quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

EDP Brasil prevê concluir operações de compra de fatia na Celesc em abril

Resultado de imagem para fotos da EDP Brasil



SÃO PAULO (Reuters) - A EDP Brasil, empresa do grupo português Energias de Portugal, deverá concluir até abril operações para a compra de uma participação relevante na elétrica estatal catarinense Celesc, disse a jornalistas nesta quarta-feira o presidente da companhia, Miguel Setas. 

A unidade brasileira da EDP anunciou em dezembro um acordo para a compra de uma fatia de 14,5 por cento na Celesc detida pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, por 230 milhões de reais. A participação representa 33 por cento dos papéis ordinários e 1,9 por cento dos preferenciais.

A operação deverá ser concluída na primeira semana de março, quando a EDP Brasil então lançará uma oferta pública de aquisição (OPA) voluntária para comprar até mais 32 por cento das ações preferenciais da Celesc em circulação no mercado.

“No final de abril, se tudo correr bem, essa transação estaria concluída”, afirmou Setas.

Ele defendeu ainda que o investimento na Celesc, visto no mercado como uma aposta na futura privatização da empresa, será um bom negócio mesmo se a elétrica seguir com controle estatal.

“Não temos nenhum horizonte temporal para a privatização... achamos que esse investimento, pela sua dimensão e pelas condições em que está sendo efetuado, é de baixo risco, e no nosso ponto de vista se justifica e se rentabiliza mesmo que não haja um cenário de privatização”, afirmou.

Ele afirmou que a Celesc deverá ter uma boa melhoria de desempenho nos próximos anos e ressaltou que o Estado de Santa Catarina possui um bom ambiente de negócios para investidores.

“A escolha de Santa Catarina para nosso investimento é uma escolha que tem a ver em participar com a qualidade do ambiente institucional no Estado... foi algo que nos chamou a atenção e nas nossas prioridades de investimento nos levou a tomar essa decisão”, explicou.

Controlada pelo governo de Santa Catarina, com 50,2 por cento das ações ordinárias e 20,2 por cento no capital total, a Celesc é responsável pela distribuição de eletricidade no Estado e possui ativos em geração e transmissão.

 

TRANSMISSÃO


O presidente da EDP Brasil disse que a companhia também seguirá buscando oportunidades de crescimento em transmissão de eletricidade, onde estreou em 2016, ao arrematar uma concessão em um leilão do governo, mas com um menor ímpeto devido à elevação da competição no segmento.

A companhia arrematou mais concessões de transmissão em 2017 e agora soma 1,3 mil quilômetros em linhas a serem construídas nos próximos cinco anos, com investimento estimado de 3,1 bilhões de reais.

“Nossa intenção é continuar a avaliar oportunidades que vão aparecer nos próximos leilões, mas a impressão também é que o ambiente competitivo na nossa avaliação é muito intenso, muito acirrado. 

Portanto nossa expectativa é relativamente moderada com relação a novos investimentos em curto prazo... somos exigentes com a rentabilidade”, afirmou Setas.

Ele destacou que o primeiro empreendimento da companhia no setor, que precisa ser entregue em agosto de 2020, teve a licença ambiental de instalação emitida sete meses antes do esperado. A companhia já estimava anteriormente concluir a linha com 10 meses de antecedência.

“Tendemos a ser conservadores nessa soma, mas se tudo correr bem temos 17 meses (de antecipação)”, disse Setas.

“A expectativa que temos é que os bons resultados que tivemos em geração, de antecipar as usinas que construímos, sejam transponíveis para o segmento de transmissão. E começamos bem”, adicionou.


Por Luciano Costa

Presidente da Embraer espera concluir discussões sobre parceira com Boeing neste semestre

Resultado de imagem para fotos da embraer em são jose dos campos sp

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (Reuters) - O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, espera que as discussões sobre uma parceria com a Boeing sejam concluídas neste semestre, independente de um resultado favorável ou negativo para uma aliança das empresas. 

“Não temos uma data específica para concluir, mas é necessário que uma resolução seja atingida rapidamente porque não podemos ficar mais muito tempo nisso”, disse Silva durante cerimônia de certificação tripla do novo jato de passageiros da Embraer, o E190-E2.

Questionado se as empresas poderiam concluir as discussões neste semestre o executivo respondeu afirmativamente.

Silva afirmou que não se encontrou ainda com o novo ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, mas disse acreditar que nem a troca no comando da pasta, nem o cenário eleitoral podem representar obstáculos às negociações com a Boeing.

“Tem toda uma equipe técnica do governo estudando isso. Tem muitas áreas específicas (do governo) envolvidas.”


Por Alberto Alerigi Jr.

Quarta Revolução Industrial aguarda sinal do 5G

 O piloto Fernando Alonso participa de debate sobre a Quarta Revolução no Mobile World Congress
A previsão é que  até 2025 a área coberta pelo 5G abrangerá 40% da população mundial.


É inegável o sentido de urgência em qualquer debate relacionado à chamada Quarta Revolução Industrial, mas as discussões eclipsam um fato: a tecnologia que vai acelerá-la ainda não chegou ao mercado. Trata-se do chamado 5G, capaz de conectar internet ultrarrápida a todo tipo de coisa.

Ainda que demonstrações pontuais tenham sido feitas  —a última dela na Olimpíada de Inverno em PyeongChang, na Coréia do Sul, em fevereiro—, a previsão é que o processo comercial comece apenas no ano que vem. A definição técnica do padrão aconteceu apenas recentemente.

Além disso, a própria GSMA, a entidade que congrega as teles, prevê que sua expansão será mais lenta do que a do 4G, a tecnologia mais avançada atualmente, por falta de investimentos em rede e incertezas operacionais em vários países.

Tema do Fórum Mundial de Davos há dois anos, a Quarta Revolução Industrial tem protagonizado várias discussões no Mobile WorldCongress, principal feira do setor de telecomunicações, que ocorre nesta semana em Barcelona.

No evento, a melhor síntese sobre a revolução talvez tenha sido feita por Sue Siegel, principal executiva de inovação da GE. Ela elencou três pontos:
1 - a economia passa de um modelo centralizado para um distribuído. “Você recebia energia elétrica de uma central; agora pode instalar um painel solar.”
2 - investimento (o capex, no jargão administrativo) perde força em relação a gasto operacional (o chamado opex). “Um exemplo é a Uber. Você compra a viagem, não o carro.”
3 - aparelhos estáticos dão lugar aos conectados. “É dado sobre dado, para todo lado.”

A primeira Revolução Industrial começou no século 18, impulsionada pela máquina a vapor. A segunda, na virada do século 19 para o 20, teve como símbolos a eletricidade e o telefone. A terceira, a partir do final do século 20, gravitou em torno do computador pessoal e da internet.

O ciclo que está a ponto de começar deverá se basear em inteligência artificial, internet das coisas, robôs, drones e sensores.

“Uma questão chave da Quarta Revolução é que ela acontece enquanto todas essas tecnologias estão surgindo e colidindo entre elas”, afirma Mohamed Kande, vice-presidente da PwC.

Uma das consequências esperadas é que fiquem ainda mais borradas as fronteiras entre as indústrias --como as antes demarcadas entre empresas de tecnologia e as de mídia ou bancária.

De modo a demonstrar esse sentido de urgência dos novos tempos, o Mobile World Congress deste ano elencou como principal nome de sua programação o piloto Fernando Alonso, bicampeão mundial da F-1, justamente num debate sobre a Quarta Revolução, nesta terça (27).

Laboratórios históricos de tecnologias que acabam chegando ao dia-a-dia, os carros de F-1 conhecem há tempos um elemento aue passará a ser central para a indústria: a comunicação maciça de dados da máquina para uma central distante.

