sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Decisão de acordo bilateral deve partir do Brasil, avisa a UE

Por Assis Moreira | Valor
 
 
GENEBRA  -  A discussão sobre uma negociação de acordo comercial diretamente entre a União Europeia e o Brasil depende basicamente de uma decisão política do lado brasileiro, deixou claro a nova comissária europeia de comércio, Cecilia Malmström nesta quinta-feira.

Recentemente, uma pesquisa mostrou que várias empresas europeias e brasileiras consideram que, até pelo seu atraso, as negociação birregional  UE-Mercosul podem não ter êxito. E que vale tentar um acordo bilateral entre Brasil e UE, que consideram como "menos pesado" e mais capaz de fornecer resultados "em um futuro previsível".

Por sua vez, a comissária de comércio, ao ser indagada sobre a questão, sorriu, balançou a cabeça e sinalizou que depende de o Brasil tomar uma eventual iniciativa, para o tema ser avaliado por Bruxelas. Ela lembrou que o mandato atual da UE é para negociar com o Mercosul.

O diretor-geral da Comércio, Jean-Luc Demarti, disse que não partiria de Bruxelas uma iniciativa de acordo diretamente com o Brasil, para a 'UE não ser acusada de ter quebrado o Mercosul'.

O fato, para importantes negociadores, é que, apesar de acenos da presidente Dilma Rousseff de novo ao bloco do Cone Sul, o sentimento é de que não dá para o Brasil esperar muito a Argentina arrumar sua economia e um dia decidir avançar em acordo de liberalização com outros parceiros importantes.

Alem disso, esses negociadores notam que a Tarifa Externa Comum  (TEC) do Mercosul hoje é uma fantasia, com 50% de exceções. O Uruguai é um membro cada vez menos convencido de que faz bom negócio permanecendo no bloco.

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