O dado municia argumento contrário à privatização
do banco, cujo lucro caiu 14% em 2016
Por Marcos Graciani
graciani@amanha.com.br
Na
entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quinta-feira (9) para divulgar o
balanço anual de 2016, o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Mota (foto), teve
de romper o silêncio sobre o tema da privatização do banco, especulada
como uma das possíveis exigências do Ministério da Fazenda para conceder ao Rio
Grande do Sul condições mais favoráveis para o pagamento de sua dívida com a
União. Questionado pelos jornalistas, Mota disse que este é um assunto sobre o
qual o governo gaúcho, controlador do Banrisul, já se pronunciou.
“O banco não
será privatizado. De zero a 10, a probabilidade é zero”, afirmou, lembrando a
entrevista concedida pelo secretário da Fazenda Giovane Feltes no final de
janeiro. “Não tem sentido nenhum [a privatização]. Isso não acontecerá
neste governo. De 1994 para cá, o banco foi responsável por destinar mais de R$
10 bilhões em dividendos para o caixa do tesouro estadual. Esse assunto está
encerrado”, reiterou Mota.
O
presidente do Banrisul também comentou a resposta dada pelo banco para a
BM&FBovespa que, em 26 de janeiro, questionou o fato de as ações subirem
mais de 14% em apenas um dia. “Demos uma resposta sincera e honesta sobre o que
realmente aconteceu. A movimentação atípica se deu em razão de uma reportagem
ter afirmado que o banco entraria na negociação da União”, lembrou.
No
exercício do ano passado, o Banrisul obteve lucro líquido de R$ 659,7 milhões –
valor 14% menor que o apurado em 2015. Parte desse resultado refletiu eventos
não recorrentes, como a variação cambial que produziu despesas, e a compra dos
serviços da folha de pagamento dos servidores do Estado – negociação concluída
em junho de 2016. Somente a divisão de cartões foi responsável por quase um
terço do lucro (R$ 206,2 milhões).
Os ativos
totais apresentaram um saldo de R$ 69 bilhões, um aumento de 3,1%, proveniente,
especialmente, do aumento da captação de depósitos. Já as operações de crédito
totalizaram R$ 30,3 bilhões (-5,2%). A queda se deu em razão da recessão
econômica. “Não existe investimento. É natural que isso aconteça, pois os
empresários ainda aguardam uma melhora no cenário para voltar a investir”,
contextualiza Mota.
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