Enquanto a Opep tenta reduzir o excedente global de petróleo, o Brasil se concentra em atrair bilhões em investimentos de grandes empresas
O Brasil gentilmente disse não aos sauditas mais uma vez. No momento em que o reino do Oriente Médio e a Rússia lideram um esforço histórico para unir os principais exportadores de petróleo
com o objetivo de reduzir o excedente global, a produção crescente do
Brasil, um pouco como o xisto dos EUA, virou uma pedra no sapato da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Um assistente do ministro de Energia da Arábia Saudita,
Khalid Al-Falih, telefonou na semana passada aos seus pares brasileiros
para sondar novamente se o país poderia se unir ao esforço. O Brasil
declinou, disse o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis,
Márcio Félix, em entrevista, por telefone, de Brasília.
Enquanto a Opep tenta reequilibrar o mercado de petróleo, o
Brasil se concentra em atrair bilhões em investimentos de grandes
empresas como Exxon Mobil, Royal Dutch Shell, Total e Chevron. O país o
faz, em parte, dando mais liberdade aos produtores, e não menos, para
operar campos offshore. Algumas das maiores descobertas de petróleo
deste século estão situadas ao largo da costa do Rio de Janeiro, no
pré-sal.
“Estamos abertos para participar da discussão, mas dissemos o
mesmo de sempre a eles: o governo brasileiro não controla a produção”,
disse Félix. “A produção é decidida pelas empresas.”
Ele afirmou que a Arábia Saudita faz consultas informais
periodicamente ao Brasil sobre possíveis cortes de produção de petróleo.
O Brasil não foi convidado para a próxima reunião da Opep, disse ele.
Na prática, o reino é o líder da organização.
“Podemos participar e ouvir, se formos convidados, mas
explicamos de antemão que não há muito que o governo possa fazer”, disse
Félix.
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