quarta-feira, 31 de julho de 2019

Cade vê negócio de Ambev e Red Bull como complexo e decide aprofundar análise

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A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) declarou “complexo” o ato de concentração entre Ambev e Red Bull Brasil. Com isso, o órgão decidiu aprofundar a análise do caso antes de emitir um parecer sobre a operação. Pelo acordo, Ambev distribuirá ou revenderá bebidas energéticas da Red Bull em determinados pontos de venda do território nacional.

Em despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 31, a Superintendência determina a realização de novas diligências: facultar às partes a apresentação das eficiências econômicas geradas pela operação, no prazo de 15 dias; e aprofundamento da análise da operação quanto aos seus potenciais efeitos sobre o mercado nacional de bebidas energéticas e de distribuição de bebidas em geral, considerando eventual poder de portfólio.

Segundo informaram Ambev e Red Bull ao Cade quando da formalização da operação, em abril deste ano, a transação tem como objetivo “aliar a capilaridade, capacidade, rotas de distribuição e expertise da Ambev no mercado de bebidas, com o interesse da Red Bull em expandir a distribuição de suas bebidas energéticas no Brasil. Além disso, as partes entendem que a operação representará, para a Ambev, a oportunidade de distribuir uma marca com envergadura internacional.”

‘Reformas deixam Brasil em situação econômica que nunca vi na carreira’, diz presidente do presidente do Itaú Unibanco



‘Reformas deixam Brasil em situação econômica que nunca vi na carreira’, diz presidente do presidente do Itaú Unibanco
As reformas estruturais em andamento colocam o Brasil em uma situação macroeconômica que o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, nunca viu em sua carreira. Apesar disso, ele admite que “nem tudo são rosas” quando questionado, em teleconferência com a imprensa, em relação às desavenças políticas e falas polêmicas do presidente Jair Bolsonaro.

“As reformas têm ocorrido apesar das turbulências. É um dado, uma realidade. As reformas têm avançado”, disse Bracher, acrescentando que diversos fatores contribuem para que as reformas avancem, inclusive a participação do Congresso e do governo.

O presidente do Itaú acredita que a reforma da Previdência seja aprovada na Câmara e no Senado até o final de setembro. Ele cobrou, contudo, mais medidas que simplifiquem a economia, no intuito de torná-la menos burocrática, e contribuam para que o País melhore seus níveis de produtividade.

“A questão tributária é um grande empecilho para o desenvolvimento do País. É o que faz o Brasil ter classificação tão ruim no ranking de melhores economias para se fazer negócios”, avaliou Bracher.

Nesse sentido, o executivo afirmou que vê com bons olhos a “discussão séria” que tem ocorrido em torno da reforma tributária.
Imposto


Bracher afirmou que não é fã do imposto sobre transações financeiras, em estudo pela equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro. “Não sou fã do imposto sobre transações financeiras. Acho que é um imposto regressivo e que pune as cadeias mais longas, que têm maior quantidade de transações”, avaliou Bracher.

Na sua visão, o imposto sobre transações financeiras, de certa maneira, estimula a informalidade na medida que as pessoas se esforçam para evitar transações financeiras no intuito de não serem taxadas. “É o imposto do atraso”, classificou o executivo.

Acrescentou ainda que o imposto sobre transações financeiras tributa tanto na origem como no destino, o que prejudica as exportações. “Imposto bom é aquele tributado no destino”, rebateu.

Apesar disso, Bracher disse que o banco viverá com o imposto que for estipulado. “Mas eu, particularmente, não sou fã desse imposto”, repetiu o presidente do Itaú.
Cenário externo


Bracher, disse que o cenário internacional apresenta alguns sinais de preocupação em meio à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Para ele, as economias mais desenvolvidas têm tido dificuldade de apresentar crescimento mais sustentado.

“Há a sombra da guerra comercial entre China e Estados Unidos e a preocupação é que isso impacte o movimento do comércio e o crescimento da economia global seja afetado”, avaliou Bracher.


 https://www.istoedinheiro.com.br/bracher-reformas-deixam-brasil-em-situacao-economica-que-nunca-vi-na-carreira/

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Há grande incerteza no comércio global por tensões e restrições, diz OMC


Há grande incerteza no comércio global por tensões e restrições, diz OMC
Sede da OMC, em Genebra - AFP/Arquivos
A Organização Mundial de Comércio (OMC) afirma que existe “grande incerteza para o comércio global”. Em relatório, o diretor-geral da entidade, Roberto Azevêdo, nota que o crescimento do comércio no mundo foi de 3,0% em 2018, pouco acima da alta de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) global no período, quando em 2017 o avanço do comércio havia sido de 4,6%. “Essa perda de impulso é em parte devida às crescentes tensões comerciais e aos níveis historicamente altos de restrições ao comércio”, afirma Azevêdo.

O levantamento da OMC afirma que medidas restritivas ao comércio estão em alta. Além disso, o comércio continua a ser concentrado, com os dez maiores países nesse quesito ficando com 37% das transações globais. De qualquer modo, as economias em desenvolvimento têm tido papel cada vez mais importante no comércio mundial, diz a OMC.

O volume de mercadorias negociadas globalmente ficou em US$ 19,67 trilhões em 2018, com a China à frente entre os países negociantes, mostra o levantamento da OMC. O aumento nas exportações foi impulsionado sobretudo pelos altos preços de energia, enquanto a Ásia foi o principal contribuinte para um aumento nas importações globais.

Já no quesito serviços, o valor das trocas comerciais no mundo ficou em US$ 5,63 trilhões em 2018, com os Estados Unidos liderando essas negociações. O relatório foi preparado sob o comando de Robert Koopman, diretor da Divisão de Pesquisa Econômica e Estatísticas da OMC, e de Andreas Maurer, chefe da Seção de Estatísticas de Comércio Internacional.

O documento ressalta que o crescimento do comércio e o do PIB no mundo desaceleraram em 2018 conforme aumentaram as tensões comerciais. A desaceleração econômica ocorreu em parte pelo aperto na política monetária, pela maior volatilidade financeira e por altas em tarifas sobre produtos muito negociados em grandes economias. “As tensões comerciais parecem ter contribuído de modo significativo para a desaceleração”, afirma a OMC. “A Europa e a Ásia contribuíram mais para a desaceleração no crescimento das negociações de mercadorias em 2018”, diz ainda o texto.
Além disso, indicadores antecedentes sugerem um crescimento mais fraco do comércio no primeiro semestre de 2019, segundo a OMC.


 https://www.istoedinheiro.com.br/ha-grande-incerteza-no-comercio-global-por-tensoes-e-restricoes-diz-omc/

Uma tênue luz no fim do túnel


Mesmo sem sinais de retomada na economia, o número de empresas que pedem recuperação judicial desaba 18% em 2019. Nada garante, porém, que os resultados se mantenham no longo prazo

