terça-feira, 6 de junho de 2017

Site expõe seu e-mail, endereço e celular na internet


Seus dados pessoais estão públicos na internet, ao alcance de uma pesquisa

 






São Paulo — Já imaginou se qualquer pessoa pudesse ter acesso aos seus dados pessoais, como onde você mora ou qual é o número do seu celular? Um novo site mostra exatamente isso para qualquer internauta interessado–tudo sem a sua devida autorização e se apoiando sobre uma lei referente a listas telefônicas. A página em questão é a telefone.ninja.

Basta fazer uma pesquisa no site pelo nome completo da pessoa sobre a qual você quer saber os dados e clicar sobre o nome dela na página de resultados. Em alguns casos, o endereço de e-mail da pessoa também é mostrado.

O número de consultas no site é limitado. Após cerca de dez pesquisas, você tem acesso restringido por alguns dias. Entretanto, com o uso de outro dispositivo e ponto de internet, você pode fazer mais consultas.

O site fica hospedado nos Estados Unidos e seu domínio está vinculado uma empresa chamada Bytecode Tech Inc, sob administração de um cidadão chamado Ricardo Torres, que mora em SP, segundo o registro da URL.

Quem quiser remover seus dados dessa ferramenta de busca pode fazer isso pesquisando seu próprio nome e abrindo sua página de dados para encontrar a opções de remoção na parte inferior da interface.

Para divulgar as informações no site, a empresa por trás dele indica que seu serviço é legal ao se apoiar sobre artigos da lei geral de telecomunicações, como este: “Será livre a qualquer interessado a divulgação, por qualquer meio, de listas de assinantes do serviço telefônico fixo comutado destinado ao uso do público em geral”, artigo 213, de 1997.

Porém, a companhia nem sequer menciona o artigo 7ª do Marco Civil da Internet, que assegura ao cidadão brasileiro o não repasse de informações a terceiros, salvo mediante consentimento livre, de acordo com a lei.

EXAME.com tentou, sem sucesso, contato com a equipe do site por meio do e-mail informado em sua página de contato. A redação também contatou o SinditeleBrasil (sindicato das operadoras de telefonia) e com o Ministério Público de São Paulo. Caso uma das fontes se pronuncie, a reportagem será atualizada.

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