segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Projeção de inflação este ano sobe para 7,26%



Depois da decisão do Copom de manter a Selic em 14,25% ao ano, analistas não esperam mais por aumento dos juros em 2016

Por Agência Brasil
Projeção de inflação este ano sobe para 7,26%


A projeção de instituições financeiras para a inflação este ano continua a subir. No quinto ajuste seguido, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,23% para 7,26%. Para 2017, a estimativa sobe por três semanas consecutivas - desta vez, passou de 5,65% para 5,8%. Essas projeções fazem parte do boletim Focus, uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC). As estimativas de inflação estão distantes do centro da meta, de 4,5%, e neste ano supera o teto, de 6,5%. O limite superior da meta em 2017 é 6%.

Depois da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, os analistas não esperam mais por aumento dos juros básicos em 2016. A mediana das expectativas (que desconsidera os extremos nas projeções) para o final de 2016 caiu de 14,64% para 14,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é de que a Selic seja reduzida e encerre o ano em 12,75% ao ano.

 A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

As instituições financeiras também projetam retração da economia em 2016. A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi levemente ajustada de 3% para 3,01%. Para 2017, as instituições financeiras esperam por recuperação da economia, com crescimento de 0,7%. A estimativa anterior de expansão era 0,8%. A produção industrial deve apresentar retração de 3,8% este ano, contra 3,57%, previstos na semana passada. Em 2017, o setor deve se recuperar, mas a projeção de crescimento foi ajustada em 1,5%. A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 4,30 para R$ 4,35, ao final de 2016, e foi mantida em R$ 4,40, ao fim de 2017.


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Projeção de inflação este ano sobe para 7,26%

Depois da decisão do Copom de manter a Selic em 14,25% ao ano, analistas não esperam mais por aumento dos juros em 2016

Por Agência Brasil

Projeção de inflação este ano sobe para 7,26%
A projeção de instituições financeiras para a inflação este ano continua a subir. No quinto ajuste seguido, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,23% para 7,26%. Para 2017, a estimativa sobe por três semanas consecutivas - desta vez, passou de 5,65% para 5,8%. Essas projeções fazem parte do boletim Focus, uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC). As estimativas de inflação estão distantes do centro da meta, de 4,5%, e neste ano supera o teto, de 6,5%. O limite superior da meta em 2017 é 6%.
Depois da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, os analistas não esperam mais por aumento dos juros básicos em 2016. A mediana das expectativas (que desconsidera os extremos nas projeções) para o final de 2016 caiu de 14,64% para 14,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é de que a Selic seja reduzida e encerre o ano em 12,75% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
As instituições financeiras também projetam retração da economia em 2016. A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi levemente ajustada de 3% para 3,01%. Para 2017, as instituições financeiras esperam por recuperação da economia, com crescimento de 0,7%. A estimativa anterior de expansão era 0,8%. A produção industrial deve apresentar retração de 3,8% este ano, contra 3,57%, previstos na semana passada. Em 2017, o setor deve se recuperar, mas a projeção de crescimento foi ajustada em 1,5%. A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 4,30 para R$ 4,35, ao final de 2016, e foi mantida em R$ 4,40, ao fim de 2017.
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Comissão de Ética recua e deixa Levy assumir cargo no Bird


Simon Dawson/Bloomberg
Joaquim Levy
Joaquim Levy: Joaquim Levy sustentou a tese de que não há conflito de interesse em ele assumir o cargo
 
 
Adriana Fernandes, do Estadão Conteúdo


Brasília - Depois da polêmica, a Comissão de Ética da Presidência da República voltou atrás da decisão de exigir um período de quarentena de seis meses do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy para que ele pudesse assumir o cargo de diretor financeiro do Banco Mundial (Bird). Levy recorreu e o relator do processo, o conselheiro Horácio Senna Pires, reconsiderou a decisão.

O despacho da Comissão de Ética foi assinado no domingo, 31 de janeiro, o que permitirá a Levy assumir o cargo nesta segunda-feira, 1º de fevereiro, em Washington (EUA). A exigência da quarentena causou mal-estar na direção do Bird e foi vista pelos apoiadores do ex-ministro como uma espécie de retaliação do governo brasileiro a ele.