Uma tênue luz no fim do túnel
A Lei de Falências, que inseriu o instituto da recuperação judicial no Brasil, em 2005, tem ajudado as empresas a ganhar fôlego até conseguirem se reestruturar financeiramente. O recurso impede que os credores peçam a falência e a penhora de ativos da devedora. De lá para cá, o número de companhias que optaram por esse caminho cresceu. E, agravado pela crise econômica instaurada no país nos últimos anos, atingiu o seu ápice histórico em 2016. Naquele ano, mais de 1,8 mil empresas recorreram a esse expediente em busca de uma nova chance. O curioso, porém, é que mesmo em um cenário ainda pouco favorável, com restrições de acesso ao crédito e elevação dos custos, a taxa de pedidos de recuperação judicial recuou 18% no primeiro semestre de 2019, comparado com igual período, um ano antes.
Virada: Eurico Teles, CEO da Oi, ressalta que a empresa já conseguiu reduzir R$ 46 bilhões da dívida em recuperação judicial (Crédito:Paula Johas/F3)
Esses indicadores sinalizam, a princípio, uma luz no fim do túnel. No entanto, segundo fontes consultadas pela DINHEIRO, eles não traduzem, necessariamente, que essa é uma tendência sustentável e que o pior já passou. Uma das teorias envolve a euforia inicial entre os investidores e empresários em relação à agenda liberal do novo governo. “As empresas acreditaram que haveria uma retomada no curto prazo e decidiram segurar um pouco mais as suas operações”, diz Fábio Astrauskas, economista e CEO da consultoria Siegen, especializada na reestruturação de companhias. O grande problema, ressalta o analista, é que a gestão do presidente Jair Bolsonaro frustrou essa expectativa. “O otimismo já se desfez e enquanto não houver uma visão clara sobre o reaquecimento da economia, a tática de adiar a busca pela recuperação judicial não irá se prolongar.”

DÚVIDA Há mais elementos que colocam o aparente cenário de melhora em xeque. A extensa rede de corrupção revelada pela Operação Lava Jato ajudou a inflar os pedidos de recuperação judicial nos últimos anos. Corroídas pelo envolvimento nesses escândalos, OAS, Galvão Engenharia e UTC são alguns dos nomes que buscaram essa alternativa. A Odebrecht foi um dos poucos grupos que resistiram mais tempo às consequências das investigações. No fim de junho, no entanto, a empresa protocolou o maior pedido de recuperação judicial da história, com dívidas totais estimadas em R$ 98,5 bilhões. Outros casos recentes ganharam destaque, como Avianca, Editora Abril, Saraiva, Livraria Cultura e Grupo Paquetá. “Os grandes grupos têm ativos, acesso a crédito, caixa e mais alternativas para evitar ou adiar o processo”, diz Cláudio Montoro, sócio da Capital Administradora Judicial. “Entre as micro, pequenas e médias empresas, que são a maioria do mercado, as opções são mais escassas. Boa parte já quebrou ou se ajustou.”
Economista da Boa Vista SCPC, Vitor França observa que o universo de empresas de menor porte ganhou ainda mais volume entre 2015 e 2018. Diante da retração do mercado e da alta taxa de desemprego, os brasileiros enxergaram na abertura de pequenos negócios um recurso de sustento ou mesmo de complemento de renda. “Esse movimento levou a um ambiente de alta tomada de crédito que, somado à recessão, resultou na queda de receita, trouxe dívidas e elevou o número de pedidos de recuperação e de falências”, diz França.
Se boa parte das empresas já pagou o preço no passado, há, no entanto, um fator mais consistente que ajuda a explicar o recente recuo no número de pedidos de recuperação judicial: como praticamente ninguém escapou ileso da crise, muitos credores entendem que, pior do que não receber, é não resolver a situação, parar de vender e, até mesmo, ver o cliente fechar as portas. “Existe um ambiente mais favorável para a renegociação de dívidas na própria cadeia”, diz Luiz Marcatti, sócio e CEO da consultoria Mesa Corporate. “Se o fornecedor pressionar demais, pode ver sua carteira de clientes desaparecer.”
Não deu para segurar: entre 2018 e 2019, gigantes como Avianca, Odebrecht e Editora Abril não conseguiram honrar suas dívidas e recorreram à mediação da Justiça (Crédito:Marivaldo Oliveira/Codigo19 | Divulgação)
FÔLEGO Sob esse contexto, entre as empresas que precisaram recorrer à Lei de Falências, a Oi é emblemática. Aprovada em dezembro de 2017, a recuperação judicial da tele, aprovada com o valor de R$ 65 bilhões, era a maior da história até o pedido protocolado pela Odebrecht. À parte a perda da “liderança”, a companhia é um exemplo de uma operação que tenta se reerguer com o fôlego extra dado por essa ferramenta. “A aprovação do plano trouxe maior previsibilidade e clareza para a empresa”, diz Eurico Teles, CEO do grupo. “Desde então, nós fizemos um corte rigoroso de custos, aceleramos investimentos e promovemos uma completa transformação digital da companhia.” De lá para cá, a Oi reduziu sua dívidapara R$ 19 bilhões. Em 2018, o corte de custos trouxe uma economia de R$ 1,4 bilhão, queda de 8% em relação aos gastos do ano anterior. Em janeiro, por sua vez, concluiu um aumento de capital de R$ 4 bilhões. E, entre outras medidas implantadas durante a recuperação, reforçou sua governança com uma nova gestão e Conselho de Administração independentes.

De acordo com Fábio Astrauskas, menos de 50% das empresas que entram em recuperação judicial conseguem se reestruturar completamente do ponto de vista econômico. “Aquelas que fizerem a lição de casa reduzindo custos e ganhando produtividade têm mais chance de retomar o seu nível de atividade”, afirma. Há um consenso entre os especialistas de que, escolhida essa alternativa, é necessário ter em mente que o caminho à frente será árduo. “Muitos desses processos fracassam pelo fato de que, ao primeiro sinal de melhora, os empresários voltam a cometer os mesmos erros que levaram a companhia ao vermelho”, diz Marcatti, da Mesa Corporate. “É essencial entender que a empresa está na UTI e precisa tomar remédios amargos. Não é porque você diminuiu a febre que venceu a infecção.”


sexta-feira, 26 de julho de 2019

Bracell: China será o principal destino da produção do projeto Star

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A maior parte da produção de celulose solúvel da Bracell originada do Projeto Star deve ser destinada à exportação, principalmente para China e alguns países da Europa, de acordo com o diretor-geral da companhia, Pedro Stefanini. Já a produção de celulose kraft segue comercializada no mercado doméstico, acrescentou.

A companhia estabeleceu diversas parcerias com escolas técnicas (Etecs) da região para qualificar a população local visando atender ao projeto, segundo Stefanini. “Concluída a expansão da fábrica, a unidade deve empregar 2,1 mil colaboradores diretos de forma permanente, além de 900 terceirizados que já estão em treinamento”, afirmou o executivo ao apresentar o projeto ao governo do Estado de São Paulo nesta tarde de segunda-feira, 29.


