Depois de um processo de crescimento, a sensação de
perda se tornou mais forte
Por Agência Brasil
Pesquisa
divulgada pelo Instituto Data Popular mostra que nove entre dez brasileiros
diminuíram o consumo no ano passado, devido à crise econômica. As entrevistas
foram feitas entre os dias 4 e 12 de janeiro com 3,5 mil consumidores maiores
de 16 anos em 153 municípios de todos os estados. Segundo os dados, dos 99% dos
consultados que acreditam que o país está em crise, 81% têm certeza de que
vivenciam um período de recessão. Para 55%, esta é a pior crise que já
enfrentaram. De acordo com o presidente do instituto, Renato Meirelles, isso
acontece por dois fatores.
O
primeiro deles é que existe hoje um contingente enorme de consumidores que não
participavam do mercado na época em que o Brasil conviveu com hiperinflação.
“Não eram adultos na época da hiperinflação. É, de fato, um conjunto de
consumidores jovens que tendem a achar que esta é a maior crise”, analisa
Meirelles, para quem a crise atual não é a maior que o país atravessa. “A gente
já teve crises com taxas de desemprego maiores, com o país com menos reserva
internacional do que tem hoje, com mais inflação”, emenda.
Outro
fator, segundo Meirelles, é que nas crises anteriores, de 2002 e de 2008, em geral,
as pessoas tinham a sensação de que estava difícil comprar um bem ou produto ou
melhorar de vida. Segundo ele, hoje a sensação de “voltar para trás” e isso
aumenta a percepção de que esta é a maior crise. Como a situação atual veio
depois de um processo de crescimento robusto, da democratização do consumo, de
os brasileiros passarem a ter acesso a produtos e serviços que antes não
consumiam, a sensação de perda se torna mais forte, disse Renato Meirelles.
Retomada
O presidente do Data Popular observou, entretanto, que boa parte das pessoas
que não conseguiram realizar seus projetos no ano passado, em função da crise,
se mostra disposta a efetivar seus planos em 2016. Do percentual de 63% que
planejaram comprar um imóvel em 2015, mas encerraram o ano sem cumprir a meta,
35% acreditam que conseguirão realizar o sonho este ano. O percentual sobe para
69% se for considerado o universo de pessoas que planejaram comprar um
eletrodoméstico em 2015 e não conseguiram (54% dos entrevistados).
“A
pesquisa mostrou que o consumidor está se programando para realizar seus
planos, seja buscando uma renda extra, fazendo escolha do que é prioritário ou
não no seu gasto, seja buscando financiamento, para voltar a comprar aquilo que
ele tinha pensado em ter no ano passado e não comprou”. Significa que a crise
funciona como uma alavanca para que as pessoas retomem o que haviam programado.
“É um consumidor que entra nesta crise mais preparado do que em crises
anteriores”, ressaltou Meirelles.
Outro
aspecto evidenciado por esse cenário é que a estratégia das empresas que querem
conquistar esse consumidor tem de mudar. “Em um cenário de crise, as empresas
têm de ganhar dos seus concorrentes”, recorda Meirelles ao destacar que as
empresas que souberem fidelizar o consumidor e se mostrar de alguma forma como
parceira terão mais chances de crescer do que outras. “Esse é o momento de as
empresas consolidarem seus clientes fiéis e avançarem sobre a concorrência, que
é a consequência disso no mercado”, sugere.
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Crise reduziu consumo de nove entre dez brasileiros
Depois de um processo de crescimento, a sensação de perda se tornou mais forte
Pesquisa divulgada pelo Instituto Data Popular mostra que
nove entre dez brasileiros diminuíram o consumo no ano passado, devido à
crise econômica. As entrevistas foram feitas entre os dias 4 e 12 de
janeiro com 3,5 mil consumidores maiores de 16 anos em 153 municípios de
todos os estados. Segundo os dados, dos 99% dos consultados que
acreditam que o país está em crise, 81% têm certeza de que vivenciam um
período de recessão. Para 55%, esta é a pior crise que já enfrentaram.
De acordo com o presidente do instituto, Renato Meirelles, isso acontece
por dois fatores.
O primeiro deles é que existe hoje um
contingente enorme de consumidores que não participavam do mercado na
época em que o Brasil conviveu com hiperinflação. “Não eram adultos na
época da hiperinflação. É, de fato, um conjunto de consumidores jovens
que tendem a achar que esta é a maior crise”, analisa Meirelles, para
quem a crise atual não é a maior que o país atravessa. “A gente já teve
crises com taxas de desemprego maiores, com o país com menos reserva
internacional do que tem hoje, com mais inflação”, emenda.
Outro
fator, segundo Meirelles, é que nas crises anteriores, de 2002 e de
2008, em geral, as pessoas tinham a sensação de que estava difícil
comprar um bem ou produto ou melhorar de vida. Segundo ele, hoje a
sensação de “voltar para trás” e isso aumenta a percepção de que esta é a
maior crise. Como a situação atual veio depois de um processo de
crescimento robusto, da democratização do consumo, de os brasileiros
passarem a ter acesso a produtos e serviços que antes não consumiam, a
sensação de perda se torna mais forte, disse Renato Meirelles.
Retomada
O
presidente do Data Popular observou, entretanto, que boa parte das
pessoas que não conseguiram realizar seus projetos no ano passado, em
função da crise, se mostra disposta a efetivar seus planos em 2016. Do
percentual de 63% que planejaram comprar um imóvel em 2015, mas
encerraram o ano sem cumprir a meta, 35% acreditam que conseguirão
realizar o sonho este ano. O percentual sobe para 69% se for considerado
o universo de pessoas que planejaram comprar um eletrodoméstico em 2015
e não conseguiram (54% dos entrevistados).
“A pesquisa
mostrou que o consumidor está se programando para realizar seus planos,
seja buscando uma renda extra, fazendo escolha do que é prioritário ou
não no seu gasto, seja buscando financiamento, para voltar a comprar
aquilo que ele tinha pensado em ter no ano passado e não comprou”.
Significa que a crise funciona como uma alavanca para que as pessoas
retomem o que haviam programado. “É um consumidor que entra nesta crise
mais preparado do que em crises anteriores”, ressaltou Meirelles.
Outro
aspecto evidenciado por esse cenário é que a estratégia das empresas
que querem conquistar esse consumidor tem de mudar. “Em um cenário de
crise, as empresas têm de ganhar dos seus concorrentes”, recorda
Meirelles ao destacar que as empresas que souberem fidelizar o
consumidor e se mostrar de alguma forma como parceira terão mais chances
de crescer do que outras. “Esse é o momento de as empresas consolidarem
seus clientes fiéis e avançarem sobre a concorrência, que é a
consequência disso no mercado”, sugere.
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