No pedido de revisão da decisão, Joaquim Levy sustentou a tese de que não há conflito de interesse em ele assumir o cargo. Ele argumentou que o Bird não é uma instituição privada e, portanto, não haveria necessidade da quarentena de seis meses, como foi exigido pela Comissão.
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O ex-ministro argumentou que o banco é uma organização internacional integrada pelo Brasil, cujas ações desenvolvidas não se mostram com potencialidade de causar conflito de interesses públicos e privados. No recurso, Levy também procurou mostrar à Comissão de Ética que o Bird não é um "banco no sentido direto da palavra", mas uma parceria entre Estados para alcançar objetivos comuns.

"A instituição se caracteriza como de direito internacional público e a posição a ser assumida não toma decisões diretas sobre operações com o Brasil, tratando-se de posição voltada primordialmente à gestão financeira da instituição", destacou o recurso. O ex-ministro sustentou que antes da formalização de sua nomeação o tema foi formalmente submetido às autoridades brasileiras, que não encontraram obstáculo na aprovação.

A Comissão de Ética havia justificado a exigência de quarentena com a alegação de que Levy, no cargo de ministro da Fazenda, detinha informações privilegiadas sobre a economia do País, havendo conflito de interesse se ele assumisse a direção no Banco Mundial antes de cumprir o prazo de seis meses.

A avaliação da Comissão foi a de que o ex-ministro deveria ter consultado o colegiado antes de aceitar o convite do Banco Mundial.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Farmacêuticas batem recorde de fusões aquisições em 2015




GettyImages
pfizer
Pfizer: no ano passado, empresa comprou a rival Allergan por US$ 150 bilhões, o maior acordo do setor de saúde
 
 
 
 
São Paulo - As fusões e aquisições entre farmacêuticas somaram mais de 300 bilhões de dólares em 2015, um recorde para o setor, segundo a Ernst & Young (EY).

O dado foi retirado do “Firepower Index and Growth Gap Report 2016”, levantamento por meio do qual a consultoria estima a capacidade das empresas em financiar essas transações, com base em seus balanços e capitalização de mercado.

Segundo a EY, a maior parte dos acordos envolveu companhias que buscavam concentrar a atuação em determinadas áreas e reduzir problemas de crescimento de receita.
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Um deles foi o da Pfizer, que comprou a rival Allergan, fabricante do Botox, por mais de 150 bilhões de dólares  o maior da história para todo o segmento de saúde.

Em 2014, o valor dos negócios entre farmacêuticas ultrapassou os 200 bilhões de dólares, o número mais alto até então.
 

Perspectivas


Para este ano, as previsões da EY são de que o ambiente de negócios siga bastante aquecido para fusões e aquisições no setor farmacêutico.

Os desinvestimentos também devem continuar, já que as empresas miram maior foco e ganho de escala em áreas específicas. Em 2015, eles corresponderam a cerca de 25% do valor levantado nos acordos.

Entretanto, não são esperadas outras operações com valores acima de 100 bilhões de dólares.

“Três vezes mais companhias dispõem, hoje, de pelo menos US$ 3 bilhões para investir em fusões e aquisições do que há um ano. Isso significa maior competição por ativos, bem como uma lista maior de aquisições em potencial por meio de desinvestimento", explicou Sergio Almeida, sócio da área de Transações da EY, em nota.

As maiores empresas, de acordo com ele, devem protagonizar essas transações.

"Elas devem aproveitar a participação relevante em suas áreas de atuação para obter, de forma agressiva, mas estratégica, negócios que preencham lacunas de portfólios e pipelines”, afirmou.

De acordo com a consultoria, algumas gigantes do setor começaram a crescer graças aos investimentos bem-sucedidos em pesquisa e desenvolvimento em áreas como oncologia e doenças infecciosas. Porém, as fusões e aquisições ainda serão estratégia importante para que muitas delas alcancem as metas de investimentos traçadas.