Novos negócios


Ao comentar detalhes do projeto, o governador João Dória ressaltou que, somado ao aporte da GM, o governo já contabiliza R$ 21,5 bilhões em investimentos no primeiro semestre de 2019. “Isso, sem contar com a aprovação da reforma da Previdência”, acrescentou.

Em busca de novas oportunidades, em agosto o governo do Estado abrirá escritório de negócios na China e trabalha no momento em uma missão com executivos para a Ásia. Segundo Doria, a missão do governo à China nos próximos dias deve contemplar 12 polos industriais – entre eles o agronegócio, automobilístico, saúde e de calçados.

Moro editou seu próprio AI-5

 

 

O ministro da Justiça editou a norma mais autoritária e restritiva de direitos civis no Brasil desde 13 de dezembro de 1968 

 





O ministro da Justiça, Sergio Moro, fez historia nesta sexta-feira. Editou a norma mais autoritária e restritiva de direitos civis no Brasil desde 13 de dezembro de 1968, quando o presidente-ditador Artur da Costa e Silva promulgou o Ato Institucional n. 5. Sabemos a data exata daquele ato porque foi uma ignominia, um dos piores momentos da história do país. Durante dez anos o habeas corpus foi suspenso. O aparato estatal autoritário prendia, torturava e assassinava cidadãos.

A portaria 666/2019 de Moro não chega a tanto, mas restringe a liberdade de expressão e, na prática, os direitos civis e políticos de todos os estrangeiros em nosso solo. Segundo a norma, já válida, o governo federal poderá expulsar estrangeiros suspeitos de ter envolvimento em diferentes tipos de crime. Expulsar “suspeitos”? O ex-juiz desdenha abertamente do devido processo legal. Os crimes considerados são: envolvimento em práticas terroristas, em grupo criminoso organizado, tráfico de pessoas, exploração sexual infantil, entre outros.

O alvo é óbvio: o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept, que organiza a divulgação de mensagens do ministro e seus asseclas cometendo alguns atos ilegais e outros atos imorais e contra o espírito público. Logo após a prisão de quatro suspeitos pelo hackeamento de mensagens de autoridades políticos (Moro entre elas), “interlocutores do presidente” afirmaram que os supostos hackers podem ser enquadrados como, na prática, terroristas.

Daí a dizer que Greenwald tem “envolvimento em práticas terroristas” seria um pulo lógico, ilegal, e que contaria com apoio não só dos bolsonaristas mais convictos mas também da parcela mais antipetista do país. É este o perigo real.

https://exame.abril.com.br/blog/sergio-praca/moro-editou-seu-proprio-ai-5/

Portaria 666 de Moro é inconstitucional e imoral, diz professora da USP

Texto editado pelo ministro estabelece condições para deportação sumária de "pessoas perigosas"

 





São Paulo — Na manhã desta sexta-feira (26), o Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou no Diário Oficial da União (DOU) a portaria 666.

Assinada pelo ministro Sergio Moro, a portaria estabelece condições para deportação sumária de “pessoas perigosas”.

São definidas como perigosas pessoas envolvidas em terrorismo, grupo criminoso organizado ou associação criminosa armada ou que tenha armas à disposição, tráfico de drogas, pessoas ou armas de fogo, pornografia ou exploração sexual infanto-juvenil e torcida com histórico de violência em estádios.

Para as autoridades migratórias definirem quem se enquadra, poderiam usar difusão ou informação oficial de cooperação internacional, lista de restrições de uma ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil com um órgão internacional ou país estrangeiro, informação de inteligência de autoridade brasileira ou estrangeira, investigação criminal em curso ou sentença penal condenatória.

Maristela Basso, professora de direito internacional na USP, diz que a portaria é ilegal e inconstitucional:

“Não é da competência do Ministério da Justiça legislar sobre esse tipo de matéria, que entra em conflito com a lei federal”.

A Lei de Migração foi aprovada em maio de 2017 durante o governo de Michel Temer após quatro anos de debates.

O decreto de Moro regulamenta os artigos 45, que trata do impedimento de ingresso, e o artigo 50, que trata da deportação de quem está em situação irregular no país.


Maristela nota que a regulamentação da lei estava prevista, mas não é feita dessa forma por um único órgão e sim por um colegiado com representantes de vários ministérios.

“A portaria tem que respeitar rigorosamente os limites da lei e a proteção dos direitos pretendida pela Constituição, e talvez isso não tenha ficado bem explícito nesse ato”, diz Saulo Stefanone, advogado de direito internacional na Peixot & Cury Advogados.

A portaria fala, por exemplo, em “pessoas que tenham praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na CF”.

Thiago Amparo, professor de Direito na FGV de São Paulo, nota que este é um conceito inexistente na ordem jurídica brasileira. Todos os advogados ouvidos criticaram a generalidade na redação.

“O que a portaria faz, perigosamente, é usar conceitos abertos para misturar o que poderia ser justificado com o que pode permitir medidas arbitrárias”, diz Stefanone.

Contexto

 
A edição da norma vem três dias após a prisão de hackers que segundo a Polícia Federal foram responsáveis pela invasão do celular do procurador Deltan Dallagnol e do ministro Moro, assim como de centenas de autoridades.

O jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, foi o responsável pelo vazamento das mensagens no que ficou conhecido como Vaza Jato e que contou com colaboração de outros órgãos de imprensa como Veja e Folha de São Paulo.

Glenn é americano, mas é casado com o deputado federal David Miranda (PSOL/RJ), com quem tem dois filhos. A Lei de Migração veda a expulsão do estrangeiro com filhos e/ou cônjuge brasileiro.
“A portaria também é ilegal, pois é casuística”, nota Maristela. “As razões que a fundamentam não são juízos hipotéticos”.

A partir de agora, qualquer um que quiser questionar a lei pode entrar com uma ação popular preventiva enquanto órgãos como a OAB (Organização dos Advogados do Brasil) podem entrar com ação imediata de violação de preceito frente ao Supremo Tribunal Federal.
Outra hipótese é que a legalidade da portaria venha a ser questionada em algum caso concreto, onde a decisão caberia ao juiz encarregado.
(Com Clara Cerioni)


 https://exame.abril.com.br/brasil/portaria-666-de-moro-e-inconstitucional-e-imoral-diz-professora-da-usp/

Indústria reduz previsão de crescimento neste ano


CNI estima que desemprego seguirá elevado

Por Agência Brasil

redacao@amanha.com.br
CNI reduz previsão de crescimento da atividade industrial
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu pela metade sua previsão de crescimento da economia para este ano. No Informe Conjuntural relativo ao segundo trimestre do ano, os economistas da confederação sugerem que, “em um cenário sem mudanças mais substantivas na política econômica”, a economia brasileira crescerá 0,9%. Em abril, considerando os principais indicadores do primeiro trimestre, a entidade previa que a atividade econômica aumentaria 2% em 2019. 

