GENEBRA - A
comissária de comércio da União Europeia (UE), Cecilia Malmström,
chamou nesta quinta-feira a corrupção de 'uma doença' e sinalizou que
uma das prioridades de Bruxelas na negociação com o Mercosul será a
inclusão de regras nas licitações públicas, que são conhecidas como regras "anticorrupção".
Em sua primeira visita a Genebra, na sexta
semana no cargo, a nova negociadora comercial chefe europeia respondeu a
vontade sobre o impacto dos escândalos no Brasil na confiança de
investidores europeis e da própria Comissao Europeia.
Ela disse que não julgaria 'a natureza'
dos escândalos no Brasil, mas que em geral casos de corrupção 'não são
bons para a confiança e não só do Brasil, mas de todos". Acrescentou
que 'a corrupção não é ruim apenas para a economia. Mas ela também
causa dano para a confiança, legitimidade ou na relação dos cidadãos e
de outros sobre o país". Para a comissária, corrupção não é
apenas uma questão econômica, como também política', daí a prioridade
que o governo brasileiro diz estar dando a esse problema.
Companhias europeias são responsáveis por
45% do Investimento Estrangeiro Direito (IED) no Brasil. Por sua vez,
53% dos investimentos brasileiros no exterior foram destinados a países
europeus. A UE é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.
Cecilia Malmström reiterou que a UE quer
bom acesso ao mercado do Mercosul, e que isso inclui acesso ao mercado
de compras governamentais, e portanto para empreiteiras europeias no
Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. A negociação de um
acordo birregional, se avançar, deve estabelecer também regras para
garantir as transparencias nos contratos.
Existe um Acordo de Compras
Governamentais, na Organizaçao Mundial do Comércio (OMC), com
participação restrita de países. O Brasil nunca quis aderir a esse que é
chamado um do principais instrumentos anticorrupçao no comércio
mundial. Mas o país tem negociado no tema de compras governamentais com
os europeus.
Para a comissária europeia, e há 'muitas razões' pelo atraso na retomada negociação UE-Mercosul, mas evitou apontar culpados. Ela
repetiu a posição europeia de que o mais importante agora é que os
países do Mercosul disseram que querem se engajar na negociação do
acordo birregional.
Como outras autoridades europeias, a
comissária de comércio reiterou que Bruxelas quer se assegurar sobre a
dimensão das ofertas de liberalização do Mercosul, ante de 'retomada de
reais negociações'. 'Queremos ver se as ofertas tem o mesmo
nível de ambição de abertura dos respectivos mercados, para ver se é
necessária calibrá-las'', afirmou. 'Precisamos ainda de detalhes de
parte do Mercosul, antes de avaliar o que mudou em relação a oferta de
2004', avisou.
A comissária europeia declarou-se otimista
sobre a retomada da Rodada Doha, elogiou a reaproximação EUA-Cuba,
insistiu que os problemas da Russia atualmente nada tem a ver com o
embargo ocidental e sim com falta de reformas que não foram feitas por
Moscou.
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