As empresas de biotecnologia também devem ter papel importante no cenário de acordos empresariais em 2016, com valores que devem superar os 25 bilhões de dólares registrados no ano passado.

Campus Party debaterá a substituição de empregos pela tecnologia



Em quatro décadas, 40% dos trabalhos formais, como conhecemos atualmente, serão dizimados


Por Agência Brasil
Campus Party debaterá a substituição de empregos pela tecnologia

Começa nesta terça-feira (26) a Campus Party (foto), evento de tecnologia, inovação e empreendedorismo que chega à sua nona edição, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista. São esperados, até domingo (31), 120 mil visitantes e 8 mil campuseiros, vindos de todo o Brasil e de 21 países.
O tema deste ano é “Feel The Future” (“Sinta o futuro”, em tradução livre). Paco Ragageles, CEO e fundador da Campus Party, explica que em, no máximo em quatro décadas, 40% dos empregos formais, como conhecemos atualmente, serão dizimados. “Tudo poderá ser feito por máquinas. Até a criatividade vai ser feita melhor que por nós. A mudança vai ser tão gigante que temos de pensar no futuro. A tecnologia vai acabar com os empregos, por isso temos de pensar como reformular a sociedade”, reiterou. O projeto “Feel The Future” terá uma fundação com mais de 1 mil especialistas, entre cientistas e sociólogos, focados em estudar quais tecnologias vão impactar as relações de emprego, quando se efetivarão e o que acontecerá com o planeta. “Vamos propor soluções para os desafios que vão chegar”, explicou.

Tonico Novaes, diretor-geral da Campus Party, disse que além do projeto, os visitantes terão a chance de conhecer 200 startups e receber orientações. “Ali é a chance de o jovem conseguir maior conhecimento para alavancar seu negócio, com a mentoria, as incubadoras”. O evento ainda traz trabalhos de universitários. “Temos grandes projetos que podem ser bem relevantes no futuro”, avaliou.


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Campus Party debaterá a substituição de empregos pela tecnologia

Em quatro décadas, 40% dos trabalhos formais, como conhecemos atualmente, serão dizimados

Por Agência Brasil

Campus Party debaterá a substituição de empregos pela tecnologia
Começa nesta terça-feira (26) a Campus Party (foto), evento de tecnologia, inovação e empreendedorismo que chega à sua nona edição, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista. São esperados, até domingo (31), 120 mil visitantes e 8 mil campuseiros, vindos de todo o Brasil e de 21 países.

O tema deste ano é “Feel The Future” (“Sinta o futuro”, em tradução livre). Paco Ragageles, CEO e fundador da Campus Party, explica que em, no máximo em quatro décadas, 40% dos empregos formais, como conhecemos atualmente, serão dizimados. “Tudo poderá ser feito por máquinas. Até a criatividade vai ser feita melhor que por nós. A mudança vai ser tão gigante que temos de pensar no futuro. A tecnologia vai acabar com os empregos, por isso temos de pensar como reformular a sociedade”, reiterou. O projeto “Feel The Future” terá uma fundação com mais de 1 mil especialistas, entre cientistas e sociólogos, focados em estudar quais tecnologias vão impactar as relações de emprego, quando se efetivarão e o que acontecerá com o planeta. “Vamos propor soluções para os desafios que vão chegar”, explicou.


Tonico Novaes, diretor-geral da Campus Party, disse que além do projeto, os visitantes terão a chance de conhecer 200 startups e receber orientações. “Ali é a chance de o jovem conseguir maior conhecimento para alavancar seu negócio, com a mentoria, as incubadoras”. O evento ainda traz trabalhos de universitários. “Temos grandes projetos que podem ser bem relevantes no futuro”, avaliou.
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Ambiente global impactará mais China em 2016, diz premiê



Nelson Ching/Bloomberg
O premiê da China, Li Keqiang
O premiê da China, Li Keqiang: este ano será um período crítico para a melhora e transformação industrial da China
 
 
Da REUTERS


Pequim - O ambiente econômico global se tornará mais duro este ano do que em 2015, o que terá maior impacto sobre a China, afirmou o primeiro-ministro, Li Keqiang.

