos diretores, solicitar informações sobre editais de licitação, entre outras funções. Em muitos casos, os editais de licitação serão elaborados pela própria ANP.

Após questionada, a diretora-geral da ANP decidiu consultar a Comissão de Ética Pública da Presidência sobre sua permanência no conselho. "A diretora-geral da ANP entendeu que a indicação era correta, mas devido ao seu questionamento, vai encaminhar um ofício questionando a Comissão de Ética da Presidência da República", afirmou, em nota.


Segundo o Ministério de Minas e Energia, Magda foi indicada para a PPSA "porque, no entendimento do governo, é capaz, tem conhecimento, experiência, e está em condições de oferecer uma grande contribuição ao Conselho da PPSA, na defesa dos interesses da União".

Precedente — A lei que criou a ANP é omissa quanto à participação de seus diretores em conselhos de empresas que fiscaliza. A Comissão de Ética Pública da Presidência, contudo, já se manifestou contrária a essa situação ao analisar uma consulta do então diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira. 

Ele queria ocupar cargo no conselho de administração da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Vinculada à Secretaria de Portos da Presidência da República, a Codesp é uma sociedade de economia mista que administra o Porto de Santos. A Comissão de Ética considerou o acúmulo de cargos ilegal e aplicou advertência a Paulo Vieira, pois ele já havia deixado os cargos quando a decisão foi tomada.
A Lei 10.871/2004, que trata da criação de cargos nas agências reguladoras, diz que "é vedado aos (...) dirigentes das Agências Reguladoras (...) o exercício regular de outra atividade profissional, inclusive gestão operacional de empresa ou direção político-partidária, excetuados os casos admitidos em lei".

A Comissão de Ética tem se debruçado sobre temas que envolvem situações de possível conflito de interesse e pode sugerir ao governo medidas legais a respeito. Segundo membros da comissão, mesmo que uma vedação não esteja na lei, eticamente pode ser condenável. Para João Maria, diretor do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências de Regulação (Sinagências), não há dúvidas de que há conflito de interesse. "A agência tem de ser imparcial em todos os aspectos. Como membro do conselho deliberativo, ela vai analisar as políticas da empresa, que tem de dar lucro."
(com Estadão Conteúdo)