A CNI também revisou para baixo sua estimativa de crescimento da atividade industrial. Ao invés do 1,1% previsto no primeiro trimestre, a situação constatada no segundo trimestre sugere que o PIB industrial não deve se expandir além de 0,4%. Além disso, a indústria reduziu de 2,2% para 1,5% a previsão de crescimento do consumo das famílias e de 4,9% para 2,1% a estimativa para a expansão do investimento.

Em função do que classifica como “o marasmo que dominou a economia” ao longo de todo o primeiro semestre, a confederação estima que a taxa de desemprego continuará elevada, atingindo a 12,1% da força de trabalho. A taxa de desemprego, medida pela PNAD-Contínua Mensal do IBGE, recuou de 12,5% da força de trabalho para 12,3%, na passagem de abril para maio. Apesar dessa ter sido a segunda queda consecutiva do indicador, a CNI considera que a lentidão com que o mercado de trabalho vem reagindo à crise é um “reflexo do baixo dinamismo da economia brasileira”. 

Consequentemente, o crescimento do rendimento médio real e da massa salarial real desacelerou nos primeiros cinco meses do ano, na comparação com igual período do ano passado.

Em seu informe, a CNI afirma que a economia brasileira precisa de estímulos para superar o atual quadro de estagnação. E defende que os poderes Executivo e Legislativo prossigam tocando a agenda de reformas, que a entidade considera fundamentais para permitir o crescimento a longo prazo. No entanto, a adoção de medidas para reativar a demanda a curto prazo não devem ser deixadas de lado, destaca o comunicado. Uma destas medidas de curto prazo é a liberação, para os trabalhadores que têm direito, do saque de parte dos recursos disponíveis em contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS-Pasep. A medida foi anunciada na quinta-feira (24). 

Na avaliação da CNI, o saque de até R$ 500 por conta, a partir de setembro, pode impulsionar o consumo, mas não prescinde de ações estruturais que favoreçam a retomada do crescimento sustentado, tais como a conclusão da aprovação da reforma da Previdência, a reforma tributária, os avanços nas privatizações e o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios.


http://www.amanha.com.br/posts/view/7864

Reforma tributária da Câmara é melhor’


Crédito: Divulgação
Octavio de Lazari, do Bradesco: “Nossa rentabilidade patrimonial voltou a superar 20% ao ano e podemos manter, ou mesmo melhorar, esse percentual” (Crédito: Divulgação)
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, prefere a reforma tributária patrocinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), às demais propostas. Com o argumento de que o texto, apresentado originalmente pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), é consistente, ele defende a simplificação do sistema brasileiro, com redução do número de impostos para no máximo sete.

Sobre a retomada da economia após um primeiro semestre aquém do esperado, Lazari diz que o Produto Interno Bruto (PIB) só vai deslanchar se a reforma tributária e a independência do Banco Central vierem na sequência da aprovação dos ajustes na Previdência.

“Se a reforma tributária e a independência do Banco Central vierem no bojo da reforma da Previdência, estamos no caminho certo para crescer por muito tempo”, afirmou, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast


Abaixo, os principais trechos da entrevista:


A reforma da Previdência está encaminhada e o governo vai liberar R$ 30 bilhões do FGTS. O que falta para a economia brasileira deslanchar?
De fato, a reforma da Previdência está aprovada para gerar o impacto de R$ 1 trilhão de economia, e trazer no bojo duas mudanças importantes: a reforma tributária e a independência do Banco Central. A reforma tributária é valiosa do ponto de vista do investimento. É muito complexa e grande a escala de tributos no Brasil. Empresas têm 350 pessoas só para cuidar disso. A independência do Banco Central, por sua vez, dará confiança para o investidor internacional, principalmente. Se essas duas medidas virem logo em seguida à reforma da Previdência, estamos no caminho certo para crescer por muito tempo.
Qual das propostas de reforma tributária o sr. prefere?
O mais importante é diminuir a quantidade de tributos. Não é o valor da tributação porque não dá para reduzi-lo agora porque temos o (governo) precisa da receita tributária. Mas é preciso diminuir a complexidade dos impostos. Não é só o imposto em si e o trabalho para geri-lo. É tudo que vem depois, a judicialização dos impostos, advogados. Tudo isso é custo, que deixará de existir quando tivermos uma simplificação para seis ou sete impostos no máximo no Brasil.

Qual das reformas tributárias é a mais indicada para mudar essa realidade?
A reforma tributária encaminhada pela Câmara é muito consistente.

Após idas e vindas, o FGTS ainda será eficaz na economia? 
Não podemos imputar ao FGTS a responsabilidade de crescimento da economia. De qualquer jeito, por menos que seja, o FGTS somado ao pagamento do PIS/Pasep, o 13.º salário, vai ajudar. São pílulas de ajuda e boas iniciativas que no todo vão colaborar. Pode parecer pouco porque o saque do FGTS está limitado a R$ 500, mas vai permitir às pessoas consumir mais. Cerca de 70 milhões de brasileiros consumindo mais dá um bolo de dinheiro. Sozinho, porém, o FGTS é ineficaz para a retomada da economia.

Se o recurso do FGTS é mais seguro que folha de pagamento para concessão de crédito, a população terá acesso a empréstimos com juros mais baixos?
Estamos ainda fazendo estudos em torno da linha de crédito com o FGTS como garantia para sabermos quais são os custos. Não sabemos como irá funcionar. Na modalidade que utilizará o fundo de garantia, se tivermos regras boas e a tarifa paga à Caixa for pequena, é para ter taxa de juros inferior, inclusive à do crédito consignado, de 1,8% a 1,7%.

O sr. pode garantir ao cliente Bradesco que o banco não repassará o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSSL) trazido pela reforma da Previdência aos empréstimos?
Não dá para garantir porque não sabemos o que vai acontecer. Tudo depende da concorrência. Mas se pensarmos que até alguns meses não tínhamos mais a CSLL e voltaremos a ter, o impacto no juro não foi tanto assim. Os dados do Banco Central mostram que as taxas até caíram. Nosso desejo é operar com taxas de juros atendendo o desejo dos nossos clientes. Mas tributo é tributo. Nós teremos de pagar. 

Mas os bancos não têm dito que a competição está acirrada?
Se a competição é acirrada e nossos concorrentes não aumentarem a taxa de juros, o Bradesco vai acompanhar.