“Alonso vive no 5G há 17 anos”, brincou Zak Brown, diretor-executivo do Grupo McLaren, numa referência ao tempo de carreira do piloto na F-1.

Mas também aí está um exemplo de como no mundo real a coisa ainda não vai tão engrenada assim.

A conexão firme de veículos a outros aparelhos ainda está no estágio de ser exemplo de estande de feiras, como demonstra o caso levantado por Charles Myers, CEO da Airgain, empresa especializada no assunto.

“Vi aqui em Barcelona demonstrações de carro vai a uma garagem, troca de redes e a conectividade não muda”, explicou ele.

Resolvida a conexão em escala da infraestrutura, da qual o 5G é o principal ator, ainda que não o único, haverá brutal explosão da produtividade, previu Siegel, da GE.

Pela previsão da GSMA, até 2025 a área coberta pelo 5G abrangerá 40% da população mundial (Folha de S.Paulo, 28/2/18), 28/2/18)


Não há mais divisão entre conteúdo e tecnologia, diz executivo


Legenda: Iflix, espécie de Netflix dos países emergentes


Avaliação é de presidente da iflix, espécie de Netflix dos países emergentes.
A convergência entre conteúdo e tecnologia chegou a tal ponto que há quem diga que não existe mais linha nenhuma a separar um lado e outro.

É o caso de Mark Britt, CEO da iflix, uma espécie de Netflix dos países emergentes. Criado em 2014 na Malásia, o serviço se expandiu pelo Sudeste Asiático e pelo Oriente Médio, somando mais de 6 milhões de assinantes.

As páginas de interação com o usuário, editadas inteiramente por algoritmos, são prova disso, afirma ele. O que não quer dizer que a curadoria esteja congelada pela matemática —mas também a evolução dela está submetida aos números da audiência. “Faço e aprendo, faço e aprendo”, afirmou Britt durante o Mobile World Congress, principal feira do setor de telecomunicações, que ocorre nesta semana em Barcelona.

A seu lado, um executivo do Facebook foi um pouco mais cauteloso. Tanto a produção tradicional de conteúdo quanto os algoritmos são importantes no que é entregue para o consumidor, defendeu JasonJuma Rossa, diretor de estratégia de tecnologia e telecomunicações da empresa para a Ásia. “É como querer fazer uma distinção entre parte direita e parte esquerda do cérebro”, afirmou.

A discussão atravessou mais de um debate no evento. Em uma mesa nesta terça (27), o diretor do Story[X], o laboratório de inovação do jornal “The New York Times”, disse que a fusão já é realidade.

“Não há uma diferença clara entre máquinas e pessoas”, afirmou Marc Lavallee. “Eu recebo uma mensagem de um robô, e isso pode ser uma máquina, ou ao menos parcialmente uma máquina. Nós [o NYT] somos cada vez mais uma empresa de tecnologia.”

Dois exemplos vistos na feira são ilustrativos dessa mistura entre conteúdo e tecnologia —sem que necessariamente a segunda tome o lugar do primeiro.

Um deles é o da BT, antigamente conhecida como British Telecom, operadora inglesa de telefonia.

Há cinco anos, a empresa criou a BT Sport, uma divisão para competir no mercado de compra de direitos de transmissão de eventos esportivos, área em que os investimentos precisam ser robustos.

Por que isso? Porque o que dirige tudo é o conteúdo, diz AndrewHaworth, diretor de estratégia e consumo da BT Sport. “O esporte está transformando a marca da BT. É um benefício que não existe quando provemos banda larga.”

Outro é o da Jukin Media, empresa de Los Angeles que se especializou em descobrir vídeos “que estão a ponto de viralizar”, como definiu a diretora Jean Coffey.

Para isso, a empresa desenvolveu técnicas para calcular o potencial do conteúdo, contatar o dono dele —muitas vezes um cidadão comum—, remunerá-lo de alguma forma e a partir daí monetizar esse material.

No fundo, usa tecnologia para tentar sistematizar o caos das redes sociais e construir um modelo de negócios aí. “Uma indústria não pode ser construída em cima de acidentes”, afirmou ela (Folha de S.Paulo, 28/2/18)

Tecnologia separa o 'comprar' do 'fazer compras'

Legenda: Visitante faz foto com smartphone durante o Mobile World Congress, em Barcelona

Comprar é o ato de adquirir produtos necessários e fazer compras é um processo mais prazeroso.

“Comprar” e “fazer compras” serão ações de diferença cada vez mais nítida por causa da tecnologia.
É o que afirmam executivos que trabalham diretamente no varejo ou em áreas relacionadas a ele.

Segundo essa definição, comprar envolve, por exemplo, o ato de adquirir produtos necessários para a vida no dia a dia, um processo com o qual o consumidor gostaria de perder o menor tempo possível.

Já “fazer compras” é um processo mais longo, de escolha, tentativa e erro, e também prazeroso.

“Gostaríamos que algo que nos faz feliz fosse totalmente automatizado?”, pergunta Ann-Sofie Isaksson, especialista em marketing da Ikea.

“Comprar pode ser algo automatizado”, diz Pernilla Jonsson, que encabeça o laboratório de pesquisa ao consumidor da Ericsson, fabricante sueca de aparelhos de telefonia. “Já no caso de fazer compras, a tecnologia entra para melhorar a experiência do consumidor.”

Isso não quer dizer que o ato de “fazer compras” deva ser realizado apenas fisicamente, diz ela. 

“Pode ser digital. Os consumidores ficam horas e o horas online.”

Um exemplo da própria Ikea é um aplicativo de realidade aumentada, para melhorar a sensação do consumidor que quer escolher algum produto para sua casa.

Mas também no caso da loja física a tecnologia vai mudar a maneira como as coisas são feitas.

Exemplo disso foi mostrado no World Mobile Congress pela Intel e pela Telefónica: a loja da Dufry (free shop) no terminal mais moderno do aeroporto de Barajas, em Madri.

Ela é modulada para fazer com o que ambiente responda ao consumidor, estimulando-o a parar na loja ou fazer com que se interesse por determinado produto.

É o que Carlos Marina, executivo da empresa espanhola, chama de “momento ópera”.

“Se há muita gente, aumentamos o volume da música. Dependendo do voos que vão sair, podemos oferecer [em telões] produtos que costumam atrair pessoas daqueles países de destino, promovendo determinada marca.”

Outra mudança tecnológica com grande impacto no varejo é o uso da voz, cada vez mais frequente nas buscas da internet.

“Isso tem implicações óbvias para o comércio”, diz Giulio Montemagno, gerente europeu da Amazon Pay. “A tecnologia será cada vez mais contextualizada, e o consumidor terá mais caminho para se integrar com as marcas” (Folha de S.Paulo, 28/2/18)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

As peças encaixam


Fibria e Suzano, duas gigantes do setor de papel e celulose, voltam a conversar sobre uma possível fusão. Há mais ganhos que prejuízos nessa união

Crédito: Fatido
Quase lá: Marcelo Castelli, da Fibria (à esq.), e Walter Schalka, da Suzano, podem ajudar a criar a maior empresa de papel e celulose do mundo (Crédito: Fatido)


Dez bilhões de reais equivalem ao lucro somado de Santander, Magazine Luiza e Ultrapar em 2017. É esse montante que os analistas projetam em ganhos de sinergia de uma possível fusão entre Fibria e Suzano, duas gigantes do setor de papel e celulose, em até cinco anos. Na semana passada, as empresas confirmaram ter voltado à mesa de negociação, depois de encerrada uma aproximação que se estendeu por todo o segundo semestre do ano passado. Enquanto o grupo Paper Excellence desembolsava R$ 15 bilhões pela brasileira Eldorado, do Grupo J&F, Fibria e Suzano analisavam a melhor maneira para se unir.

