quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Medida Provisória 692 representa extorsão tributária institucionalizada





Em plena festa carnavalesca somos obrigados a ter a mesma opinião considerada agressiva, como bem comentou um estudante de direito quando em nossa coluna de 8 de agosto de 2015 examinamos a MP 685 convertida na Lei 13.202 de 8 de dezembro de 2015.

A própria data da conversão é uma irônica grosseria, eis que nela se comemora o dia da Justiça, uma das inúmeras comemorações que não servem para nada.

Consta que essa data “tem o objetivo de homenagear o Poder Judiciário brasileiro e todos os profissionais responsáveis em fazer com que a justiça seja cumprida com imparcialidade”.

A MP 692, já aprovada com emendas pela Câmara e em fase de apreciação pelo Senado, altera vários artigos da Lei 8.981 de 20 de janeiro de 1995 para tratar da incidência do imposto de renda sobre ganhos de capital tanto para as pessoas físicas quanto as jurídicas.

Tudo isso resulta em atos destinados a viabilizar verdadeira extorsão sobre os contribuintes brasileiros. Tal palavra, considerada agressiva, descreve com clareza os objetivos dos nossos governantes que nos agridem todos os dias com uma carga tributária confiscatória e injusta.

Para maior clareza, vejamos o dicionário: Extorsão - sf (lat extorsione) 1 Ato ou efeito de extorquir. 2 Exação violenta. 3 Emprego de força ou ameaça para a obtenção de bens alheios. 4 Usurpação. “

Não estamos em regime de exceção e não existe mais decreto-lei! O artigo 62 da Constituição Federal é claríssimo: MP só se edita em caso de relevância e urgência! Não pode a presidente invocar essas atribuições em qualquer situação para, de fato, tornar-se chefe de uma ditadura!  Ela, mais que ninguém, sabe que não estamos mais numa ditadura.

A suposta urgência na adoção dessas medidas provisórias revela a absoluta e permanente improvisação com que são feitas alterações legislativas num governo que não tem programa viável e factível para cumprir suas funções ou, pior ainda, perdeu o necessário equilíbrio emocional.

Ora, o artigo 62 da CF no seu § 1º, III, proíbe a edição de MP em matéria reservada à lei complementar. A matéria aqui tratada assim é, pois implica em alteração do artigo 43 do Código Tributário Nacional (que tem status de lei complementar) a saber:
 “Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.”
Esse conceito indica que o fato gerador só ocorre quando o contribuinte tenha aumentado seu patrimônio de forma real. Ocorre que ao apurar o suposto ganho de capital da pessoa física a legislação ordinária não mais permite que o valor original dos bens e direitos que formam a base de cálculo seja atualizado pela correção monetária. Tal recusa implica em verdadeiro confisco, por alcançar o que não se pode considerar renda  ou provento.

O vigente regulamento do imposto de renda (decreto nº 3.000/99) em seu artigo 39 prevê hipóteses de isenção, ali incluída a que protege ganhos de capital relacionados a imóveis. O limite está defasado, pois para que houvesse um ganho próximo da realidade teria que ser admitida SEMPRE a correção monetária de qualquer bem que faça parte do patrimônio do contribuinte.

Correção monetária não se pode discutir neste país. Os índices oficiais são irreais e sempre manipulados conforme os interesses dos governos. Afirma-se que temos inflação por volta de 10% ao ano, mas não é o que vemos ao pagar nossas despesas.

Deixam nossos governantes de observar o Código Tributário Nacional: “Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedirão, por decreto, dentro de 90 (noventa) dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta providência até o dia 31 de janeiro de cada ano.

Transformaram a legislação em pântano com enorme cipoal, onde tudo é armadilha a nos impedir entender o que deveria ser claro e sempre atualizado. A MP 692 desrespeita tudo o que a justificaria. 

A Câmara resolveu emendá-la apenas para reduzir um pouco a verdadeira extorsão ali contida, quando diminui um pouco seus valores originais.

A Receita Federal afirmou que o suposto ganho de capital leva em conta o custo do ativo e ignora a necessidade da  sua correção monetária. Outrossim, não sendo corrigidos os demais valores (a tabela de retenção por exemplo) , comete-se confisco contra os mais pobres.

O valor dos imóveis pode ser facilmente aferido por qualquer autoridade. Para isso existe o valor venal do IPTU e o de referência para o ITBI, que os municípios adotam. Já foi o tempo em que o primeiro era fixado abaixo da realidade. Hoje, com os avanços da tecnologia e a elaboração da planta genérica de valores usada pelos municípios, tais lançamentos são confiáveis.