O premiê, em declarações publicadas nesta terça-feira após reunião especial, afirmou que este ano será um período crítico para a melhora e transformação industrial da China.

Quando um só bilionário pode eliminar a pobreza em um país


momentstock/Thinkstock
Doação em dinheiro
São Paulo - Em países como Suazilândia, Georgia e Colômbia, o patrimônio de um único bilionário local seria capaz de erradicar a pobreza entre seus habitantes.

Nas Filipinas e no Brasil, uma transferência do tipo levaria a pobreza para um quarto do patamar atual (considerando uma renda mínima de US$ 1,90 por dia por pessoa em dólares de paridade de poder de compra).

É esta a tese provocativa defendida pelos pesquisadores Laurence Chandy, Lorenz Noe and Christine Zhang em um post recente no site da organização Brookings Institution.
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O que eles fizeram foi pegar o bilionário mais rico de cada país e supor que ele concordasse em doar metade da sua fortuna para seus conterrâneos.

O dinheiro seria distribuído ao longo de 15 anos (seguindo a Giving Pledge de Bill Gates) e teria como único objetivo financiar transferências diretas e garantir renda suficiente para que seus beneficiários pudessem escapar sozinhos da pobreza até 2030.

O impacto de um bilionário seria suficiente para eliminar a pobreza em alguns países, enquanto em outros seria necessário juntar mais de um. Em outros países, o impacto seria bem mais modesto.


Veja na tabela:


País Custo por ano Maior bilionário Patrimônio Pobreza pré-transferência Pobreza pós-transferência
Nigeria $12,070 m A. Dangote $14,700 m 45% 43%
Suazilândia $85 m N. Kirsh $3,900 m 41% 0%
Tanzânia $1,645 m M. Dewji $1,250 m 40% 39%
Uganda $1,035 m S. Ruparelia $1,100 m 33% 32%
Angola $1,277 m I. dos Santos $3,300 m 28% 25%
África do Sul $1,068 m J. Rupert $7,400 m 18% 14%
Filipinas $648 m H. Sy $14,200 m 12% 3%
Nepal $144 m B. Chaudhary $1,300 m 12% 8%
India $5,839 m M. Ambani $21,000 m 12% 10%
Guatemala $215 m M. Lopez Estrada $1,000 m 12% 10%
Venezuela $870 m G. Cisneros $3,600 m 11% 9%
Georgia $40 m B. Ivanishvili $5,200 m 10% 0%
Indonesia $845 m R. Budi Hartono $9,000 m 9% 6%
Colombia $444 m L. C. Sarmiento $13,400 m 7% 0%
Brasil $1,223 m J. P. Lemann $25,000 m 4% 1%
Peru $95 m C. Rodriguez-Pastor $2,100 m 3% 1%
China $3,072 m W. Jianlin $24,200 m 3% 2%

O exercício estatístico é interessante porque demonstra, em primeiro lugar, como o mundo já ficou mais próximo de resolver o problema da pobreza extrema.

A meta da Organização das Nações Unidas de cortar pela metade a pobreza no mundo em desenvolvimento entre 1980 e 2015 foi atingida quase duplamente, e o contingente de pobres que resta está cada vez mais próximo da fronteira.

Em 1980, a renda diária mediana daqueles vivendo abaixo da linha de pobreza era US$ 1,09. Em 2012, já havia subido 25 centavos para US$ 1,34 (usando dólares de paridade de poder de compra em 2011).

Isso significa que o custo de colocar todo mundo acima da linha de pobreza, pelo menos em teoria, caiu de US$ 300 bilhões em 1980 para US$ 80 bilhões em 2015 (considerando dólares de mercado em 2015).

Em 2006, os fluxos de ajuda externa superaram pela primeira vez este valor. No entanto, o grosso desse dinheiro vai para financiar bens públicos, como infraestrutura e instituições, básicos para a própria estabilidade dos países.

Apenas 2% são destinados para transferência direta e sua administração, funções assumidas pelos governos locais (como no caso do Bolsa Família no Brasil) ou por organizações não governamentais (como a Give Directly).

