CNI estima que desemprego seguirá elevado
A Confederação Nacional da
Indústria (CNI) reduziu pela metade sua previsão de crescimento da
economia para este ano. No Informe Conjuntural relativo ao segundo
trimestre do ano, os economistas da confederação sugerem que, “em um
cenário sem mudanças mais substantivas na política econômica”, a
economia brasileira crescerá 0,9%. Em abril, considerando os principais
indicadores do primeiro trimestre, a entidade previa que a atividade
econômica aumentaria 2% em 2019.
A
CNI também revisou para baixo sua estimativa de crescimento da
atividade industrial. Ao invés do 1,1% previsto no primeiro trimestre, a
situação constatada no segundo trimestre sugere que o PIB industrial
não deve se expandir além de 0,4%. Além disso, a indústria reduziu de
2,2% para 1,5% a previsão de crescimento do consumo das famílias e de
4,9% para 2,1% a estimativa para a expansão do investimento.
Em
função do que classifica como “o marasmo que dominou a economia” ao
longo de todo o primeiro semestre, a confederação estima que a taxa de
desemprego continuará elevada, atingindo a 12,1% da força de trabalho. A
taxa de desemprego, medida pela PNAD-Contínua Mensal do IBGE, recuou de
12,5% da força de trabalho para 12,3%, na passagem de abril para maio.
Apesar dessa ter sido a segunda queda consecutiva do indicador, a CNI
considera que a lentidão com que o mercado de trabalho vem reagindo à
crise é um “reflexo do baixo dinamismo da economia brasileira”.
Consequentemente, o crescimento do rendimento médio real e da massa
salarial real desacelerou nos primeiros cinco meses do ano, na
comparação com igual período do ano passado.
Em
seu informe, a CNI afirma que a economia brasileira precisa de
estímulos para superar o atual quadro de estagnação. E defende que os
poderes Executivo e Legislativo prossigam tocando a agenda de reformas,
que a entidade considera fundamentais para permitir o crescimento a
longo prazo. No entanto, a adoção de medidas para reativar a demanda a
curto prazo não devem ser deixadas de lado, destaca o comunicado. Uma
destas medidas de curto prazo é a liberação, para os trabalhadores que
têm direito, do saque de parte dos recursos disponíveis em contas ativas
e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do
PIS-Pasep. A medida foi anunciada na quinta-feira (24).
Na avaliação da
CNI, o saque de até R$ 500 por conta, a partir de setembro, pode
impulsionar o consumo, mas não prescinde de ações estruturais que
favoreçam a retomada do crescimento sustentado, tais como a conclusão da
aprovação da reforma da Previdência, a reforma tributária, os avanços
nas privatizações e o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios.
http://www.amanha.com.br/posts/view/7864
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