Claro está que o fisco pode e deve adotar providencias quando ocorram  possíveis fraudes. Para tanto conta com instrumentos adequados, especialmente as informações transmitidas pelos tabelionatos e instituições financeiras. A chamada inteligência fiscal ou fazendária, para merecer sua denominação, não pode se limitar a adotar presunções como forma de atuação. Como é evidente, fraude não se presume e cabe apenas ao fisco provar o que venha a constar de seus lançamentos.

Fora disso, o que se vê é mesmo uma exação violentaum dos conceitos da palavra extorsão. Também devemos lembrar o crime de excesso de exação, definido no artigo 316 do Código Penal, embora não nos lembremos de que alguém tenha sido condenado por ele.

Resumo do enredo carnavalesco ruim e diabólico adotado pela Escola de Samba Unidos da Tributação Abusiva: “Nós podemos tudo e o povo que se dane”. Abaixo o confisco e Justiça Tributária ainda que tardia!

Oi pode ser alvo de aquisição com novo marco regulatório


Exame
Loja da Oi em São Paulo
Oi: novo marco deve atrair investimentos estrangeiros e estimular movimentos de fusão e aquisição no país, segundo ministro das Comunicações
 
Fabiola Moura, da Bloomberg


A Oi, operadora de telefonia que está lutando para sair de uma montanha de dívida, está perto de conseguir uma tábua de salvação do governo.

André Figueiredo, ministro das Comunicações, disse em entrevista que daria apoio a uma mudança no Marco Regulatório que mude o foco para a universalização da banda larga, eliminando as obrigações relacionadas à expansão da telefonia fixa de concessionárias como a Oi.

O novo marco deve atrair investimentos estrangeiros e estimular movimentos de fusão e aquisição no país, segundo ele.
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“O nosso marco regulatório está extremamente defasado”, disse Figueiredo. O ministro Nelson Barbosa e a presidente Dilma Rousseff apoiam a ideia de submeter ao Congresso um projeto de lei para o novo marco até o final de março, segundo o ministro.

A Oi, na condição de concessionária, está obrigada a manter uma vasta infraestrutura de telefonia fixa ao redor do país, incluindo 650.000 telefones públicos, que custam à empresa cerca de R$ 300 milhões por ano. Uma nova lei permitiria que a empresa de telecom mais endividada do país se concentrasse em serviços de telefonia celular e de banda larga, ao invés de focar em seu negócio de telefonia fixa em declínio - e tornar os ativos da Oi e R$ 37,2 bilhões de dívida mais atrativos.

“As mudanças em discussão, que seguem a evolução já observada em outros países, destravariam um setor estratégico de infraestrutura para o desenvolvimento do Brasil, atraindo investimentos para o país e contribuindo para fomentar a atividade econômica”, disse a Oi em comunicado em resposta a perguntas da Bloomberg.

A LetterOne, empresa de investimentos do bilionário russo Mikhail Fridman, se comprometeu a injetar até US$ 4 bilhões na Oi, desde que ela realize uma fusão com a concorrente Tim que é controlada pela Telecom Italia. Mas a LetterOne vai se afastar de qualquer negócio envolvendo a Oi e a Tim, a menos que o pacote de desregulamentação geral se torne lei, disse a Oi.

O Ministério das Comunicações recebeu 915 comentários escritos pedindo mudanças no Marco Regulatório para refletir o apetite aparentemente insaciável dos consumidores por mobilidade e acesso à internet. As regras que regem a Oi foram postas em prática quando o modo dominante de comunicação era um telefone fixo.

Em novembro, havia 269 milhões de linhas de celulares ativas no Brasil, superando a população de 205,4 milhões. Ao mesmo tempo, o serviço de internet ainda não está amplamente disponível.

“Seria impensável” que as políticas continuem a se concentrar em telefones fixos em vez de banda larga, disse Figueiredo.

A Oi perdeu 223.000 clientes de telefone fixo no terceiro trimestre, terminando com 10 milhões no total, em comparação com 12,1 milhões no terceiro trimestre de 2013. A Oi recebe cerca de 37 por cento de sua receita de telefones fixos, em comparação com cerca de 60 por cento em 2013.

A Telefônica Brasil encontra-se em uma situação similar. Os telefones de linha fixa representam 30 por cento dos negócios da empresa e esse número está caindo, disse o diretor financeiro Alberto Horcajo em entrevista. A Telefônica está investindo em serviços de banda larga e telefonia móvel para atender a demanda do consumidor, disse ele.

