Região tem se destacado como local para testes de rótulos que
sonham em ganhar o apetite dos brasileiros. A mais nova iniciativa do
gênero coube ao administrador de empresas Andre Roso que planeja
exportar a bebida de pequenas vinícolas italianas a partir de 2015
Por Marcos Graciani
Raramente o Atelier de Massas,
um dos restaurantes mais conhecidos de Porto Alegre, abre aos domingos.
Quis o destino que uma das exceções fosse a apresentação para um seleto
grupo de consumidores de vinhos que provaram nada menos que mais de
duas dezenas de rótulos italianos. A última vez que um fato desses se
repetiu foi há praticamente três anos quando o local acomodou a
apresentação de uma importadora. Agora, o local, que fica no coração da
capital gaúcha, foi palco de uma apresentação conduzida pelo
administrador de empresas Andre Roso (na foto, à esquerda, acompanhado
do pai em Verona), um amante de vinhos e proprietário da Legno Brasile,
uma construtora de São Leopoldo (RS). "Em mais de três décadas lidando
com o segmento, nunca vi uma degustação de tão alto nível", opina Gelson
Radaelli, artista plástico e um dos sócios do restaurante.
O objetivo de Roso, que tem como projeto comercializar vinhos sob demanda a partir do ano que vem, foi medir a temperatura de consumidores comuns, aqueles mais acostumados a beber vinhos – algo raro de acontecer tendo em vista que vinícolas e importadoras se satisfazem com as avaliações de técnicos. As fichas para os participantes do encontro eram muito simples. O visual pesava até 4 pontos, o aroma até 8 pontos e o gosto até 10 pontos, uma soma de 22 – bem distante do 100, o maior índice de pontos em concursos nacionais e internacionais, por exemplo. Do Paraná para baixo, a iniciativa de Roso é a mais nova proposição do gênero. Em solo catarinense, a importadora Porto Mediterrâneo já costuma fazer ações parecidas na região.
Na apresentação exclusiva de sete horas que Cepas & Cifras participou, a análise final dá conta que todas as amostras são de altíssima qualidade. E o melhor: os preços de mercado tendem a não ser abusivos. Tanto é verdade que o rótulo mais caro deve ser comercializado por algo em torno de R$ 420 – metade do preço cobrado por um grande Barbaresco hoje no Brasil. A Roso Azienda Alimentare deve trabalhar com margens entre 30% e 50%. Roso planeja trazer os vinhos italianos via transporte aéreo – o que deve preservar a qualidade dos rótulos. Em uma segunda fase do projeto o empresário deve apostar nas castas francesas. “Pretendo atender tudo e todos, pois teremos vinhos únicos e preços bons”, garante Roso. “Mas não podemos esquecer que vinho bom não é barato – e sim ´buon mercatto´ como falamos em italiano”, defende.
Os
15 seletos consumidores tiveram a oportunidade de provar 27 rótulos de
seis pequenas vinícolas. Roso procurou escolher pequenos empreendimentos
familiares que não produzem mais do que 170 mil litros anualmente.
“Sono vini fatti a mano”, explicou Roso, que é também cidadão italiano,
fazendo referência à produção da bebida feita em pequena escala. Na
oportunidade foram apresentados rótulos de Dolcettos, Amarones, Barolos e
Barbarescos. Na opinião de Cepas & Cifras, os rótulos mais
representativos são os da vinícola Enzo Boglietti (na foto, à esquerda) –
especialmente os Barolos 2008 e o 2007 (dos vinhedos Arione e Fossati,
respectivamente). Outro que chamou a atenção foi o espumante extra Dry
Pinot Grigio, da Benotto Luigino. Outra surpresa foi o assemblage de
Cabernet Sauvignon com Cabernet Franc, produzido pela Corte Moschina. O
Moscato Bianco, da Marcarini, também vale a pena ser provado. Por fim, o
corte de Merlot e Cabernet Sauvignon, da Colli Vicentini, um ITG,
também estava muito bom.
Tudo leva a crer que os três estados do sul continuam tendo potencial para se tornarem verdadeiros campos de provas para os vinhos estrangeiros e também os nacionais. Nós, paranaenses, catarinenses e gaúchos só temos a agradecer iniciativas como essas!
O objetivo de Roso, que tem como projeto comercializar vinhos sob demanda a partir do ano que vem, foi medir a temperatura de consumidores comuns, aqueles mais acostumados a beber vinhos – algo raro de acontecer tendo em vista que vinícolas e importadoras se satisfazem com as avaliações de técnicos. As fichas para os participantes do encontro eram muito simples. O visual pesava até 4 pontos, o aroma até 8 pontos e o gosto até 10 pontos, uma soma de 22 – bem distante do 100, o maior índice de pontos em concursos nacionais e internacionais, por exemplo. Do Paraná para baixo, a iniciativa de Roso é a mais nova proposição do gênero. Em solo catarinense, a importadora Porto Mediterrâneo já costuma fazer ações parecidas na região.
Na apresentação exclusiva de sete horas que Cepas & Cifras participou, a análise final dá conta que todas as amostras são de altíssima qualidade. E o melhor: os preços de mercado tendem a não ser abusivos. Tanto é verdade que o rótulo mais caro deve ser comercializado por algo em torno de R$ 420 – metade do preço cobrado por um grande Barbaresco hoje no Brasil. A Roso Azienda Alimentare deve trabalhar com margens entre 30% e 50%. Roso planeja trazer os vinhos italianos via transporte aéreo – o que deve preservar a qualidade dos rótulos. Em uma segunda fase do projeto o empresário deve apostar nas castas francesas. “Pretendo atender tudo e todos, pois teremos vinhos únicos e preços bons”, garante Roso. “Mas não podemos esquecer que vinho bom não é barato – e sim ´buon mercatto´ como falamos em italiano”, defende.
Tudo leva a crer que os três estados do sul continuam tendo potencial para se tornarem verdadeiros campos de provas para os vinhos estrangeiros e também os nacionais. Nós, paranaenses, catarinenses e gaúchos só temos a agradecer iniciativas como essas!
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