Naquele momento, o principal entrave era o controle da nova companhia. A família Feffer, da Suzano, não aceitava ceder, o que afastou os Ermírio de Moraes, donos da Votorantim e principais acionistas da Fibria. Agora, os Feffer parecem dispostos a promover o encaixe das peças. “As empresas são complementares e a fusão cria valor para os acionistas”, diz Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners.

A fusão entre as empresas favorece a Suzano, que tem metade da capacidade de produção de celulose da Fibria (veja quadro abaixo). A insistência da família Feffer, agora, é justamente pela chance de criar a maior companhia de papel e celulose do mundo, com baixa alavancagem, sem perder uma posição relevante do negócio. Nos últimos 15 meses, a companhia vem realizando uma série de mudanças para melhorar a percepção do mercado sobre seu valor. Um dos pontos sensíveis era a governança corporativa, pois havia dúvida sobre a posição dos controladores.

Para dar transparência, a Suzano migrou para o Novo Mercado da B3, o que mostra a família Feffer com 57% do capital. Só nessa transformação, o valor de mercado quase dobrou, para R$ 24,9 bilhões. E fez a distância para a Fibria diminuir, principalmente com relação a uma possível troca de ações. “Ainda não achamos que as nossas ações representam o valor real da companhia”, disse Walter Schalka, presidente da Suzano, para analistas, indicando que podem subir mais. Procuradas, Fibria e Suzano não deram entrevista.


Os investidores aprovaram a volta das negociações. As ações tiveram um desempenho semelhante na semana passada, com alta de 12,2% para a Suzano e de 13,2% para a Fibria. “Gostamos da geração de valor que vem da consolidação e vemos que todas as ilações do mercado envolvem a Fibria”, afirmou Marcelo Castelli, presidente da Fibria, na divulgação de resultados. A família Feffer já desenhou sua oferta: troca de ações e uma recompensa financeira para os Ermírio de Moraes, que estão com as peças na mão para completar o quebra-cabeça.


Brazil president weighing Boeing-Embraer joint venture: spokesman


FILE PHOTO: Brazil's President Michel Temer gestures during a ceremony in Brasilia, Brazil, February 5, 2018. REUTERS/Ueslei Marcelino

Brazil's President Michel Temer gestures during a ceremony on a new National ID Card in Brasilia -
Thomson Reuters 

 By Anthony Boadle- Reuters

BRASILIA (Reuters) - Brazil's President Michel Temer is weighing whether to support a proposal for a joint commercial aviation company between Boeing Co and Brazilian aircraft maker Embraer , a presidential spokesman said on Tuesday. 

The Brazilian government has opposed an outright takeover of Embraer by Boeing and a new proposal involves creating a third company that includes Embraer's passenger plane unit, the world's top maker of regional jets, while excluding its defense unit. Temer must ultimately approve any deal.
"Nothing has been decided on the partnership between the two companies," Temer's top spokesman Marcio de Freitas told Reuters. 

"The Defense Ministry received the proposal and sent it to the president, but it still has to be studied and there are still some doubts about the matter," he added, without providing further details. 

Boeing Chief Executive Dennis Muilenburg said this month the company has been working on a deal for years, but added it was not essential. Boeing spokesman Phil Musser reaffirmed that stance in an email on Tuesday, calling a combination with Embraer "a win-win for all." 

Embraer, the world's third-largest planemaker, said in a securities filing that no details of the talks have been set in stone, which was echoed by Temer's office. 

Questions remain about each company's stake, however. 

Brazilian business newspaper Valor, citing sources close to Temer, reported Embraer would take a substantial 49 percent of the new company. But people familiar with the negotiations told Reuters Boeing would only agree to a joint venture in which it held 80 percent to 90 percent of the company and had full operational control. 

The potential deal has snagged on concerns in Brasilia that Washington would get final say over Brazilian defense programs and use of technology developed in the country, including satellite and air-traffic control systems. 

The Brazilian government holds a "golden share" in Embraer giving it veto power over strategic decisions involving military programs and any change in controlling interest. 

Boeing has worked to overcome the Brazilian military's objections with alternatives that would preserve the government's strategic veto rights and ensure safeguards for its defense programs, sources have told Reuters. 

The partnership would give Boeing a leading share of the 70- to 130-seat market and create stiffer competition for the CSeries program designed by Canada's Bombardier Inc and run by European rival Airbus SE since last year. 

(Reporting by Anthony Boadle in Brasilia, Additional reporting by Gram Slattery and Brad Brooks in Sao Paulo, and Tim Hepher in Paris; Editing by Ben Klayman) 


 http://www.businessinsider.com/r-brazil-president-weighing-boeing-embraer-joint-venture-spokesman-2018-2

 


Berlim tem pressa para concluir acordo com Mercosul


Berlim tem pressa para concluir acordo com Mercosul
O secretário alemão de Comércio, Matthias Machnig, disse esperar um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul até o fim de março - AFP/Arquivos


“A janela de oportunidade está prestes a se fechar novamente. Nunca estivemos tão perto de um acordo. Daqui até o fim de março ainda há quatro semanas”, disse Machnig em uma entrevista à AFP, à margem de uma reunião dos 28 ministros de Comércio da UE em Sofia.

A partir de abril, quando começar os preparativos para eleições brasileiras, as negociações com o Mercosul ficam mais difíceis. 

O secretário de Estado francês se mostrou mais prudente quanto à necessidade de concluir rapidamente as negociações, destacando a necessidade de um “acordo equilibrado”. 

“O Mercosul deve vir à UE com propostas mais fortes, pensamos no setor automobilístico, no setor agrícola com indicações geográficas protegidas, no setor de laticínios, porque nós temos, no mundo agropecuário, interesses muito fortes para fazer valer. A conta ainda não está fechada”, disse à AFP. 

A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, disse em coletiva esperar que as negociações avancem nesta rodada em Assunção e indicou a possibilidade de viajar ao Paraguai neste fim de semana. “Obviamente, queremos um bom acordo, é fundamental”, afirmou. 

No setor automobilístico, o Brasil aceitaria reduzir significativamente as tarifas aduaneiras sobre os carros europeus, desde que eles incluam uma parte significativa de peças fabricadas no Mercosul, cerca de 80%. 

Os europeus, entretanto, aceitam um taxa máxima de entre 45% e 50%.

Lemoyne reafirmou a preocupação da França “com as normas sanitárias e fitossanitárias” dos produtos agropecuários. “Está claro que o consumidor europeu deseja que os produtos recebidos respeitem um certo número de condições impostas a nossos produtores”, afirmou. 

 Entre os integrantes da UE, França e Irlanda são os mais preocupados com potenciais repercussões negativas do acordo para seus setores agropecuários, sobretudo devido à importação de carne bovina do Mercosul.



Recuperação se espalha e chega a mais de 60% dos setores da indústria

Recuperação se espalha e chega a mais de 60% dos setores da indústria

A indústria brasileira – que em 2017 voltou a crescer depois de três anos de queda – está vendo a recuperação se disseminar. O crescimento da produção industrial, no ano passado, foi além do setor automotivo, principal responsável pela retomada da indústria. Segundo estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em dados do IBGE, 58 dos 93 segmentos – 62% do total – apresentaram resultados positivos.

O movimento foi maior no quarto trimestre, quando 66 ramos avançaram em ritmo superior ao registrado no mesmo período de 2016. A disseminação do crescimento tem relação com o encadeamento entre setores, alavancado especialmente pelo setor automotivo.