O ex-ministro Antonio Palocci acusou os bancos de doarem recursos ao PT em troca de favores. O banco abriu alguma investigação por conta disso?
Todos os processos dentro do banco de compliance (atender leis e regulamentos) e segurança são feitos não em função de uma denúncia, mas todos os dias dentro da organização. Estamos super tranquilos com relação a isso. As doações foram feitas a vários candidatos e estão registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As denúncias do Palocci não preocupam o Bradesco? 
Não temos preocupação porque não tivemos nenhuma mudança nos nossos números ou lucros absurdos em determinado momento. Também mantemos crescimento consistente há 76 anos. Não precisamos nos valer desses subterfúgios ou artifícios para conquistar resultado e admiração dos clientes. Para, nós, isso não faz sentido. O processo de investigação é um algo contínuo na inspetoria do banco, auditoria interna e externa e também do Banco Central. Os números do Bradesco estão abertos.

Do lado dos investimento, com a ação da Cielo a R$ 6, faz sentido tirá-la da bolsa como o Itaú Unibanco fez com a Rede?
Não. A gente não quer fechar o capital da Cielo, que está se reinventando. Ela é uma empresa vitoriosa, com mais de 40% de participação de mercado e está mostrando com crescimento da base de clientes. É lógico que, com a margem comprimida, a Cielo não vai mais dar o resultado do passado até em função da concorrência e da própria regulação. A Cielo é uma empresa importante no mercado e nossa ideia é permanecer lá e manter o capital aberto.

Significa que o Bradesco está fechado a estrangeiros que queiram comprar a Cielo? Chineses estão de olho na líder, não?
Interessados podem comprar na bolsa. Vamos manter nossa participação por enquanto.

E no ressegurador IRB Brasil Re? O banco pretende se desfazer de ações?
Não. Estamos no IRB como investidores. Só. Tivemos a preocupação de manter essa condição para termos uma porta de saída assim que acharmos que devemos vender. Depois da oferta, a ação do IRB subiu. Por enquanto, vamos manter a nossa posição na empresa. Se vier o crescimento que estamos esperando no Brasil, o IRB tem possibilidade de melhorar ainda mais a rentabilidade.

O Bradesco está mais perto de voltar a ser o segundo banco mais rentável do País?
Sinceramente, não me preocupo com isso até em função do tamanho do patrimônio do Bradesco em relação a seus concorrentes. Obviamente, vou trabalhar sempre para dar o melhor retorno possível. Nossa meta é crescer o retorno.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Klabin criará empresa reflorestadora no Paraná


Acordo foi feito com o fundo de investimentos Timo

Da Redação

redacao@amanha.com.br
Klabin criará empresa reflorestadora no Paraná


A Klabin (foto) informou nesta sexta-feira (26) que assinou contrato com o fundo de investimento Timber Investment Management Organization (Timo, na sigla em inglês). O negócio, feito pela controlada Sapopema, terá como alvo principal a exploração da atividade florestal no Paraná. A conclusão da operação está sujeita à aprovação pelas autoridades regulatórias competentes.

"A associação permitirá o acesso de terras para crescimento do maciço florestal, visando o abastecimento das fábricas de papel e celulose da companhia na região, além de futuros projetos de expansão", destaca o comunicado da Klabin.

A Klabin aportará R$ 114 milhões na nova empresa, através da transferência de 8 mil hectares de florestas plantadas. O Timo aplicará cerca de R$ 325 milhões em caixa, sendo parte no fechamento da operação e o restante em até dois anos. Os recursos ajudarão a nova empresa a adquirir 15 mil hectares de terra, dos quais 9 mil hectares terão efetivo plantio. 

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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Crise e Bolsonaro geram novo êxodo de brasileiros para Portugal


Brasileiros são a maior comunidade estrangeira em Portugal, com pouco mais de 105 mil pessoas em situação regular em 2018

 




Empreendedores, trabalhadores pouco qualificados, estudantes ou homossexuais que se sentem ameaçados: os brasileiros voltaram a desembarcar em massa em Portugal, que, para eles, representa um refúgio de segurança e a perspectiva de um futuro melhor.

Essa onda de imigração, como Portugal não via desde o início dos anos 2000, começou em 2015 com a crise econômica durante os últimos anos do governo PT e ganhou novo fôlego com a chegada ao poder do presidente de Jair Bolsonaro.

Os brasileiros são a maior comunidade estrangeira em Portugal, com pouco mais de 105 mil pessoas em situação regular em 2018, um recorde histórico alcançado após um aumento de 23,4% em um ano, segundo a polícia de fronteiras (SEF).

Alexandre Saboia fechou seu restaurante em São Paulo para abrir outro nos subúrbios de Lisboa.Em São Paulo, “a insegurança era pior a cada dia”, conta à AFP o restaurador, que desembarcou em Lisboa há um ano com sua esposa e duas filhas adolescentes.

“Nós hesitamos entre Miami e Lisboa, e finalmente escolhemos Portugal por segurança e pela língua comum”, explica o empresário de 44 anos.

“Pouco depois da minha chegada, tive a oportunidade de assumir um pequeno restaurante que eu restaurei em Parede”, localizada à beira mar, na periferia oeste de Lisboa.

“Voltar ao Brasil está fora de questão”, diz Saboia antes de acrescentar, após alguns segundos de reflexão: “A menos que seja uma emergência, é claro!”.

Ele teve que vender tudo para ir para Portugal.

Fuga da homofobia


Com mais dinheiro do que ele, 740 investidores brasileiros e suas famílias obtiveram autorização de residência graças ao sistema de “vistos dourados” estabelecido desde o final de 2012 pelo governo português.

Atrás dos chineses, os brasileiros representam o segundo contingente a se beneficiar dessas “autorizações de residência para investimento” concedidas em troca, por exemplo, de um investimento de pelo menos 500.000 euros na compra de imóveis.

Meg Macedo, uma brasileira de 33 anos, lésbica, veio a Lisboa para dar seguimento a seus estudos de teatro em um país que ela classifica como “aberto e progressista”. “Viver com medo por causa do que somos tornou-se algo complicado”.

A retórica inflamada do presidente de extrema direita “legitimam atos homofóbicos”, diz sua compatriota Debora Ribeiro, uma linguista que moro no Porto (norte) e que fundou a rede Queer Tropical para ajudar os homossexuais que deixaram o Brasil a se instalar em Portugal.

Bolsonaro, famoso por seus comentários racistas e homofóbicos, disse que preferia ter um filho morto do que gay.

Estudantes brasileiros também migram para universidades portuguesas. Seu número passou de pouco mais de 11.000 em 2017 para cerca de 18.000 no ano passado, segundo dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação.

Eles são atraídos por “um país culturalmente próximo” e “reputado por sua qualidade de vida e segurança”, explica à AFP o secretário de Estado para a Educação Superior, João Sobrinho Teixeira.

Além disso, a situação na Grã-Bretanha, por causa das “incertezas do Brexit”, e os Estados Unidos, que endureceram os critérios para a entrada de latino-americanos, “afastam muitos estudantes que tradicionalmente se voltavam para esses países” e que, agora, optam por Portugal, acrescenta o sociólogo Pedro Gois, da Universidade de Coimbra.