O que o trio do Brookings está sugerindo é que pelo menos do ponto de vista numérico, a solução da pobreza não está tão distante - ainda que US$ 1,90 não seja exatamente um padrão de vida digno, e que mesmo para chegar a isso existam muitas barreiras.

Elas são logísticas (localizar e cadastrar os pobres), administrativas (transferir o que seria, em alguns casos, poucos centavos) e até psicológicas (como mostram pesquisas sobre o tema).

"Além disso, está aberto para debate se transferências são a forma com melhor custo-benefício para acabar com a pobreza de forma sustentável, o quanto elas devem ser focadas, a eficácia de construir programas de transferência privada de riqueza conjuntamente com redes de proteção social, e se transferências de renda são a forma mais apropriada de uso da filantropia de bilionários", diz o texto.


MPF investigará apartamentos em condomínio em Guarujá


Arquivo/Agência Brasil
Polícia Federal
Polícia Federal: PF deflagrou nesta quarta fase "Triplo X" na Lava Jato
Pedro Fonseca, da REUTERS


O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar todos os apartamentos do condomínio Solaris, no Guarujá (SP), por suspeita de terem sido usados para lavagem de dinheiro proveniente de esquema de corrupção na Petrobras, incluindo um eventual apartamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira o procurador da operação Lava Jato Carlos Fernando do Santos Lima.

O suposto pagamento de propina pela empreiteira OAS por meio de imóveis no condomínio faz parte das investigações da 22ª etapa da operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal com o nome "Triplo X".

"Temos pessoas que são investigadas na Lava Jato que têm um benefício dado pela OAS em apartamentos nesse prédio, isso pode ser um indicativo de lavagem de dinheiro e pagamento de propina", disse Lima em entrevista coletiva em Curitiba, onde estão concentradas as investigações do esquema criminoso envolvendo a petroleira.
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O empreendimento foi assumido pela OAS das mãos da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), que já teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, atualmente preso no âmbito da Lava Jato. Segundo o MPF, há indícios de lavagem de dinheiro por parte de familiares de Vaccari utilizando apartamentos no local.

"Nós entendemos que todos os apartamentos do condomínio Solaris devam ser investigados", acrescentou o procurador.

Questionado se um suposto apartamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no condomínio também seria alvo da investigação, o procurador afirmou: "Nós investigamos fatos. Se houver um apartamento lá que esteja em seu nome ou que ele tenha negociado, ou alguém de sua família, vai ser investigado como todos os outros."

De acordo com a Polícia Federal, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Bancoop e na OAS nesta quarta. Também houve operação de buscas em endereços em São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo, um reduto de Lula.

Além de investigar o suposto esquema de propina por meio dos imóveis, a nova etapa da Lava Jato também mira um suposto grupo criminoso que possibilitava a investigados na Lava Jato movimentar recursos recebidos de propina no exterior.

A movimentação irregular seria realizada por meio da empresa Mossack Fonseca, especializada em abrir companhias offshores, segundo o Ministério Público Federal.

Foram expedidos seis mandados de prisão contra pessoas ligadas à empresa nesta quarta-feira, dos quais três foram cumpridos no Brasil e outros três são para suspeitos que estariam no exterior. Alguns dos presos seriam laranjas de pessoas que ainda estão sendo investigadas quem são, segundo o MPF.

A Lava Jato investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras e outras empresas e órgãos públicos, empreiteiras e partidos e políticos, e já levou à prisão vários ex-executivos da petroleira e de empreiteiras, além de políticos.

Procurado pela Reuters, o Instituto Lula ainda não tinha um posicionamento nesta quarta-feira sobre a nova etapa da operação Lava Jato.

Em nota no fim de semana, no entanto, para responder reportagem da revista Veja dizendo que Lula seria acusado pelo Ministério Público por ocultação de propriedade devido a um apartamento triplex no Guarujá, o instituto disse que Lula e sua esposa "jamais ocultaram" que a ex-primeira-dama possui cota de um empreendimento no local adquirida da extinta Bancoop, que foi declarada à Receita Federal.

A empreiteira OAS ainda não se manifestou.