A produção de veículos respondeu por metade da alta de 2,5% registrada pela indústria no ano passado. O bom desempenho acaba se refletindo em outros segmentos, como o de equipamentos de áudio e vídeo, borracha e plástico, têxteis e metalurgia. “O sinal é positivo e disseminado. Há um conjunto de desdobramentos e de relações intersetoriais que vão além do que a gente identifica como setor automotivo”, diz o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin.


Mas não é só a cadeia em torno da produção de veículos que tem se beneficiado. Fabricantes de equipamentos de informática, por exemplo, ou de comunicação também cresceram no ano passado. Na zona sul de São Paulo, uma fabricante de leitores de código de barras registrou um faturamento 20% maior em janeiro deste ano, na comparação com 2016. “Se continuar assim, vamos precisar rever o planejamento para o ano”, diz Marcos Canola, sócio e diretor comercial da Nonus.

Isso não significa, no entanto, expansão nem contratação de funcionários, porque ainda há capacidade ociosa. Durante a crise, a empresa reduziu a equipe pela metade, para 40 pessoas, cortou investimentos, fechou um depósito e segurou reajustes. Com a melhora dos resultados, que começou a aparecer no fim do ano passado, Canola está um pouco mais animado. Em abril, a Nonus participará de uma feira de negócios na China, depois de quatro anos de fora. “Não é para engatar uma quinta marcha, mas não dá para ficar parado”, diz o empresário.

Os movimentos conservadores da indústria têm o objetivo de se preparar caso a recuperação seja maior. Os dados do Índice de Confiança da Indústria (ICI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostram que o otimismo dos industriais ainda avança muito devagar. A prévia do índice de fevereiro, divulgado sexta-feira, 23, aponta avanço de 0,2 ponto, para 99,6 pontos. Se confirmado, será o maior patamar desde outubro de 2013. “Essa recuperação é gradual, embora tenha ganhado tração. Não dá ainda para dizer que o setor está otimista nem muito confiante”, diz a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV, Tabi Thuler Santos.



As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A retomada do investimento está disseminada – Editorial O Estado de S.Paulo


A retomada do investimento está disseminada–Editorial O Estado de S.Paulo

 


Todos os componentes da taxa de investimento cresceram em dezembro, afastando dúvidas sobre o ritmo da retomada da economia e indicando que as perspectivas para 2018 são mais favoráveis. Até a construção civil, cuja recuperação está atrasada em relação à dos demais setores, deu sinais positivos, segundo o Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo - FBCF relativo a dezembro e ao quarto trimestre de 2017.

Entre novembro e dezembro, o crescimento da taxa de investimento foi de 4,2%, com ajuste sazonal. Entre os meses de dezembro de 2016 e de 2017, o avanço foi de 2,4%. No quarto trimestre de 2017, o aumento foi de 1,7% em relação ao trimestre anterior e de 3,3% comparativamente ao quarto trimestre de 2016. São estimativas reveladoras das tendências recentes, mostrando que as empresas investem mais para atender à demanda crescente apontada por outros indicadores.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos, por exemplo, obtido com base na produção industrial doméstica excluídas as exportações e incluídas as importações, aumentou 4,2% entre novembro e dezembro, favorecido pelo crescimento de 5,6% do volume de importações.

Entre os últimos trimestres de 2016 e de 2017, o aumento do consumo aparente de máquinas e equipamentos foi de 11,3%. O de importações chegou a 16,2% no mesmo período, embora em 12 meses esse indicador ainda seja negativo em 8,3%. A construção civil avançou 0,9% entre o terceiro e o quarto trimestres de 2017, mas em 12 meses ainda exibiu taxa negativa de 5,2%. Com o alto peso da construção civil na formação de capital, a retomada do setor ajudará a FBCF a mostrar um resultado geral mais vistoso em 2018.

Não se deve ignorar que o crescimento dos investimentos só ganhou força no último semestre e que ele se dá a partir de base de comparação baixa. Mostra disso é que, quando se comparam os últimos 12 meses com os 12 meses anteriores, a variação da taxa de investimento ainda é de -2%. 

Mas mais importante é que parece ficar para trás um longo período de recuo do investimento. Segundo o Ipea, a FBCF declinou moderadamente entre 2012 e 2014 e despencou em 2015 e 2016. Agora, cabe esperar que a necessidade de modernizar o parque industrial, introduzindo tecnologias novas e mais eficientes, ajude a dar ímpeto ao investimento (O Estado de S.Paulo, 26/2/18)

Fitch rebaixa ratings da Petrobras e da Eletrobras



A agência de classificação de risco Fitch rebaixou, de BB para BB-, o rating em moeda estrangeira da Petrobras, modificando também a perspectiva da nota da companhia de negativa para estável.

A Fitch rebaixou também, de BB- para B+, o rating em moeda estrangeira da Eletrobras, modificando também a perspectiva da nota da companhia de negativa para estável.

Os rebaixamentos ocorrem quatro dias depois de mais um downgrade da nota brasileira pela Fitch. 

Na sexta-feira passada, 23, a agência de classificação de risco modificou a nota brasileira de BB para BB- devido à piora fiscal do País e a dificuldade do governo em implementar a reforma da Previdência.


 https://www.istoedinheiro.com.br/fitch-rebaixa-ratings-da-petrobras-e-da-eletrobras/

Brasil pode virar líder mundial em soja em 2019


Colheita da soja em Guaíra (SP)
Dados iniciais apontam país na frente dos EUA na oferta da oleaginosa.


O Brasil poderá ultrapassar os Estados Unidos na produção de soja já em 2019 e tornar-se o líder mundial na oferta da oleaginosa. Os EUA cairiam para o segundo lugar.

Ainda são estimativas, mas os dados iniciais referentes aos dois países apontam para esse novo cenário.

O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou na sexta-feira (17) os primeiros números para a próxima safra de soja do seu país. A área de plantio não teria grandes mudanças, e a produção ficaria em 116,7 milhões de toneladas.

A área de plantio no Brasil, dependendo da margem de ganho do produtor neste ano, poderá subir em até 1 milhão de hectares, para 36 milhões em 2018/19. Mantida a produtividade média do país, a safra iria para 120 milhões de toneladas.

A inversão de posição entre Brasil e EUA depende, porém, de alguns fatores que influenciam a decisão dos produtores dos dois países nos próximos meses.

Fabio Meneghin, analista de mercado da Agroconsult, é um dos que acreditam em uma evolução da área da safra brasileira. As margens de ganho dos produtores neste ano, porém, serão decisivas para essa decisão, afirma ele.

Neste ano, algumas regiões do país surpreendem, e a safra está estimada em 117,5 milhões de toneladas pela Agroconsult.

O volume, contudo, poderá ser ainda maior e superar os 118 milhões, devido ao bom desempenho de algumas regiões, como o Nordeste. "Essa região ainda não começou a colher e pode surpreender", diz Meneghin.

A boa produção nacional e a sustentação dos preços externos, devido à quebra de safra na Argentina, darão margem melhor ao produtor brasileiro, na avaliação do analista da Agroconsult.

Se isso ocorrer, Centro-Oeste e Nordeste aumentarão a área de plantio de soja. Em algumas regiões, a soja poderá ocupar parte da área de milho semeado no verão.

Esse cenário brasileiro depende, porém, também dos produtores americanos. Eles estão próximos do plantio de soja deste ano e sempre levam em consideração a relação dos preços do milho com a oleaginosa.

Neste ano, essa relação indica condições financeiras melhores para o plantio da soja nos Estados Unidos.

A decisão de plantio no Brasil, que ocorre depois do dos americanos, também vai ser influenciada pelo desempenho da safra dos Estados Unidos. Uma boa safra por lá eleva ainda mais os estoques mundiais.

Afinal, 2018/19 poderá ser o quinto ano em que a safra de sojas dos EUA supera os 100 milhões de toneladas.