 

Imigração tradicional


Segundo ele, a realidade excede em muito os números oficiais: cerca de 300 mil brasileiros vivem atualmente em Portugal, segundo suas estimativas, que incluem aqueles que fogem ao controle das autoridades ou os naturalizados.

As novas facetas da imigração brasileira não devem nos fazer esquecer que “Portugal continua a atrair uma imigração mais tradicional” através de ofertas de emprego no setor de serviços, hotelaria ou comércio, diz Cyntia de Paula, presidente da associação Casa do Brasil, que acompanha os brasileiros em seu processo de integração.

“Muitos são atraídos pelos salários que eles convertem em reais, mas esquecem que os custos também são contabilizados em euros”, explica Patricia Banheiras, uma caminhoneira brasileira que destila seu conselho aos candidatos à imigração em seu canal no YouTube.

Em resposta a perguntas de internautas e candidatos à imigração, Patricia, também conhecida como “Pathy RJ”, explica as medidas a serem tomadas para trabalhar legalmente em Portugal, como validar uma licença para dirigir caminhão ou diferenças de vocabulário.

Vivendo há mais de 20 anos em Portugal, mora em Figueira da Foz (centro). Ela começou a trabalhar como vendedora antes de regressar ao transporte.

Portugal já havia experimentado uma primeira onda de imigração brasileira no início dos anos 2000, quando o Brasil estava sofrendo com uma alta taxa de desemprego e a situação favorável em Portugal estava levando o país a procurar mão-de-obra.

Mas muitos voltaram para casa durante a crise financeira que atingiu Portugal entre 2010 e 2015, diz Gois.
  
 
 https://exame.abril.com.br/brasil/crise-e-bolsonaro-geram-novo-exodo-de-brasileiros-para-portugal/
 

Máquinas têm mais tecnologia do que é efetivamente usado, diz CEO da John Deere


Para Paulo Herrmann, falta conectividade no campo para viabilizar a agricultura 4.0 no Brasil

Por Karine Menoncin

karine.menoncin@amanha.com.br
Para Paulo Herrmann, falta conectividade no campo para viabilizar a agricultura 4.0 no Brasil


Os desafios e o potencial de crescimento do agronegócio brasileiro foram debatidos por Paulo Herrmann, presidente da John Deere no Brasil, durante sua participação na reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) nesta quarta-feira (24), em Porto Alegre. 

Fundada nos Estados Unidos, em 1837, a John Deere está no Brasil desde 1979, com fábricas no Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. No ano passado, o faturamento global da companhia totalizou R$ 131 bilhões, tendo o Brasil como seu segundo maior mercado no mundo.  

Ao canal AMANHÃ TV,  Herrmann abordou questões como tecnologia no campo e as oportunidades do agronegócio nacional com o mercado asiático. 


Edição: Allan Pochmann



 http://www.amanha.com.br/posts/view/7861

Privatização da BR Distribuidora cria modelo de negócios inédito no Br

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A privatização da BR Distribuidora inaugurou um novo modelo de negócios no Brasil: o de empresa de controle pulverizado, mas com um sócio estatal como principal acionista. O esqueleto dessa nova companhia foi desenhado pela Petrobrás antes da privatização da sua subsidiária, que aconteceu terça-feira, 23.

Elaborado pela estatal e aprovado em assembleia de acionistas da BR no início de junho, o novo estatuto define o que será a distribuidora daqui para frente: uma empresa controlada por um conselho de administração e diretoria. Já as práticas comerciais pouco devem mudar, dizem especialistas.

A Petrobrás se desfez de 30% do capital da BR com a venda de ações da empresa no mercado financeiro por R$ 8,56 bilhões, mas manteve participação de 41,25%. Com a venda de mais um lote residual de ações, a arrecadação deve alcançar R$ 9,6 bilhões. A presença estatal na distribuidora, por sua vez, irá cair ainda mais, para até 37,5%. De qualquer forma, a petroleira deixou de ser a acionista controladora da BR, ao mesmo tempo em que manteve o posto de maior acionista individual.

Com a privatização, a maior parte das ações da BR Distribuidora passa a estar diluída entre diferentes investidores. Caberá aos nove membros do conselho de administração da companhia e aos seis diretores, incluído o presidente, definir os rumos da empresa. O novo estatuto social prevê ainda a criação um comitê de governança corporativa e que metade do conselho será composto por membros independentes. Ao inserir essas duas condições no estatuto social, a Petrobrás buscou sinalizar a potenciais investidores que não haverá interferência do governo na BR.

“Esse modelo de composição acionária pode funcionar como um projeto piloto para várias estatais”, diz José Roberto Faveret, sócio do escritório Faveret Lampert, especialista no setor de petróleo e gás. “É interessante porque o centro de decisões continua a ser local.” Ele diz ainda que deve acontecer um período de aprendizado na convivência entre os sócios. Mesmo como principal acionista, a influência da Petrobrás vai ser limitada. “Existem ferramentas legais para evitar os abusos”, disse. “A estatal pode, por exemplo, ser impedida de participar de votações que tenham conflito de interesse.”

A BR deverá convocar uma assembleia de acionistas após a divulgação dos resultados financeiros, no dia 31 de julho, para reafirmar a atual gestão ou trocar alguns nomes, segundo uma fonte próxima ao assunto. A tendência, disse a fonte, é que a atual diretoria permaneça no cargo, já que foram todos empossados neste ano e a maioria deles construiu carreira na iniciativa privada.

Gestores. Até lá, quem manda na empresa é o atual presidente Rafael Grisolia, engenheiro de produção, que já passou pela ExxonmMobil, Cosan, Cremer e Grupo Trigo. Ele entrou na BR em agosto de 2017, durante a gestão de Pedro Parente. Em junho de 2018, Grisolia foi convocado para ocupar a diretoria financeira da Petrobrás, na gestão de Ivan Monteiro. Em maio de 2019 voltou para a BR, no cargo de presidente.

Para o consumidor final dos combustíveis vendidos pela BR e para as suas concorrentes, a privatização não deve ter efeitos práticos no curto prazo, mas pode contribuir para ampliar a competição no setor, segundo o professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ (GEE-UFRJ) Edmar Almeida. “O que muda é a percepção de risco”, disse. “Com mais transparência e confiança maior na regra do jogo, o setor de revenda fica mais atrativo a novos concorrentes e aumenta a qualidade e a intensidade da competição.”

Para Carolina Fidalgo, professora de Direito Público da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e sócia do escritório Rennó, Penteado, Reis & Sampaio Advogados, a grande mudança com a privatização é que a BR vai ser liberada dos sistemas de controle estatais, como da exigência de promover licitações e realizar concursos públicos. Além disso, diz ela, o Tribunal de Contas da União (TCU) vai rastrear apenas os negócios e gastos relativos à participação da Petrobrás na distribuidora.

