Ministro do STF falou sobre valores éticos no mundo contemporâneo no fórum “A Revolução do Novo”, realizado por VEJA e EXAME em parceria com a Coca-Cola
São Paulo – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
afirmou nesta segunda-feira que “é impossível não sentir vergonha pelo
que acontece no Brasil”. O ministro palestrou no terceiro encontro do
fórum A Revolução do Novo – A Transformação do Mundo, realizado por VEJA e EXAME em parceria com a Coca-Cola, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
O evento discute mudanças na economia,
política, tecnologia e sociedade. Barroso abordou o tema “o impacto, a
evolução e o futuro dos valores éticos no mundo contemporâneo”.
Para o ministro, o país está devastado
e com autoestima baixa, diante da corrupção institucionalizada. “Ela se
tornou um modo de vida. As pessoas se surpreendem com o que, de certa
forma, sempre souberam”, disse.
Segundo Barroso, é preciso mudar a
cultura em que os espertos valem mais que os honestos. “Sempre foi
assim, mas é preciso deixar de ser. O custo moral e econômico pelo qual
estamos passando tem que significar um novo começo”, afirmou.
O ministro acrescentou que não dá para
descartar o risco da Operação Lava Jato não contribuir para o fim da
corrupção institucionalizada, mas que “todos estão aqui para evitá-lo”.
Também defendeu as reformas política, previdenciária e tributária como
saídas essenciais para o país.
Com uma visão otimista, Barroso
lembrou que há realizações importantes para celebrar em 30 anos de
democracia no Brasil, como a derrota da ditadura, da inflação e da
pobreza extrema no país. Do ponto de vista econômico, destacou que, no
Brasil, ainda há uma grande desconfiança em relação à livre iniciativa
do capitalismo. “Vivemos em um socialismo com sinal trocado”, disse.
O ministro destacou que não é só o
Brasil que vive um momento de desprestígio da democracia representativa,
mas o mundo também. Barroso também lembrou que a revolução digital
preservou valores como a liberdade, mas colocou em cheque questões como a
privacidade e a veracidade das informações.
Para o ministro, o empoderamento
feminino e a proteção dos direitos humanos são discussões chave do mundo
contemporâneo. “A história avança para o bem. A busca da felicidade, o
respeito ao próximo e a justiça são os valores de ontem e continuam a
ser os valores do futuro”, afirmou.
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