O Brasil, que colhe safra recorde em 2017/18, poderá ter a terceira produção superior a 100 milhões de toneladas. Houve aumento de área, e o clima está ajudando nas principais regiões produtoras do país.


Safra da Argentina deve cair para 47 milhões de toneladas 


Enquanto Brasil e Estados Unidos obtêm recordes de produção de soja nesta safra, a Argentina tem uma intensa queda em 2017/18.

Uma seca atingiu as principais regiões produtoras do país, e as estimativas mais pessimistas já indicam um recuo da produção para até 43 milhões de toneladas.

É o que apontam as novas projeções da Agroconsult.

A consultoria refez as estimativas de safra do país vizinho e agora prevê 47 milhões de toneladas. 

Não está descartado, porém, um recuo da produção para até 43 milhões, segundo o analista Fabio Meneghin.

No ano passado, a Argentina produziu 58 milhões de toneladas, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).


Preocupação


O mercado está atento à queda de produção de soja na Argentina. A preocupação é maior com a possível dificuldade na oferta de farelo do que com a de grãos no mercado mundial.

Os argentinos têm uma dinâmica industrial diferente da do Brasil, o maior exportador mundial de soja em grãos. Os argentinos são fortes no processamento da soja, sendo importantes na oferta de farelo de soja, de óleo e de biodiesel.


Farelo 


Devido às incertezas sobre o fornecimento do farelo, o produto teve alta próxima de US$ 100 por tonelada nas últimas semanas e está sendo negociado a US$ 380 por tonelada em Chicago.


Linha de tendência


Para estimar a safra de soja de de 117,6 milhões de toneladas em 2018/19, o Usda utilizou uma linha de tendência de preços de 54,4 sacas por hectare. Em 2016/17, porém, a produção foi de 58,3 sacas 


(Folha de S.Paulo, 27/2/18)

Intervenção no RJ pode atrasar acordo de Boeing e Embraer


Jungmann, o novo ministro da Segurança, é o principal interlocutor das companhias com o governo e toda a negociação é feita no Ministério da Defesa

 


Brasília – A intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro e a criação do Ministério da Segurança Pública tendem a atrasar as negociações para criação de uma nova empresa entre Boeing e Embraer, apurou o Estado.

A preocupação surge após o Ministério da Defesa ser convocado a liderar a ação militar no Rio e Raul Jungmann ser indicado ao novo ministério. Jungmann é o principal interlocutor das duas companhias com o governo e toda a negociação é feita na esfera do Ministério da Defesa.

Alguns dias antes do carnaval, o Ministério da Defesa recebeu a proposta para organização societária da nova empresa a ser criada entre Boeing e Embraer. Representantes do governo analisam o documento e darão um parecer às empresas.

Antes de qualquer reação, porém, as companhias foram pegas de surpresa com o anúncio de que, dias depois, o mesmo Ministério da Defesa fora convocado às pressas para coordenar a intervenção militar no Rio.

Executivos envolvidos na negociação avaliam que a intervenção fez com que a atenção da Defesa e do próprio governo fosse direcionada para o Rio. Ainda que não tenha havido nenhuma declaração oficial do governo brasileiro, a percepção da Boeing e da Embraer é que o negócio saiu do centro do radar do Palácio do Planalto porque os nomes do governo que tratam do assunto e os líderes da intervenção no Rio são coincidentes.

O entendimento foi reforçado ontem com a notícia de que o ministro Raul Jungmann, principal interlocutor da Boeing e Embraer no governo, pode mudar de cargo com a indicação ao novo Ministério da Segurança Pública.

Uma fonte que acompanha a negociação de perto diz que atualmente “a bola está com o governo” porque as conversas só podem avançar com o aval de Brasília.

Dessa forma, o entendimento é que o ritmo das negociações será imposto pelo Palácio do Planalto. As empresas têm interesse em negociação rápida, especialmente a Boeing, que já sinalizou o desejo de concluir as tratativas antes que o assunto vire tema da disputa eleitoral para presidência.

Ao governo brasileiro, foram apresentadas algumas propostas de organização societária. O desenho indica posição majoritária dos americanos – algumas sugestões indicam pelo menos 80% do capital da nova empresa de posse da Boeing.

Poder de veto

 

Apesar da fatia minoritária dos brasileiros, o poder de veto do governo – exercido por meio da chamada “golden share” – seria preservado nas atividades da Embraer. Isso acontece porque a proposta faz diferenciação explícita entre o conceito de “propriedade” e “controle” da nova companhia, o que preservaria o interesse do Brasil em temas como a unidade de defesa da Embraer. Ou seja, a Boeing seria dona, mas o Brasil poderia mandar em alguns temas.

A grande diferença entre a fatia da norte-americana e da brasileira é explicada pelo tamanho das duas empresas. Enquanto a Boeing tem valor de mercado superior a US$ 210 bilhões, o valor de mercado da Embraer gira em torno de US$ 5 bilhões. Ou seja, o valor da brasileira não chega a 5% da americana.

Diante dos números, a fonte rechaçou valores citados na imprensa durante o fim de semana que indicariam nova empresa com participação acionária de 51% para os americanos e 49% para os brasileiros. “Está muito longe do que estamos negociando”, disse.

Procurado oficialmente, o Ministério da Defesa negou que a intervenção no Rio e a criação de um novo ministério possam atrasar a criação da terceira empresa que pode sacramentar a parceria Boeing e Embraer.

A Embraer preferiu não comentar. A Boeing não respondeu até o fechamento da edição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro chegou – a preço de ocasião

José Rizzo derruba uma série de mitos sobre tecnologia – a começar pela crença de que é um investimento caro

 

Por Eugênio Esber

 

eugenioesber@amanha.com.br
José Rizzo, CEO da Pollux

Com um diploma de engenheiro mecânico pela Iowa State University, José Rizzo mirou o futuro e acelerou. Fundou uma empresa de automação em Santa Catarina, sob o olhar inamistoso de gigantes globais de tecnologia, e agora, vitaminado por fundos de investimento, leva a sua Pollux para os Estados Unidos. Mas não é sobre negócios que versa a entrevista a seguir. O foco é o ativismo de Rizzo, como articulador da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII),  para desfazer crenças e confusões sobre tecnologia. Uma delas: robôs não geram desemprego, não custam caro... Ah, e não salvam empresas ineficientes em seu modelo de negócios.


Como um leigo pode entender a diferença entre a Indústria 4.0 e as referências anteriores de Indústria 2.0 e 3.0?
Indústria 4.0 é um movimento que nasceu no governo alemão, com o objetivo de manter a Alemanha competitiva, especialmente na área de softwares e robótica. No conceito que se pensou lá em 2010, estaríamos falando da “fábrica do futuro”. Um futuro não muito distante, dez anos, mas que requer uma reconcepção das fábricas de hoje. É como uma escadinha: a Indústria 1.0 é o início de tudo, quando, em 1770, o homem aperfeiçoou a máquina de vapor e conseguiu trocar o esforço físico humano por uma máquina. Esse é o começo da Revolução Industrial. Consideramos 2.0 quando passamos a utilizar a eletricidade, os motores elétricos e o conceito de linha de montagem, pensado por Ford. E o que caracteriza a indústria 3.0 é o movimento mais recente, a utilização da eletrônica e dos robôs para automatizar os processos industriais, na primeira leva de automação, a partir da década de 1970. A indústria 4.0 tem muito mais a ver com a conectividade. Os principais elementos dessa mudança seriam, num primeiro momento, o que chamamos de digitalização das fábricas. Cada máquina no chão dessa fábrica teria uma equivalente no computador. Ou seja, a fábrica que está operando é física, e teria uma idêntica virtual. Com isso, é possível fazer todo o tipo de simulação e análise na fábrica virtual, e se aquilo gerar algum tipo de eficiência, você replica na fábrica física. Outro aspecto é que essas máquinas, normalmente, não são conectadas umas às outras. Se um processo utiliza uma sequência de três máquinas, a máquina que está no meio não sabe o que está acontecendo na primeira. Quando você conecta essas máquinas, você pode antecipar a preparação das máquinas para o que vem. Ou seja, na medida em que você faz essas máquinas conversarem entre elas, não é preciso mais fazer de forma manual a preparação das máquinas, o que se chama setup. De certa maneira, elas fariam isso automaticamente, porque receberiam essa informação da máquina anterior. O terceiro elemento é a conexão dessas máquinas que estão na fábrica com o sistema de TI da empresa, e também com os seus fornecedores numa ponta e com os seus clientes numa outra. Ou seja, você passa a ter um volume muito maior de informações, que vão permitir tomar decisões muito mais certeiras em relação a como tocar o dia a dia daquela fábrica.


