GENEBRA - A
discussão sobre uma negociação de acordo comercial diretamente entre a
União Europeia e o Brasil depende basicamente de uma decisão política do
lado brasileiro, deixou claro a nova comissária europeia de comércio,
Cecilia Malmström nesta quinta-feira.
Recentemente, uma pesquisa mostrou que
várias empresas europeias e brasileiras consideram que, até pelo seu
atraso, as negociação birregional UE-Mercosul
podem não ter êxito. E que vale tentar um acordo bilateral entre Brasil
e UE, que consideram como "menos pesado" e mais capaz de fornecer
resultados "em um futuro previsível".
Por sua vez, a comissária de comércio, ao
ser indagada sobre a questão, sorriu, balançou a cabeça e sinalizou que
depende de o Brasil tomar uma eventual iniciativa, para o tema ser
avaliado por Bruxelas. Ela lembrou que o mandato atual da UE é para
negociar com o Mercosul.
O diretor-geral da Comércio, Jean-Luc
Demarti, disse que não partiria de Bruxelas uma iniciativa de acordo
diretamente com o Brasil, para a 'UE não ser acusada de ter quebrado o
Mercosul'.
O fato, para importantes negociadores, é
que, apesar de acenos da presidente Dilma Rousseff de novo ao bloco do
Cone Sul, o sentimento é de que não dá para o Brasil esperar muito a
Argentina arrumar sua economia e um dia decidir avançar em acordo de
liberalização com outros parceiros importantes.
Alem disso, esses negociadores notam que a Tarifa Externa Comum (TEC)
do Mercosul hoje é uma fantasia, com 50% de exceções. O Uruguai é um
membro cada vez menos convencido de que faz bom negócio permanecendo no
bloco.
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