A Fitch Ratings reduziu o rating da dívida do Grupo Noble, que agora
está a apenas dois níveis da nota atribuída em casos de inadimplência,
após citar o início de discussões da companhia sobre uma reestruturação
de dívidas.
A agência de risco reduziu o rating em um degrau, para “CC”, o que
segundo os critérios da Fitch define uma situação em que “inadimplência
de algum tipo parece provável”. A Fitch havia antes atribuído rating
“CCC” à Noble, nota que significa que “inadimplência é uma possibilidade
real”.
A Noble iniciou conversas com acionistas para reestruturar sua dívida
e assegurar recursos para manter seus negócios em funcionamento-- um
movimento que veio semanas após a empresa fechar a venda de alguns
ativos e apresentar uma massiva perda.
Os títulos do grupo já têm sido negociados a níveis comuns para
empresas em dificuldades, enquanto os títulos vendidos mais
recentemente, com vencimento em 2022, caíram a um terço de seu preço de
emissão em menos de nove meses.
A Moody‘s, rival da Fitch, definiu um rating de “Caa3” para a Noble,
com perspectiva negativa. O rating reflete uma significativa
probabilidade de inadimplência nos próximos 12 meses, segundo a agência.
A S&P Global definiu rating “CCC-minus” para a Noble, com perspectiva negativa.
A Fitch disse que a situação de liquidez da companhia era apertada ao
final do último trimestre, quando ela tinha 262 milhões de dólares em
caixa sem restrições e 800 milhões em créditos não utilizados, contra
uma dívida de curto prazo de 1,7 bilhão de dólares.
“Não está claro como a Noble vai endereçar esses vencimentos sem uma
mudança em sua estrutura de capital, dadas as incertezas associadas à
geração de lucro em suas operações”, disse a Fitch.
Com sede em Hong Kong, o Grupo Noble entrou em crise em 2015, após a
Iceberg Research questionar suas práticas contábeis e uma queda nos
preços das commodities aumentar a turbulência, levando a um colapso nos
preços das ações da empresa, reduções de ratings pelas agências de
risco, baixas contábeis e mudanças na administração.
(Reuters, 17/11/17)
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