“Temos uma visão otimista de que o governo entende muito bem essas mudanças e vai abordá-las de alguma forma”, disse Horcajo.

A Tim preferiu não comentar.
 

“Ruim em fazer”


Na verdade, não há garantia de que um novo marco regulatório vá estimular o investimento e as aquisições ou fusões, ou mesmo que será aprovado.

A Anatel, reguladora de telecomunicações do país, e o Ministério das Comunicações devem primeiro apresentar uma proposta ao Congresso. A economia do Brasil vai encolher 3,7 por cento em 2016, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg.

Além disso, um processo de impeachment de Dilma pode levar meses e distrair ainda mais os legisladores impedindo que trabalhassem em qualquer reforma proposta.

Volpi Netto, da Eleven Financial Research, acrescentou que o governo brasileiro é “muito bom de discurso e muito ruim de ação”.

4 práticas para quebrar o choque de culturas após uma fusão


Sasiistock;Thinkstock
Acordo
Fusões ou aquisições: integração de culturas deve ser tratada com mesmo afinco que sinergias, diz BCG
 
 
 
São Paulo - Em um processo de fusão ou aquisição, não acertar as diferenças entre culturas pode estragar até mesmo a integração de empresas que parecem combinar perfeitamente.

Muitos gestores, porém, focam muito na redução de custos e sinergias e não dedicam tanta atenção a esse ponto. Essa é a constatação do Boston Consulting Group.

Segundo a consultoria, as diferenças nas culturas corporativas muitas vezes estão onde menos se imagina e ignorá-las prejudica não só a integração, como o desempenho final da companhia combinada.
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Para não cometer esse erro, o BCG identificou quatro práticas a serem seguidas. Confira:
 
1. Identificar as diferenças de cultura o quanto antes
Saber onde estão as diferenças de cultura é crucial para que o processo de integração seja bem-sucedido.

O mapeamento deve ser feito, se possível, ainda no período de due diligence – no qual uma companhia investiga informações sobre possíveis parceiras, antes de fazer uma proposta para comprar ou se fundir a elas.

Para identificar as discrepâncias, de acordo com o BCG, a chave é focar no comportamento das pessoas.

Nessa hora, as seguintes perguntas podem ajudar: quão estruturadas ou flexíveis são as definições de processos e comportamentos aceitáveis na empresa? O poder é controlado de cima ou é delegado? A diplomacia é mais valorizada que a franqueza? Os funcionários se importam mais com sua performance individual ou com colaboração?

Descobertas as respostas, é possível saber onde a cultura das duas empresas divergem.
 
2. Tratar as diferenças assim que possível

Por mais que seja tentador postergar o tratamento das diferenças culturais para focar nas questões financeiras, isso não deve ser feito.

Só lidando rapidamente com elas é que o negócio de fato terá valor e os talentos não vão querer ir embora. Encará-las rapidamente também evita a instalação do modo "para sempre em integração", segundo o BCG.
 
3. Ter uma abordagem sistemática para as diferenças culturais

Para o BCG, por mais complexa que uma cultura seja, só é possível alinhá-la a outra com prazos estabelecidos e com o engajamento dos líderes, já que eles tomarão sozinhos muitas decisões que afetam o processo.

Sabendo disso, é necessário tomar as seguintes medidas: se comprometer a anunciar como ficará a nova estrutura organizacional e a comunicar qualquer sobreposição que possa ocorrer dentro de um prazo determinado, determinar funções para as três primeiras camadas da hierarquia da empresa, e priorizar esforços para replicar os principais processos do RH.

Também é preciso organizar as políticas e processos. Para tal, deve-se identificar as políticas não negociáveis, ajustar as políticas de aprovação de gastos, e desenvolver um plano para resolver políticas informais para fraqueados (se for o caso).

Alinhar a comunicação é outro ponto imprescindível. Entram aqui as seguintes ações: destacar os valores compartilhados em um plano de comunicação, identificar programas e processos que vão mudar muito, e manter o compromisso com programas essenciais.
 
4. Migrar para a cultura-alvo e mensurar os resultados

Cumpridas todas as etapas anteriores, é hora de migrar toda a empresa para a cultura almejada. Desde que ela esteja bem definida, sua implementação pode ser feita em "ondas".

O BCG recomenda começar com pequenos incentivos, como um prêmio que reconheça os novos comportamentos desejados ou uma reorganização dos postos de trabalho para incentivar a colaboração, por exemplo.