Já a equipe do BTG Pactual, em relatório, destacou o desafio de melhorar as margens de lucro, num mercado hoje marcado pela competição. “Apesar de continuar sendo um bom negócio, o segmento de distribuição de combustíveis não vai mais repetir os fortes retornos financeiros do passado”, escreveram os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares. 


 https://www.istoedinheiro.com.br/privatizacao-da-br-distribuidora-cria-modelo-de-negocios-inedito-no-br/

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Dona da Flores Online, Grupo Flora expande para mais de 30 países


 

O grupo de e-commerce firmou parcerias com 10 grandes redes globais de flores e prevê um aumento de faturamento de 30% ao ano

 





Criada como uma pequena floricultura há 20 anos, a Flores Online está cada vez maior. O Grupo Flora, de venda de flores e cestas pela internet e dono das marcas Flores Online, Isabela Flores e Uniflores, irá expandir sua atuação para mais de 30 países, como Alemanha, Reino Unido, Argentina, México e Emirados Árabes, entre outros. 

O grupo de e-commerce firmou parcerias com 10 grandes redes globais de flores, que têm centros de distribuição para preparar e enviar os produtos em grandes cidades nesses países. Aos poucos, também irá incluir as floriculturas locais desses países em sua plataforma para atingir novas regiões.

“Percebemos que estávamos no momento certo para internacionalizar nossa operação, pois já estamos bem consolidados no Brasil”, afirmou Thiago Almeida Dias, diretor de novos negócios do Grupo Flora.

Também contratou novo meio de pagamento, que aceitasse também moedas diferentes e que permitisse também pagar parceiros e fornecedores em outros países. Com a nova empreitada, o grupo prevê um aumento de faturamento de 30% ao ano.


Demanda forte


A empresa já recebia demandas internacionais, de brasileiros que moravam fora do país e queriam presentear parentes e amigos no país, no Dia das Mães, Dia dos Namorados ou aniversários e momentos especiais. Foram 16.390 pedidos feitos de fora no primeiro semestre, de um total de 120 mil compras realizadas no período. Floriculturas internacionais também procuraram a companhia para firmar parcerias.

Segundo o executivo, mais do que atingir brasileiros que queiram enviar presentes para o exterior, o objetivo é ser a plataforma online de vendas de flores nos países em que passará a atuar.


Logística e qualidade


Expandir uma operação de comércio eletrônico já envolve desafios, que ficam ainda maiores quando se trata de produtos frescos e frágeis, como flores e chocolates.

Por isso, nem todos os itens do portfólio do Grupo Flora estão disponíveis em todos os países, por questões de clima, abastecimento e sazonalidade. Assim, para garantir a uniformidade da operação, apenas 65 produtos foram selecionados para as vendas internacionais. Os arranjos de rosas vermelhas e flores do campo são os campeões de venda em todos os países, assim como as orquídeas.  

Para garantir a qualidade dos produtos, o grupo realizou testes e pede para que os parceiros internacionais enviem fotografias dos arranjos antes das entregas.

Por aqui, a companhia tem um centro de distribuição em São Paulo, que prepara os arranjos e cestas para serem entregues na região em um dia, e parcerias com 3 mil floriculturas nacionais para atender todo o país – 800 delas ativas. Há também uma equipe em São João da Boa Vista, cidade de São Paulo perto da fronteira com Minas Gerais.



 https://exame.abril.com.br/negocios/dona-da-flores-online-grupo-flora-expande-para-mais-de-30-paises/

Limite de 500 reais é balde de água fria para impacto econômico do FGTS



Mercado estima que saques de contas ativas e inativas devem gerar impacto de apenas 0,1 ponto percentual no crescimento do PIB deste ano

 




São Paulo – O governo federal confirmou nesta quarta-feira (24) que vai fazer uma nova liberação do saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Ele vale para contas ativas e inativas. O valor a ser retirado depende do saldo, mas todos terão limite de 500 reais. As regras serão anunciadas em uma entrevista coletiva às 16 horas e não haverá mudanças na multa de 40% sobre o saldo total do FGTS a ser paga pelos empregadores em caso de demissão sem justa causa.

A expectativa oficial é de que a medida atenda 96 milhões de trabalhadores, donos de 260 milhões de contas ativas e inativas no fundo.

A ideia é gerar um estímulo de curto prazo enquanto o andamento de reformas estruturais, como a da Previdência, não surta maior efeito.

“É algo emergencial, sim, é emergencial, porque a nossa economia não vai bem, né, se bem que já está dando sinais de recuperação. E eu acho que dá para a gente ajudar bastante no corrente ano, entrando um dinheirinho no comércio aí”, disse Bolsonaro nesta manhã em entrevista.

O valor liberado por trabalhador, no entanto, é bem menor do que havia sido antecipado inicialmente e não deve gerar um impacto relevante no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

“Antes, o impacto já era pequeno. Agora, limitando a 500 reais o valor do saque, não vejo como poderia ajudar”, diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

As previsões tanto do governo quanto do mercado são de crescimento do PIB na faixa de 0,8% neste ano.

Nos cálculos de Sergio Vale, considerando que parte dos saques será direcionado a pagamento de dívidas, o impacto no PIB deste ano ficaria entre 0,1 a 0,2 ponto percentual extra.

O cálculo, porém, é otimista. Como o valor liberado é baixo, a avaliação do economista é que muitas pessoas nem vão sacar.

Andre Perfeito, economista-chefe da Necton Corretora, também estima um impacto de 0,10 ponto percentual levando o crescimento do ano de 0,5% para 0,6%, na ponta mais pessimista do mercado.

Vitor Velho, economista da LCA Consultores, estima um impacto de 0,15 p.p. no PIB de 2019 e de 0,10 p.p. no PIB de 2020 caso o governo liberasse R$ 46 bilhões nos 6 meses a partir de setembro,

Ontem, o ministro Paulo Guedes disse que R$ 30 bilhões seriam liberados neste ano e R$ 12 bilhões no ano que vem, num impacto total de R$ 42 bilhões.

“Eles (governo Temer) soltaram de uma vez só, nós vamos soltar todo ano”, disse Guedes a jornalistas.

Em 2017, a gestão de Michel Temer liberou saques das contas inativas do FGTS. A injeção de recursos na economia foi de aproximadamente R$ 44,3 bilhões, equivalente a 0,71% do PIB.

Com base em pesquisas qualitativas do Ibre/FGV em 2017 e de um mapeamento feito pelo Banco Central no início de 2018, Vitor Velho, da LCA, um terço deste valor virou consumo e o impacto no PIB foi de 0,2 ponto percentual.

O motivo é que uma parte do valor é utilizada para o pagamento de dívidas. O percentual de famílias brasileiras com dívidas estava em 62,4% em março, praticamente a mesma taxa registrada no final de 2017, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O valor total médio das dívidas com pagamento em atraso, no entanto, está caindo: foi de R$ 2.980 em 2017 para R$ 2.615,98 em 2018, segundo estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

O SPC ressaltou que isso não reflete uma melhora no poder aquisitivo e sim que com a crise econômica, as famílias não estão contraindo novas dívidas, porque sabem que não vão conseguir pagar.

