Por Mario Sabino
Hoje, finalmente, começou a ser desbaratado o esquema que PT e PMDB
operavam nos fundos de pensão de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa
Econômica Federal e Correios. Uma ninharia estimada em 50 bilhões de
reais. Enquanto a massinha de manobra da esquerda brasileira barbariza
nas ruas contra o "golpe" do impeachment, a PF e a Justiça golpeiam a
esquerda brasileira e os seus acólitos dentro dos limites da
Constituição.
Aparelhados pela companheirada, os fundos de pensão dessas estatais
igualmente aparelhadas entraram como sócios de negócios feitos sob
medida para perder dinheiro dos trabalhadores e enriquecer a malandragem
campeã nacional. O esquema esteve à nossa frente durante pelo menos dez
anos, mas contou com o silêncio cúmplice da maioria das empresas
jornalísticas, receosas de perder a verba publicitária controlada pelos
criminosos.
Tal é o meu ponto: o escândalo dos fundos de pensão deveria levar à
extirpação completa da excrescência chamada propaganda governamental. A
pretexto de divulgar as suas realizações, ministérios, secretarias e
estatais -- federais, estaduais ou municipais -- gastam bilhões de reais
a cada ano para comprar consciências, promover políticos e partidos e
encher as burras de agências de publicidade e comunicação que
superfaturam contratos e repassam parte da grana para os encarregados de
liberar a verba. Não há um país civilizado que desperdice tamanho
volume de recursos dessa maneira.
A proibição de propaganda oficial em todos os níveis, além de economizar
recursos e diminuir o grau de corrupção, fortaleceria a liberdade de
imprensa. Sem a droga financeira administrada pelos governos, jornais e
emissoras ficariam mais pobres, porém mais limpinhos. Mais limpinhos,
não fariam vista grossa para um escândalo como o dos fundos de pensão
das estatais. Ah, mas o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal
ficariam em desvantagem na competição com outros bancos que vivem
anunciando e patrocinando. E quem precisa do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal? Vamos privatizá-los, assim como foram privatizados ou
simplesmente extintos os bancos estaduais. Adiante: quem precisa da
estatal Petrobras? Quem precisa da estatal Correios? Gente honesta não
precisa.
A propaganda governamental é o mensalão da imprensa. É imperioso acabar com ele.
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