Já a mensuração dos resultados das mudanças culturais deve ser feita da mesma forma que a de sinergias. Ou seja: a conquista dos objetivos do negócio é que vai indicar se a cultura alvo está sendo alcançada.

Por exemplo: se o foco da empresa for em inovação, deve-se identificar métricas como o número de ideias em desenvolvimento, ou o tempo para novos produtos chegarem ao mercado.

Já se o centro da estratégia for focar no consumidor, deve-se considerar métricas relacionadas à satisfação e fidelidade do cliente, ou o tempo que a companhia leva para resolver os problemas dele.

Empresas chinesas oferecem US$ 1,2 bi por Opera Software


thinkstock
Internet
Internet: a Opera se transformou nos últimos anos em um serviço de publicidade móvel
 
 
Da REUTERS


Oslo - Um grupo de empresas chinesas fez uma oferta em dinheiro pela desenvolvedora norueguesa do navegador de Internet Opera, avaliando a companhia em 10,5 bilhões de coroas, ou 1,23 bilhão de dólares, disse a empresa nesta quarta-feira.

Os compradores, que incluem a empresa listada em Nova York Qihoo 360, de busca na Web e segurança, e a Kunlun Tech, de distribuição de jogos online e móveis, fizeram uma oferta de 71 coroas norueguesas (8,29 dólares) por ação, um prêmio de 45,6 por cento sobre o preço de fechamento de sexta-feira.

As negociações das ações da Opera Software foram suspensas na sexta-feira depois dos papéis terem subido para 48,77 coroas.

Os papéis subiram em antecipação a um prometido anúncio sobre o futuro da companhia após a Opera dizer no ano passado que buscava ser vendida.

O presidente do conselho de administração da Opera, Sverre Munck, disse nesta quarta-feira que era essencial que a empresa encontrasse parceiros para se desenvolver.

Os compradores também incluem as empresas chinesas não listadas Golden Brick Silk Road (Shenzhen) Equity Investment Fund e Yonglian Investment.

A Opera se transformou nos últimos anos em um serviço de publicidade móvel, pelo qual a empresa agora obtém a maior parte de sua receita.

A companhia previu nesta quarta-feira lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) de entre 100 milhões e 125 milhões de dólares em 2016, sob receita de 690 milhões a 740 milhões de dólares.

A divisão encarregada pelo browser de Internet agora é especializada em compressão de dados para minimizar tempos de download e custos para os usuários, especialmente durante exibição de vídeo, o que torna o Opera popular em mercados emergentes onde a banda de dados pode ser restrita.

"Queremos ser um ecossistema com um bilhão de usuários", disse o presidente-executivo da Opera, Lars Boilesen, à Reuters, acrescentando que o acordo ainda precisa ser aprovado por autoridades chinesas.

Gamesa e Siemens negociam termos de fusão em energia eólica


Evaristo Sa/AFP
Geração de energia eólica
Geração de energia eólica: acordo poderia criar um gigante da indústria eólica
 
 
Da REUTERS


Munique/Madrid - O grupo alemão de engenharia Siemens e a companhia espanhola de energia renovável Gamesa estão em negociações finais de um negócio para fundir seus ativos em energia eólica, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à Reuters nesta quarta-feira.

"Eles estão todos sentados juntos em Madri no momento", disse uma das fontes.

"O negócio é iminente. O valor de mercado da joint venture é próximo de 10 bilhões de euros".
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O acordo poderia criar um gigante da indústria eólica, que ultrapassaria a dinamarquesa Vestas para se tornar a maior produtora de equipamentos eólicos do mundo em participação de mercado, presente tanto nos maduros mercados norte-americano e europeu quanto em regiões de rápido crescimento como Índia, México e Brasil.

A Siemens tem domínio no mercado de energia eólica offshore, em que as turbinas são instaladas em alto-mar, mas é relativamente fraca no mercado onshore, e tem lutado para tornar lucrativa sua unidade eólica.

A Gamesa é forte nos mercados emergentes, principalmente na América Latina, onde se expandiu quando o governo espanhol cortou subsídios a produtores de energia limpa em 2013.

Um negócio entre Gamesa e Siemens poderia ser o último de uma série na indústria de energia eólica. A fabricante alemã de turbinas Nordex disse em outubro de 2015 que está comprando a unidade eólica da espanhola Acciona por 785 milhões de euros.

Também no ano passado a GE adquiriu a unidade de energia da Alstom, resultando na fusão dos negócios de produção de turbinas eólicas das companhias.