Indústria 4.0 e internet industrial são conceitos equivalentes?
Indústria 4.0 e internet industrial são explicadas como coisas iguais, e não são. Há alguns aspectos em comum, mas há diferenças. A primeira delas é de escopo. A indústria 4.0 é um processo 100% focado em manufatura, fábrica, e também robótica e impressoras 3D, que chamamos de manufatura aditiva. Quando falamos de internet industrial, não é apenas indústria de manufatura, mas diversos setores industriais, por exemplo, energia, saúde, transporte, agronegócio. E a segunda diferença, talvez até mais importante, é que, quando falamos em indústria 4.0 pensamos numa fábrica do futuro, e traçamos um caminho para chegar até lá. E quando tratamos de internet industrial estamos falando em fazer hoje o uso da tecnologia. A internet já funcionou bem em outras áreas, na nossa vida pessoal, para se comunicar, para fazer operações de banco. Internet industrial não é pensar como vai ser daqui a dez anos, é começar a fazer uso dessa tecnologia hoje, pra aumentar a eficiência dos processos produtivos, da manufatura, da distribuição de energia, das questões de transporte, e assim por diante.


Quais os desafios técnicos para a internet industrial, sobretudo quanto à segurança para a troca de informações sensíveis?
Temos três desafios importantes, que vêm sendo vencidos aos poucos. O primeiro é a questão da interoperabilidade. Ao longo do tempo, a utilização de software nas fábricas se deu por meio de tecnologias proprietárias de diferentes fabricantes. Então, hoje temos uma miríade de protocolos de comunicação, muitos deles proprietários, e a tarefa de fazer as máquinas se comunicarem é um desafio técnico. Você sempre consegue, usando um bom artifício, fazer uma máquina que fala uma língua conversar com a outra, mas não é a forma ideal. O ideal é que elas se comunicassem já na forma nativa. Hoje, o que existe é uma arquitetura de referência, uma proposta de padronização desses protocolos, que vai levar alguns anos para acontecer. Vamos partir de uma situação na qual muitas máquinas utilizam protocolos diferentes, para um número reduzido de protocolos, e depois chegar a um protocolo único lá na frente. É uma questão de tempo. 


E quais são os outros dois desafios para a internet industrial?
O segundo desafio é a segurança de dados. E é uma preocupação genuína. Se eu começar a gerar dados da fábrica, e alguém tiver acesso a isso, vai ser um problema. Na verdade, esse é um tema que não é novo para nenhuma empresa, que já tem ERP, faz operações bancárias com regularidade, e está fazendo isso porque existe um sistema de segurança adequado. Temos segurança 100%? É difícil chegar lá, mas é boa o suficiente. É a mesma coisa que viajar de avião. Não é 100% seguro, mas é muito seguro, a ponto de a gente usar porque é muito mais rápido. Você tem uma série de empresas trabalhando pra aumentar esse nível de segurança, e nos debates e apresentações se diz que a vulnerabilidade de um sistema, hoje, está nas pessoas. O hacker não consegue penetrar um sistema diretamente. Ele precisa encontrar uma porta. E essa porta normalmente é gerada por uma pessoa que usa o sistema e não cuida, por exemplo, da senha de acesso, ou de uma pessoa mal intencionada, que está dentro do sistema e acaba permitindo acesso de alguém não autorizado. Hoje, as tecnologias estão atuando para impedir isso, fazendo que no nosso dia a dia, em situações mais críticas, não se tenha mais uma senha única. Por exemplo, você tem a possibilidade de usar o seu cartão de crédito fixo, com um certo risco, ou o cartão que o seu banco gera na hora. Ele só é usado naquela única vez, e não há como alguém copiar. Muito da tecnologia de segurança que vai ser aplicada na indústria tem esse perfil, de senhas que são atualizadas a cada momento. Cada vez que adicionamos esses elementos de segurança, atingimos um ponto aceitável. E o terceiro e último desafio é mais econômico. Não é muito fácil calcular o retorno de investimento desse processo de transformação digital. Diferentemente de quando você compra uma máquina, paga “x” e ela aumenta a produtividade em 20%, aqui estamos falando de retornos que não são facilmente mensuráveis. 


Por isso que você recomenda aos empresários “pensar grande e começar pequeno”?
Vejo essa afirmação em todo lugar onde há um debate. Você deve ter uma visão de longo prazo, aonde você quer chegar, mas o caminho até lá acontece em pequenos passos. Lidando com novas tecnologias, a empresa precisa testar e ver os efeitos. Dando certo, ela escala, não dando, ela elimina e parte para a próxima. Hoje, talvez o ponto mais importante para uma empresa seja a decisão da liderança em seguir adiante, tanto na indústria 4.0 quanto na internet industrial. Dificilmente, a empresa vai avançar se a decisão acontecer no nível intermediário, ou na fábrica, porque não vai ter o poder para que o processo se implemente.


Como foi a articulação para a criação da Associação Brasileira da Internet Industrial?
A Pollux está muito inserida em todo esse ambiente de tecnologia. Vimos nascer a indústria 4.0 na Alemanha, e começamos a acompanhar de perto. A gente viu nascer também a internet industrial, que, diferentemente da Alemanha, onde foi uma iniciativa do governo, nos Estados Unidos foi uma iniciativa do setor privado. A GE, a IBM e a Intel se uniram e formaram o Consórcio da Internet Industrial, uma organização aberta: qualquer empresa do mundo pode fazer parte. Hoje, são empresas e instituições de mais de 50 países, e nós decidimos participar ativamente desse consórcio. São quatro encontros anuais, de quatro ou cinco dias, em países diferentes, Estados Unidos, Alemanha, Cingapura, com uma disposição muito forte de sair da teoria e ir para a prática, criando experimentos no que eles chamam de testbed. Quando a gente voltava para o Brasil, não via isso acontecer aqui. Havia discussão, mas muito pouca ação. Isso serviu como inspiração para criar a ABII num formato muito parecido. A ABII também é uma organização aberta, a gente tem associados que são startups, e outros que são multinacionais gigantes. Basicamente, a ideia é, nesses encontros promovidos aqui no Brasil, que as empresas mandem seus profissionais da área de tecnologia e da área de negócios para atualizar todos em relação ao que está acontecendo e fomentar alguns experimentos. A ideia é fazer testbeds no Brasil com empresas de fora do Brasil. É a melhor ferramenta que temos para mostrar a viabilidade técnica e econômica da utilização da internet industrial. No próximo evento, em Florianópolis, teremos a oficialização dos três primeiros testbed, que vão começar em janeiro. A ideia é fazer um na manufatura, e queremos fazer um testbed chamado de manutenção preditiva, que é quando você fica sensorizando as máquinas e consegue detectar o potencial problema antes que ele aconteça.