Vai e volta


O anúncio dos novos saques do FGTS estava marcado para a semana passada, durante a solenidade de 200 dias de governo Bolsonaro, mas acabou sendo adiada por conta de pressão por parte das empresas da construção civil.

O motivo é que uma retirada maciça de recursos do FGTS afetaria o setor, já que o fundo é usado para o financiamento de imóveis, de saneamento básico e infraestrutura a juros mais baixos.

O anúncio do limite de R$ 500 para este ano seria uma forma de não atrapalhar a construção civil, um dos setores mais prejudicados na crise econômica e que tem entre seus apoiadores o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Futuro


O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse ontem que as mudanças no FGTS não serão “repeteco” das anunciadas pelo governo Michel Temer porque terão impacto de “curto e longo prazos”.

A partir do ano que vem, a ideia do governo é permitir que os trabalhadores tenham direito a uma nova modalidade de retirada dos recursos: o “saque aniversário”.

Se escolher essa opção, o trabalhador abre mão de resgatar a totalidade do fundo caso seja demitido sem justa causa e continuaria a sacar a parcela dos recursos anualmente até acabar.

Para Vale, o governo precisa focar em soluções estruturais, inclusive para o FGTS, “e não perder tanto tempo com elementos que vão causar desgaste e não vão ajudar tanto a economia”.

Uma opção seria usar o FGTS como fundo-base para um eventual regime de capitalização na Previdência, proposta de Guedes que acabou sendo excluída da reforma no Congresso.




 https://exame.abril.com.br/economia/limite-de-500-reais-e-balde-de-agua-fria-para-impacto-economico-do-fgts/

As “fake news” atingem também os negócios


A produção de conteúdo falso não só está se proliferando como se sofisticando


Startups têm desenvolvido negócios para combater a disseminação de fake news (Foto: Pexels)


Dois professores da Universidade de Washington, Jevin West e Carl Bergstrom, criaram o jogo online “Qual Rosto é Real” a partir de milhares de rostos humanos virtuais artificiais desenvolvidos pela dupla. O desafio consiste em adivinhar qual rosto é verdadeiramente humano. Meio milhão de jogadores disputaram 6 milhões de rodadas. A tecnologia do jogo é da Nvidia, empresa de processadores gráficos, e usa redes neurais (deep learning/inteligência artificial) treinadas num imenso conjunto de retratos de pessoas. O percentual de acertos girou em torno de 60% na primeira tentativa, atingindo 75% de precisão em tentativas posteriores. Segundo seus criadores, a intensão foi alertar a sociedade sobre a capacidade tecnológica atual de gerar imagens falsas. O risco é que não há como evitar usos não tão nobres dessa tecnologia.

Em outro exercício acadêmico, dois pesquisadores da Global Pulse, iniciativa ligada à ONU, usando apenas recursos e dados de código-fonte aberto, mostraram com que rapidez poderiam colocar em funcionamento um falso gerador de discursos de líderes políticos em assembleias da ONU. O modelo foi treinado em discursos proferidos por líderes políticos na Assembleia Geral da organização entre os anos de 1970 e 2015. Em apenas treze horas e a um custo de US$ 7,80 – despesa com recursos de computação em nuvem – , os pesquisadores conseguiram proferir discursos "realistas" sobre uma ampla variedade de temas sensíveis e de alto risco, de desarmamento nuclear a refugiados.

O tema das fake news ganhou visibilidade pelos impactos negativos em processo eleitorais,  sobretudo na eleição de Donald Trump em 2016 com os bots russos se passando por eleitores - americanos. No Brasil, a eleição de 2018 disseminou o uso de robôs e tecnologias de impulsionamento automático de mensagens visando influenciar os eleitores. A produção de conteúdo falso (fake news) não só está se proliferando como se sofisticando: agregando inteligência artificial, despontam as deep fakes!

O fenômeno de falsificação na internet extrapola o âmbito das notícias e da política, atingindo igualmente o mundo dos negócios, particularmente as plataformas centradas em dados. A Review Meta, um site independente que monitora a veracidade do feedback online, identificou um crescimento de avaliações na plataforma da Amazon postadas por usuários que não compraram o item em questão, ou seja, não experimentaram o produto e, não por coincidência, 98,2% dessas postagem avaliam em cinco estrelas. Zeynep Tufekci, em artigo na revista Wired (julho/agosto 2019) alerta que as alegações de falsidade também podem ser falsas: "Na Amazon, você dificilmente pode comprar um filtro solar simples sem encontrar avaliações que alegam que o produto é falsificado. Aliviado por ter sido avisado, você pode ficar tentado a não comprar. Mas talvez essa revisão em si seja falsa, plantada por um concorrente”.

O modelo de negócio do Google e Facebook, para citar dois dos gigantes de tecnologia, baseia-se em oferecer aos anunciantes acesso segmentado aos potenciais consumidores, tornando mais assertivas as campanhas publicitárias online. Observa-se, contudo, que esse modelo também está suscetível a fraudes, repleto de visualizações e cliques falsos. Em 2016, o Facebook admitiu ter exagerado na quantificação do tempo que seus usuários assistem vídeos na plataforma, caracterizando como um “erro" com efeito zero sobre o faturamento. Aparentemente, não foi esse o entendimento de muitos pequenos anunciantes: em 2018 entraram com uma ação coletiva alegando que a rede social estava inflando seus números propositalmente.

São muitos os exemplos mundo afora. Na Bulgária, em 2017, por exemplo, o Spotify sofreu um esquema que levou US$ 1 milhão: fraudadores geravam músicas de 30 segundos (tempo médio de escuta) e criavam contas falsas automatizadas para reproduzi-las. Assim, embolsavam a diferença entre os royalties e a quantia paga à plataforma para listar suas próprias faixas.

Vivemos um período de crise generalizada de confiança, que extrapola os eventos na internet. Acima de regras morais e éticas, arcabouço regulatório e sistemas de punição, para funcionar de maneira sadia a sociedade precisa de um mínimo de confiança entre seus agentes - instituições, governos e cidadãos. As facilidades da tecnologia e do meio digital só exacerbam o atual cenário.

*Dora Kaufman é pós-Doutora COPPE-UFRJ (2017) e TIDD PUC-SP (2019), Doutora ECA-USP com período na Université Paris – Sorbonne IV. Autora dos livros “O Despertar de Gulliver: os desafios das empresas nas redes digitais” (2017), e “A inteligência artificial irá suplantar a inteligência humana?” (2019). Professora convidada da FDC e professora PUC-SP.


 https://epocanegocios.globo.com/colunas/noticia/2019/07/fake-news-atingem-tambem-os-negocios.html