AB Inbev recebe oferta para comprar Peroni e Grolsch


Tim Wimborne / Reuters
Copo de cerveja da empresa japonesa Asahi, dia 23/08/2015
Asahi: a cervejaria belgo-brasileira disse que estava em negociações exclusivas com o grupo japonês
 
Da AFP


O número um mundial da cerveja, AB InBev, anunciou nesta quarta-feira que recebeu uma oferta da japonesa Asahi para comprar suas marcas Peroni (italiana) e Grolsch (holandesa), que atualmente pertence à britânica SABMiller, com quem a Ab Inbev está em processo de fusão.

A oferta da Asahi valoriza as marcas Peroni, Grolsch e Meantime, assim como suas atividades associadas na Itália, Holanda, e Grã-Bretanha, em 2,55 bilhões de euros, afirmou a AB InBev em um comunicado confirmando a informação de hoje do jornal japonês Nikkei.

Em 3 de dezembro, a AB InBev anunciou que queria repassar essas marcas para tranquilizar as autoridades europeias reguladoras.
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Em seu comunicado, a cervejaria belgo-brasileira disse que estava em negociações exclusivas com o grupo japonês.

A operação se concretizará apenas se a compra da SABMiller pela AB InBev for concluída.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Piketty defende debate de moeda única para América Latina




Universitat Pompeu Fabra/Creative Commons
O economista francês Thomas Piketty
Thomas Piketty: o economista francês diz que América Latina deveria pensar sobre moeda única
 
 
 
 
São Paulo - Para o economista Thomas Piketty, professor da Paris School of Economics que se tornou uma sensação mundial com a obra "O Capital no Século XXI", chegou a hora de debater a criação de uma moeda única na América Latina.

O tema foi debatido em entrevista com a BBC Mundo durante o Festival Hay de Cartagena, na Colômbia, do qual ele foi participante.

Primeiro, Piketty disse que os países precisam tomar cuidado quando recebem investimento estrangeiro demais, já que isso coloca em risco a soberania e a habilidade de formar consensos sobre a distribuição dos custos.
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E nesse caso, uma maior união política e monetária dos latino-americanos poderia ser útil, já que "é mais fácil controlar os fluxos de capital numa grande escala do que no nível relativamente pequeno de um estado-nação".

Questionado pelo jornalista se isso não seria muito mais difícil por aqui do que na Europa, o economista nota que o tema não é algo "para o ano que vem", e sim para ser debatido com tempo.

De qualquer forma, caberia agora à Europa mostrar para o mundo que uma moeda comum é possível - e para isso precisa caminhar na unificação de coisas como dívidas, impostos e tudo que ficou inacabado.

"A América Latina deveria esperar e ver o que se passa com este experimento e em seguida fazer da sua maneira. Mas isto deveria se suceder no longo prazo", diz Piketty.

Apesar do euro não ter tido nenhuma debandada de membros em seus 14 anos de existência (nem mesmo da cambaleante Grécia), o debate sobre até que ponto ele foi bem-sucedido permanece em aberto.

Veja o que Piketty disse sobre alguns outros assuntos:
 
Impostos e desigualdade

"Em um país como o Brasil - mas é algo que se vê em vários países latino-americanos, incluindo a Colômbia - há uma estrutura fiscal que depende muito de impostos indiretos, taxas sobre o consumo e impostos muito altos sobre eletricidade. E quando se herda uma fortuna, se paga 0% ou 2% em impostos. Isso tem que ser mais equilibrado. Não dá para pagar 20% ou 30% de impostos na conta de luz e e 0% ao receber uma grande fortuna de família".
 
Commodities e ganhos sociais

"Está claro que os preços das commodities tiveram um papel grande nos altos e baixos de muitos países da América Latina nos últimos 15 anos. O que é realmente importante é usar os períodos de preço alto para investir em outros setores, e isso é algo que não se fez tanto quanto deveria.

Mas em alguns países os preços das commodities não são a única razão para o desempenho em nível social. Penso em algumas reformas educativas, como a introdução do Bolsa Família e o salário mínimo no Brasil".
 

Venezuela


"A Venezuela é um caso muito triste. Há um acordo de que o dinheiro proveniente do petróleo provavelmente foi usado de forma mais equitativa para financiar investimento social no governo Chavez do que nos anteriores. E de certo modo isso é positivo.

Mas ao mesmo tempo, olhando pro futuro, não investiram apropriadamente em setores alternativos ao petróleo. E mais importante, tiveram muita pouca democracia, muito pouca transparência e ataques à neutralidade do instituto de estatísticas e aos meios de comunicação".