A máquina vai avisar quando terá problemas?
Exatamente. Queremos fazer um teste na área do agronegócio, porque é uma indústria muito poderosa aqui no Brasil, muito relevante. Estamos pensando na agricultura de precisão. Você pega uma plantação, de alguma cultura e, ao invés de colocar os insumos, água, fertilizante, às vezes em excesso, você passa a medir características da planta ali no solo, qual é o PH, qual é a umidade, e, com isso, dar para a planta a quantidade exata de nutrientes de que ela precisa. Queremos fazer um terceiro testbed, para ajudar as cidades a resolverem problemas como o abastecimento de água, que hoje é muito ineficiente, se perde muito com vazamentos, mau uso. Vamos tentar fazer um também em relação ao trânsito. 


Como está a indústria brasileira na comparação com outros países, do ponto de vista da incorporação desses conceitos?
Aqui no Brasil, vejo, às vezes, afirmações muito contundentes, para um lado e para o outro, que acabam não correspondendo muito à realidade. O que é fato? Se pegarmos a média de todas as fábricas no Brasil, chegamos à conclusão a que a Abimaq chegou, que o maquinário do Brasil tem em torno de 17 anos de uso, em média, enquanto em países como Estados Unidos e Alemanha são cinco ou sete anos. Por outro lado, isso varia muito no setor industrial, de acordo com a localização da fábrica e acaba mascarando uma realidade que pouca gente conhece, que temos uma indústria fantástica no Brasil. Estamos visitando fábricas o tempo inteiro, são poucos países no mundo que têm uma cadeia automotiva tão avançada como a do Brasil. Não só montadoras, mas os sistemistas. Da mesma maneira, há uma série de outras indústrias com fábricas bastante modernizadas, caso da indústria farmacêutica. A indústria alimentícia, talvez um pouco atrás, está trabalhando muito forte para robotizar, automatizar. Algumas vezes, olhamos nossa indústria com um viés muito negativo e deixamos de ver belos exemplos, que são frequentes, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, e que não são muito comentados. E há outro aspecto: você pode queimar etapas. Não precisa passar pela indústria 1, 2, 3. Você pode estar na 2 e saltar para a 4. Vou dar um exemplo bem clássico: hoje, trabalhamos na Pollux com os chamados robôs colaborativos, que são versões mais novas, mais avançadas, dos robôs tradicionais. O robô colaborativo foi projetado para trabalhar junto com as pessoas. O robô tradicional fica isolado. Vamos supor que você tem uma empresa que nunca usou o robô tradicional. Ela não vai precisar usar o robô tradicional para usar o colaborativo. Ela pode ir direto para o colaborativo, não há nenhum impedimento. Da mesma maneira que uma fábrica que não tem um grau muito grande de conexão das máquinas, onde tudo era muito manual, não precisa, necessariamente, adotar uma tecnologia que já está ultrapassada, e pode ir direto para o que há de mais avançado. 


Então, desmistificando, pode-se dizer que cada empresa faz o seu caminho...
Na verdade, o caminho que a empresa vai seguir depende muito do que a liderança dessa empresa quer fazer. Com uma vantagem importante: quando comecei a trabalhar com a indústria, há quase 30 anos, já existia um conceito de manufatura integrada por computador. Em conceito, não era nada diferente do que se faz, hoje, com a internet industrial ou com a indústria 4.0. Só que 30 anos atrás, o custo para fazer era muito elevado. A grande diferença é que toda essa tecnologia está disponível, hoje, no modelo em que o cliente paga pelo uso. Lá atrás, esse tipo de tecnologia estava disponível só para grandes empresas, com investimentos de US$ 30 milhões a US$ 50 milhões. Hoje, mesmo uma empresa pequena ou média, pode ter robôs, alugando. Pode ter um software sofisticado sem ter um servidor, rodando na nuvem, pagando um valor mensal.   


Em suma, a tecnologia se tornou muito disponível.
Sem dúvida. Até devemos ter o cuidado de deixar claro o seguinte: a tecnologia está tão disponível que ela, por si só, nem é o diferencial competitivo. O que a empresa precisa fazer é pensar em um modelo de negócio, que vai fazer com que ela consiga fornecer um serviço ou produto de forma mais rápida, mais barata e com maior qualidade, usando a tecnologia. A tecnologia vem depois. Primeiro é preciso olhar para a empresa, ver a indústria na qual ela atua, como ela faz e como pode ser melhor que os outros. A partir do momento em que se entende qual é o diferencial que vai tornar você mais competitivo, você vai buscar as tecnologias que se aplicam. Em algumas empresas, vai ser a manufatura aditiva, em outra vai ser a robótica, em outra vai ser a digitalização da fábrica. Não podemos deixar a tecnologia vir na frente. Na verdade, ela vem resolver um problema que já se tenha identificado.


Quais seriam os setores mais atrasados no Brasil em relação a esses novos conceitos?
Hoje, a informação já circulou por todos os segmentos, e toda semana a gente vai a eventos falando da indústria 4.0 e da internet industrial. A informação chegou para todo o mundo. Cada indústria vai poder aplicar a tecnologia de uma forma, porque é muito democrático, diferente de lá atrás, onde os altos investimentos deixavam de fora empresas pequenas, médias, sem grande margem. Mesmo empresas ou setores que tradicionalmente não automatizaram muito e são muito intensivas em mão de obra, devem olhar com carinho para essa evolução que estamos vivendo e entrar no processo também.


Qual a diferença entre a população de robôs no Brasil e a de outros países? E qual será o impacto social sobre o emprego, sobre trabalhadores que precisam ser reconvertidos?
A previsão é de que, até o no final do ano que vem, a base instalada no Brasil seja de 18,3 mil robôs. Na Alemanha são 216 mil robôs. Na Coreia do Sul, são 280 mil robôs, mas o número que mais impressiona vem de um país com mão de obra barata: a China. Lá, são 614 mil robôs. Outra maneira de enxergar isso é a densidade, pois o número absoluto não reflete bem a realidade. Ou seja, quantos robôs existem para 10 mil trabalhadores. Coreia e Japão são 500 robôs para cada 10 mil. Alemanha: 300 robôs para cada 10 mil. Brasil: dez para cada 10 mil. Ou seja, para elevar nossa otimização aos níveis da Alemanha, é preciso instalar 200 mil robôs, quando são instalados 1,5 mil robôs por ano. Se não fizermos algo, será difícil vencer essa defasagem. 
Precisaremos andar mais rápido, sem dúvida. Mas muito se teme pelo impacto social da tecnologia sobre carreiras tradicionais.
Todos imaginam que, quanto mais robôs, mais desemprego, certo? Mas o que acontece é justamente o contrário. Os países com maior densidade de robôs por 10 mil habitantes são os que têm as menores taxas de desemprego. São os países onde mais empregos são gerados. Por quê? Porque por mais que o robô entre na fábrica e substitua uma pessoa, essa fábrica está se tornando mais competitiva, consegue competir no mercado global, se robotiza, e vai crescer. Não vai ficar só naquela fábrica. Supondo que tenha mil pessoas, robotiza, reduz para 800 funcionários, mas abre outra com outros 800. O robô vai fazer uma operação repetitiva que não é ideal para uma pessoa, pois aquela operação pode até comprometer a saúde. O robô traz mais segurança para a fábrica. É um robô, e não uma pessoa em frente a uma prensa, em situação de perigo.


Resta, como ponto crucial da agenda, reciclar os profissionais deslocados destas funções repetitivas.
À medida essas pessoas são deslocadas, a empresa deve requalificá-las. O Senai e outras instituições de ensino deveriam oferecer um programa de reciclagem da atividade operacional. Vejo um papel para o governo: requalificar os profissionais que já estão com mais de 40 ou 50 anos. Minha preocupação é maior no médio e longo prazos. Temos muitos poucos jovens formados para engenharia e computação, pois escolhem carreiras em outras áreas. Claro que tem de ser médico, ser jornalista, mas tem gente que não vai para a profissão técnica por ter experiência ruim com matemática, por exemplo. E vivemos uma era de transformação tecnológica, na qual teremos atividades com mais empregos envolvendo tecnologia. Por isso necessitaremos de programa de base para equilibrar, pois muito poucos jovens optam por ocupações técnicas, e isso pode virar um gargalo mais adiante.


Como a Pollux faz para achar seu nicho no meio de empresas gigantes, com escala de capital mais significativa?
A primeira parte da resposta é que não é fácil empreender no Brasil. É um grande desafio. Vemos que empresas concorrentes têm acesso mais fácil a mão de obra, oferta de capital barato, incentivos, facilidades com local onde há tecnologias nascentes. Nesse aspecto, a Pollux dá muito orgulho, pois é a prova de que, mesmo com as dificuldades do país, podemos ter um negócio de sucesso em uma área de alta tecnologia, que envolve tanto conhecimento avançado. Estamos fazendo 21 anos agora, sempre crescendo. Existe um pouco dessa persistência de quem trabalha aqui na Pollux, sempre preocupado em fazer um trabalho de excelência. O segredo do nosso sucesso é pautado em três coisas que fazem parte da nossa cultura. Integridade, por mais que a gente viva num país com sérios problemas de desvios éticos nós nunca entramos nesse jogo; a crença em relacionamentos duradouros com clientes, fornecedores, com nossa equipe, para que todo mundo que faça negócios conosco tenha uma boa experiência; e em terceiro lugar, mesmo sendo uma empresa que cresce a cada ano, não perdemos o ambiente e a habilidade da startup, de colaboração e de agilidade para se reposicionar com tendências que mudam. Faz tempo que não temos mais planejamento anual. Todo trimestre revisamos nosso planejamento e decidimos ficar em um negócio, criar ou sair de outro. Estamos conseguindo avançar. Em primeira mão: estamos indo para a América do Norte no primeiro trimestre do ano que vem, pois vamos abrir uma operação no México para atender Canadá, Estados Unidos e México. Estamos dando ênfase em nos tornarmos uma empresa global, independentemente de onde nossas concorrentes estiverem.

http://www.amanha.com.br/posts/view/5194

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Renova Energia recebe nova proposta da Brookfield Energia

 

 

A nova oferta da Brookfield, segundo a Renova, contempla a aquisição dos ativos de todo o Complexo de Alto Sertão III (Complexo ASIII)

 











Rio de Janeiro – A Renova Energia, controlada pelas elétricas Cemig e Light, informou que recebeu nova proposta da Brookfield Energia, em substituição à oferta de capitalização primária aceita em novembro, informou a empresa em fato relevante nesta sexta-feira.
 
A nova oferta da Brookfield, segundo a Renova, contempla a aquisição dos ativos de todo o Complexo de Alto Sertão III (Complexo ASIII), bem como de, aproximadamente, 1,1 GW em determinados projetos eólicos em desenvolvimento.

O valor apresentado pelo Complexo ASIII foi de 650 milhões de reais a ser pago na data de fechamento da transação, valor este sujeito a ajustes usuais pós-fechamento, explicou a companhia.

O valor final poderá ser acrescido de um “earn-out” de até 150 milhões de reais vinculados à geração futura do Complexo ASIII a ser apurada após cinco anos de sua entrada em operação, além de 187 mil reais por MW de capacidade instalada para os projetos eólicos em desenvolvimento.

A oferta anterior aceita em novembro previa um aporte primário de 1,4 bilhão de reais na endividada companhia de geração renovável. A operação tornaria a Brookfield majoritária e diluiria fortemente a posição de Cemig e Light na companhia.

A Reuters publicou nesta sexta-feira que o presidente da Renova Energia renunciou ao cargo na quarta-feira em meio à insatisfação do executivo com dificuldades para o fechamento do acordo anterior junto à Brookfield, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.

A Renova afirmou que os órgãos da administração da companhia estão avaliando a nova proposta recebida. Caso seja aceita, será concedido um novo período de exclusividade à Brookfield por 30 dias, prorrogáveis automaticamente por 30 dias adicionais.

Os recursos da transação, segundo a Renova, serão destinados prioritariamente ao pagamento dos fornecedores e credores do projeto Alto Sertão III.

Única CEO de petroleira conta o que mulheres querem no trabalho


Vicki Hollub, CEO da Occidental Petroleum, se tornou a mulher mais importante das grandes petroleiras.

 

Mulher de negócios: CEO do petróleo diz o que elas querem.
Tudo bem com os horários de trabalho flexíveis e a licença-maternidade, mas o que as mulheres realmente querem é igualdade de condições para subir na hierarquia corporativa.

É o que diz Vicki Hollub, e ela tem conhecimento de causa: em seus 35 anos de carreira, ela galgou os escalões da Occidental Petroleum, se tornou a mulher mais importante das grandes petroleiras e, desde então, comandou e venceu a batalha na jogada mais quente do setor de xisto dos EUA.

“O que as mulheres do setor com quem trabalho e converso realmente querem é a garantia de que terão oportunidades e a chance de se realizarem”, disse Hollub em uma entrevista, em Houston, EUA.

“O setor precisa provar que isso é uma realidade em todos os lugares.”

A engenheira de minas formada pela Universidade do Alabama, EUA, trabalhou na Rússia, na Venezuela e nos EUA para a Occidental antes de se tornar CEO em 2016.

Sob o comando de Hollub, a Occidental enfrentou grandes nomes como Exxon Mobil e Chevron para defender sua liderança como maior produtora na bacia do Permiano, um dos campos de petróleo maiores e mais lucrativos do mundo. No ano passado, a empresa ficou entre as 10 companhias com melhor desempenho no S&P 500 Energy Index.

Um caminho como o dela ainda é raro no setor e ela é a única mulher a ter chegado tão alto entre as 18 produtoras de petróleo avaliadas em mais de US$ 50 bilhões.

Apenas cerca de 20 por cento da força de trabalho do setor é composta por mulheres, uma participação menor do que a de todos os outros setores, exceto a construção, de acordo com um estudo da Boston Consulting Group e do Conselho Mundial de Petróleo. Como resultado, as mulheres perdem a chance de ter uma carreira promissora e as empresas deixam de contratar os melhores profissionais e sofrem com uma diversidade de perspectivas menor, segundo o estudo.

Quando as empresas contratam mulheres, o trabalho flexível é importante para conservá-las, disse Hollub, que tirou dois anos de licença no começo da década de 1990 por motivos familiares.

“As pessoas precisam ter uma família”, disse ela. “As pessoas precisam cumprir essa parte da vida. É preciso haver uma maneira de reintegrá-las à força de trabalho, sem perder de vista que precisam cuidar de suas famílias.”

Historicamente, a necessidade da indústria do petróleo de que engenheiros e geólogos trabalhassem em lugares remotos pode ter reduzido as oportunidades das mulheres, mas isso não é mais uma desculpa, disse Hollub.

Enquanto outras empresas demitiam funcionários depois da queda do preço do petróleo em 2014, a Occidental experimentou enviar os trabalhadores mais jovens para as plataformas para que ganhassem experiência in situ, para que, mais tarde, em suas carreiras, pudessem trabalhar remotamente ou de casa.

“Eles podem estar no escritório ou em casa e fazer um trabalho melhor devido à exposição que proporcionamos no começo”, disse ela. “Nós agora temos um programa formal para as pessoas que estão começando que as leva aos campos de trabalho antes de se instalarem em um cargo.”